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O desafio do direito à autonomia: uma experiência de Plano de Parto no SUS / The challenge of the right to autonomy: an experience of birth plan in the health public sectorHalana Faria de Aguiar Andrezzo 04 October 2016 (has links)
Na assistência ao parto no Brasil, predominam intervenções desnecessárias em detrimento de valores como o cuidado. Algumas políticas públicas têm sido desenvolvidas com o intuito de alterar tal cenário, porém, com lentos resultados. Há também algumas estratégias e ferramentas desenvolvidas e difundidas entre as próprias mulheres. Uma destas é a construção do plano de parto, que objetiva informar e promover uma maior participação durante o parto. Apesar de mais difundida entre camadas médias, tal ferramenta tem sido utilizada em alguns serviços de atenção primária do país como a UBS Thérsio Ventura/São Paulo, campo de estágio para o curso de Obstetrícia EACH/USP. Este estudo objetivou descrever e analisar o uso de plano de parto entre usuárias do SUS e médicos/gestores. De metodologia qualitativa, os dados empíricos foram produzidos a partir de entrevistas com mulheres que vivenciaram a experiência de plano de parto no SUS; entrevistas com médicos/gestores; observação de uma consulta de orientação para o plano e parto; observação de dois grupos de apoio à gestação e ao parto realizados na UBS, e análise documental de material educativo, e de documentos referentes às políticas de saúde materna municipal e nacional. O material foi submetido à análise de conteúdo, da qual emergiram as seguintes categorias: (a) Não é uma incapacidade sua, e sim do sistema; (b) De coitada a poderosa; (c) Intervenção que era ajuda; (d) Resistência e negociação do encontro; (e) Plano de parto como mobilizador do cuidado como valor; (f) A segurança do bebê como chantagem; (g) Sobre comandantes, aviões e a necessidade de novas analogias; (h) Plano de parto como provocação: negligência e retaliação; (i) Limites para a decisão informada no SUS. O plano de parto funciona como uma ferramenta educativa que provoca rupturas simbólicas na relação hierárquica das mulheres com os profissionais. Como não há uma cultura que promova a tomada conjunta de decisões e porque há uma clara contradição entre o tipo de cuidado que as mulheres demandam e a atenção que os profissionais estão preparados e dispostos a oferecer, o plano de parto pode resultar em negligência e retaliação. Pode ser útil na construção de linhas de cuidado entre as instituições. Um modelo a ser discutido deveria garantir espaço para singularidades socioculturais, para a explicação dos momentos em que procedimentos podem ser necessários e também espaço para divulgação de locais de assistência mais amigáveis às mulheres e aos quais a mulher pode recorrer no caso de violação de direitos. / Birth care in Brazil is marked by strong predominance of unnecessary interventions at the expense of values such as care. Some policies have been developed in order to change such a scenario but with slow results. There are also some strategies and tools developed and disseminated among women themselves. One of those is the construction of the birth plan, which aims to inform and expand participation and decision making during childbirth. Widespread among middle class women, this tool has been used in some primary care services in the country such as UBS Thérsio Ventura/São Paulo, a training field for the course of Midwifery EACH/USP. This study aimed to understand and analyse the use of birth plan between women who use the public health system and doctors/managers. Using qualitative methodology, empirical data was produced from interviews with women who experienced birth plan in the public system; interviews with doctors/managers; observation of a guidance for the birth plan construction; observation of two support groups at the studied health center, and document analysis of educational materials and documents relating to municipal and national maternal health policies. The material was subjected to content analysis of which the following categories emerged: (a) It is not your disability, but the systems; (b) From poor thing to powerful; (c) Intervention that once was \'help\'; (d) Resistance and negotiation of the encounter; (e) Birth Plan as a mobilizer of care as a value; (e) The safety of the baby as blackmail; (f) About commanders, airplanes and the need for new analogies; (g) Birth plan as defiance: negligence and retaliation; (h) Limits for \'informed decision\' in the public health system. Birth plan functions as an educational tool that causes fissures in the symbolic hierarchical relationship of women in relation to professionals. As there isnt a culture that promotes joint decision-making and because there is a clear contradiction between the type of care women require and what professionals are ready and willing to offer, birth plan can end in neglect and retaliation. It could be useful in building protocols and care between the institutions. A model to be discussed should ensure space for socio-cultural singularities, to the explanation of times that procedures may be required and also space for disclosure of sites to which woman can turn in case of violation of rights.
