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A superação da dicotomia céu-terra: um estudo da crítica galileana à física e à cosmologia aristotélicas / The overcoming of the dichotomy heaven-earth: a study of the galilean critical for aristotelian cosmology and physics

Brandt, Luiz Antonio 08 December 2011 (has links)
Made available in DSpace on 2017-07-10T18:26:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Luiz Antonio Brandt.pdf: 1067816 bytes, checksum: 69a6a677b5382a0454f7bbd9551ddd1f (MD5) Previous issue date: 2011-12-08 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / In this thesis, we aim to conduct a study and reconstruction of the criticism that Galileo undertakes to physics and cosmology of Aristotle, and works as an anchor Sidereus Nuncius and First Day of Dialogue Concerning the Two Chief World Systems. The arguments developed by Italian physicist these works, consolidating the Copernican theory and revolutionize the way we study nature. For centuries, the Western conception of the universe was supported by the assumptions of cosmology of Aristotle. Aristotelian cosmology had as fundamental points the idea of the incorruptibility of the heavens, the earth and the immobility of a hierarchy of elements. For the peripatetic, the cosmos was finite and heterogeneous, and was divided into two distinct regions: the sublunary (terrestrial) and above the Moon (heavenly). The telescopic observations made by Galileo in 1609, showing craters and mountains on the moon and Jupiter's satellites, were in evidence against the heaven-earth dichotomy proposed by Aristotle. For it revealed "imperfections" in the heavenly bodies, and showed that not all the stars had their revolutions as the center of the Earth, the idea of asking the same centrality in the cosmos. Moreover, the break with Aristotelian cosmology destabilizing the very physics of Aristotle, whose explanation of the movements of bodies depended on the cosmological structure, since there were three types of moves, straight toward the center, straight away from the center and circular around the center, which required a motionless earth occupying the center of the cosmos. The idea of centrality and immobility of the Earth is therefore fundamental point of Aristotelian physics and cosmology. Most of the work of Galileo Galilei seems to think about a central objective: the defense of the Copernican theory. Since his public adhesion to the Copernicanism in 1610, in Sidereus Nuncius, until Dialogue published in 1632, the Pisan Phisycist sought to break with the assumptions of the Aristotle s natural philosophy which supported the geocentric conception. As a result, it is in First Day of Dialogue that, certainly, we could find a more systematic and focused effort against the Aristotelic conception of world and its main characteristic: the dissociation of the cosmos into two distinct regions, the celestial and sublunary. / Nesta dissertação, temos como objetivo realizar um estudo e reconstrução das críticas que Galileu empreende à física e à cosmologia de Aristóteles, tendo como âncora as obras Sidereus Nuncius e Primeira Jornada do Diálogo sobre os dois máximos sistemas do mundo. Os argumentos desenvolvidos pelo físico pisano nestas obras, consolidam a teoria copernicana e revolucionam a maneira de se estudar a natureza. Durante séculos, a concepção ocidental de universo esteve apoiada nos pressupostos da cosmologia de Aristóteles. A cosmologia aristotélica tinha como pontos fundamentais a ideia de incorruptibilidade do céu, de imobilidade da Terra e de uma hierarquia dos elementos. Para o peripatético, o cosmos era finito e heterogêneo, e se encontrava dividido em duas regiões distintas: a sublunar (terrestre) e a supralunar (celeste). As observações telescópicas realizadas por Galileu em 1609, ao mostrar crateras e montanhas na Lua, e satélites em Júpiter, constituíram-se em evidências contrárias à dicotomia céu-Terra proposta por Aristóteles. Pois revelavam imperfeições nos corpos celestes, e mostravam que nem todos os astros tinham como centro de suas revoluções a Terra, questionando a ideia de centralidade da mesma no cosmos. Além disso, a ruptura com a cosmologia aristotélica desestabilizava a própria física de Aristóteles, cuja explicação dos movimentos dos corpos dependia da estrutura cosmológica, uma vez que existiam três tipos de movimentos: retilíneo em direção ao centro, retilíneo se afastando do centro e circular em torno do centro, o que requeria uma Terra imóvel ocupando o centro do cosmos. A ideia de centralidade e imobilidade da Terra é, portanto, ponto fundamental da física e da cosmologia aristotélicas. Grande parte da obra de Galileu parece girar em torno de um objetivo central: a defesa da teoria copernicana. Desde a sua adesão pública ao copernicanismo em 1610, no Sidereus Nuncius, até o Diálogo publicado em 1632, o físico pisano buscou romper com os pressupostos da filosofia natural de Aristóteles que sustentavam a concepção geocêntrica. Com efeito, é na Primeira Jornada do Diálogo que poderemos encontrar um esforço mais sistemático e concentrado contra a concepção aristotélica de mundo e sua principal característica: a dualidade do cosmos.

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