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'Índios fronteiriços' : a política indigenista de fronteira e políticas indígenas na Província de Mato Grosso entre a Bolívia e o Paraguai (1837-1873)Almeida, Marli Auxiliadora de January 2013 (has links)
Nesta tese, abordam-se as relações sociais e interétnicas construídas, durante o século XIX, entre os grupos indígenas Bororo Ocidentais e Guaná e as autoridades governamentais, líderes religiosos e proprietários de terras, na área de fronteira do Império brasileiro localizada na província de Mato Grosso com as repúblicas sul-americanas da Bolívia e o do Paraguai. Objetiva-se conhecer e demonstrar a criação e o funcionamento da política indigenista de fronteira, através de aldeamentos, elaborada e desenvolvida, à época, pelos presidentes da província para subsidiar o projeto geopolítico imperial de expansão territorial implementado nas regiões platinas em litígio. Essa política é marcada pela heterogeneidade do tratamento dispensado aos índios, considerando-se “mansos” os habitantes dos espaços de colonização antiga e já contatados e “bravos”, portanto o alvo das ações indigenistas de catequese e civilização, os habitantes das regiões da fronteira em expansão. A partir dessa categorização, instaura-se, nas regiões a oeste e ao sul da província de Mato Grosso, entre os anos de 1837 a 1873, a política indígena de fronteira criando-se aldeamentos para a fixação dos índios Bororo e Guaná, utilizados para o povoamento e a defesa local, bem como para a reordenação produtiva da economia provincial. Parte-se do pressuposto teórico-metodológico da história indígena para a abordagem das relações de interação e interdependência fundadas entre os aldeados e os não índios quando da efetivação do movimento expansionista do Império em terras mato-grossenses. Contrariando a visão corrente de que os índios são assimilados ou extintos por aceitar a condição de aldeados, constata-se o desenvolvimento de políticas indígenas próprias entre os Bororo e Guaná, pautadas por seus interesses individuais e coletivos, implicando a reelaboração de suas etnicidades, a dinamização da fronteira da província e a criação de uma fronteira étnica/indígena em contraposição à proposta geopolítica do Império. / This thesis intends to handle the interethnical and social relations built during the nineteenth century among two indigenous groups, Western Bororo and Guaná, and governmental authorities, religious leaders and landowners. The conflict took place at the borders of brazilian empire, which means the borders between province of Mato Grosso and the south-american republics of Bolivia and Paraguay. This research aims to know and demonstrate the creation and working of indigenist policy related to the borders, that was made through villages. This policy was also elaborated and developed at that time by presidents of province to subsidize the imperial geopolitical project of expansion, implemented in the litigious regions. The referred policy is marked by the diversity of treatments given to the indians and considered the inhabitants of the old colonial space as “tames”. Beside that, this policy considered the inhabitants of the borders in expansion as “roughs”, who were the target of actions of civilization and religious instruction. Following this categorization, the indigene policy of borders was established between 1837 and 1873 in the south and west of Mato Grosso. Villages were created to set the Bororo and the Guará people, used both to settle and defend the territory, and also to reorganize the provincial economy. We start from the theoric-methodological assumption of indigene history to approach the relations of interaction and interdependence founded between villagers and non-indians, at the moment of effectuation of the empire expansionist movement in mato-grossenses’ lands. In spite of the current vision that the indians are assimilated or extincts because they accept the condition of villagers, own indian policies are verified among Bororo and Guaná. These policies are regulated by their individual and collective interests, implying the re-elaboration of their ethnicities, dinamization of province borders and creation of an ethnic/indigene border in opposite of empire’s geopolitical proposal.
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'Índios fronteiriços' : a política indigenista de fronteira e políticas indígenas na Província de Mato Grosso entre a Bolívia e o Paraguai (1837-1873)Almeida, Marli Auxiliadora de January 2013 (has links)
Nesta tese, abordam-se as relações sociais e interétnicas construídas, durante o século XIX, entre os grupos indígenas Bororo Ocidentais e Guaná e as autoridades governamentais, líderes religiosos e proprietários de terras, na área de fronteira do Império brasileiro localizada na província de Mato Grosso com as repúblicas sul-americanas da Bolívia e o do Paraguai. Objetiva-se conhecer e demonstrar a criação e o funcionamento da política indigenista de fronteira, através de aldeamentos, elaborada e desenvolvida, à época, pelos presidentes da província para subsidiar o projeto geopolítico imperial de expansão territorial implementado nas regiões platinas em litígio. Essa política é marcada pela heterogeneidade do tratamento dispensado aos índios, considerando-se “mansos” os habitantes dos espaços de colonização antiga e já contatados e “bravos”, portanto o alvo das ações indigenistas de catequese e civilização, os habitantes das regiões da fronteira em expansão. A partir dessa categorização, instaura-se, nas regiões a oeste e ao sul da província de Mato Grosso, entre os anos de 1837 a 1873, a política indígena de fronteira criando-se aldeamentos para a fixação dos índios Bororo e Guaná, utilizados para o povoamento e a defesa local, bem como para a reordenação produtiva da economia provincial. Parte-se do pressuposto teórico-metodológico da história indígena para a abordagem das relações de interação e interdependência fundadas entre os aldeados e os não índios quando da efetivação do movimento expansionista do Império em terras mato-grossenses. Contrariando a visão corrente de que os índios são assimilados ou extintos por aceitar a condição de aldeados, constata-se o desenvolvimento de políticas indígenas próprias entre os Bororo e Guaná, pautadas por seus interesses individuais e coletivos, implicando a reelaboração de suas etnicidades, a dinamização da fronteira da província e a criação