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Terra e trabalho no Pacífico negro colombiano: a expansão do extrativismo madeireiro entre 1950 e 1980 e as transformações na forma do trabalho nativo / Land and labor in the Pacific lowlands of Colombia: the expansion of timber extraction between 1950 and 1980 and the changes in the native form workPinto, Maria Fernanda Silva 14 October 2016 (has links)
Esta pesquisa aborda um momento pouco investigado pelos estudos sobre o Pacífico negro colombiano. Território de população majoritariamente negra, cujo povoamento desdobrou-se da crise da instituição escravista, o Pacífico negro organizou-se sob um padrão de relativo isolamento frente às estruturas estatais de organização social, constituindo um modelo de subsistência autônomo, baseado em mecanismos locais de parentesco, trabalho e posse da terra. A pesquisa que aqui se apresenta trata de investigar como este modelo de subsistência foi desarticulado pela ação extrativista das indústrias madeireiras, a partir dos anos 1950, as quais se disseminaram na região estimuladas pela emergência de uma nova perspectiva estatal sobre as terras baixas, que as compreendia como baldios da nação que deveriam ser explorados técnica e racionalmente. Este processo gerou focos de proletarização dos camponeses, sobretudo na porção sul da costa, mas também logrou absorver e transformar as dinâmicas locais de trabalho, produzindo uma nova forma de subordinação do trabalho, distinta do assalariamento tipicamente capitalista. Tais elementos levaram a pesquisadora a revisitar a teoria marxiana da acumulação primitiva e da subsunção formal e real do trabalho no capital, bem como as contribuições de Rosa Luxemburg sobre a acumulação do capital, para estabelecermos um patamar teórico seguro que nos permitisse compreender as transformações locais nas relações de trabalho e posse da terra dos camponeses negros, sem perder de vista que tal processo se insere em um movimento mais amplo de consolidação das relações de produção capitalistas no país. / This research address a moment not much explored by the studies about the Pacific Lowlands of Colombia. A territory where the majority of its population is black and came from the slavery crisis. The Pacific lowlands put themselves in an isolated positon according to the social organization, creating an autonomy surviving model based on the local mechanisms of kinship work and territory possession. The research presented draws upon the investigation of the existing model which was dismantled by the extractive actions from the lumber industry, starting in 1950\'s, which were disseminated in the region that urgently needed a new state perspective in the lowlands, and it was seen as a vacant state land and should be technically and rationally explored. This processes brought the proletarianization to the peasants, mostly to the South Coast, and they were also able to absorb the local work dynamics, creating a new way of subjection of labour, not as the proletariat form from the typical capitalism. These elements brought the researcher to revise the primitive accumulation and the capital\'s real and formal work subsumption from Marxist\'s theory. Also Rosa Luxemburg\'s contribution about the capital accumulation to establish theoretical level which allows us to comprehend the local transformations in the work relations and territory possession from the black peasant, keeping in mind that the process is a from a movement beyond the capitalism relations productions in the country.
