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Sistemas pedológicos e reconstituição paleoambiental em depressões nos Tabuleiros Costeiros do Extremo Sul da Bahia / Pedological systems and paleoenvironmental reconstruction in depressions in the Coastal Tablelands of the Extreme South of Bahia

Pereira, Wander Murilo Alves 25 April 2019 (has links)
A ocorrência de depressões fechadas, sistemas endorréicos superficiais, tem sido citada em várias partes do mundo. Nos Tabuleiros Costeiros do Brasil, onde também pode ser observada a presença destas depressões, estas feições geomórficas são conhecidas pela denominação de muçununga e/ou campos nativos ou simplesmente nativos. São consideradas enclaves de vegetação savânica em meio à Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas do Bioma Mata Atlântica, variando desde formações graminóides até florestadas. Além de representarem importantes áreas para o estudo da reconstituição paleoambiental, possuem drenagem centrípeta, o que faz com que os materiais advindos do solo circundante fiquem armazenados na depressão, gerando importantes arquivos de proxies ambientais. A área em estudo situa-se no município de Prado - BA no Parque Nacional do Descobrimento, em meio à Mata Atlântica em bom estado de conservação. Foram estudadas duas depressões, uma com regime hídrico hiper concentrador e outra com regime hídrico concentrador. Desse modo, este trabalho tem como objetivo, relacionar os conteúdos fitolíticos e isotópicos dos solos do topo e da base da catena de duas depressões com a reconstituição paleoambiental. Foram realizadas análises fitolíticas, isotópicas e datação por LOE, bem como análises granulométrica e químicas para caracterização dos solos. O sistema pedológico dominante nas duas muçunungas estudadas é de Argissolo Amarelo-Espodossolo-Organossolo com clara influência da drenagem na expressão dos organossolos. Na escala da paisagem, observou-se haver um alinhamento preferencial das depressões, tendo o seu início mais ligado a neotectônica do que ao clima, a partir de um ajuste estrutural, inicialmente seguindo a disposição de falhas e fraturas geológicas. Apesar da vegetação atual nas duas depressões ser de porte graminóide a arbustivo (savânica), diferentes das áreas florestadas ao entorno, os resultados isotópicos apresentaram valores de δ13C acima de -27,73‰, padrão para plantas de ciclo fitossintético C3, o que comparando com os resultados de δ15N, C/N e fitolíticos, mostraram em profundidade condições menos hidromórficas que as atuais, demonstrando que nestes locais eram ocupados antes por florestas, sugerindo que estas depressões estão em processo de expansão. / The occurrence of closed depressions, superficial endorheic systems, has been reported in several parts of the world. In the Coastal Tablelands of Brazil, where the presence of these depressions can also be observed, these geomorphic features are known by the name of muçununga and/or native or simply native fields. They are considered enclaves of savanna vegetation in the middle of the Dense Ombrophilous Lowland Forest of the Atlantic Forest Biome, varying from graminoid to forested formations. Besides representing important areas for the study of paleoenvironmental reconstruction, they have centripetal drainage, which causes that the materials coming from the surrounding soil are stored in the depression, generating important files of environmental proxies. The study area is located in the municipality of Prado - BA in the National Park of Discovery, in the middle of the Atlantic Forest in good condition. Two depressions were studied, one with a hyper concentrating water regime and the other with a concentrating water regime. In this way, this work aims to relate the phytolytic and isotopic contents of the soils of the top and the base of the catena of two depressions with the paleoenvironmental reconstitution. Phytolytic, isotopic and LOE dating, as well as granulometric and chemical analyzes for soil characterization were performed. The dominant pedological system in the two studied muçunungas is of Argissolo Amarelo-Espodossolo-Organossolo with clear influence of the drainage in the expression of the Organosolos. In the landscape scale, there was a preferential alignment of the depressions, whose beginning was more connected to neotectonics than to the climate, starting from a structural adjustment, initially following the arrangement of faults and geological fractures. Although the present vegetation in the two depressions is of graminoid to shrub (savanna), different from the forested areas to the surroundings, the isotopic results presented values of δ13C acima de -27,73‰, standard for plants of C3 phytosynthetic cycle, which comparing with the results of δ15N, C / N and phytolithic, showed in depth less hygromorphic codings than the present ones, demonstrating that in these places they were previously occupied by forests, suggesting that these depressions are in the process of expansion.
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Pedogênese e indicadores pedoarqueológicos em terra preta de índio no município de Iranduba - AM / Pedogenesis and indicators pedoarchaeological of Indigenous Dark Earth in Iranduba city - AM

Rodrigo Santana Macedo 11 February 2014 (has links)
