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Contribuições da psicanálise lacaniana às práticas de grupo nas instituições de saúde / Contributions of Lacanian psychoanalysis to group practices in health institutions

Cruz, Ivan do Nascimento 05 February 2015 (has links)
Nossa pesquisa visa problematizar o dispositivo de grupo a partir da psicanálise lacaniana. A questão da qual partimos foi: Se a psicanálise aponta para o singular do sujeito, como trabalhar com dispositivos de grupos sem dissolvê-las num universal? Num primeiro momento, mapeamos alguns elementos históricos do surgimento da noção de grupo. Extraímos daí que tal noção nasce concomitantemente à noção de indivíduo, ambos tomados como totalidades. A psicanálise, por sua vez, não parte do indivíduo, pois tem como fundamento e horizonte de intervenção o sujeito, de forma que o dispositivo de grupo também deve levá-lo em conta. Na sequência, o tema grupo é investigado nas obras de S. Freud, W. R. Bion, E. Pichon-Rivière, J. Lacan procurando extrair-lhes uma lógica coletiva. A partir de Freud, temos um esquema no qual a tendência do grupo é fazer massa, identificando-se ao mesmo tempo verticalmente sob uma insígnia do mestre colocado como Ideal do Eu, e horizontalmente entre os sujeitos a partir do Eu, tendendo a apagar suas singularidades através de um grupo imaginariamente completo. Com isso, vemos a questão da identificação se tornar um problema central na questão dos grupos. Assim procuramos elementos que pudessem nos auxiliar para que o grupo não ceda aos efeitos imaginários. Frente a isso, Bion trouxe uma primeira contribuição do grupo sem líder, para quem o analista não atua do lugar de líder, trazendo a importante ideia de descompletar o grupo; Pichon, por sua vez, traz a ideia de interdependência dos sujeitos afirmando uma lógica coletiva, uma vez que os sujeitos não são mônadas isoladas. Na sequência, foi importante o recurso ao dispositivo de cartel, órgão de base da Escola lacaniana, o qual aponta para um grupo não completo, dado que a função do +1 é justamente descompletar o grupo a fim de mitigar seus efeitos imaginários. Nosso próximo passo foi abordamos os efeitos de sujeito - em oposição aos efeitos imaginários - a partir do recurso de vinhetas clínicas de atendimentos de grupos em articulação à contribuição lacaniana da sua tríade Imaginário, Simbólico e Real. A consideração desses três registros apontou para outro modo de universalizar um grupo como prescindindo do significante, uma vez que o que Lacan denominou como objeto a escapa às suas determinações simbólicas e imaginárias em suas tendências identificatórias e homogeneizantes. Extraída tal lógica coletiva, apontamos que o analista num grupo tem sua função ancorada no objeto a. Além disso, o analista deve considerar os efeitos da fala que os sujeitos têm entre si, visto que a transferência circula entre os sujeitos. Uma vez que os sujeitos em grupo tendem a responder às demandas um do outro, concluímos que é importante ao psicanalista fazer circular a palavra, de modo a manter a significação aberta, para que ninguém venha a ocupar o lugar de Ideal do Eu. Por fim oferecemos um quadro de leitura das experiências ambivalentes de grupo: como experiências produtivas (de determinação e indeterminação), mas também improdutivas (de indeterminação e determinação). Finalmente, concluímos que o dispositivo de grupo pode ser um importante dispositivo de intervenção clínica, ética e política para o campo da Saúde / This research aims to problematize the device group from Lacanian psychoanalysis. The question with which we started was: If psychoanalysis points to the singular subject, how to work with groups devices without dissolving them in a universal? Initially, we mapped some historical elements of the emergence of the notion of group. We extracted from this that such notion is born simultaneously with the notion of the individual, both taken as totalities. Psychoanalysis, in turn, does not arise from the individual, because it is based and has as intervention goal the subject, so that the device group should also take it into account. Subsequently, the group theme is investigated in the works of S. Freud, Bion, E. Pichon-Rivière J. Lacan seeking to extract from them a collective logic. From Freud, we have a scheme in which the tendency of the group is to make dough, identifying both vertically under a master insignia placed as the Ideal Self, and horizontally among subjects starting from themselves, tending to erase their singularities through an imaginary whole group. Therewith, we see the issue of identification become a central point in the matter of groups. Thus we seek elements that could help us so that the group does not give in to imaginary effects. Faced with this, Bion brought a first contribution of the \"leaderless group\", to which the analyst does not act in the place of leader, bringing the important idea of not to complete the group; Pichon, in turn, brings the idea of interdependence of individuals stating a collective logic, since the subjects are not isolated monads. Thereafter, it was important to make use of the cartel device, organ base of Lacanian School, which points to a not complete group, since the function of the +1 is precisely not complete the group in order to mitigate its imaginary effects. Our next step was to approach the \"effects of subjects\" - as opposed to imaginary effects - from the use of clinical vignettes used on groups treatment in articulating their contribution to the Lacanian triad Imaginary, Symbolic and Real. The consideration of these three records, pointed to another way of universalizing a group as waiving significant, since what Lacan has termed as escape object to their symbolic and