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Terra e trabalho no Pacífico negro colombiano: a expansão do extrativismo madeireiro entre 1950 e 1980 e as transformações na forma do trabalho nativo / Land and labor in the Pacific lowlands of Colombia: the expansion of timber extraction between 1950 and 1980 and the changes in the native form workMaria Fernanda Silva Pinto 14 October 2016 (has links)
Esta pesquisa aborda um momento pouco investigado pelos estudos sobre o Pacífico negro colombiano. Território de população majoritariamente negra, cujo povoamento desdobrou-se da crise da instituição escravista, o Pacífico negro organizou-se sob um padrão de relativo isolamento frente às estruturas estatais de organização social, constituindo um modelo de subsistência autônomo, baseado em mecanismos locais de parentesco, trabalho e posse da terra. A pesquisa que aqui se apresenta trata de investigar como este modelo de subsistência foi desarticulado pela ação extrativista das indústrias madeireiras, a partir dos anos 1950, as quais se disseminaram na região estimuladas pela emergência de uma nova perspectiva estatal sobre as terras baixas, que as compreendia como baldios da nação que deveriam ser explorados técnica e racionalmente. Este processo gerou focos de proletarização dos camponeses, sobretudo na porção sul da costa, mas também logrou absorver e transformar as dinâmicas locais de trabalho, produzindo uma nova forma de subordinação do trabalho, distinta do assalariamento tipicamente capitalista. Tais elementos levaram a pesquisadora a revisitar a teoria marxiana da acumulação primitiva e da subsunção formal e real do trabalho no capital, bem como as contribuições de Rosa Luxemburg sobre a acumulação do capital, para estabelecermos um patamar teórico seguro que nos permitisse compreender as transformações locais nas relações de trabalho e posse da terra dos camponeses negros, sem perder de vista que tal processo se insere em um movimento mais amplo de consolidação das relações de produção capitalistas no país. / This research address a moment not much explored by the studies about the Pacific Lowlands of Colombia. A territory where the majority of its population is black and came from the slavery crisis. The Pacific lowlands put themselves in an isolated positon according to the social organization, creating an autonomy surviving model based on the local mechanisms of kinship work and territory possession. The research presented draws upon the investigation of the existing model which was dismantled by the extractive actions from the lumber industry, starting in 1950\'s, which were disseminated in the region that urgently needed a new state perspective in the lowlands, and it was seen as a vacant state land and should be technically and rationally explored. This processes brought the proletarianization to the peasants, mostly to the South Coast, and they were also able to absorb the local work dynamics, creating a new way of subjection of labour, not as the proletariat form from the typical capitalism. These elements brought the researcher to revise the primitive accumulation and the capital\'s real and formal work subsumption from Marxist\'s theory. Also Rosa Luxemburg\'s contribution about the capital accumulation to establish theoretical level which allows us to comprehend the local transformations in the work relations and territory possession from the black peasant, keeping in mind that the process is a from a movement beyond the capitalism relations productions in the country.
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Das fronteiras do Império ao coração da República: o território do Triângulo Mineiro na transição para a formação sócio-espacial capitalista na segunda metade do século XIX / Das fronteiras do império ao coração da república: o território do Triângulo MIneiro na transição para a formação sócio espacial capitalista na segunda metade do século XIXLourenço, Luis Augusto Bustamante 04 May 2007 (has links)
Este trabalho tem por objetivo compreender a transição, ocorrida no território do Triângulo Mineiro, Minas Gerais, nas últimas quatro décadas do século XIX, de uma economia e sociedade organizadas com base em estruturas herdadas do Antigo Regime para o capitalismo. A hipótese desse trabalho é a de que a transição de um modo de produção para outro corresponde a mudanças estruturais nas configurações territoriais, paisagens, redes e técnicas, caracterizando nova formação sócio-espacial. Foram analisadas as transformações ocorridas na configuração territorial, com ênfase na regionalização e rede urbana; na estrutura fundiária, em especial a distribuição e mercantilização de terras; a transição da escravidão para o trabalho livre; as mudanças nos sistemas técnicos e a dinâmica do espaço urbano. Inventários post mortem, recenseamentos, mapas e material colhido em trabalhos de campo, além de vasta literatura foram utilizados como fonte deste estudo, que se fez na perspectiva da geografia regional e da geografia histórica. / This paper aims to understand the transition occurred in Triângulo Mineiro´s territory, Minas Gerais, in the last four decades of 19th century, from an economy and society based on inherited structures of the Ancient Regime to the capitalism. This research proposes that the transition from a production method to another corresponds to structural changes in the territorial shape, landscape, networks, and techniques, which led to a new socio-spatial formation. All the changes were analyzed considering the regional arrangements and the urban network. Also the land structure, specially concerning the land distribution and mercantile process, the slavery status to free work, the transformations undergone in the technical systems and in the urban space dynamic were all considered. Post mortem estates, censuses, maps and collected material in fieldworks, as well as a vast literature were used as study sources. This paper was written from the regional geography and the historical geography perspectives.