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O desafio do direito à autonomia: uma experiência de Plano de Parto no SUS / The challenge of the right to autonomy: an experience of birth plan in the health public sectorAndrezzo, Halana Faria de Aguiar 04 October 2016 (has links)
Na assistência ao parto no Brasil, predominam intervenções desnecessárias em detrimento de valores como o cuidado. Algumas políticas públicas têm sido desenvolvidas com o intuito de alterar tal cenário, porém, com lentos resultados. Há também algumas estratégias e ferramentas desenvolvidas e difundidas entre as próprias mulheres. Uma destas é a construção do plano de parto, que objetiva informar e promover uma maior participação durante o parto. Apesar de mais difundida entre camadas médias, tal ferramenta tem sido utilizada em alguns serviços de atenção primária do país como a UBS Thérsio Ventura/São Paulo, campo de estágio para o curso de Obstetrícia EACH/USP. Este estudo objetivou descrever e analisar o uso de plano de parto entre usuárias do SUS e médicos/gestores. De metodologia qualitativa, os dados empíricos foram produzidos a partir de entrevistas com mulheres que vivenciaram a experiência de plano de parto no SUS; entrevistas com médicos/gestores; observação de uma consulta de orientação para o plano e parto; observação de dois grupos de apoio à gestação e ao parto realizados na UBS, e análise documental de material educativo, e de documentos referentes às políticas de saúde materna municipal e nacional. O material foi submetido à análise de conteúdo, da qual emergiram as seguintes categorias: (a) Não é uma incapacidade sua, e sim do sistema; (b) De coitada a poderosa; (c) Intervenção que era ajuda; (d) Resistência e negociação do encontro; (e) Plano de parto como mobilizador do cuidado como valor; (f) A segurança do bebê como chantagem; (g) Sobre comandantes, aviões e a necessidade de novas analogias; (h) Plano de parto como provocação: negligência e retaliação; (i) Limites para a decisão informada no SUS. O plano de parto funciona como uma ferramenta educativa que provoca rupturas simbólicas na relação hierárquica das mulheres com os profissionais. Como não há uma cultura que promova a tomada conjunta de decisões e porque há uma clara contradição entre o tipo de cuidado que as mulheres demandam e a atenção que os profissionais estão preparados e dispostos a oferecer, o plano de parto pode resultar em negligência e retaliação. Pode ser útil na construção de linhas de cuidado entre as instituições. Um modelo a ser discutido deveria garantir espaço para singularidades socioculturais, para a explicação dos momentos em que procedimentos podem ser necessários e também espaço para divulgação de locais de assistência mais amigáveis às mulheres e aos quais a mulher pode recorrer no caso de violação de direitos. / Birth care in Brazil is marked by strong predominance of unnecessary interventions at the expense of values such as care. Some policies have been developed in order to change such a scenario but with slow results. There are also some strategies and tools developed and disseminated among women themselves. One of those is the construction of the birth plan, which aims to inform and expand participation and decision making during childbirth. Widespread among middle class women, this tool has been used in some primary care services in the country such as UBS Thérsio Ventura/São Paulo, a training field for the course of Midwifery EACH/USP. This study aimed to understand and analyse the use of birth plan between women who use the public health system and doctors/managers. Using qualitative methodology, empirical data was produced from interviews with women who experienced birth plan in the public system; interviews with doctors/managers; observation of a guidance for the birth plan construction; observation of two support groups at the studied health center, and document analysis of educational materials and documents relating to municipal and national maternal health policies. The material was subjected to content analysis of which the following categories emerged: (a) It is not your disability, but the systems; (b) From poor thing to powerful; (c) Intervention that once was \'help\'; (d) Resistance and negotiation of the encounter; (e) Birth Plan as a mobilizer of care as a value; (e) The safety of the baby as blackmail; (f) About commanders, airplanes and the need for new analogies; (g) Birth plan as defiance: negligence and retaliation; (h) Limits for \'informed decision\' in the public health system. Birth plan functions as an educational tool that causes fissures in the symbolic hierarchical relationship of women in relation to professionals. As there isnt a culture that promotes joint decision-making and because there is a clear contradiction between the type of care women require and what professionals are ready and willing to offer, birth plan can end in neglect and retaliation. It could be useful in building protocols and care between the institutions. A model to be discussed should ensure space for socio-cultural singularities, to the explanation of times that procedures may be required and also space for disclosure of sites to which woman can turn in case of violation of rights.
