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The conceptual evolution of inflation inertia in Brazil / A evolução do conceito de inércia inflacionária no Brasil

Carvalho, André Roncaglia de 17 July 2015 (has links)
This work aims to contribute to the wider body of research in history of economics in Brazil by focusing on the conceptual evolution of inflation inertia. Its motivation lies in the conceptual gap that appeared, following disinflation in 1994, between the stabilization debates carried out in the 1980s and the way economists in Brazil began to describe downwardly rigid inflation patterns from the 1990s onwards. More precisely, we explore the \"inertial inflation episode\" as a chapter in a longer tradition of adaptations, to country-specific realities, of theoretical influences coming from the economics profession at the international level, in the late 1970s, when the inertial inflation hypothesis was brought to the fore. Our narrative reveals that this stubborn inflationary phenomenon had been previously dealt with in the debates in Latin America about growth and inflation back in the 1950s and 1960s, where a host of contributions sprung from various traditions, which were gradually synthesized by the saw-tooth model of real wages, also known as Simonsen-Pazos mechanism. We analyze the recurrent opposition between a monetarist- and a heterodox structuralist-type of thinking in their two rounds, in the 1950s and again in the 1980s. The connection between these two opposing schools is operated by the contributions by Mario Henrique Simonsen and the self-declared neo-structuralist economists at PUC-Rio. Based on a careful and detailed analysis of the latter\'s modeling strategies and conclusions, we show that, along the 1980s, these economists gradually shift towards a more ecumenical approach, inviting monetarist elements into their analyses while downplaying the relevance of the inertial component. Finally, when the 1990s came, the rise of a macroeconomic consensus began to conceptualize \"inflation inertia\" as the time delay between a real or monetary shock and the response by price level changes, leaving the concept of \"inflation persistence\" to account for the deviations of inflation away from its equilibrium value, a view that undergirds how most Brazilian economists now understand this phenomenon. We assess how \"inflation inertia\" has been understood in the aftermath of the monetary reform in Brazil in 1994, by analyzing the backstage papers that circulated within the economic team in charge of the Real Plan. We conclude that there are elements of continuity between the two rounds as regards the concept of inertia, but that they are now stripped of their previous dense historical and institutional substance. / O presente trabalho busca contribuir para a literatura de história do pensamento econômico brasileiro, ao estudar a transformação do conceito de inércia inflacionária no Brasil desde os debates sobre estabilização na década de 1980 até o período pós-Real, mudança essa que permanece inexplicada pela literatura. Mais precisamente, o trabalho busca verificar a hipótese de que a inflação inercial não passou de um episódio de uma longa tradição de adaptações teóricas de influências oriundas de economistas estrangeiros, em especial na década de 1970, quando a hipótese de uma inflação inercial foi levantada. Nossa narrativa revela que o fenômeno da rigidez inflacionária já havia sido previamente compreendido e teorizado nos debates na América Latina, nas décadas de 1950 e 1960, quando inúmeras contribuições foram eventualmente sintentizadas no modelo de rendas contratuais sob inflação no formato de \"dente-de-serra\", ou o assim chamado mecanismo Simonsen-Pazos. A narrativa adota a controvérsia entre monetaristas e estruturalistas em seus dois momentos como eixo da análise, para mostrar como o desaparecimento dessa oposição coincide com a emergência do consenso macroeconômico em escala internacional. Baseando-se em uma análise cuidadosa e detalhada das contribuições dos economistas neo-estruturalistas da PUC-Rio e da onipresente influência de Simonsen como um sintetizador das contenciosas escolas, o trabalho apresenta evidências documentais de uma transformação estruturalista da segunda geração. Ao longo dos anos 1980, esses economistas gradualmente convergiram para uma abordagem mais ecumênica com relação aos monetaristas, reduzindo a importância do componente inercial da inflação e ampliando a relevância de aspectos usualmente associados à ortodoxia econômica. Finalmente, no período pós-Real, passa a predominar no país um conceito de inércia inflacionária que constrasta com a visão anterior dos economistas atuando no referido plano de estabilização. Esse novo conceito está associado à emergência da \"nova síntese neoclássica\", na qual a inércia é compreendida como o atraso na resposta dos níveis de preço a choques monetários ou reais, enquanto o conceito de persistência inflacionária representa desvios duradouros da inflação com relação ao seu nível de equilíbrio. Para compreender se essa mudança pode ser considerada uma ruptura com relação ao passado, analisam-se os artigos que circularam nos bastidores do Plano Real dentro da equipe econômica. Nosso trabalho conclui que há elementos de continuidade entre os dois momentos no que se refere ao conceito de inércia, os quais aparecem agora com uma representação analítica desprovida da substância histórica e institucional que o conceito outrora abarcava.
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The conceptual evolution of inflation inertia in Brazil / A evolução do conceito de inércia inflacionária no Brasil