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PEDAGOGIKA MARIE MONTESSORIOVÉ A JEJÍ VYUŽITÍ V NÁBOŽENSKÉ VÝUCE / Maria Montessori Pedagogy and its Application in Religious EducationHÄUSL VAD, Soňa January 2008 (has links)
Presen work deals with Maria Montessori pedagogy and its application in religious education. The goal of the study is to introduce the basic principles of Montessori-pedagogy and point out the use of those principles within the frame of religious education. The theoretical part is concerned with biography of Maria Montessori, her work, antropological background and the basic principles of Montessori pedagogy. Further, it discusses the issues of her work that are either implicitelly or explicitelly related to religious education. Beside this, the practical part of the thesis introduces the work of Italian catechist Sofia Cavaletti, who was inspired by Montessori pedagogy. In 60´s of the last century, Sofia Cavaletti managed a catechetical centre in Rome. She established atriums in several parishes in Rome, in which the methods of Montessori pedagogy were utilized. Subsequently, Godly Play method is mentioned in present work. The method was developed by Jeron W. Berryman, an american theologist and priest of episkopal church, who was inspired by the work of Maria Montessori as well as by the work of Sofia Cavaletti.
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Das fronteiras do Império ao coração da República: o território do Triângulo Mineiro na transição para a formação sócio-espacial capitalista na segunda metade do século XIX / Das fronteiras do império ao coração da república: o território do Triângulo MIneiro na transição para a formação sócio espacial capitalista na segunda metade do século XIXLuis Augusto Bustamante Lourenço 04 May 2007 (has links)
Este trabalho tem por objetivo compreender a transição, ocorrida no território do Triângulo Mineiro, Minas Gerais, nas últimas quatro décadas do século XIX, de uma economia e sociedade organizadas com base em estruturas herdadas do Antigo Regime para o capitalismo. A hipótese desse trabalho é a de que a transição de um modo de produção para outro corresponde a mudanças estruturais nas configurações territoriais, paisagens, redes e técnicas, caracterizando nova formação sócio-espacial. Foram analisadas as transformações ocorridas na configuração territorial, com ênfase na regionalização e rede urbana; na estrutura fundiária, em especial a distribuição e mercantilização de terras; a transição da escravidão para o trabalho livre; as mudanças nos sistemas técnicos e a dinâmica do espaço urbano. Inventários post mortem, recenseamentos, mapas e material colhido em trabalhos de campo, além de vasta literatura foram utilizados como fonte deste estudo, que se fez na perspectiva da geografia regional e da geografia histórica. / This paper aims to understand the transition occurred in Triângulo Mineiro´s territory, Minas Gerais, in the last four decades of 19th century, from an economy and society based on inherited structures of the Ancient Regime to the capitalism. This research proposes that the transition from a production method to another corresponds to structural changes in the territorial shape, landscape, networks, and techniques, which led to a new socio-spatial formation. All the changes were analyzed considering the regional arrangements and the urban network. Also the land structure, specially concerning the land distribution and mercantile process, the slavery status to free work, the transformations undergone in the technical systems and in the urban space dynamic were all considered. Post mortem estates, censuses, maps and collected material in fieldworks, as well as a vast literature were used as study sources. This paper was written from the regional geography and the historical geography perspectives.