Uma evidência contundente da ocupação pré-histórica na Amazônia são os solos de cor escura com material arqueológico, conhecidos regionalmente como Terra Preta de Índio (TPI). Apesar de amplamente estudados, alguns de seus atributos permanecem ainda pouco conhecidos, especialmente os micromorfológicos, mineralógicos e geoquímicos. Esses estudos podem identificar os processos envolvidos na gênese e evolução desses solos, e quando empregados em conjunto com estudos fitolíticos, podem auxiliar na elucidação das suas formas de uso pretéritas. O objetivo desse estudo foi obter uma aproximação da hierarquia dos processos envolvidos na gênese desses solos e as suas prováveis formas de uso em tempos pré-colombianos. A pesquisa foi conduzida no Campo Experimental do Caldeirão, Iranduba - AM. Foram estudados dois perfis com TPI (P1 e P2) e um solo adjacente com horizonte A moderado (P3). Em cada horizonte foram coletadas amostras deformadas para análises físico-químicas, mineralógicas e geoquímicas e a cada 5 cm de profundidade para análise fitolítica e isotópica. Lâminas delgadas de amostras indeformadas de horizontes selecionados foram confeccionadas e descritas em sua micromorfologia, com posterior exame em microscópio eletrônico de varredura com microanálise química. A idade dos solos foi estabelecida com base em datações 14C de carvões. A microestrutura granular das TPI é de origem zoogenética e geoquímica. A gênese dos horizontes antrópicos envolveu: i) a ação do homem descartando e queimando resíduos (antropização); ii) espessamento do horizonte A e escurecimento dos horizontes subsuperficiais por bioturbação (cumulização e melanização); iii) dispersão e translocação de colóides (argiluviação); iv) condições pedoambientais diferentes das atuais (pedorrelíquia - nódulos ferruginosos). Revestimentos de argila com extinção forte, contínua e estriada nas cerâmicas indica que o processo de argiluviação é atual. O processo de elutriação predomina no solo não antrópico. A degradação dos nódulos de ferro na TPI favorece a xantização e atua como fonte de argila (pedoplasmação). Arecaceae e Cyperaceae são mais abundantes nos horizontes antrópicos, notadamente nos níveis com maior quantidade de cerâmica. A ausência de fitólitos de plantas domesticadas indica que a formação das TPI não está relacionada com práticas agrícolas. As evidências fitolíticas demonstram que as atividades antrópicas ocorreram de forma mais intensa no P1. A rápida ciclagem de silício, evidenciada pela presença de fitólitos com silicificação incompleta, favorece a estabilidade da mineralogia caulínitica. VHE, ilita e variscita-estrengita ocorrem somente nos perfis com TPI. P2O5-CaO-K2O-NaO-Cs-Co-Zn-Cu-Ba-Rb-Ni representa a assinatura geoquímica das TPI. A presença de variscita-estrengita, tridimita e maghemita nas TPI, notadamente nas cerâmicas, confirma a formação de minerais em decorrência das práticas antrópicas. As cerâmicas apresentam predominantemente cauixi (Tubella reticulata e Parnula betesil) e cariapé (Licania utilis). A presença comum de micas primárias nesses artefatos sugere material alóctone em seu fabrico. As TPI resultam da adição de artefatos arqueológicos e melanização de horizontes pedogenéticos não antropizados. Tais atividades enriqueceram em nutrientes e alteraram a assinatura geoquímica do solo, assim como promoveram a formação de minerais. Essa antropização acelerou os processos de argiluviação e de degradação de petroplintitas. No decorrer de sua evolução, foram utilizados e adicionados resíduos de plantas, destacadamente de palmeiras e Cyperaceae. / A remarkable evidence of human occupation in Amazonian region is the existence of soils with dark colors and presence of ceramic materials, known as Indigenous Dark Earth (IDE). Despite of widely studied some of their features are still poorly understood, mainly that related to micromorphology, mineralogy and geochemical aspects. Such approach, in combination to phytolytic studies, is able to identify soil genesis processes and unravel the comprehension of occupation mechanisms of human. The aim of this study was to establish the hierarchy of these processes and their association with ancient activities of pre-Columbian populations. The research was carried out in the experimental site of Caldeirão, Iranduba city (Amazon state, Brazil). Two pedons containing surface anthropogenic horizons (P1 and P2) were directly compared to a non-anthropogenic soil (P3). In each soil horizon disturbed soil samples were sampled in order to perform physical, chemical, mineralogical and geochemical analyses. For phytolitic analyses samples were taken each 5 cm of depth. Micromorphological samples were studied in thin sections in the optical microscope and further analyzed in Scanning Electron Microscopy (SEM). The chronology was accomplished after 14C dating. The microaggregates in anthropogenic horizon are related to geochemical and biological processes. The genesis of IDE implicates in the following mechanisms: i) disposal and burning of residues by humans (anthropization); ii) deepening A horizons and darkening subsurface horizons by bioturbation (cumulization and melanization processes); iii) dispersion and migration of colloidal particles leading to argiluviation process; iv) different condictions of environment that not occur nowdays (pedorelict - ferruginous nodules). Clay coatings with extinction bands and continuous orientation in the ceramic artifacts suggest a current argiluviation process. The degradation of Fe nodules enhances the xantization process also providing clay (source of clay). The prevalent soil genesis in non-anthropic soil is the elutriation. The degradation of Fe nodules in the IDE enhances the xantization process also providing clay (pedoplasmation). The number of phytoliths of Arecaceae and Cyperaceae is higher in IDE than non-IDE, mainly in the horizons with more ceramics. The phytolitic evidence demonstrate that activities anthropic was more intense in the P1. The rapid Si cycling, highlighted by the presence of phytoliths without complete silicification, contribute to stability of kaolinitic mineralogy. HIV, illite and variscite-strengite are constrained to IDE pedons. P2O5-CaO-K2O-NaO-Cs-Co-Zn-Cu-Ba-Rb-Ni represents the geochemical signature of IDE. The presence of maghemite, variscite-strengite and tridimite strengthen a mineral forming process linked to human activity. In ceramic materials there is a prevalence of phytoliths from cauixi (Tubella reticulata and Parnula betesil) and cariapé (Licania utilis). The presence of mica suggests an alloctone material for their manufacturing. Hence the anthropic horizons result from the addition of archeological artifacts and melanization of non-anthropic horizons. These activities chemically enriched and modify the geochemical signature of soil, as soon as promoted formation of minerals. The anthropic activities conducted the argiluviation and degradation of Fe nodules. During their evolution there was a clear addition of plant residues, notably related to palm trees and Cyperaceae species.
