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Os agentes indígenas de saúde do Alto XinguNovo, Marina Pereira 12 August 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008-08-12 / Universidade Federal de Minas Gerais / In the context of restructuring the indigenous health policies over the last 20 years in Brazil, and the consequent creation of the Special Sanitary Indigenous Districts since 1999, the Indigenous Health Agents appear as central elements of this new model for indigenous health attention, since they are understood as possible links or translators between the traditional systems and the official biomedicine. Considering this context, my intention was, through the presentation of ethnographic data about the formation process and the performance of the Indigenous Health Agents at the Upper
Xingu, to question the role attributed to them, as well as the model of differentiated attention where this role was proposed. Exactly because they occupy a border position between different medicaltherapeutic systems, the agents performances are involved in several ambiguities and conflicts, which result from the imprecise definition of their functions, as well as from the effective existing conditions for their acting in the spaces attributed to them. I intend to show that the Indigenous Health Agents have their role redefined twice: by the non-indigenous professionals who think of them as transmitters of the biomedical knowledge to the attended populations as well as by the indigenous themselves, who see them as sources of goods and services from national society, in the general context of the political appropriation of this role and its acting spaces by the upper-xinguanos and local leaders themselves. / Dentro do contexto da reestruturação das políticas de saúde indígena ao longo dos últimos 20 anos no Brasil, e a conseqüente criação dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas/DSEIs a partir de 1999, os Agentes Indígenas de Saúde/AISs aparecem como elementos centrais desse novo modelo de atenção à saúde indígena, na medida em que são entendidos como possíveis elos de ligação ou
tradutores entre os sistemas tradicionais e a biomedicina. Tendo em vista este contexto, o objetivo
desta dissertação foi, por meio da apresentação de dados etnográficos relativos à formação e à atuação dos AISs no Alto Xingu, problematizar o papel que lhes foi atribuído, bem como o modelo de atenção diferenciada no qual este papel foi proposto. Observa-se que, exatamente pelo fato de ocuparem uma posição de fronteira entre distintos sistemas médico-terapêuticos, a atuação dos AISs está envolta em ambigüidades e conflitos de diversas naturezas, decorrentes quer de certa imprecisão na
formulação do seu papel, quer das condições efetivas das suas atuações nos espaços que lhes foram atribuídos. Procura-se mostrar que os Agentes Indígenas de Saúde têm sua atuação duplamente redefinida: tanto pelos profissionais não-indígenas que os pensam como transmissores dos conhecimentos biomédicos às populações atendidas quanto pelos próprios indígenas, que os vêem como fontes de acesso a bens e serviços provenientes da sociedade nacional, no contexto mais geral da apropriação política deste papel e dos seus espaços de atuação pelos próprios alto-xinguanos e
lideranças locais.
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