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Fazendo a memória performar : uma reflexão sobre a fotografia em variações em azul

Sousa, Ruth Moreira de January 2008 (has links)
O texto se propõe a uma reflexão acerca do pensamento conceitual sobre a fotografia na obra artística aqui apresentada, intitulada Variações em Azul. Tal pensamento defende a fotografia não como registro de acontecimentos passados, “isto foi” (Roland Barthes), mas como um mecanismo capaz de fazer a memória performar as diversas possibilidades de “isto poderia ter sido” ou de “impossível ter sido”. Esta obra apresenta a fotografia como um processo contínuo de reconstrução, de fazer o novo, de ressignificar as imagens caducas, de tornar-se novamente ação. Para a concepção aqui apresentada, a fotografia não tem por função lembrar o que foi, mas produzir um novo acontecimento. Desta forma, fazendo a memória performar continuamente, a fotografia nesta poietika produz acontecimentos impossíveis: que só têm existência pela fotografia e na fotografia. Traçando relações entre a música, o cinema e a fotografia, o texto constrói os argumentos que embasam esta idéia conceitual, quais sejam: “original” não é uma matriz que reproduz unidades idênticas, mas “origem” acrescida de “novidade”, tal como propõe Walter Benjamin para a “imagem dialética”. A fotografia não aponta para o passado, mas para um “presente do futuro”, tal como coloca Ernst Bloch acerca da imagem de esperança. A fotografia é capaz de abarcar mais que um único instante, o “instante decisivo” (Cartier Bresson), ela tende para uma simultaneidade. Ela é capaz de propor um movimento, sendo este entendido não como o deslocamento de um ponto a outro (A-B), mas como uma mudança de estado, a ressignificação do mesmo (A-A’). / The text proposes a reflection about the photography’s conceptual thought on the artwork presented, Variations in blue. That thought defends the photography not as an record of moments that has already passed, “that happened” (Roland Barthes), but as an mechanism to make the memory perform the several possibilities of “that could have happened” or “ that is impossible to have happened”. The artwork presents the photography as a continuous process of reconstruction, of renewing, of caducous image’s ressignification, of becoming action again. To that conception here presented, the photography doesn’t have the function to remember what it was, but to make up a new happening. This way, the photography produces impossible happenings: they have existence only throughout photography and inside the photography. Delineating relations between the music, the cinema and the photography, the text constructs the arguments that support this conceptual idea, which are: The “original” is not the matrix that reproduces identical unities, but “origin” plus “newness”, as proposed by Walter Benjamin for the “dialetic image”. The photography does not indicate the past, but the “present future”, as stated by Ernst Block about the image of hope. The photography is capable to enclose not one single moment, but the simultaneity. It is capable of proposing movement, understood not as a displacement from one point to another (AB), but as a state change, the ressignification of the same (A-A’).
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Fazendo a memória performar : uma reflexão sobre a fotografia em variações em azul