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Pedogênese e indicadores pedoarqueológicos em terra preta de índio no município de Iranduba - AM / Pedogenesis and indicators pedoarchaeological of Indigenous Dark Earth in Iranduba city - AM

Macedo, Rodrigo Santana 11 February 2014 (has links)
Uma evidência contundente da ocupação pré-histórica na Amazônia são os solos de cor escura com material arqueológico, conhecidos regionalmente como Terra Preta de Índio (TPI). Apesar de amplamente estudados, alguns de seus atributos permanecem ainda pouco conhecidos, especialmente os micromorfológicos, mineralógicos e geoquímicos. Esses estudos podem identificar os processos envolvidos na gênese e evolução desses solos, e quando empregados em conjunto com estudos fitolíticos, podem auxiliar na elucidação das suas formas de uso pretéritas. O objetivo desse estudo foi obter uma aproximação da hierarquia dos processos envolvidos na gênese desses solos e as suas prováveis formas de uso em tempos pré-colombianos. A pesquisa foi conduzida no Campo Experimental do Caldeirão, Iranduba - AM. Foram estudados dois perfis com TPI (P1 e P2) e um solo adjacente com horizonte A moderado (P3). Em cada horizonte foram coletadas amostras deformadas para análises físico-químicas, mineralógicas e geoquímicas e a cada 5 cm de profundidade para análise fitolítica e isotópica. Lâminas delgadas de amostras indeformadas de horizontes selecionados foram confeccionadas e descritas em sua micromorfologia, com posterior exame em microscópio eletrônico de varredura com microanálise química. A idade dos solos foi estabelecida com base em datações 14C de carvões. A microestrutura granular das TPI é de origem zoogenética e geoquímica. A gênese dos horizontes antrópicos envolveu: i) a ação do homem descartando e queimando resíduos (antropização); ii) espessamento do horizonte A e escurecimento dos horizontes subsuperficiais por bioturbação (cumulização e melanização); iii) dispersão e translocação de colóides (argiluviação); iv) condições pedoambientais diferentes das atuais (pedorrelíquia - nódulos ferruginosos). Revestimentos de argila com extinção forte, contínua e estriada nas cerâmicas indica que o processo de argiluviação é atual. O processo de elutriação predomina no solo não antrópico. A degradação dos nódulos de ferro na TPI favorece a xantização e atua como fonte de argila (pedoplasmação). Arecaceae e Cyperaceae são mais abundantes nos horizontes antrópicos, notadamente nos níveis com maior quantidade de cerâmica. A ausência de fitólitos de plantas domesticadas indica que a formação das TPI não está relacionada com práticas agrícolas. As evidências fitolíticas demonstram que as atividades antrópicas ocorreram de forma mais intensa no P1. A rápida ciclagem de silício, evidenciada pela presença de fitólitos com silicificação incompleta, favorece a estabilidade da mineralogia caulínitica. VHE, ilita e variscita-estrengita ocorrem somente nos perfis com TPI. P2O5-CaO-K2O-NaO-Cs-Co-Zn-Cu-Ba-Rb-Ni representa a assinatura geoquímica das TPI. A presença de variscita-estrengita, tridimita e maghemita nas TPI, notadamente nas cerâmicas, confirma a formação de minerais em decorrência das práticas antrópicas. As cerâmicas apresentam predominantemente cauixi (Tubella reticulata e Parnula betesil) e cariapé (Licania utilis). A presença comum de micas primárias nesses artefatos sugere material alóctone em seu fabrico. As TPI resultam da adição de artefatos arqueológicos e melanização de horizontes pedogenéticos não antropizados. Tais atividades enriqueceram em nutrientes e alteraram a assinatura geoquímica do solo, assim como promoveram a formação de minerais. Essa antropização acelerou os processos de argiluviação e de degradação de petroplintitas. No decorrer de sua evolução, foram utilizados e adicionados resíduos de plantas, destacadamente de palmeiras e Cyperaceae. / A remarkable evidence of human occupation in Amazonian region is the existence of soils with dark colors and presence of ceramic materials, known as Indigenous Dark Earth (IDE). Despite of widely studied some of their features are still poorly understood, mainly that related to micromorphology, mineralogy and geochemical aspects. Such approach, in combination to phytolytic studies, is able to identify soil genesis processes and unravel the comprehension of occupation mechanisms of human. The aim of this study was to establish the hierarchy of these processes and their association with ancient activities of pre-Columbian populations. The research was carried out in the experimental site of Caldeirão, Iranduba city (Amazon state, Brazil). Two pedons containing surface anthropogenic horizons (P1 and P2) were directly compared to a non-anthropogenic soil (P3). In each soil horizon disturbed soil samples were sampled in order to perform physical, chemical, mineralogical and geochemical analyses. For phytolitic analyses samples were taken each 5 cm of depth. Micromorphological samples were studied in thin sections in the optical microscope and further analyzed in Scanning Electron Microscopy (SEM). The chronology was accomplished after 14C dating. The microaggregates in anthropogenic horizon are related to geochemical and biological processes. The genesis of IDE implicates in the following mechanisms: i) disposal and burning of residues by humans (anthropization); ii) deepening A horizons and darkening subsurface horizons by bioturbation (cumulization and melanization processes); iii) dispersion and migration of colloidal particles leading to argiluviation process; iv) different condictions of environment that not occur nowdays (pedorelict - ferruginous nodules). Clay coatings with extinction bands and continuous orientation in the ceramic artifacts suggest a current argiluviation process. The degradation of Fe nodules enhances the xantization process also providing clay (source of clay). The prevalent soil genesis in non-anthropic soil is the elutriation. The degradation of Fe nodules in the IDE enhances the xantization process also providing clay (pedoplasmation). The number of phytoliths of Arecaceae and Cyperaceae is higher in IDE than non-IDE, mainly in the horizons with more ceramics. The phytolitic evidence demonstrate that activities anthropic was more intense in the P1. The rapid Si cycling, highlighted by the presence of phytoliths without complete silicification, contribute to stability of kaolinitic mineralogy. HIV, illite and variscite-strengite are constrained to IDE pedons. P2O5-CaO-K2O-NaO-Cs-Co-Zn-Cu-Ba-Rb-Ni represents the geochemical signature of IDE. The presence of maghemite, variscite-strengite and tridimite strengthen a mineral forming process linked to human activity. In ceramic materials there is a prevalence of phytoliths from cauixi (Tubella reticulata and Parnula betesil) and cariapé (Licania utilis). The presence of mica suggests an alloctone material for their manufacturing. Hence the anthropic horizons result from the addition of archeological artifacts and melanization of non-anthropic horizons. These activities chemically enriched and modify the geochemical signature of soil, as soon as promoted formation of minerals. The anthropic activities conducted the argiluviation and degradation of Fe nodules. During their evolution there was a clear addition of plant residues, notably related to palm trees and Cyperaceae species.