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Fatores intervenientes na credibilidade das gestantes quanto às estratégias de cuidado propostas pelo pré-natal / Intervening factors in the credibility of the pregnant women the care strategies proposed by prenatal careFelisbela Antonia da Costa 30 March 2010 (has links)
Trata-se de um estudo desenvolvido com base em metodologia qualitativa onde se buscou investigar, a partir da percepção das gestantes, os fatores intervenientes da comunidade, dos serviços e os relacionados aos profissionais capazes de impactar a plena efetividade do acompanhamento pré-natal. O estudo se desenvolveu a partir de entrevistas semi-estruturadas, com oito gestantes em acompanhamento pré-natal, em duas unidades de saúde públicas do município de Mesquita; uma com modelo de atenção à saúde tradicional e outra, seguindo o modelo proposto pela Estratégia de Saúde da Família. Foi realizada a análise do conteúdo das entrevistas pela técnica sugerida por Bardin (2008), identificando-se quatro categorias temáticas principais: as três primeiras, relacionadas às percepções das gestantes orientações, acesso e acolhimento e a quarta, relacionada aos aspectos culturais identificados, onde se destaca o uso indiscriminado de um procedimento diagnóstico específico, a ultrassonografia obstétrica. Foram identificadas deficiências nas orientações específicas deste período, como cuidados com a alimentação, com as mamas, incentivo ao aleitamento materno, preparação para o parto e outros. A ausência de grupos de gestantes e outras atividades educativas também foram sinalizadas. Dificuldades no acesso às informações, consultas, exames e medicamentos específicos da gravidez foram discutidas por estas mulheres. Foi marcante a queixa de falta de acesso e referência para o parto. Problemas no acolhimento à gestante e o desrespeito apresentado por alguns profissionais de saúde nas unidades pesquisadas, foram identificados como tendo contribuído negativamente para a efetividade do cuidado pré-natal. A questão da ultrassonografia se apresentou como uma prática comum, corriqueira, para o diagnóstico da gravidez e acompanhamento da gestação, prescindindo inclusive, de solicitação médica. Embora não exista, até o momento, contra-indicação formal, tanto o Ministério da Saúde como as sociedades profissionais da área recomendam parcimônia no seu uso, contra-indicando sua utilização fora da indicação estritamente médica. Pode-se concluir que, na perspectiva das gestantes, dentre os fatores a serem trabalhados para a melhoria da credibilidade no cuidado pré-natal, destacam-se o acolhimento e o estabelecimento de vínculo entre os profissionais e as gestantes, pois, a partir daí, toda a linha de cuidado poderia ser construída em conjunto, minimizando os problemas encontrados e redirecionando, caso necessário, algumas condutas no sentido da sua maior efetividade / This is a study developed based on qualitative methodology in which it was searched to investigate, through perception of pregnant women, the intervenient factors - of the community, of the services and the ones related to the professional staff able to impact the entire affectivity of the prenatal care accompaniment. The study was developed through partially built interviews with eight pregnant women under prenatal accompaniment in two public health units in Mesquita city one of them with the model of attention to the traditional health and the other one following the model suggested by the Familys Health Strategy. An analysis of the interviews gist was performed through the suggested technique by Bardin (2008). Four main thematic categories were identified: the first three ones, related to the pregnant womens perceptions instructions, access and reception and the fourth, related to the identified cultural aspects, where it is noticed the indiscriminate use of a specific diagnostic procedure, the obstetric ultrassonography. Significant deficiencies on specific orientations by part of the professional staff in this period were identified, as well care with diet and nipples, incentive to breast-feeding, delivery preparation and others. The lack of pregnant women groups and other educational activities were also signalized. Difficulties in access to information, medical consultation and examination, and specific medicine for pregnancy were other issues brought by those women. It was remarkable the complaint in relation to the lack of access and guidance to the childbirth. Problems on the pregnant womans welcoming and disrespect showed by some health professionals in the researched units were identified as negative contribution to the affectivity of the prenatal care. The indiscriminate use of the ultrassonography was presented as an ordinary practice, commonplace, to the pregnancy diagnosis and accompaniment, even renouncing medical solicitation. Although there is not, until this moment, formal contra-indication to its use, as the Health Department as the professional societies of that field recommend economy in its use, contra-indicated out of strict medical indications. It can be concluded that, in the pregnant womens perspective, among the factors to be managed to the improvement and credibility of the prenatal care, welcoming and emotional connection between involved professionals and pregnant women are outstand, therefore starting from this point, the whole line care could be built collectively, minimizing the found problems and redirecting, if necessary, some behaviors toward its greatest affectivity