André Roncaglia de Carvalho 17 July 2015 (has links)
This work aims to contribute to the wider body of research in history of economics in Brazil by focusing on the conceptual evolution of inflation inertia. Its motivation lies in the conceptual gap that appeared, following disinflation in 1994, between the stabilization debates carried out in the 1980s and the way economists in Brazil began to describe downwardly rigid inflation patterns from the 1990s onwards. More precisely, we explore the \"inertial inflation episode\" as a chapter in a longer tradition of adaptations, to country-specific realities, of theoretical influences coming from the economics profession at the international level, in the late 1970s, when the inertial inflation hypothesis was brought to the fore. Our narrative reveals that this stubborn inflationary phenomenon had been previously dealt with in the debates in Latin America about growth and inflation back in the 1950s and 1960s, where a host of contributions sprung from various traditions, which were gradually synthesized by the saw-tooth model of real wages, also known as Simonsen-Pazos mechanism. We analyze the recurrent opposition between a monetarist- and a heterodox structuralist-type of thinking in their two rounds, in the 1950s and again in the 1980s. The connection between these two opposing schools is operated by the contributions by Mario Henrique Simonsen and the self-declared neo-structuralist economists at PUC-Rio. Based on a careful and detailed analysis of the latter\'s modeling strategies and conclusions, we show that, along the 1980s, these economists gradually shift towards a more ecumenical approach, inviting monetarist elements into their analyses while downplaying the relevance of the inertial component. Finally, when the 1990s came, the rise of a macroeconomic consensus began to conceptualize \"inflation inertia\" as the time delay between a real or monetary shock and the response by price level changes, leaving the concept of \"inflation persistence\" to account for the deviations of inflation away from its equilibrium value, a view that undergirds how most Brazilian economists now understand this phenomenon. We assess how \"inflation inertia\" has been understood in the aftermath of the monetary reform in Brazil in 1994, by analyzing the backstage papers that circulated within the economic team in charge of the Real Plan. We conclude that there are elements of continuity between the two rounds as regards the concept of inertia, but that they are now stripped of their previous dense historical and institutional substance. / O presente trabalho busca contribuir para a literatura de história do pensamento econômico brasileiro, ao estudar a transformação do conceito de inércia inflacionária no Brasil desde os debates sobre estabilização na década de 1980 até o período pós-Real, mudança essa que permanece inexplicada pela literatura. Mais precisamente, o trabalho busca verificar a hipótese de que a inflação inercial não passou de um episódio de uma longa tradição de adaptações teóricas de influências oriundas de economistas estrangeiros, em especial na década de 1970, quando a hipótese de uma inflação inercial foi levantada. Nossa narrativa revela que o fenômeno da rigidez inflacionária já havia sido previamente compreendido e teorizado nos debates na América Latina, nas décadas de 1950 e 1960, quando inúmeras contribuições foram eventualmente sintentizadas no modelo de rendas contratuais sob inflação no formato de \"dente-de-serra\", ou o assim chamado mecanismo Simonsen-Pazos. A narrativa adota a controvérsia entre monetaristas e estruturalistas em seus dois momentos como eixo da análise, para mostrar como o desaparecimento dessa oposição coincide com a emergência do consenso macroeconômico em escala internacional. Baseando-se em uma análise cuidadosa e detalhada das contribuições dos economistas neo-estruturalistas da PUC-Rio e da onipresente influência de Simonsen como um sintetizador das contenciosas escolas, o trabalho apresenta evidências documentais de uma transformação estruturalista da segunda geração. Ao longo dos anos 1980, esses economistas gradualmente convergiram para uma abordagem mais ecumênica com relação aos monetaristas, reduzindo a importância do componente inercial da inflação e ampliando a relevância de aspectos usualmente associados à ortodoxia econômica. Finalmente, no período pós-Real, passa a predominar no país um conceito de inércia inflacionária que constrasta com a visão anterior dos economistas atuando no referido plano de estabilização. Esse novo conceito está associado à emergência da \"nova síntese neoclássica\", na qual a inércia é compreendida como o atraso na resposta dos níveis de preço a choques monetários ou reais, enquanto o conceito de persistência inflacionária representa desvios duradouros da inflação com relação ao seu nível de equilíbrio. Para compreender se essa mudança pode ser considerada uma ruptura com relação ao passado, analisam-se os artigos que circularam nos bastidores do Plano Real dentro da equipe econômica. Nosso trabalho conclui que há elementos de continuidade entre os dois momentos no que se refere ao conceito de inércia, os quais aparecem agora com uma representação analítica desprovida da substância histórica e institucional que o conceito outrora abarcava.

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