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Caracterização paleoclimática do quaternário tardio em áreas planálticas do Estado do Paraná

Silva, Deyvis Willian da 14 September 2018 (has links)
Submitted by Angela Maria de Oliveira (amolivei@uepg.br) on 2018-11-14T19:00:02Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5) Deyvis Willian.pdf: 3401576 bytes, checksum: a6d75e7142dc9d25810cea59f381554b (MD5) / Made available in DSpace on 2018-11-14T19:00:02Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5) Deyvis Willian.pdf: 3401576 bytes, checksum: a6d75e7142dc9d25810cea59f381554b (MD5) Previous issue date: 2018-09-14 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Este trabalho apresenta um estudo em escala de detalhe regional para a compreensão das configurações paleoambientais do Quaternário em três regiões planálticas do estado do Paraná, sul do Brasil (Ponta Grossa, Guarapuava e Palmas). Para tanto utilizou-se como principal objeto de análise assembleias fitolíticas, aliados a dados isotópicos da matéria orgânica do solo e datações 14C, extraídos de testemunhos de Organossolo em altitudes que variaram de 850 a 1.280 metros. Para o reverso da Escarpa Devoniana, em Ponta Grossa, os resultados sugerem que desde 34.550 anos cal. AP até 11.000 anos cal. AP vigorou na região um clima mais frio e seco que o atual, dominado por vegetação campestre. Diferentemente, na Serra da Esperança, em Guarapuava, no período entre 13.660 e 10.000 anos AP, apesar do clima mais frio que o atual, havia umidade suficiente para que vegetação do tipo florestal predominasse. Para ambos os locais, no entanto, o intervalo entre 10-11.000 e 5-6.000 anos AP é marcado por um ambiente de maior aridez, ocupado por um mosaico floresta/campo com prevalência campestre. A partir de 6.000 anos AP inicia-se uma mudança significativa no sentido de um clima mais quente e úmido. Mas, enquanto na Escarpa Devoniana a vegetação assume configuração semelhante a atual, propícia a formação de um mosaico campo/floresta, na Serra da Esperança a vegetação tende a ser bem mais fechada, num mosaico floresta/campo. O testemunho de Palmas abrange apenas os últimos 4.920 anos cal. AP e sugere o estabelecimento de um ambiente característico de mosaico campo/floresta, gradativamente mais aberto. A partir dos últimos 1.500 anos AP, mudanças na configuração de gramíneas sugerem um ambiente mais úmido, sob condições climáticas mais próximas às atuais, uma típica paisagem de campo entremeada por agrupamentos florestais. Os dados apontam possíveis variações na intensidade de mudanças climáticas no Pleistoceno Tardio em função de diferenças no relevo planáltico e sua capacidade de interferência microclimática. / This paper presents a study on a detailed regional scale for understanding the Quaternary paleoenvironmental settings in the Paraná Highlands, Southern Brazil (Ponta Grossa, Guarapuava, and Palmas. The main object of analysis was phytolitc assemblies, combined with isotopic data of soil organic matter and carbon-14 dating, sampled from peat testimonies at altitudes that ranged from 850 to 1,280 m. For the reverse of the Escarpa Devoniana, in Ponta Grossa, the results suggest that since 34,550 yrs. cal BP up to 11,000 yrs. cal BP the region had a colder and dryer climate than the current one, dominated by grassland. In contrast, in Serra da Esperança, in Guarapuava, in the period between 13,660 yrs. cal BP up to 10,000 yrs. cal BP despite the colder climate than the current, there was enough moisture for a kind of forest predominance. For both locations, however, the interval between 10-and 56,000 yrs. 11,000 BP is marked by greater aridity, occupied by a mosaic forest/field with prevalence of grasses. From 6,000 yrs. BP, it begins a significant shift towards a warmer moister climate. Nevertheless, while in the Escarpa Devoniana vegetation takes similar configuration to the current one, favorable to a mosaic field/forest, in Serra da Esperança the vegetation tends to be much more closed, as a mosaic forest/field. The Palmas testimony only comprises the last years 4,920 yrs. cal BP and suggests the establishment of an environment of mosaic field/forest, gradually more open. From the past 1,500 yrs., changes in grassland configuration suggest a moister environment under climatic conditions closer to the present, a typical grassland landscape with forest patches. The data indicate possible variations in the intensity of climate change in the Late Pleistocene due to differences in the Highlands’ relief and its capacity of microclimatic interference.
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Microvestígios botânicos em artefatos líticos do sítio Lapa do Santo (Lagoa Santa, Minas Gerais) / Botanical microremains in lithic artifacts from the site of Lapa do Santo (LAGOA Santa, Minas Gerais)

Ortega, Daniela Dias 25 June 2019 (has links)
A região cárstica de Lagoa Santa (Minas Gerais) contém dezenas de sítios arqueológicos, cujos mais antigos datam do Holoceno Inicial (período entre 10.000 e 7000 anos A.P.), com coleções numerosas de remanescentes esqueletais humanos bem preservados. O sítio em abrigo Lapa do Santo, localizado ao norte do carste, contém mais de 30 sepultamentos humanos escavados, tendo sido identificadas práticas funerárias complexas que incluem o descarnamento, a decapitação e a remoção intencional de dentes. A matriz sedimentar que contém os vestígios é constituída de cinzas de antigas estruturas de combustão, acesas em um período de 3000 anos. Muitos artefatos líticos foram escavados no sítio, a maioria com pequenas dimensões (comprimento com cerca de 22 mm). Os líticos do sítio são lascas (raramente retocadas), núcleos e resíduos de lascamento, grande parte produzidos com cristais de quartzo hialino. Estudos tecnológicos e experimentais prévios sugerem que os líticos seriam usados para cortar e raspar materiais pequenos e macios, como plantas. Nesta pesquisa, para verificar o uso dos líticos da Lapa do Santo para o processamento de plantas, foram realizadas análises de microvestígios botânicos (fitólitos e amido) recuperados em 20 líticos do sítio. Esses artefatos foram recuperados de três unidades de escavação diferentes e do contexto de um sepultamento, seguindo um protocolo específico para evitar a contaminação durante a coleta. Amostras de sedimento do sítio também foram analisadas para verificar a possível contaminação dos microvestígios retidos nos líticos com os microvestígios presentes no sedimento. As análises revelaram fitólitos nos líticos (n = 19) e no sedimento (em todas as amostras), assim como amido na maioria dos líticos (n = 16) e em uma única amostra de sedimento. Os morfotipos de fitólitos identificados são diagnósticos dos seguintes táxons de plantas: Aristidoideae, Bambusoideae, Chloridoideae, Arecaceae (palmeiras), Poaceae (gramíneas) incluindo Panicoideae e, dentre essas, Zea mays (milho), Cyperaceae, inclusive Cyperus/Kyllinga sp; Zingiberales e Eudicotiledôneas (arbóreas). Os grãos de amido identificados apresentam semelhanças, embora nem sempre totalmente, com aqueles pertencentes aos táxons: Araceae (taioba), Arecaceae, Poaceae incluindo gramíneas selvagens e Zea mays; Ipomoea batatas (batata-doce), Capsicum sp. (pimenta e pimentão) e Dioscorea sp. (cará). Os resultados indicam que os instrumentos foram usados para processar plantas amiláceas cruas. Na quadra N23 quase todos os fitólitos que estão presentes nos líticos estão presentes também no sedimento (com exceção de Cyperaceae, presentes nos líticos, mas não no sedimento). Isso sugere uma possível contaminação dos líticos com os fitólitos do sedimento. Na quadra P11 há fitólitos de dois táxons de plantas (Aristidoideae e Zingiberales) nos líticos que não estão presentes no sedimento. Na quadra AE1 há fitólitos de quatro táxons de plantas (Bambusoideae, Chloridoideae, Cyperus/Kyllinga sp. e Zingiberales) nos líticos, que não estão presentes no sedimento ao redor. A presença exclusiva desses fitólitos nos líticos das quadras P11 e AE1, mas não no sedimento, indica que tais plantas