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As imagens infernais em Os Sertões e Ensaio sobre a Cegueira: uma leitura mitopoéticaMoreira, Francisco Ferreira [UNESP] 12 1900 (has links) (PDF)
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moreira_ff_dr_arafcl.pdf: 879662 bytes, checksum: abd1bf7d9102adac72b1b4b8330a64cd (MD5) / O presente trabalho desenvolve um estudo comparativo entre Os Sertões de Euclides da Cunha e Ensaio Sobre a Cegueira de José Saramago, analisando as imagens infernais como procedimentos de construção das narrativas. A articulação de tais procedimentos ocorre por conta de uma Crítica histórica associada a Crítica arquetípica como instrumentos teóricos de análise desenvolvidos por Northrop Frye. A análise se fundamenta no aspecto estrutural das obras com vistas a compreender como as imagens infernais se organizam no processo narrativo para construir um universo paradoxal ao mundo convencionalmente desejável ou ideal. Nesse sentido as análises demonstram que, embora o lugar de reflexão da civilização ocidental tenha sido teológico durante muito tempo, sempre colocando a existência do inferno em oposição ao paraíso, a evolução intelectual dos povos deslocou esse universo mítico-religioso, para o mundo estético, trazendo a expressão dos desejos humanos sob a forma de arte. De acordo com essa perspectiva verificou-se que as narrativas que compõe o corpus, não obstante à distância espacio-temporal entre elas e as particularidades estilísticas de cada autor, se edificam a a partir do mesmo universo simbólico, recebendo um tratamento literário e não religioso, mas não se desviam da semântica construtiva do modelo judaico-cristão. / Le présent travail se veut une étude comparative entre Os Sertões de Euclides da Cunha et Ensaio sobre a Cegueira de José Saramago, par l'analyse de images infernales en tant que processus de construction narrative. L'articulation de ces processus est proposée sur la base d'une Critique historique associée à la critique archétypique fournissant les outils théoriques d'analyse développés par Northrop Frye. L'analyse s'appuie sur l'aspect structurel des oeuvres en vue de comprendre comment les images infernales s'organisent dans le déroulement de la narration afin de construtire un univers paradoxal en opposition au monde conventionnellement désirable ou idéal. En ce sens les analyses montrent que, bien que le lieu de réflexion de la civilization occidentale ait été pendant très longtemps théologique, opposant de façon duelle l'enfer et le paradis, l'évolution intellectuelle de ces peuples a déplacé cet univers mythico-religieux vers l'univers esthétique, transdormant l'expression des désirs humains en art. Dans cette optique il a été vérifié que les narrations qui constituent le corpus, malgré la distance temporelle et spaciale qui les sépare, et malgré les spécificités stylistiques de chacun des auters, se construisent en partant du même univers symbolique, et que, tout en se constituant en oeuvre d'art - sans référence explicite à un quelconque univers religieux -, elles ne divergent pas de la sémantique constitutive du modèle judéo-chrétien.
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