imaginary determinations in its identificatory and homogenizing trends. Extracted such collective logic, it is possible to indicate that, in a group, the analyst has his role anchored in the object. In addition, the analyst must consider the effects of speech that individuals have with each other, since the transfer circulates between subjects. Since the subjects in groups tend to respond to each other demands, we conclude that it\'s important the psychoanalyst to circulate the word, in a way to keep an open meaning, so no one will take the place of the Ideal I. Finally we provide a reading framework for the ambivalent group experiences: as productive experiences (determination and indeterminacy) but also unproductive (of indeterminacy and determination). Lastly, we conclude that the group device can be an important tool for clinical policy in the field of health care intervention and ethics
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Contribuições da psicanálise lacaniana às práticas de grupo nas instituições de saúde / Contributions of Lacanian psychoanalysis to group practices in health institutions

Ivan do Nascimento Cruz 05 February 2015 (has links)
Nossa pesquisa visa problematizar o dispositivo de grupo a partir da psicanálise lacaniana. A questão da qual partimos foi: Se a psicanálise aponta para o singular do sujeito, como trabalhar com dispositivos de grupos sem dissolvê-las num universal? Num primeiro momento, mapeamos alguns elementos históricos do surgimento da noção de grupo. Extraímos daí que tal noção nasce concomitantemente à noção de indivíduo, ambos tomados como totalidades. A psicanálise, por sua vez, não parte do indivíduo, pois tem como fundamento e horizonte de intervenção o sujeito, de forma que o dispositivo de grupo também deve levá-lo em conta. Na sequência, o tema grupo é investigado nas obras de S. Freud, W. R. Bion, E. Pichon-Rivière, J. Lacan procurando extrair-lhes uma lógica coletiva. A partir de Freud, temos um esquema no qual a tendência do grupo é fazer massa, identificando-se ao mesmo tempo verticalmente sob uma insígnia do mestre colocado como Ideal do Eu, e horizontalmente entre os sujeitos a partir do Eu, tendendo a apagar suas singularidades através de um grupo imaginariamente completo. Com isso, vemos a questão da identificação se tornar um problema central na questão dos grupos. Assim procuramos elementos que pudessem nos auxiliar para que o grupo não ceda aos efeitos imaginários. Frente a isso, Bion trouxe uma primeira contribuição do grupo sem líder, para quem o analista não atua do lugar de líder, trazendo a importante ideia de descompletar o grupo; Pichon, por sua vez, traz a ideia de interdependência dos sujeitos afirmando uma lógica coletiva, uma vez que os sujeitos não são mônadas isoladas. Na sequência, foi importante o recurso ao dispositivo de cartel, órgão de base da Escola lacaniana, o qual aponta para um grupo não completo, dado que a função do +1 é justamente descompletar o grupo a fim de mitigar seus efeitos imaginários. Nosso próximo passo foi abordamos os efeitos de sujeito - em oposição aos efeitos imaginários - a partir do recurso de vinhetas clínicas de atendimentos de grupos em articulação à contribuição lacaniana da sua tríade Imaginário, Simbólico e Real. A consideração desses três registros apontou para outro modo de universalizar um grupo como prescindindo do significante, uma vez que o que Lacan denominou como objeto a escapa às suas determinações simbólicas e imaginárias em suas tendências identificatórias e homogeneizantes. Extraída tal lógica coletiva, apontamos que o analista num grupo tem sua função ancorada no objeto a. Além disso, o analista deve considerar os efeitos da fala que os sujeitos têm entre si, visto que a transferência circula entre os sujeitos. Uma vez que os sujeitos em grupo tendem a responder às demandas um do outro, concluímos que é importante ao psicanalista fazer circular a palavra, de modo a manter a significação aberta, para que ninguém venha a ocupar o lugar de Ideal do Eu. Por fim oferecemos um quadro de leitura das experiências ambivalentes de grupo: como experiências produtivas (de determinação e indeterminação), mas também improdutivas (de indeterminação e determinação). Finalmente, concluímos que o dispositivo de grupo pode ser um importante dispositivo de intervenção clínica, ética e política para o campo da Saúde / This research aims to problematize the device group from Lacanian psychoanalysis. The question with which we started was: If psychoanalysis points to the singular subject, how to work with groups devices without dissolving them in a universal? Initially, we mapped some historical elements of the emergence of the notion of group. We extracted from this that such notion is born simultaneously with the notion of the individual, both taken as totalities. Psychoanalysis, in turn, does not arise from the individual, because it is based and has as intervention goal the subject, so that the device group should also take it into account. Subsequently, the group theme is investigated in the works of S. Freud, Bion, E. Pichon-Rivière J. Lacan seeking to extract from them a collective logic. From Freud, we have a scheme in which the tendency of the group is to make dough, identifying both vertically under a master insignia placed as the Ideal Self, and horizontally among subjects starting from themselves, tending to erase their singularities through an imaginary whole group. Therewith, we see the issue of identification become a central point in the matter of groups. Thus we seek elements that could help us so that the group does not give in to imaginary effects. Faced with this, Bion brought a first contribution of the \"leaderless group\", to which the analyst