foram, de fato, processadas com os artefatos. / The karstic region of Lagoa Santa (Minas Gerais state) contains several archaeological sites dating back to the early Holocene with an astonishing number of well-preserved human remains. The Lapa do Santo rockshelter site, in the northern part of the karst, contains more than 30 human interments in which complex funerary rituals were identified, including defleshing, decapitation and intentional teeth removal. The sedimentary matrix containing the skeletal remains is mostly made of ashes from ancient combustion structures, lit within a period of about 3000 years. Several lithic artifacts have been recovered from the site, most of them of small dimensions (length around 22 mm). Lithics are mostly flakes (rarely retouched), cores and splinters made from single crystals of hyaline quartz. Previous technological research suggests that lithic artifacts were used to cut and scrape small and soft materials, like plants. To verify whether the lithics from Lapa do Santo were indeed used to process plant resources, analyses of plant microremains (phytoliths and starch) were undertaken in 20 artifacts from the site. The artifacts were recovered from three different excavation units (1 m x 1 m) and one interment, following a specific protocol to prevent contamination during collection. Sediment samples from the site were also analyzed in order to differentiate between microremains retained in the lithics after their use or incorporated later from the surrounding sediments. The analyses revealed a larger amount of phytoliths in the lithics (19 of them) and sediment (all samples) and starch in most of the artifacts (16 of them) and in one sediment sample. The identified phytolith morphotypes are diagnostic of the following plant taxa: Aristidoideae, Bambusoideae, Chloridoideae, Arecaceae, Poaceae, including Panicoideae and among these, Zea mays (corn), Cyperaceae, including Cyperus/Kyllinga sp; Zingiberales and Eudicots. The starch grains show resemblances (even though not completely sometimes) to those belonging to: Araceae, Arecaceae, Poaceae, including wild grasses and Zea mays, Ipomoea batatas, Capsicum sp. and Dioscorea sp. The results indicate that the instruments were used to process raw (non cooked) starchy plants. Almost every phytolith from the N23 excavation unit that are present in lithics, are also present in the sediment from this unit (except the ones of Cyperaceae, present in lithic but not in the sediment), which strongly suggest contamination of the lithics with the phytoliths and starch from the sediment. From the P11 excavation unit there are phytolithis of two plant taxa (Aristidoideae and Zingiberales) in the lithics that are not present in the sediment. From the AE1 excavation unit there are phytoliths from four plant taxa (Bambusoideae, Chloridoideae, Cyperus/Kyllinga sp. and Zingiberales) in the lithics that are not present in the sediment. This suggests that the phytoliths in these artifacts may have been originated by their use and not by contamination with the sediment.
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Projeto arqueológico Alto Canoas - Paraca: um estudo da presença Jê no planalto Catarinense. / Upper Canoas Archaeological Project: A study of the Jê presence in the plateau of Santa Catarina, Brazil

Corteletti, Rafael 05 March 2013 (has links)
Nesta tese vou apresentar novos dados sobre padrões de ocupação dos Jê Meridionais e minhas interpretações sobre a história deste povo, com base em meu estudo de caso, do Alto Rio Canoas, região de Urubici, em Santa Catarina, Brasil. No planalto, os camposde altitude e a mata de araucária dominam a paisagem. Nas serrarias de Urubici, as nascentes de vários arroios e rios começam em zonas húmidas, com solos rasos e pedregosos, na área dos campos, a cerca de 1800m de altitude. Estas águas correm através de vales incisos florestados pela mata de araucária criando cachoeiras e corredeiras, que acabam por se transformar no meândrico Rio Canoas, que flui no meio de um vale largo e plano, em torno de 1000m acima do nível do mar. A montanhosa região de Urubici foi intensamente pesquisada na década de 60, mas depois disso, a pesquisa ficou estagnada. Os principais pontos deste projeto foram: Primeiro, foram revisadas e atualizadas as pesquisas anteriores, revisitando a maioria dos sítios arqueológicos mapeados na década de 60, atribuindo-lhes coordenadas geográficas, fotos e mapas, e descrições ambientais recentes. Segundo, além da visita aos sítios mapeados previamente, foi realizado um mapeamento oportunista de novos sítios, baseado em entrevistas com membros da comunidade local, o que gerou um novo mapa arqueológico da região. Terceiro, com base nessas informações e nas novas escavações em sítios específicos, iniciou-se a reflexão sobre as paisagens Jê do Sul, com o objetivo de compreender a história de longo prazo e o sistema de assentamento da tradição arqueológica Taquara-Itararé. Quarto, a partir das análises de grãos de amido de fitólitos, a partir de restos carbonizados de alimento aderidos a parede da cerâmica coletada na escavação do sítio Bonin, foram obtidos novos dados, importantíssimos para pensar novas formas de interpretação na arqueologia da tradição Taquara-Itararé. Tais análises trouxeram evidências de produção de alimentos como Zea mays, Cucurbitasp., Manihotsp., e o consumo alimentar de Phaseolussp. e Dioscoreasp. entre outros, o que, sem dúvida, é uma chave para pensar em outro tipo de organização social, mobilidade e economia para os povos proto-Jê Meridional. Em quinto lugar, no sentido de pensar uma \"estratigrafia paisagem do Jê Meridional\" um banco de dados SIG foi utilizado como uma ferramenta para criar modelos virtuais de, por exemplo, a análise visibilidade acumulada entre sítios e análise de rotas de menor custo. / In this thesis I will present new data on Southern Jêsettlement patterns, and my interpretations regarding the history of these people, based on my case study, from the Upper Canoas River, Urubici region, in Santa Catarina state, Brazil. On the highland plateau, the High Altitude Grasslands (or Campos) and the Paraná Pine Forest dominate the landscape. In the Urubici hills, various headwaters begin in wetland areas, with shallow and rocky soils, on Campos, around 1800m altitude. These waters flow through incised valleys forested by Paraná Pine and create waterfalls and rapids, which eventually turn into the meandering Canoas River that flows in the middle of a wide and flat valley, around 1000m above sea level. The mountainous Urubici region was intensively researched in the 60\'s, but after that, research wasstagnated. The main points of this project were: First, I reviewed and updated previous research, which involved relocating the sites mapped in the 60\'s, assigning them geographical coordinates, photos and maps, and improving environmental descriptions. Second, I carried out an inspection of previously recorded sites and carried out opportunistic survey, based on interviews with members of the local community, looking for new sites, and making a new archaeological map of the region. Third, based on this information and my new excavations at targeted sites, I aimed to think about the Southern Jê landscapes, with a view to understanding the long-term history and the settlement pattern of the Taquara-Itararé archaeological tradition. Fourth, starch grain and phytoliths analysis from charred food remains founded in pottery, collected at Bonin site excavation, achieved important new data for new interpretive ways on Taquara-Itararé archaeology, bringing to us food production evidences of Zea mays, Cucurbitasp., Manihotsp., and food consumption of Phaseolussp.,Dioscoreasp. and others, what is a key to think another kind of social organization, mobility and economy for southern proto-Jê people. Fifth, in a way to think the \"southern Jê landscape stratigraphy\" aGIS database were used like a tool to create virtual models of, for example, cumulative viewshed analysis and least coast pathway analysis.