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Fatores intervenientes na credibilidade das gestantes quanto às estratégias de cuidado propostas pelo pré-natal / Intervening factors in the credibility of the pregnant women the care strategies proposed by prenatal careFelisbela Antonia da Costa 30 March 2010 (has links)
Trata-se de um estudo desenvolvido com base em metodologia qualitativa onde se buscou investigar, a partir da percepção das gestantes, os fatores intervenientes da comunidade, dos serviços e os relacionados aos profissionais capazes de impactar a plena efetividade do acompanhamento pré-natal. O estudo se desenvolveu a partir de entrevistas semi-estruturadas, com oito gestantes em acompanhamento pré-natal, em duas unidades de saúde públicas do município de Mesquita; uma com modelo de atenção à saúde tradicional e outra, seguindo o modelo proposto pela Estratégia de Saúde da Família. Foi realizada a análise do conteúdo das entrevistas pela técnica sugerida por Bardin (2008), identificando-se quatro categorias temáticas principais: as três primeiras, relacionadas às percepções das gestantes orientações, acesso e acolhimento e a quarta, relacionada aos aspectos culturais identificados, onde se destaca o uso indiscriminado de um procedimento diagnóstico específico, a ultrassonografia obstétrica. Foram identificadas deficiências nas orientações específicas deste período, como cuidados com a alimentação, com as mamas, incentivo ao aleitamento materno, preparação para o parto e outros. A ausência de grupos de gestantes e outras atividades educativas também foram sinalizadas. Dificuldades no acesso às informações, consultas, exames e medicamentos específicos da gravidez foram discutidas por estas mulheres. Foi marcante a queixa de falta de acesso e referência para o parto. Problemas no acolhimento à gestante e o desrespeito apresentado por alguns profissionais de saúde nas unidades pesquisadas, foram identificados como tendo contribuído negativamente para a efetividade do cuidado pré-natal. A questão da ultrassonografia se apresentou como uma prática comum, corriqueira, para o diagnóstico da gravidez e acompanhamento da gestação, prescindindo inclusive, de solicitação médica. Embora não exista, até o momento, contra-indicação formal, tanto o Ministério da Saúde como as sociedades profissionais da área recomendam parcimônia no seu uso, contra-indicando sua utilização fora da indicação estritamente médica. Pode-se concluir que, na perspectiva das gestantes, dentre os fatores a serem trabalhados para a melhoria da credibilidade no cuidado pré-natal, destacam-se o acolhimento e o estabelecimento de vínculo entre os profissionais e as gestantes, pois, a partir daí, toda a linha de cuidado poderia ser construída em conjunto, minimizando os problemas encontrados e redirecionando, caso necessário, algumas condutas no sentido da sua maior efetividade / This is a study developed based on qualitative methodology in which it was searched to investigate, through perception of pregnant women, the intervenient factors - of the community, of the services and the ones related to the professional staff able to impact the entire affectivity of the prenatal care accompaniment. The study was developed through partially built interviews with eight pregnant women under prenatal accompaniment in two public health units in Mesquita city one of them with the model of attention to the traditional health and the other one following the model suggested by the Familys Health Strategy. An analysis of the interviews gist was performed through the suggested technique by Bardin (2008). Four main thematic categories were identified: the first three ones, related to the pregnant womens perceptions instructions, access and reception and the fourth, related to the identified cultural aspects, where it is noticed the indiscriminate use of a specific diagnostic procedure, the obstetric ultrassonography. Significant deficiencies on specific orientations by part of the professional staff in this period were identified, as well care with diet and nipples, incentive to