Sousa, Ruth Moreira de January 2008 (has links)
O texto se propõe a uma reflexão acerca do pensamento conceitual sobre a fotografia na obra artística aqui apresentada, intitulada Variações em Azul. Tal pensamento defende a fotografia não como registro de acontecimentos passados, “isto foi” (Roland Barthes), mas como um mecanismo capaz de fazer a memória performar as diversas possibilidades de “isto poderia ter sido” ou de “impossível ter sido”. Esta obra apresenta a fotografia como um processo contínuo de reconstrução, de fazer o novo, de ressignificar as imagens caducas, de tornar-se novamente ação. Para a concepção aqui apresentada, a fotografia não tem por função lembrar o que foi, mas produzir um novo acontecimento. Desta forma, fazendo a memória performar continuamente, a fotografia nesta poietika produz acontecimentos impossíveis: que só têm existência pela fotografia e na fotografia. Traçando relações entre a música, o cinema e a fotografia, o texto constrói os argumentos que embasam esta idéia conceitual, quais sejam: “original” não é uma matriz que reproduz unidades idênticas, mas “origem” acrescida de “novidade”, tal como propõe Walter Benjamin para a “imagem dialética”. A fotografia não aponta para o passado, mas para um “presente do futuro”, tal como coloca Ernst Bloch acerca da imagem de esperança. A fotografia é capaz de abarcar mais que um único instante, o “instante decisivo” (Cartier Bresson), ela tende para uma simultaneidade. Ela é capaz de propor um movimento, sendo este entendido não como o deslocamento de um ponto a outro (A-B), mas como uma mudança de estado, a ressignificação do mesmo (A-A’). / The text proposes a reflection about the photography’s conceptual thought on the artwork presented, Variations in blue. That thought defends the photography not as an record of moments that has already passed, “that happened” (Roland Barthes), but as an mechanism to make the memory perform the several possibilities of “that could have happened” or “ that is impossible to have happened”. The artwork presents the photography as a continuous process of reconstruction, of renewing, of caducous image’s ressignification, of becoming action again. To that conception here presented, the photography doesn’t have the function to remember what it was, but to make up a new happening. This way, the photography produces impossible happenings: they have existence only throughout photography and inside the photography. Delineating relations between the music, the cinema and the photography, the text constructs the arguments that support this conceptual idea, which are: The “original” is not the matrix that reproduces identical unities, but “origin” plus “newness”, as proposed by Walter Benjamin for the “dialetic image”. The photography does not indicate the past, but the “present future”, as stated by Ernst Block about the image of hope. The photography is capable to enclose not one single moment, but the simultaneity. It is capable of proposing movement, understood not as a displacement from one point to another (AB), but as a state change, the ressignification of the same (A-A’).
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Fazendo a memória performar : uma reflexão sobre a fotografia em variações em azul

Sousa, Ruth Moreira de January 2008 (has links)
O texto se propõe a uma reflexão acerca do pensamento conceitual sobre a fotografia na obra artística aqui apresentada, intitulada Variações em Azul. Tal pensamento defende a fotografia não como registro de acontecimentos passados, “isto foi” (Roland Barthes), mas como um mecanismo capaz de fazer a memória performar as diversas possibilidades de “isto poderia ter sido” ou de “impossível ter sido”. Esta obra apresenta a fotografia como um processo contínuo de reconstrução, de fazer o novo, de ressignificar as imagens caducas, de tornar-se novamente ação. Para a concepção aqui apresentada, a fotografia não tem por função lembrar o que foi, mas produzir um novo acontecimento. Desta forma, fazendo a memória performar continuamente, a fotografia nesta poietika produz acontecimentos impossíveis: que só têm existência pela fotografia e na fotografia. Traçando relações entre a música, o cinema e a fotografia, o texto constrói os argumentos que embasam esta idéia conceitual, quais sejam: “original” não é uma matriz que reproduz unidades idênticas, mas “origem” acrescida de “novidade”, tal como propõe Walter Benjamin para a “imagem dialética”. A fotografia não aponta para o passado, mas para um “presente do futuro”, tal como coloca Ernst Bloch acerca da imagem de esperança. A fotografia é capaz de abarcar mais que um único instante, o “instante decisivo” (Cartier Bresson), ela tende para uma simultaneidade. Ela é capaz de propor um movimento, sendo este entendido não como o deslocamento de um ponto a outro (A-B), mas como uma mudança de estado, a ressignificação do mesmo (A-A’). / The text proposes a reflection about the photography’s conceptual thought on the artwork presented, Variations in blue. That thought defends the photography not as an record of moments that has already passed, “that happened” (Roland Barthes), but as an mechanism to make the memory perform the several possibilities of “that could have happened” or “ that is impossible to have happened”. The artwork presents the photography as a continuous process of reconstruction, of renewing, of caducous image’s ressignification, of becoming action again. To that conception here presented, the photography doesn’t have the function to remember what it was, but to make up a new happening. This way, the photography produces impossible happenings: they have existence only throughout photography and inside the photography. Delineating relations between the music, the cinema and the photography, the text constructs the arguments that support this conceptual idea, which are: The “original” is not the matrix that reproduces identical unities, but “origin” plus “newness”, as proposed by Walter Benjamin for the “dialetic image”. The photography does not indicate the past, but the “present future”, as stated by Ernst Block about the image of hope. The photography is capable to enclose not one single moment, but the simultaneity. It is capable of proposing movement, understood not as a displacement from one point to another (AB), but as a state change, the ressignification of the same (A-A’).
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Imagens (re)veladas : o apagamento da fotografia como expansão do campo do laboratório