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Formação profissional dos trabalhadores da construção civil: o canteiro de obras e a emancipação social / Professional education of construction workers: the construction site and social emancipationDiederichsen, Francisco Toledo Barros 14 December 2017 (has links)
A presente tese de doutorado aborda a formação profissional dos trabalhadores da construção civil com objetivo de contribuir com experiências pedagógicas alternativas à sua atual condição heterônoma e oprimida de trabalho, por meio de ensaios experimentais, no formato de \'canteiro escola autogestionário\'. Essas práticas levantaram questões e revelaram lacunas de conhecimento da história das modalidades alternativas unitárias e integrais de educação. Pesquisamos exemplos de escolas e espaços de ampliação da autonomia dos construtores como contribuição para sua emancipação social e política. Nos perguntamos como chegamos a atual separação das profissões, divididas entre teóricas - arquitetos - e práticas - operários. Em busca de sua genealogia, abordamos as primeiras sociedades de classe, na antiguidade, e os primeiros espaços formativos duais, que separam a formação das elites para direção da sociedade - educação liberal e teórica, das classes subalternas - educação prática para o trabalho. A formação de arquitetos e construtores se deu de modo particular nas sociedades de classe: há momentos de formação dual onde arquitetos apreendem seu ofício distante das práticas construtivas, sem uso de sua força de trabalho, a formar \"arquitetos sem construção\", e os construtores apreendem seu trabalho nas oficinas, sem controlar a produção da arquitetura, numa relação dialética, dominados por arquitetos. Noutras sociedades, a formação de arquitetos se dá pela experiência prática físico-corporal na produção material da arquitetura, quando desenvolvem o ofício do desenho, e da representação. É ali, no canteiro de obras que formam-se \"arquitetos com construção\", de origem popular, compondo coletivos autônomos que idealizam e constroem. Na invasão das Américas os europeus treinaram os povos escravizados a construir com estéticas européias. Ergueram edifícios com trabalho heterônomo, oprimido e explorado - salvo exceções como nas Missões Jesuíticas. Com o avanço das forças produtivas no século XIX, criaram Liceus assistenciais, para \"qualificar\" construtores com apoio de trabalhadores italianos. Nesse período - 1870 a 1914, São Paulo - as elites não perceberam que a qualificação artística ampla e autônoma dos construtores resultaria em mobilizações por direitos trabalhistas. Quando se deram conta, recusaram os italianos anarquistas e os capomastri coletivistas construtores do ecletismo paulistano, e apoiaram tecnologia que exclui o trabalhador da criação: o concreto armado. É período de desqualificação e treinamento do trabalhador. Para formar os nacionais, criam a educação empresarial: \"Sistema S\" e em 1964 dão o golpe civil militar, que perdura até 1988. Com a redemocratização ampliam-se experiências formativas autogestionárias, e políticas publicas socializantes até 2016 - golpe midiático parlamentar. Foram 28 anos que permitiram experiências de \"educação de trabalhadores por trabalhadores\", como ensaiado nos \'canteiro escola\' com movimento popular, o MST, e universidade, a USP. Edificamos a \'casa das artes\', na ENFF - Guararema, com técnicas agroecológicas de construção e uma \'viela publica\' no Parque dos Químicos - São Bernardo do Campo, com técnicas compensatórias de drenagem urbana. Os ensaios praticaram as idiossincrasias da formação libertária dos trabalhadores da construção percebidas no levantamento do processo histórico. Essa vivência nos permitiu identificar que os \'canteiro escola\' contemporâneos se inserem nas tradicionais linhas de ação popular pela emancipação da classe. / The present doctoral thesis deals with the professional education of construction workers with the objective of contributing to pedagogical experiences that are alternative to their current heteronomous and oppressed work conditions, through experimental tests in the form of \'construction site - self - managed school\'. These practices raised questions and revealed gaps in knowledge of the history of alternative and unitary modes of education. We have explored examples of schools and spaces for the expansion of the autonomy of the constructors as a contribution to their social and political emancipation. We wonder how we came to the current separation of professions, divided between theoretical - architects - and practices - workers. In search of their genealogy, we approach the first class based societies in antiquity and the first dual formative spaces, separating education of the elites for the direction of society - liberal and theoretical education, and the subaltern classes - practical education for work. The education of architects and builders takes place particularly in class based societies: there are societies where the formation is