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Coleção de referência de silicofitólitos da flora do Sudoeste do Paraná: subsídios para estudos paleoambientais / Collection of reference of silicophytoliths the flora of the Southwest Paraná: subsidies for studies paleoenvironmental

Raitz, Edenilson 28 March 2012 (has links)
Made available in DSpace on 2017-07-10T17:31:20Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Edenilson_Raitz_parte1.pdf: 6176309 bytes, checksum: 0b9b9558d2a9e917ab11d7d142d99d3e (MD5) Previous issue date: 2012-03-28 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Phytoliths bodies are of amorphous silica (SiO2.nH20) produced during the vegetative cycle and plant death after the production can be incorporated into the soil/sediment, and may remain there for extended periods of time. For an analysis consistent fitolítica is necessary to compare the sets of phytoliths found in soil and the collections of references phytoliths extracted from existing plants. The problem is there is no reference collection available for the Southwest region of Paraná and in Brazil, so there is no possibility of comparisons difficult paleoenvironmental reconstructions through this proxy. In order to minimize the lack of information on the production of phytoliths by vegetation of Brazil was made a reference collection of phytoliths from phytophysionomies Mixed Ombrophylous Forest and grassland, both located in the Southwest of Paraná State. This collection consists of 30 families, 57 genera and 75 species. In the floristic survey of FOM Lauraceae, Myrtaceae, Poaceae, and Fabaceae Pteridaceae families have greater representation of species. The vegetation of the grassland had a high representation of Poaceae, Asterceae, Cyperaceae, and Lauraceae. It was found that the production of Late Gray (fraction that contains the phytoliths) decrease of herbaceous to woody phytophysionomies in both. Only two (Araucaria angustifolia and Rapanea gardneriana) of 71 species analyzed did not produce identifiable phytoliths in the leaves. The production of phytoliths in different strata varied in similar proportions in the FOM and the field, especially in stratum A, because the presence of grass species that contributed to high amount of morphotypes short-cells (bilobate, cross and saddle, rondel and conical) in two forest types. While the layers B, C, D and redundancy Epiphytes presented to each other for producing morphotypes blocky, tabular, globular, cylindric and irregular cells by species. The production of phytoliths in the FOM morphological differ in quantity significantly from conjuto produced by species of the grassland, since grasses produce more biomineralizations than eudicotyledonous. The analysis fitolítica the first 40 cm of soil under the FOM revealed a change in vegetation type, evolving from a opened vegetation to more closed forest (current). It was possible to deduce that this change has occurred as a result of past human action. Similar trend was found in the soil analysis of the grassland, that is, moved from grassland to grassland clean of this dirty again to grassland clean, change occurred due to the abandonment of the field and return of site anthropogenic activities. The degradation of two morphotypes differed in physiognomy. The morphotypes found in soil under the FOM showed the lowest degradation compared to the grassland. The set of two soils revealed significant patterns that differentiate the two forest types, showing that different vegetation units can be discriminated by the signatures phytolitic produced by them. These results reinforce the utility of using phytoliths as significant indicators to distinguish vegetation units dominated by field and/or forest, even in a short period of time, thus demonstrating the potential of phytoliths analysis for paleoecological reconstruction in southern Brazil. / Fitólitos são corpos de sílica amorfa (SiO2.nH20), produzidos ao longo do ciclo vegetativo das plantas e após a morte das produtoras podem ser incorporados ao solo/sedimentos, podendo permanecer ali por longos períodos de tempo. Para uma análise fitolítica consistente é necessária a comparação entre os conjuntos de fitólitos encontrados no solo e as coleções de referências de fitólitos extraídos de plantas atuais. O problema consiste em não haver coleção de referência disponível para a região Sudoeste do Paraná e do Brasil, logo, não existem possibilidades de comparações, dificultando a reconstrução paleoambiental por meio deste proxy. Visando minimizar a carência de informações sobre a produção de fitólitos pela vegetação do Brasil foi elaborada uma coleção de referência de fitólitos da fitofisionomias Floresta Ombrófila Mista e do Campo, ambas localizadas no Sudoeste do Estado do Paraná. Esta coleção é composta por 30 famílias, 57 gêneros e 75 espécies. No levantamento florístico da FOM as famílias Lauraceae, Myrtaceae, Poaceae, Pteridaceae e Fabaceae apresentam maior representatividade de espécies. A vegetação do Campo apresentou elevada representatividade de espécies de Poaceae, Asterceae, Cyperaceae e Lauraceae. Constatou-se que a produção de Cinza Final (fração que contém os fitólitos) diminuem do estratos herbáceo para o arbóreo nas duas fitofisionomias. Somente duas (Araucaria angustifolia e Rapanea gardneriana) das 71 espécies analisadas não produziram fitólitos identificáveis nas folhas. A produção de fitólitos nos diferentes estratos variou em proporções similares na FOM e no Campo, principalmente no estrato A, devido presença de espécies de gramíneas que contribuiram com elevada quantidade de morfotipos short-cells (bilobate, cross e saddle, rondel e conical) nas duas fitofisionomias. Enquanto que os estratos B, C, D e Epífitas apresentaram redundância entre si pela produção de morfotipos blocky, tabular, globular, cylindric, irregular cells pelas espécies. A produção morfológica de fitólitos na FOM diferiu em quantidade, significativamente em relação ao conjuto produzido pelas espécies do Campo, pois as gramíneas produzem mais biomineralizações do que as eudicotiledôneas. A análise fitolítica dos primeiros 40 cm de solo sob a FOM revelou mudança no tipo de vegetação, evoluindo de uma vegetação mais aberta para floresta mais fechada (atual). Foi possível elocubrar que esta mudança tenha ocorrido em decorrência da ação antrópica passada. Tendência similar foi encontrada na análise do solo do Campo, isto é, passou de Campo limpo para Campo sujo e deste, novamente para Campo limpo, mudança ocorrida devido ao abandono da área e retorno das atividades antrópicas locais. A degradação dos morfotipos diferenciou nas duas fitofisionomia. Os morfotipos encontrados no solo sob a FOM apresentaram menor índice de degradação se comparado ao do Campo. O conjunto dos dois solos revelaram padrões significativos que diferenciam as duas fitofisionomias, mostrando que diferentes unidades de vegetação podem ser discriminadas pelas assinaturas fitolíticas por elas produzidas. Estes resultados reforçam a utilidade de usar fitólitos como indicadores significativos para diferenciar unidades de vegetação dominada por Campo e/ou Floresta, mesmo em curto período de tempo, demonstrando assim, o potencial da análise de fitólitos para a reconstrução paleoecológica na região Sul do Brasil.