Freitas, Mariana Machado de January 2008 (has links)
A presente pesquisa procura um deslocamento dos limites da arte para situações da vida, através da redescoberta do olhar sobre determinadas imagens fotográficas e o fenômeno do apagamento, contrariando assim o excesso de exposição que caracteriza a fotografia desde suas origens. A proposta plástica explora as dimensões estéticas de situações banais e características como o esquecimento, o apagamento e o esconderijo, surpreendendo o olhar do observador com objetos onde este não espera encontrá-los, expandindo o campo do laboratório e trazendo o questionamento dos processos da fotografia para o cotidiano. Os objetos constituem-se de pequenas embalagens contendo em seu interior fotografias com sais de prata ainda em processo de oxidação, resultando numa imagem instável que, ao ser exposta à luz, sofre um apagamento. Dessa forma, cada vez que a fotografia é retirada da embalagem, há uma perda progressiva da informação visual. As embalagens são escondidas – intencionalmente esquecidas - em livros de bibliotecas de acesso público, onde podem ser encontradas por pessoas desavisadas: observadores acidentais. A escolha dos livros baseia-se no conteúdo dos mesmos, que possuem relação com os temas explorados neste trabalho. O apagamento da imagem e seu modo de circulação questionam o lugar da imagem fotográfica e propõe uma extensão da experiência do laboratório para outros contextos de recepção. / This search explores the limits of art to life situations, through the rediscovery of view on certain photographic images and the erasure phenomenon, being contrary to the over-exposure that characterizes the photo from its origins. The plastic proposal explores the aesthetic dimensions of banal situations and characteristics such as forgetfulness, erasing and hiding surprising the observer eye with artistic object where it does not expect to find them, expanding the field of the laboratory and bringing the questioning of photo procedures for the daily life. The objects are small packages with inside photos with salts of silver still in process of oxidation, resulting an unstable image that suffers deletion when exposed to light. Thus, each time the photo comes from packaging, there is a progressive loss of sharpness. The packages are hidden - intentionally forgotten - in books from public access libraries, which can be found by people who don’t expect them: accidental observers. The choice of books is based on their content, that has relation with the themes explored in this search. The erasure of the image and its method of presentation questioning the place of the photographic image and proposes an extension of the laboratory experience to other contexts of receipt.
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Imagens (re)veladas : o apagamento da fotografia como expansão do campo do laboratório