dual where architects learn their craft away from constructive practices, without using their work force, to create \"architects without construction\", and The builders apprehend their work in the workshops, without controlling the production of architecture, in a dialectical relationship dominated by architects. In other societies, the formation of architects is due to the physical-corporal practical experience in the material production of architecture, when they develop the office of drawing, and in representation, it is at the construction site that they form \"architects with construction\", of popular origin. They are autonomous professionals who idealize and build. In the invasion of the Americas by Europeans the elites trained enslaved people to build with European aesthetics. They erected buildings with heteronomous work, oppressed and exploited. With the advance of productive forces in the nineteenth century, they created assistencial Liceus, to \"qualify\" builders with the support of Italian workers. In this period - 1870 to 1914, São Paulo - we verified that they did not realize that the broad and autonomous artistic qualification of the builders would result in mobilizations for labor rights. When they realized it, they refused the Italian anarchists and the capomastri collectivists builders of the São Paulo eclecticism, sponsoring technology that excludes the worker from creation: the reinforced concrete. There is a period of disqualification and training of the worker. \"National System\" is created, and in 1964 the civilian military coup has place, and lasts until 1988. With redemocratization, self-managed formative experiences and socializing public policies are extended to 2016 - year of media-partisan coup of the elites. These 28 years have generated experiences of \"education of workers by workers\", as rehearsed in the \"construction site school\" with popular movement, the MST, and university, USP. We built the \'house of arts\' at the ENFF - Guararema, with agro-ecological construction techniques and a \'public gallery\' at the Chemical Park - São Bernardo do Campo, with compensatory urban drainage techniques. The essays practiced the idiosyncrasies of the libertarian education of construction workers perceived in the survey of the historical process. This experience allowed us to identify the contemporaries \'construction site schools\' fall within the traditional lines of people`s action for the emancipation of the class.
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Formação profissional dos trabalhadores da construção civil: o canteiro de obras e a emancipação social / Professional education of construction workers: the construction site and social emancipationFrancisco Toledo Barros Diederichsen 14 December 2017 (has links)
A presente tese de doutorado aborda a formação profissional dos trabalhadores da construção civil com objetivo de contribuir com experiências pedagógicas alternativas à sua atual condição heterônoma e oprimida de trabalho, por meio de ensaios experimentais, no formato de \'canteiro escola autogestionário\'. Essas práticas levantaram questões e revelaram lacunas de conhecimento da história das modalidades alternativas unitárias e integrais de educação. Pesquisamos exemplos de escolas e espaços de ampliação da autonomia dos construtores como contribuição para sua emancipação social e política. Nos perguntamos como chegamos a atual separação das profissões, divididas entre teóricas - arquitetos - e práticas - operários. Em busca de sua genealogia, abordamos as primeiras sociedades de classe, na antiguidade, e os primeiros espaços formativos duais, que separam a formação das elites para direção da sociedade - educação liberal e teórica, das classes subalternas - educação prática para o trabalho. A formação de arquitetos e construtores se deu de modo particular nas sociedades de classe: há momentos de formação dual onde arquitetos apreendem seu ofício distante das práticas construtivas, sem uso de sua força de trabalho, a formar \"arquitetos sem construção\", e os construtores apreendem seu trabalho nas oficinas, sem controlar a produção da arquitetura, numa relação dialética, dominados por arquitetos. Noutras sociedades, a formação de arquitetos se dá pela experiência prática físico-corporal na produção material da arquitetura, quando desenvolvem o ofício do desenho, e da representação. É ali, no canteiro de obras que formam-se \"arquitetos com construção\", de origem popular, compondo coletivos autônomos que idealizam e constroem. Na invasão das Américas os europeus treinaram os povos escravizados a construir com estéticas européias. Ergueram edifícios com trabalho heterônomo, oprimido e explorado - salvo exceções como nas Missões Jesuíticas. Com o avanço das forças produtivas no século XIX, criaram Liceus assistenciais, para \"qualificar\" construtores com apoio de trabalhadores italianos. Nesse período - 1870 a 1914, São Paulo - as elites não perceberam que a qualificação artística ampla e