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Exposição gestacional ao etanol e avaliação de níveis de cortisol salivar em crianças em idade escolar / Gestational exposure to ethanol and assessment of salivary cortisol levels in school age children

Rodriguez, Isela Iveth González 30 October 2014 (has links)
INTRODUÇÃO: Consumo de álcool na gestação é um sério problema de saúde pública envolvendo grande risco de embriotoxicidade e teratogenicidade fetal. Exposição fetal ao álcool causa liberação de glicocorticóides (GC) pela suprarrenal como conseqüência da ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA). Cortisol é o principal glicocorticóide endógeno capaz de interferir na atividade orgânica, influenciando a retroinibição do eixo HPA. Álcool consumido na gravidez pode alterar indiretamente o desenvolvimento fetal ao perturbar as interações hormonais normais dos eixos hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA), hipotálamo-hipófise-tireoidal (HPT), hipotálamo-hipófise-gonadal (HPG), entre mãe e feto. OBJETIVOS: Comparar dosagens de cortisol salivar em crianças em idade escolar, com e sem histórico prévio de exposição intrauterina ao álcool, e sua relação com risco materno para Fetal Alcohol Spectrum Disorder (FASD) e intensidade do uso de álcool na gestação. METODOLOGIA: Amostra foi constituída de 76 pares de crianças e mães, de doze a treze anos de idade. Para análise do cortisol, foi coletada saliva e feitas análises por radioimunoensaio. RESULTADOS: Em relação à caracterização da amostra em função do risco materno se obteve significância para \"mãe praticante de religião\" (X²: 5,60; p=0,01). Associação significativa foi observada entre T-ACE positivo (Tolerance, Annoyed,Cut Down e Eye-Opener) na produção do Cortisol Awaking Response (CAR) e ritmo circadiano em função do sexo da criança (F: 9,26; p=0,003). Diferença significativa foi observada nas análises de níveis de cortisol em função do risco materno para FASD onde as análises de variância (t-tests) do cortisol ao despertar foram encontradas para \"CID positivo\" (Clasificação Internacional de doenças) (t:-2,659; p=0,01) e para cortisol aos 30 minutos depois de despertar em função de uso de álcool na gestação (t: -2,03 ; p=0,05). Em relação aos níveis de cortisol em função do uso de álcool na gestação, se obteve diferenças significativas para o cortisol aos 30 minutos depois de despertar (t: -2,03; p=0,05). Foram observadas diferenças significativas (p<0,01) para seguintes variáveis: níveis de cortisol em função do risco materno para FASD, álcool na gestação versus escore AUDIT (Alcohol Use Disorder Identification Test); Álcool na gestação versus T-ACE; Níveis de cortisol ao despertar versus Níveis de cortisol aos 30 min depois de despertar; Níveis de cortisol aos 30 min depois do despertar versus níveis de cortisol aos 60 min depois de despertar e Níveis de cortisol aos 60 min depois de despertar versus escore do AUDIT. As variáveis, álcool na gestação versus diagnóstico pelo CID, níveis de cortisol ao despertar versus escore do TACE, apresentaram significância (p=0,01). As análises com níveis de cortisol ao despertar versus níveis de cortisol aos 60 min depois de despertar; níveis de cortisol ao despertar versus escore do AUDIT-total; níveis de cortisol aos 30 min depois do despertar versus escore do T-ACE apresentaram significância estatística (respectivamente, p=0,03, p=0,04 e p=0,05). Em relação à avaliação da qualidade do sono em crianças com exposição pré-natal ao álcool por sexo, obteve-se significância para resistência em ir para a cama, para as meninas (p=0,01) e nas análises de correlação se observou diferenças significativas para ansiedade do sono versus níveis de cortisol salivar às 23 horas (p=0,01) e escore do SRQ total versus perturbação respiratória do sono (p=0,02). DISCUSSÃO: Se obteve uma associação entre uso de álcool na gestação e produção de cortisol salivar nos filhos, porém outras variáveis inerentes às mães podem influenciar no desenvolvimento do HPA e na produção de cortisol na pré-adolescência. CONCLUSÃO: Estes resultados podem contribuir para o melhor entendimento da fisiopatologia subjacente às manifestações clínicas de crianças expostas ao álcool durante a gestação e a fundamentar planos de prevenção para evitar que mulheres grávidas