Freitas, Mariana Machado de January 2008 (has links)
A presente pesquisa procura um deslocamento dos limites da arte para situações da vida, através da redescoberta do olhar sobre determinadas imagens fotográficas e o fenômeno do apagamento, contrariando assim o excesso de exposição que caracteriza a fotografia desde suas origens. A proposta plástica explora as dimensões estéticas de situações banais e características como o esquecimento, o apagamento e o esconderijo, surpreendendo o olhar do observador com objetos onde este não espera encontrá-los, expandindo o campo do laboratório e trazendo o questionamento dos processos da fotografia para o cotidiano. Os objetos constituem-se de pequenas embalagens contendo em seu interior fotografias com sais de prata ainda em processo de oxidação, resultando numa imagem instável que, ao ser exposta à luz, sofre um apagamento. Dessa forma, cada vez que a fotografia é retirada da embalagem, há uma perda progressiva da informação visual. As embalagens são escondidas – intencionalmente esquecidas - em livros de bibliotecas de acesso público, onde podem ser encontradas por pessoas desavisadas: observadores acidentais. A escolha dos livros baseia-se no conteúdo dos mesmos, que possuem relação com os temas explorados neste trabalho. O apagamento da imagem e seu modo de circulação questionam o lugar da imagem fotográfica e propõe uma extensão da experiência do laboratório para outros contextos de recepção. / This search explores the limits of art to life situations, through the rediscovery of view on certain photographic images and the erasure phenomenon, being contrary to the over-exposure that characterizes the photo from its origins. The plastic proposal explores the aesthetic dimensions of banal situations and characteristics such as forgetfulness, erasing and hiding surprising the observer eye with artistic object where it does not expect to find them, expanding the field of the laboratory and bringing the questioning of photo procedures for the daily life. The objects are small packages with inside photos with salts of silver still in process of oxidation, resulting an unstable image that suffers deletion when exposed to light. Thus, each time the photo comes from packaging, there is a progressive loss of sharpness. The packages are hidden - intentionally forgotten - in books from public access libraries, which can be found by people who don’t expect them: accidental observers. The choice of books is based on their content, that has relation with the themes explored in this search. The erasure of the image and its method of presentation questioning the place of the photographic image and proposes an extension of the laboratory experience to other contexts of receipt.
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Imagens (re)veladas : o apagamento da fotografia como expansão do campo do laboratório

Freitas, Mariana Machado de January 2008 (has links)
A presente pesquisa procura um deslocamento dos limites da arte para situações da vida, através da redescoberta do olhar sobre determinadas imagens fotográficas e o fenômeno do apagamento, contrariando assim o excesso de exposição que caracteriza a fotografia desde suas origens. A proposta plástica explora as dimensões estéticas de situações banais e características como o esquecimento, o apagamento e o esconderijo, surpreendendo o olhar do observador com objetos onde este não espera encontrá-los, expandindo o campo do laboratório e trazendo o questionamento dos processos da fotografia para o cotidiano. Os objetos constituem-se de pequenas embalagens contendo em seu interior fotografias com sais de prata ainda em processo de oxidação, resultando numa imagem instável que, ao ser exposta à luz, sofre um apagamento. Dessa forma, cada vez que a fotografia é retirada da embalagem, há uma perda progressiva da informação visual. As embalagens são escondidas – intencionalmente esquecidas - em livros de bibliotecas de acesso público, onde podem ser encontradas por pessoas desavisadas: observadores acidentais. A escolha dos livros baseia-se no conteúdo dos mesmos, que possuem relação com os temas explorados neste trabalho. O apagamento da imagem e seu modo de circulação questionam o lugar da imagem fotográfica e propõe uma extensão da experiência do laboratório para outros contextos de recepção. / This search explores the limits of art to life situations, through the rediscovery of view on certain photographic images and the erasure phenomenon, being contrary to the over-exposure that characterizes the photo from its origins. The plastic proposal explores the aesthetic dimensions of banal situations and characteristics such as forgetfulness, erasing and hiding surprising the observer eye with artistic object where it does not expect to find them, expanding the field of the laboratory and bringing the questioning of photo procedures for the daily life. The objects are small packages with inside photos with salts of silver still in process of oxidation, resulting an unstable image that suffers deletion when exposed to light. Thus, each time the photo comes from packaging, there is a progressive loss of sharpness. The packages are hidden - intentionally forgotten - in books from public access libraries, which can be found by people who don’t expect them: accidental observers. The choice of books is based on their content, that has relation with the themes explored in this search. The erasure of the image and its method of presentation questioning the place of the photographic image and proposes an extension of the laboratory experience to other contexts of receipt.

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