does not act in the place of leader, bringing the important idea of not to complete the group; Pichon, in turn, brings the idea of interdependence of individuals stating a collective logic, since the subjects are not isolated monads. Thereafter, it was important to make use of the cartel device, organ base of Lacanian School, which points to a not complete group, since the function of the +1 is precisely not complete the group in order to mitigate its imaginary effects. Our next step was to approach the \"effects of subjects\" - as opposed to imaginary effects - from the use of clinical vignettes used on groups treatment in articulating their contribution to the Lacanian triad Imaginary, Symbolic and Real. The consideration of these three records, pointed to another way of universalizing a group as waiving significant, since what Lacan has termed as escape object to their symbolic and imaginary determinations in its identificatory and homogenizing trends. Extracted such collective logic, it is possible to indicate that, in a group, the analyst has his role anchored in the object. In addition, the analyst must consider the effects of speech that individuals have with each other, since the transfer circulates between subjects. Since the subjects in groups tend to respond to each other demands, we conclude that it\'s important the psychoanalyst to circulate the word, in a way to keep an open meaning, so no one will take the place of the Ideal I. Finally we provide a reading framework for the ambivalent group experiences: as productive experiences (determination and indeterminacy) but also unproductive (of indeterminacy and determination). Lastly, we conclude that the group device can be an important tool for clinical policy in the field of health care intervention and ethics
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O prontuário do paciente à luz dos avanços das tecnologias da informação e comunicação

Santos, Pablo Soledade de Almeida 20 June 2016 (has links)
Submitted by Valdinei Souza (neisouza@hotmail.com) on 2016-10-03T21:09:37Z No. of bitstreams: 1 Pablo Soledade - DISSERTACAO - VERSAO FINAL - 16082016.pdf: 1255399 bytes, checksum: 4109a7da04441202e79725bd231cffc5 (MD5) / Approved for entry into archive by Urania Araujo (urania@ufba.br) on 2016-10-04T20:07:55Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Pablo Soledade - DISSERTACAO - VERSAO FINAL - 16082016.pdf: 1255399 bytes, checksum: 4109a7da04441202e79725bd231cffc5 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-10-04T20:07:55Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Pablo Soledade - DISSERTACAO - VERSAO FINAL - 16082016.pdf: 1255399 bytes, checksum: 4109a7da04441202e79725bd231cffc5 (MD5) / A pesquisa apresentada nesta dissertação de mestrado teve como objetivo a investigação do uso e importância do prontuário do paciente em instituições de saúde, através da publicação de atos ou informações nos sítios eletrônicos oficiais destas. Esse trabalho foi desenvolvido metodologicamente utilizando uma abordagem qualitativa, tendo por base a pesquisa descritiva na forma documental, utilizando a técnica de observação direta para a coleta de dados. A pesquisa fez uma investigação da publicidade das ações relacionadas aos prontuários e arquivos, nos sítios eletrônicos de doze instituições de saúde previamente escolhidas, respondendo objetivamente a dezoito questões formuladas, conhecendo assim a realidade de cada uma, e do conjunto destas no que tange a relação prontuário e arquivo da instituição de saúde com os respectivos sítios eletrônicos. Essa investigação revelou que nenhuma instituição apresentou em seu sítio eletrônico a totalidade de respostas positivas. A instituição que chegou mais próximo do resultado alcançou doze das dezoito respostas, que representa 66,67%, revelando assim a necessidade dos sítios eletrônicos serem melhorados para a garantia do acesso a informação dos clientes ou pacientes. O trabalho apresentou ainda o panorama atual da legislação sobre prontuário, as correlações com a prática e a identificação de ações quanto a soluções para inserção dessa espécie documental como instrumento relevante de registro de informação para a eficácia de um atendimento de qualidade e com segurança jurídica ao paciente. / ABSTRACT The research presented in this Master’s thesis investigated the use and importance of patients’ medical records at health institutions, by publishing actions or information on their official websites. This study was developed methodologically using a qualitative approach, having descriptive research in documentary form as a base, and utilizing the technique of direct observation for data collection. The research analyzed the disclosure of actions related to medical records and archives on the websites of 12 previously selected health institutions, objectively responding to 18 formulated questions. The reality of each institution and the group as a whole with regards to the health institutions’ medical records and files’ relation with their websites was discovered in this way. The analysis revealed that none of the institutions presented totally positive replies on their websites. The institution which came closest to the outcome attained 12 of the 18 responses, representing 66.67%. Therefore, this revealed the need for improvements to the websites, in order to guarantee access to information on clients or patients. This study also presents an overview of legislation on medical records, correlations with practice and identifying actions for solutions to insert a patient’s medical records as a relevant instrument to record information for an effective, high quality service and legal certainty for patients.

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