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A filosofia como modo de vida a partir de Platão

Kussler, Leonardo Marques 30 June 2014 (has links)
Submitted by William Justo Figueiro (williamjf) on 2015-07-17T22:15:39Z No. of bitstreams: 1 31c.pdf: 2212020 bytes, checksum: bda4619f2d24eee5876f4cf308042ea6 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-07-17T22:15:39Z (GMT). No. of bitstreams: 1 31c.pdf: 2212020 bytes, checksum: bda4619f2d24eee5876f4cf308042ea6 (MD5) Previous issue date: 2014-06-30 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / PROSUP - Programa de Suporte à Pós-Gradução de Instituições de Ensino Particulares / Parte da filosofia contemporânea propõe um discurso amplamente teórico e distante dos problemas da existência humana. Em sua origem, além de amor à sabedoria, a filosofia, em parte, era uma escolha de vida filosófica, entretanto, tal função da filosofia foi relegada, em nome de uma busca cada vez mais teórica e desprovida dos anseios próprios do ser humano que se propõe a filosofar. O objetivo principal desta dissertação é propor a filosofia como postura existencial, como uma propedêutica à busca do saber e da virtude, e sua implicação na própria existência humana. A dissertação apresenta-se em três capítulos, revisitando três diálogos platônicos. O primeiro capítulo propõe (a) uma interpretação do Filebo de Platão, explicitando que a tese principal do diálogo é a busca do bem na vida humana, através de uma espécie de dialética existencial própria do filósofo, que permite que este faça escolhas que o torne melhor, através de uma opção por uma vida mediana, mista entre prazer e saber; e (b) a interpretação do Filebo por Gadamer, a partir de sua tese de habilitação, que não só corrobora nossa proposta e enfatiza o fator dialético deliberativo como define os momentos ontológicos que se apresentam nos momentos do Dasein, isto é, que asseguram o percurso em busca do bem na existência humana. O segundo capítulo apresenta (a) uma interpretação do Sofista de Platão, de modo que, se o primeiro capítulo enfatizava o modo como age o filósofo em busca da boa vida, o segundo enfatiza quem é o filósofo e como este se define, via negativa, por meio das definições do sofista e seu modo de ser; e (b) uma interpretação a partir das preleções de Heidegger sobre o Sofista, enfatizando a metodologia hermenêutica de interpretar Platão à luz de Aristóteles, a interpretação fenomenológica e a ênfase no Dasein e na existência do filósofo e a correspondência do discurso autêntico em comparação ao modo de existência sofístico e o discurso inautêntico, descomprometido com seu modo de ser. O terceiro capítulo apresenta (a) uma interpretação do Alcibíades I, no qual abordamos a fundamentação de nossa dissertação, a saber, da filosofia compreendida como um cuidado de si e uma forma de prática que reestrutura a existência do filósofo; (b) a recondução do Alcibíades I, através da incorporação de Foucault — nas teses de sua filosofia tardia —, que enfatiza a filosofia como práticas de si, pelas quais o sujeito se compreende, se relaciona com a verdade e busca tornar sua existência mais autêntica; e (c) as contribuições da tese de Hadot, a quem Foucault deve sua inspiração e quem primeiro desenvolveu a noção de filosofia como exercício espiritual, a partir das tradições platônica e pós-platônica, como algo prático, uma conversão de si. Como conclusão, apresentamos uma reintrodução da filosofia contemporânea repensada a partir das práticas da filosofia grega, interligando os três diálogos, seus comentadores e apresentando uma filosofia mais ligada à existência do filósofo. / Part of contemporary philosophy proposes a broadly theoretical discourse and distant of the issues of human existence. In its origin, despite love of wisdom, philosophy was partly a choice of philosophical life, however, this function of philosophy was relegated on behalf of a life within theory and increasingly deprived from the pursuits of human being who intends to philosophize. The main objective of this dissertation is to propose philosophy as existential stance, as a propaedeutic to the search for knowledge and virtue, and its implication on the very human existence. The dissertation presents itself into three chapters, revisiting three platonic dialogues. The first chapter proposes (a) an interpretation of Plato’s Philebus, emphasizing that the main thesis of that dialogue is to seek the good in human life, through a kind of philosopher’s own existential dialectic, which allows him to make choices that makes him better through an option for a median life, mixed between pleasure and knowledge; and (b) the interpretation of the Philebus by Gadamer, from his habilitation thesis, which not only corroborates our thesis and emphasizes the dialectical deliberative factor, but determines ontological moments that present themselves in moments of Dasein, i.e., ensure the course in searching for the good in human existence. The second chapter presents (a) an interpretation of Plato’s Sophist, so that if the first chapter has emphasized the way the philosopher acts searching for the good life, the second emphasizes who the philosopher is and how he is defined, via negativa, by the definitions of the sophist and his way of being; and (b) an interpretation from Heidegger’s lectures on the Sophist, emphasizing the hermeneutic methodology of reading Plato through the Aristotelian categories, the phenomenological interpretation and the stress on Dasein and the way the philosopher behaves and the correspondence of his authentic discourse compared to the sophist’s way of existence, and his inauthentic discourse, uncommitted to his way of being. The third chapter introduces (a) an interpretation of Plato’s Alcibiades I, in which we approach the core of our dissertation, namely, of philosophy understood as a care of the self and a way of practice that rebuild the philosopher’s existence; (b) the reconduction of Plato’s Alcibiades I, through Foucault’s incorporation—in his late philosophical thesis—, which highlights philosophy as practices of the self, by which the subject comprehends himself, creates a relationship with the truth and tries to turn his own existence more authentic; and (c) the contributions of Hadot’s thesis, whom Foucault owes his inspiration and who first developed the notion of philosophy as a spiritual exercise, since platonic and post-platonic traditions, as something practical, a conversion of the self. In conclusion, we present a reintroduction of contemporary philosophy, rethought since the Ancient Greek philosophical practices, interconnecting the three dialogues, its commentators and presenting a philosophy much more related to the philosopher’s existence.

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