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Coleção de referência de silicofitólitos da flora do Sudoeste do Paraná: subsídios para estudos paleoambientais / Collection of reference of silicophytoliths the flora of the Southwest Paraná: subsidies for studies paleoenvironmental

Raitz, Edenilson 28 March 2012 (has links)
Made available in DSpace on 2017-05-12T14:42:50Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Edenilson_Raitz_parte1.pdf: 6176309 bytes, checksum: 0b9b9558d2a9e917ab11d7d142d99d3e (MD5) Previous issue date: 2012-03-28 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Phytoliths bodies are of amorphous silica (SiO2.nH20) produced during the vegetative cycle and plant death after the production can be incorporated into the soil/sediment, and may remain there for extended periods of time. For an analysis consistent fitolítica is necessary to compare the sets of phytoliths found in soil and the collections of references phytoliths extracted from existing plants. The problem is there is no reference collection available for the Southwest region of Paraná and in Brazil, so there is no possibility of comparisons difficult paleoenvironmental reconstructions through this proxy. In order to minimize the lack of information on the production of phytoliths by vegetation of Brazil was made a reference collection of phytoliths from phytophysionomies Mixed Ombrophylous Forest and grassland, both located in the Southwest of Paraná State. This collection consists of 30 families, 57 genera and 75 species. In the floristic survey of FOM Lauraceae, Myrtaceae, Poaceae, and Fabaceae Pteridaceae families have greater representation of species. The vegetation of the grassland had a high representation of Poaceae, Asterceae, Cyperaceae, and Lauraceae. It was found that the production of Late Gray (fraction that contains the phytoliths) decrease of herbaceous to woody phytophysionomies in both. Only two (Araucaria angustifolia and Rapanea gardneriana) of 71 species analyzed did not produce identifiable phytoliths in the leaves. The production of phytoliths in different strata varied in similar proportions in the FOM and the field, especially in stratum A, because the presence of grass species that contributed to high amount of morphotypes short-cells (bilobate, cross and saddle, rondel and conical) in two forest types. While the layers B, C, D and redundancy Epiphytes presented to each other for producing morphotypes blocky, tabular, globular, cylindric and irregular cells by species. The production of phytoliths in the FOM morphological differ in quantity significantly from conjuto produced by species of the grassland, since grasses produce more biomineralizations than eudicotyledonous. The analysis fitolítica the first 40 cm of soil under the FOM revealed a change in vegetation type, evolving from a opened vegetation to more closed forest (current). It was possible to deduce that this change has occurred as a result of past human action. Similar trend was found in the soil analysis of the grassland, that is, moved from grassland to grassland clean of this dirty again to grassland clean, change occurred due to the abandonment of the field and return of site anthropogenic activities. The degradation of two morphotypes differed in physiognomy. The morphotypes found in soil under the FOM showed the lowest degradation compared to the grassland. The set of two soils revealed significant patterns that differentiate the two forest types, showing that different vegetation units can be discriminated by the signatures phytolitic produced by them. These results reinforce the utility of using phytoliths as significant indicators to distinguish vegetation units dominated by field and/or forest, even in a short period of time, thus demonstrating the potential of phytoliths analysis for paleoecological reconstruction in southern Brazil. / Fitólitos são corpos de sílica amorfa (SiO2.nH20), produzidos ao longo do ciclo vegetativo das plantas e após a morte das produtoras podem ser incorporados ao solo/sedimentos, podendo permanecer ali por longos períodos de tempo. Para uma análise fitolítica consistente é necessária a comparação entre os conjuntos de fitólitos encontrados no solo e as coleções de referências de fitólitos extraídos de plantas atuais. O problema consiste em não haver coleção de referência disponível para a região Sudoeste do Paraná e do Brasil, logo, não existem possibilidades de comparações, dificultando a reconstrução paleoambiental por meio deste proxy. Visando minimizar a carência de informações sobre a produção de fitólitos pela vegetação do Brasil foi elaborada uma coleção de referência de fitólitos da fitofisionomias Floresta Ombrófila Mista e do Campo, ambas localizadas no Sudoeste do Estado do Paraná. Esta coleção é composta por 30 famílias, 57 gêneros e 75 espécies. No levantamento florístico da FOM as famílias Lauraceae, Myrtaceae, Poaceae, Pteridaceae e Fabaceae apresentam maior representatividade de espécies. A vegetação do Campo apresentou elevada representatividade de espécies de Poaceae, Asterceae, Cyperaceae e Lauraceae. Constatou-se que a produção de Cinza Final (fração que contém os fitólitos) diminuem do estratos herbáceo para o arbóreo nas duas fitofisionomias. Somente duas (Araucaria angustifolia e Rapanea gardneriana) das 71 espécies analisadas não produziram fitólitos identificáveis nas folhas. A produção de fitólitos nos diferentes estratos variou em proporções similares na FOM e no Campo, principalmente no estrato A, devido presença de espécies de gramíneas que contribuiram com elevada quantidade de morfotipos short-cells (bilobate, cross e saddle, rondel e conical) nas duas fitofisionomias. Enquanto que os estratos B, C, D e Epífitas apresentaram redundância entre si pela produção de morfotipos blocky, tabular, globular, cylindric, irregular cells pelas espécies. A produção morfológica de fitólitos na FOM diferiu em quantidade, significativamente em relação ao conjuto produzido pelas espécies do Campo, pois as gramíneas produzem mais biomineralizações do que as eudicotiledôneas. A análise fitolítica dos primeiros 40 cm de solo sob a FOM revelou mudança no tipo de vegetação, evoluindo de uma vegetação mais aberta para floresta mais fechada (atual). Foi possível elocubrar que esta mudança tenha ocorrido em decorrência da ação antrópica passada. Tendência similar foi encontrada na análise do solo do Campo, isto é, passou de Campo limpo para Campo sujo e deste, novamente para Campo limpo, mudança ocorrida devido ao abandono da área e retorno das atividades antrópicas locais. A degradação dos morfotipos diferenciou nas duas fitofisionomia. Os morfotipos encontrados no solo sob a FOM apresentaram menor índice de degradação se comparado ao do Campo. O conjunto dos dois solos revelaram padrões significativos que diferenciam as duas fitofisionomias, mostrando que diferentes unidades de vegetação podem ser discriminadas pelas assinaturas fitolíticas por elas produzidas. Estes resultados reforçam a utilidade de usar fitólitos como indicadores significativos para diferenciar unidades de vegetação dominada por Campo e/ou Floresta, mesmo em curto período de tempo, demonstrando assim, o potencial da análise de fitólitos para a reconstrução paleoecológica na região Sul do Brasil.