autônoma dos construtores resultaria em mobilizações por direitos trabalhistas. Quando se deram conta, recusaram os italianos anarquistas e os capomastri coletivistas construtores do ecletismo paulistano, e apoiaram tecnologia que exclui o trabalhador da criação: o concreto armado. É período de desqualificação e treinamento do trabalhador. Para formar os nacionais, criam a educação empresarial: \"Sistema S\" e em 1964 dão o golpe civil militar, que perdura até 1988. Com a redemocratização ampliam-se experiências formativas autogestionárias, e políticas publicas socializantes até 2016 - golpe midiático parlamentar. Foram 28 anos que permitiram experiências de \"educação de trabalhadores por trabalhadores\", como ensaiado nos \'canteiro escola\' com movimento popular, o MST, e universidade, a USP. Edificamos a \'casa das artes\', na ENFF - Guararema, com técnicas agroecológicas de construção e uma \'viela publica\' no Parque dos Químicos - São Bernardo do Campo, com técnicas compensatórias de drenagem urbana. Os ensaios praticaram as idiossincrasias da formação libertária dos trabalhadores da construção percebidas no levantamento do processo histórico. Essa vivência nos permitiu identificar que os \'canteiro escola\' contemporâneos se inserem nas tradicionais linhas de ação popular pela emancipação da classe. / The present doctoral thesis deals with the professional education of construction workers with the objective of contributing to pedagogical experiences that are alternative to their current heteronomous and oppressed work conditions, through experimental tests in the form of \'construction site - self - managed school\'. These practices raised questions and revealed gaps in knowledge of the history of alternative and unitary modes of education. We have explored examples of schools and spaces for the expansion of the autonomy of the constructors as a contribution to their social and political emancipation. We wonder how we came to the current separation of professions, divided between theoretical - architects - and practices - workers. In search of their genealogy, we approach the first class based societies in antiquity and the first dual formative spaces, separating education of the elites for the direction of society - liberal and theoretical education, and the subaltern classes - practical education for work. The education of architects and builders takes place particularly in class based societies: there are societies where the formation is dual where architects learn their craft away from constructive practices, without using their work force, to create \"architects without construction\", and The builders apprehend their work in the workshops, without controlling the production of architecture, in a dialectical relationship dominated by architects. In other societies, the formation of architects is due to the physical-corporal practical experience in the material production of architecture, when they develop the office of drawing, and in representation, it is at the construction site that they form \"architects with construction\", of popular origin. They are autonomous professionals who idealize and build. In the invasion of the Americas by Europeans the elites trained enslaved people to build with European aesthetics. They erected buildings with heteronomous work, oppressed and exploited. With the advance of productive forces in the nineteenth century, they created assistencial Liceus, to \"qualify\" builders with the support of Italian workers. In this period - 1870 to 1914, São Paulo - we verified that they did not realize that the broad and autonomous artistic qualification of the builders would result in mobilizations for labor rights. When they realized it, they refused the Italian anarchists and the capomastri collectivists builders of the São Paulo eclecticism, sponsoring technology that excludes the worker from creation: the reinforced concrete. There is a period of disqualification and training of the worker. \"National System\" is created, and in 1964 the civilian military coup has place, and lasts until 1988. With redemocratization, self-managed formative experiences and socializing public policies are extended to 2016 - year of media-partisan coup of the elites. These 28 years have generated experiences of \"education of workers by workers\", as rehearsed in the \"construction site school\" with popular movement, the MST, and university, USP. We built the \'house of arts\' at the ENFF - Guararema, with agro-ecological construction techniques and a \'public gallery\' at the Chemical Park - São Bernardo do Campo, with compensatory urban drainage techniques. The essays practiced the idiosyncrasies of the libertarian education of construction workers perceived in the survey of the historical process. This experience allowed us to identify the contemporaries \'construction site schools\' fall within the traditional lines of people`s action for the emancipation of the class.
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