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Heidegger e a fenomenologia como explicitação da vida fácticaEvangelista, Paulo Eduardo Rodrigues Alves 11 December 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008-12-11 / The publication of Martin Heidegger´s Complete Works has been offering new
elements for students to consider his intelectual trajectory. In the early 1920´s, he shares
Husserl´s perception that philosophy is [CONFUSÃO MIXED UP] and can only be
phenomenology. He disagrees that phenomenology must be limited to the description of the
consciousness. It is the explicitation of factical life experience (faktische Lebenserfahrung).
In his theological studies, Heidegger discovered the questionability of each one´s
concrete life. Theoretical knowledge, which drives contemporary philosophy and, according
to him, has its beginning in greek philosophy, is unable to describe it. Factical life
experience is not objective, thus a new method is necessary to describe it. Phenomenology is
such method.
This study focuses on the lecture course called Introduction to the Phenomenology of
Religion, taught in the 1920-21 winter semester. The lessons show contemporary
philosophy´s inability to access the factical life experience of primal christianity found on
Saint Paul´s Epistles. Phenomenology allows such proto-christian religious experience to
show itself. It is a way of living one´s life in which one figts against the tendency to seek
ilusionary security in daily experiences. For the christian, the end of time is already present
since conversion. And conversion is always actualized. Heidegger discovers a temporality
that is different and inaccessible to theory, which only know chronological time. It is factical
life experience´s kairological time. Metaphysics is thus a way of seeking security.
In this study, the lesson course is contextualized within Heidegger´s historical
moment. Philosophy and life are implicated. Next, Heidegger´s way of demonstrating factical
life experience´s originality and philosophy´s need of returning to such origin are shown. To
do so, are presented 1) a brief description of factical life experience , 2) the formal
indication as the phenomenological concept able to describe it, and 3) philosophy and the
sciences as its possibilities. At last, Heidegger´s interpretation of Saint Paul´s Epistles is
followed in order to understand the apostle´s factical life according to how it shows itself,
instead of taking as point of departure previously conceived theories. In doing so, it is human
life which unveals itself. That is the task of phenomenology / A publicação das Obras Completas de Martin Heidegger tem oferecido aos estudiosos
novos elementos para que se considere sua trajetória intelectual. Esta começa na teologia e
desemboca na filosofia. No começo da década de 1920, ele compartilha com Husserl que a
filosofia, que se encontra enredada em confusão com as ciências objetivas, só pode ser
fenomenologia. Diverge de seu mestre, entretanto, em que a fenomenologia não se limita à
descrição da consciência. Ela é explicitação da experiência de vida fáctica (faktische
Lebenserfahrung).
Nos estudos de cunho teológico, Heidegger descobrira a questionabilidade da vida
concreta de cada qual. O conhecimento teórico, que anima a filosofia de sua
contemporaneidade e cuja origem ele encontra na filosofia grega, mostra-se incapaz de
tematizá-la. A experiência de vida fáctica não é objetiva, de modo que necessita de um
novo método para ser tematizada. A fenomenologia é esse método.
No presente estudo, destaca-se o curso ministrado no semestre de inverno de 1920-21,
intitulado Introdução à Fenomenologia da Religião , no qual Heidegger demonstra a
incapacidade da filosofia contemporânea de acessar a experiência de vida fáctica do cristão
primitivo contida nas Epístolas Paulinas. Com a fenomenologia, a experiência religiosa protocristã
pode mostrar-se. Trata-se de um modo de viver pelo qual se luta contra a tendência a
encontrar ilusório asseguramento nas experiências quotidianas. O cristão é aquele para quem
o fim dos tempos já se faz presente desde a conversão; esta sendo sempre atualizada.
Heidegger encontra nisso uma temporalidade diferente e inacessível à teoria, que só conhece
o tempo cronológico. É a temporalidade kairológica, própria da experiência de vida fáctica. A
metafísica revela-se, assim, um modo de buscar asseguramento.
Neste estudo, contextualiza-se o curso no momento histórico de vida de Heidegger,
pois filosofia e vida imbricam-se. Em seguida, apresenta-se o exercício que ele realiza para
demonstrar a originalidade da experiência de vida fáctica e a necessidade de a filosofia ser
capaz de retornar a essa sua origem. Para isso, mostra-se 1) uma breve descrição da
experiência de vida fáctica , 2) a indicação formal como conceito fenomenológico capaz
de tematizá-la e 3) a filosofia e as ciências como possibilidades dela. Por fim, realiza-se com
Heidegger a interpretação das Epístolas Paulinas, a fim de compreender a vida fáctica do
apóstolo tal como se apresenta a partir dele, e não de teorias previamente concebidas. Com
isso, é a vida humana que se desvela. Essa é a tarefa da fenomenologia
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