consumam álcool na gestação. / INTRODUCTION: Alcohol consumption during pregnancy is a serious public health problem, as it involves great risk related to fetal embryotoxicity and teratogenicity. Fetal alcohol exposure causes the release of glucocorticoids (GC) by the adrenal as consequence of activation of the hypothalamic-pituitary-adrenal (HPA) axis. Cortisol is the major endogenous glucocorticoid able to interfere with the organic activity, influencing retroinhibition of HPA axis. Furthermore, alcohol consumed during pregnancy can alter fetal development indirectly by disrupting the normal hormonal interactions of the hypothalamic-pituitary-adrenal axis (HPA), hypothalamic-pituitarytireoidal (HPT), and hypothalamic-pituitary-gonadal (HPG) between mother and fetus. OBJECTIVES: The objective of this research was to compare the measurements of salivary cortisol in school age children with and without previous history of intrauterine exposure to alcohol, and their relationship to maternal risk for Fetal Alcohol Spectrum Disorder (FASD) and the intensity of alcohol use during pregnancy. METHODOLOGY: The study sample consisted of 76 pairs of children and their mothers, between twelve and thirteen years old. For analysis of cortisol, saliva was collected and analyzes were made by radioimmunoassay method. RESULTS: Results show that, in relation to the characterization of the sample as a function of maternal risk for FASD, significance was obtained for the variable mother religious practice versus score of TACE (Tolerance, Annoyed,Cut Down e Eye-Opener) (X²: 5.60, p=0.01). Statistically significant association was observed between the covariate T-ACE and production of CAR (Cortisol Awaking Response) and circadian rhythm versus sex of the child (F: 9.26, p=0.003). Significant differences were also observed in the analysis of cortisol levels as a function of maternal risk for FASD for the test analysis of variance (t-tests) of cortisol after awakening versus \"negative CID\" and \"positive CID\" (International Clasification of Diseases) (t:-2.659; p=0.01) and cortisol at 30 minutes after awakening versus alcohol use during pregnancy (t:-2.03, p=0.05). In relation to cortisol levels due to the use of alcohol during pregnancy, significant differences were obtained for cortisol at 30 minutes after awakening versus alcohol use during pregnancy (t:-2.03, p=0.05). Significant differences (p<0.01) were found for variables: - cortisol levels as a function of maternal risk for FASD; - alcohol during pregnancy versus score of AUDIT (Alcohol Use Disorder Identification Test); - alcohol in pregnancy versus T-ACE; - cortisol levels after awakening versus cortisol levels at 30 min after awakening; - cortisol levels at 30 min after awakening versus cortisol levels at 60 min after awakening and cortisol levels at 60 min after awakening versus score of AUDIT. Analyses of alcohol during pregnancy versus mother diagnose CID (harmful use or dependence), and cortisol levels after awakening versus score of T-ACE showed significance (p=0.01). The analyses of cortisol levels at 60 min after awakening; cortisol levels after awakening versus AUDIT-total; cortisol levels at 30 min after awakening versus score of T-ACE were significant (respectively, p=0.03, p=0.04 and p=0.05). Regarding the assessment of sleep quality in children with prenatal exposure to alcohol by sex, significance was obtained for resistance to going to bed for female children (p=0.01) and through the analysis of correlation was observed significant results for anxiety sleep versus salivary cortisol levels at 23 hours (p=0.01) and score of mother SRQ total versus respiratory sleep disorder (p=0.02). DISCUSSION: An association was found between alcohol use during pregnancy and salivary cortisol in children of women who consumed alcohol during pregnancy, however other variables inherent to mothers could act in the development of the HPA and the production of cortisol in preadolescence. CONCLUSION: These results can contribute to a better understanding of the pathophysiology underlying the clinical manifestations of children exposed to alcohol during pregnancy and to establish a prevention plan to ensure that pregnant women do not consume alcohol during pregnancy.

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