breast-feeding, delivery preparation and others. The lack of pregnant women groups and other educational activities were also signalized. Difficulties in access to information, medical consultation and examination, and specific medicine for pregnancy were other issues brought by those women. It was remarkable the complaint in relation to the lack of access and guidance to the childbirth. Problems on the pregnant womans welcoming and disrespect showed by some health professionals in the researched units were identified as negative contribution to the affectivity of the prenatal care. The indiscriminate use of the ultrassonography was presented as an ordinary practice, commonplace, to the pregnancy diagnosis and accompaniment, even renouncing medical solicitation. Although there is not, until this moment, formal contra-indication to its use, as the Health Department as the professional societies of that field recommend economy in its use, contra-indicated out of strict medical indications. It can be concluded that, in the pregnant womens perspective, among the factors to be managed to the improvement and credibility of the prenatal care, welcoming and emotional connection between involved professionals and pregnant women are outstand, therefore starting from this point, the whole line care could be built collectively, minimizing the found problems and redirecting, if necessary, some behaviors toward its greatest affectivity
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IMPLEMENTAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS DE ATENÇÃO AO PARTO E NASCIMENTO EM UMA UNIDADE OBSTÉTRICAPereira, Simone Barbosa 20 December 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-12-20 / Good practices in childbirth and birth care do not constitute a new theme. They have gained
notoriety due to the excessive use of invasive technologies and a high number of cesarean
sections, in which Brazil ranks first in the world scale. One of the drivers of these changes was
the launch by the World Health Organization in 1985 of the document entitled "Appropriate
technologies for childbirth and birth". This document has promoted the adoption of good
practices in care delivery and birth, capable of breaking with traditional models of intervention
at delivery and birth, through new methodologies and intervention technologies aimed at the
humanization of childbirth. Based on this proposal, the present study aimed as its general
objective: To implement the good practices of attention to childbirth and birth, recommended
by the World Health Organization, in a medium-sized Hospital Obstetric Unit. As specific
objectives, this study considered: Know the professionals' perception professionals of an
obstetric hospital unit on the good practices of attention to childbirth and birth, recommended
by the World Health Organization; and, Describe the construction and validation steps of a
construct of good practices of attention to childbirth and birth, to be implemented in an
Obstetric Unit of habitual risk. In order to meet the first specific objective, a qualitative
research was carried out, using the focal group technique, with the participation of the
multidisciplinary team of the Obstetric Unit of habitual risk, of a medium-sized institution,
from April to June 2016. The second specific objective was taken from a methodological
survey, carried out between August and October 2016, with the participation of 12 judges from
the obstetric area, national level, between the first and second round Delphi. From the data
resulting from the first specific objective and codified by content analysis, three thematic
categories emerged: good practices and their meanings; from the biological character to the
singular and multidimensional care; from the punctual and fragmented conception to the
network of attention to childbirth and birth. It was concluded that good practices in childbirth
care and birth, in addition to making it possible to rethink the obstetric model and contribute
to the organization of the maternal and child health care network, stimulate the role of women
in their multiple dimensions. In response to the second specific objective, was obtained, in the
judges' analysis, a return of 12 instruments evaluated in the first round and seven instruments
in the second round Delphi. In the first round, significant suggestions for changes were made
in relation to the items of the dimensions of the construct, in which the judges presented
convergences in relation to the mission, vision and values, but suggested changes in the item
"assignments of each professional in the team". The construct was considered valid, both in
content and appearance, and could contribute to subsidize good practices of attention to
childbirth care and birth in local and national territory. It is concluded that, besides the
