CoordenaÃÃo de AperfeÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / O presente trabalho teve como objetivo principal procurar entender como acontece a EducaÃÃo DialÃgica Freireana (EDF) em cursos de licenciatura da Universidade Federal do Cearà (UFC). A justificativa da temÃtica se dà pelo nosso entendimento de que a dialogicidade freireana deve estar presente nos cursos de formaÃÃo de professores/as, jà que a proposta educativa de Paulo Freire (2005, 1996, 1992) se apresenta como um caminho possÃvel e fecundo para a superaÃÃo da situaÃÃo opressora e desumanizante na qual se encontra a sociedade e que se reflete na âescolaâ. A motivaÃÃo tambÃm se apresentou pela compreensÃo da necessidade da vivÃncia da dialogicidade freireana na formaÃÃo inicial de educadores/as, que contemple aspectos importantes, como o diÃlogo baseado na alteridade, a humildade, a esperanÃa, o amor, o pensar crÃtico (FREIRE, 2005). Os objetivos especÃficos foram: analisar os programas pedagÃgicos dos cursos de licenciatura da UFC, buscando identificar referÃncias à EDF; conhecer o que os/as estudantes destes cursos consideram da EDF e se a identificam em sua experiÃncia de formaÃÃo; conhecer, sob a leitura de professores(as) indicados(as) como dialÃgicos(as), os limites e potencialidades da proposta freireana, bem como os fatores que contribuÃram e motivaram a construÃÃo de sua prÃxis docente dialÃgica. Desenvolvemos uma pesquisa qualitativa (BIKLEN e BOGDAN, 1994; MINAYO, 1994; LÃDKE e ANDRÃ, 1986), do tipo estudo de caso Ãnico (YIN, 2001). Foram utilizados anÃlise documental, questionÃrios abertos e entrevistas semiestruturadas como instrumentos de coleta de informaÃÃes. Os interlocutores da pesquisa de campo foram professores(as) dos cursos de Licenciatura da UFC. Para a anÃlise das informaÃÃes, foram aproveitadas as propostas de Bardin (1977), Moraes (1999; 2003) e LÃdke e Andrà (1986). Em relaÃÃo aos documentos analisados, encontramos pouca relaÃÃo com a proposta da EDF. Os resultados apontam para a existÃncia da EDF nas licenciaturas da UFC, entretanto, esta acontece, em maior parte, de forma intuitiva. AlÃm disso, boa parte dos(as) professores(as) entrevistados(as) afirmou conhecer, de algum modo, a proposta pedagÃgica de Paulo Freire, mas nÃo a reconhece como um referencial direto para sua prÃxis.