de uma fronteira étnica/indígena em contraposição à proposta geopolítica do Império. / This thesis intends to handle the interethnical and social relations built during the nineteenth century among two indigenous groups, Western Bororo and Guaná, and governmental authorities, religious leaders and landowners. The conflict took place at the borders of brazilian empire, which means the borders between province of Mato Grosso and the south-american republics of Bolivia and Paraguay. This research aims to know and demonstrate the creation and working of indigenist policy related to the borders, that was made through villages. This policy was also elaborated and developed at that time by presidents of province to subsidize the imperial geopolitical project of expansion, implemented in the litigious regions. The referred policy is marked by the diversity of treatments given to the indians and considered the inhabitants of the old colonial space as “tames”. Beside that, this policy considered the inhabitants of the borders in expansion as “roughs”, who were the target of actions of civilization and religious instruction. Following this categorization, the indigene policy of borders was established between 1837 and 1873 in the south and west of Mato Grosso. Villages were created to set the Bororo and the Guará people, used both to settle and defend the territory, and also to reorganize the provincial economy. We start from the theoric-methodological assumption of indigene history to approach the relations of interaction and interdependence founded between villagers and non-indians, at the moment of effectuation of the empire expansionist movement in mato-grossenses’ lands. In spite of the current vision that the indians are assimilated or extincts because they accept the condition of villagers, own indian policies are verified among Bororo and Guaná. These policies are regulated by their individual and collective interests, implying the re-elaboration of their ethnicities, dinamization of province borders and creation of an ethnic/indigene border in opposite of empire’s geopolitical proposal.
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'Índios fronteiriços' : a política indigenista de fronteira e políticas indígenas na Província de Mato Grosso entre a Bolívia e o Paraguai (1837-1873)Almeida, Marli Auxiliadora de January 2013 (has links)
Nesta tese, abordam-se as relações sociais e interétnicas construídas, durante o século XIX, entre os grupos indígenas Bororo Ocidentais e Guaná e as autoridades governamentais, líderes religiosos e proprietários de terras, na área de fronteira do Império brasileiro localizada na província de Mato Grosso com as repúblicas sul-americanas da Bolívia e o do Paraguai. Objetiva-se conhecer e demonstrar a criação e o funcionamento da política indigenista de fronteira, através de aldeamentos, elaborada e desenvolvida, à época, pelos presidentes da província para subsidiar o projeto geopolítico imperial de expansão territorial implementado nas regiões platinas em litígio. Essa política é marcada pela heterogeneidade do tratamento dispensado aos índios, considerando-se “mansos” os habitantes dos espaços de colonização antiga e já contatados e “bravos”, portanto o alvo das ações indigenistas de catequese e civilização, os habitantes das regiões da fronteira em expansão. A partir dessa categorização, instaura-se, nas regiões a oeste e ao sul da província de Mato Grosso, entre os anos de 1837 a 1873, a política indígena de fronteira criando-se aldeamentos para a fixação dos índios Bororo e Guaná, utilizados para o povoamento e a defesa local, bem como para a reordenação produtiva da economia provincial. Parte-se do pressuposto teórico-metodológico da história indígena para a abordagem das relações de interação e interdependência fundadas entre os aldeados e os não índios quando da efetivação do movimento expansionista do Império em terras mato-grossenses. Contrariando a visão corrente de que os índios são assimilados ou extintos por aceitar a condição de aldeados, constata-se o desenvolvimento de políticas indígenas próprias entre os Bororo e Guaná, pautadas por seus interesses individuais e coletivos, implicando a reelaboração de suas etnicidades, a dinamização da fronteira da província e a criação de uma fronteira étnica/indígena em contraposição à proposta geopolítica do Império. / This thesis intends to handle the interethnical and social relations built during the nineteenth century among two indigenous groups, Western Bororo and Guaná, and governmental authorities, religious leaders and landowners. The conflict took place at the borders of brazilian empire, which means the borders between province of Mato Grosso and the south-american republics of Bolivia and Paraguay. This research aims to know and demonstrate the creation and working of indigenist policy related to the borders, that was made through villages. This policy was also elaborated and developed at that time by presidents of province to subsidize the imperial geopolitical project of expansion, implemented in the litigious regions. The referred policy is marked by the diversity of treatments given to the indians and considered the inhabitants of the old colonial space as “tames”. Beside that, this policy considered the inhabitants of the borders in expansion as “roughs”, who were the target of actions of civilization and religious instruction. Following this categorization, the indigene policy of borders was established between 1837 and 1873 in the south and west of Mato Grosso. Villages were created to set the Bororo and the Guará people, used both to settle and defend the territory, and also to reorganize the provincial economy. We start from the theoric-methodological assumption of indigene history to approach the relations of interaction and interdependence founded between villagers and non-indians, at the moment of effectuation of the empire expansionist movement in mato-grossenses’ lands. In spite of the current vision that the indians are assimilated or extincts because they accept the condition of villagers, own indian policies are verified among Bororo and Guaná. These policies are regulated by their individual and collective interests, implying the re-elaboration of their ethnicities, dinamization of province borders and creation of an ethnic/indigene border in opposite of empire’s geopolitical proposal.
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