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Aspectos econômicos do pinhão nas mesorregiões sudeste e centro-sul do Estado do ParanáBittencourt, Alexandre Muzy 09 August 2013 (has links)
Resumo: Este estudo teve o objetivo de caracterizar, sob o enfoque de cadeias produtivas, a economia do pinhão, semente da espécie Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, nas mesorregiões Sudeste e Centro Sul do estado do Paraná. Especificamente objetivou-se caracterizar a comercialização do pinhão; quantificar a renda média proveniente da exploração e comercialização do pinhão; analisar o histórico de preços do pinhão no estado do Paraná e determinar a agregação de valor ao longo da cadeia de comercialização; calcular o custo de produção do pinhão; analisar a política nacional de preços mínimos com vistas a uma possível inclusão do pinhão na lista dos produtos beneficiados, além de identificar fatores limitantes e oportunidades para a melhoria de desempenho da atividade de extração e comercialização do pinhão. Os dados foram obtidos por meio de 254 entrevistas distribuídas entre produtores, extratores, comerciantes e consumidores de pinhão no ano de 2010. Os resultados demonstraram ser a cadeia de comercialização do pinhão bastante simplificada, formada por produtores, coletores, atacadistas, varejistas e consumidores finais. A renda bruta média mensal dos produtores entrevistados é de R$ 1.487,50 com o pinhão participando, em média, de 3,24% deste montante. Os coletores apresentaram renda bruta média mensal de R$ 824,00, sendo que deste montante em média 30,37% advém da comercialização do pinhão. O varejista 1 possui renda média de R$ 1.461, 32, sendo 21% advinda do pinhão. O varejista 2 apresenta renda bruta mensal de R$ 2.395,32 e o atacadista apresenta uma renda bruta média mensal de R$ 4.181,94 com o pinhão participando de 40,5% desta. Observou-se desta forma, que o pinhão apresenta diferentes níveis de importância na conformação da renda dos entrevistados. A análise de preços mostrou que o valor pago pelo quilo do pinhão no estado do Paraná apresentou, em termos reais, tendência de queda nos últimos doze anos, enquanto que a produção apresentou crescimento, passando de 1.587 toneladas em 1998 para 4.419 toneladas em 2010. Esse cenário tem desmotivado produtores rurais de explorar o pinhão e conservar as áreas florestais de suas propriedades. A análise das margens e markups indicou ser equitativa a participação dos envolvidos, com o atacadista apropriando as maiores margens e markups do processo de comercialização, fato este comum em cadeias produtivas florestais. O custo de produção do pinhão de R$ 1,12/kg é superior ao preço pago aos produtores e coletores, indicando a necessidade de organização da produção por meio de associações e cooperativas, bem como a inclusão deste produto dentre os integrantes da Política de Garantia de Preços Mínimos para produtos da Sociobiodiversidade (PGPMBio). Dentre os entraves ao desenvolvimento da atividade de produção, destacase a carência de assistência técnica e extensão rural, dificuldade de acesso ao crédito, instabilidade legal em relação ás áreas de Reserva Legal (RL) e apoio à comercialização. Como potencialidade destaca-se a possibilidade de efetivação do pinhão no grupo de produtos beneficiados pela PGPMBio e a diversificação da renda advinda das florestas, não somente com a exploração do pinhão, mas também de outros PFNM`s como a ervamate e a apicultura. Em relação aos entraves à comercialização pode-se citar a falta de organização de produtores e coletores, carência de informações acerca do mercado e a baixa tecnologia de armazenamento e industrialização do pinhão. Para reverter este quadro, uma das estratégias a ser adotada por parte do estado é elaboração de um plano de desenvolvimento para atividades extrativistas com foco produtivo, visando fortalecer o uso e a valorização dos remanescentes de FOM do estado do Paraná.
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