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Projeto arqueológico Alto Canoas - Paraca: um estudo da presença Jê no planalto Catarinense. / Upper Canoas Archaeological Project: A study of the Jê presence in the plateau of Santa Catarina, Brazil

Rafael Corteletti 05 March 2013 (has links)
Nesta tese vou apresentar novos dados sobre padrões de ocupação dos Jê Meridionais e minhas interpretações sobre a história deste povo, com base em meu estudo de caso, do Alto Rio Canoas, região de Urubici, em Santa Catarina, Brasil. No planalto, os camposde altitude e a mata de araucária dominam a paisagem. Nas serrarias de Urubici, as nascentes de vários arroios e rios começam em zonas húmidas, com solos rasos e pedregosos, na área dos campos, a cerca de 1800m de altitude. Estas águas correm através de vales incisos florestados pela mata de araucária criando cachoeiras e corredeiras, que acabam por se transformar no meândrico Rio Canoas, que flui no meio de um vale largo e plano, em torno de 1000m acima do nível do mar. A montanhosa região de Urubici foi intensamente pesquisada na década de 60, mas depois disso, a pesquisa ficou estagnada. Os principais pontos deste projeto foram: Primeiro, foram revisadas e atualizadas as pesquisas anteriores, revisitando a maioria dos sítios arqueológicos mapeados na década de 60, atribuindo-lhes coordenadas geográficas, fotos e mapas, e descrições ambientais recentes. Segundo, além da visita aos sítios mapeados previamente, foi realizado um mapeamento oportunista de novos sítios, baseado em entrevistas com membros da comunidade local, o que gerou um novo mapa arqueológico da região. Terceiro, com base nessas informações e nas novas escavações em sítios específicos, iniciou-se a reflexão sobre as paisagens Jê do Sul, com o objetivo de compreender a história de longo prazo e o sistema de assentamento da tradição arqueológica Taquara-Itararé. Quarto, a partir das análises de grãos de amido de fitólitos, a partir de restos carbonizados de alimento aderidos a parede da cerâmica coletada na escavação do sítio Bonin, foram obtidos novos dados, importantíssimos para pensar novas formas de interpretação na arqueologia da tradição Taquara-Itararé. Tais análises trouxeram evidências de produção de alimentos como Zea mays, Cucurbitasp., Manihotsp., e o consumo alimentar de Phaseolussp. e Dioscoreasp. entre outros, o que, sem dúvida, é uma chave para pensar em outro tipo de organização social, mobilidade e economia para os povos proto-Jê Meridional. Em quinto lugar, no sentido de pensar uma \"estratigrafia paisagem do Jê Meridional\" um banco de dados SIG foi utilizado como uma ferramenta para criar modelos virtuais de, por exemplo, a análise visibilidade acumulada entre sítios e análise de rotas de menor custo. / In this thesis I will present new data on Southern Jêsettlement patterns, and my interpretations regarding the history of these people, based on my case study, from the Upper Canoas River, Urubici region, in Santa Catarina state, Brazil. On the highland plateau, the High Altitude Grasslands (or Campos) and the Paraná Pine Forest dominate the landscape. In the Urubici hills, various headwaters begin in wetland areas, with shallow and rocky soils, on Campos, around 1800m altitude. These waters flow through incised valleys forested by Paraná Pine and create waterfalls and rapids, which eventually turn into the meandering Canoas River that flows in the middle of a wide and flat valley, around 1000m above sea level. The mountainous Urubici region was intensively researched in the 60\'s, but after that, research wasstagnated. The main points of this project were: First, I reviewed and updated previous research, which involved relocating the sites mapped in the 60\'s, assigning them geographical coordinates, photos and maps, and improving environmental descriptions. Second, I carried out an inspection of previously recorded sites and carried out opportunistic survey, based on interviews with members of the local community, looking for new sites, and making a new archaeological map of the region. Third, based on this information and my new excavations at targeted sites, I aimed to think about the Southern Jê landscapes, with a view to understanding the long-term history and the settlement pattern of the Taquara-Itararé archaeological tradition. Fourth, starch grain and phytoliths analysis from charred food remains founded in pottery, collected at Bonin site excavation, achieved important new data for new interpretive ways on Taquara-Itararé archaeology, bringing to us food production evidences of Zea mays, Cucurbitasp., Manihotsp., and food consumption of Phaseolussp.,Dioscoreasp. and others, what is a key to think another kind of social organization, mobility and economy for southern proto-Jê people. Fifth, in a way to think the \"southern Jê landscape stratigraphy\" aGIS database were used like a tool to create virtual models of, for example, cumulative viewshed analysis and least coast pathway analysis.

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