governmental initiatives, it is necessary that the health professionals are responsible for and
assume the good practices of attention to childbirth and birth as a possibility of transformation
of the obstetric model. As a way of broadening the reflections and qualifying the good practices
of attention to childbirth and birth at the Obstetric Unit, the origin institution of the principal
researcher, she presented to the managers and multi professional team the validated construct,
in days and at times previously scheduled. In addition, a graphical representation of the
Construct of Good Practices of Attention to Childbirth and Birth, validated by the Judges of
the obstetric area, was prepared, which will be exposed at the main entrance of the Obstetric
Unit in question. / As boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento não se constituem em temática nova. Elas
ganharam notoriedade pelo uso excessivo das tecnologias invasivas e elevado número de
cesarianas, nas quais o Brasil figura em primeiro lugar na escala mundial. Um dos propulsores
dessas mudanças foi o lançamento, pela Organização Mundial da Saúde, no ano de 1985, do
documento “Tecnologias apropriadas para o Parto e Nascimento”. Este documento impulsionou
a adoção de boas práticas na atenção ao parto e ao nascimento, capazes de romper com modelos
tradicionais de intervenção ao parto e ao nascimento, por meio de novas metodologias e
tecnologias de intervenção voltadas para a humanização do parto. Com base nesta aposta, o
presente estudo teve como objetivo geral: Implementar as boas práticas de atenção ao parto e
ao nascimento, preconizadas pela Organização Mundial da Saúde, em uma Unidade Obstétrica
Hospitalar de médio porte. Como objetivos específicos este estudo considerou: Conhecer a
percepção dos profissionais de saúde de uma unidade hospitalar obstétrica sobre as boas
práticas de atenção ao parto e ao nascimento, preconizadas pela Organização Mundial da Saúde;
e, Descrever as etapas de construção e de validação de um construto de boas práticas de atenção
ao parto e ao nascimento, a ser implementado em uma Unidade Obstétrica de risco habitual.
Para atender ao primeiro objetivo específico foi realizada uma pesquisa qualitativa, por meio
da técnica de grupo focal, com a participação da equipe multiprofissional da Unidade Obstétrica
de risco habitual, de uma instituição de médio porte, no período de abril a junho de 2016. O
segundo objetivo específico foi atendido a partir de uma pesquisa metodológica, realizada entre
os meses de agosto e outubro de 2016, com a participação de 12 juízes da área obstétrica, de
âmbito nacional, entre a primeira e a segunda rodada Delphi. Dos dados resultantes do primeiro
objetivo específico e codificados pela análise de conteúdo resultaram três categorias temáticas:
boas práticas e seus significados; do caráter biológico ao cuidado singular e multidimensional;
da concepção pontual e fragmentada à rede de atenção ao parto e ao nascimento. Concluiu-se
que as boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento, além de possibilitarem o repensar do
modelo obstétrico e contribuírem na organização da rede de atenção à saúde materno infantil,
estimulam o protagonismo da mulher em suas múltiplas dimensões. Em resposta ao segundo
objetivo específico obteve-se, na análise dos juízes, um retorno de 12 instrumentos avaliados
na primeira rodada e sete instrumentos, na segunda rodada Delphi. Na primeira rodada foram
realizadas sugestões significativas de mudanças em relação aos itens das dimensões do
construto, nos quais os juízes apresentaram convergências em relação à missão, à visão e aos
valores, mas, sugeriram mudanças no item “atribuições de cada profissional na equipe”. O
construto foi considerado válido, tanto em conteúdo quanto em aparência, e poderá contribuir
para subsidiar as boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento em âmbito local e em
território nacional. Considera-se que, para além das iniciativas governamentais, é preciso que
os profissionais de saúde se corresponsabilizem e assumam as boas práticas de atenção ao parto
e ao nascimento como possibilidade de transformação do modelo obstétrico. Como forma de
ampliar as reflexões e qualificar as boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento na
Unidade Obstétrica, instituição de origem da pesquisadora principal, a mesma apresentou para
os dirigentes e equipe multiprofissional o construto validado, em dias e horários previamente
agendados. Salienta-se, enfim, que foi confeccionada uma representação gráfica do Construto
de Boas Práticas de Atenção ao Parto e ao Nascimento, validado pelos Juízes da área obstétrica,
o qual ficará exposto na entrada principal da Unidade Obstétrica em questão.
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