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COMPORTAMENTO AGONÍSTICO, DESLOCAMENTO E PADRÕES DE ATIVIDADE DE LAGOSTINS NEOTROPICAIS (DECAPODA: PARASTACIDAE) / AGONISTIC BEHAVIOR, DISPLACEMENT AND ACTIVITY PATTERNS OF NEOTROPICAL CRAYFISH (DECAPODA: PARASTACIDAE)

Dalosto, Marcelo Marchet 24 February 2012 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This study investigated the behavior of crayfishes of the genus Parastacus. Two experiments were performed: one describing and comparing the agonistic behavior of Parastacus brasiliensis and Parastacus pilimanus, in laboratory; and another experiment, in the field, where movement and activity of P. pilimanus were monitored through radio-telemetry. For the first experiment, individuals of both species were captured and taken to the lab, were they were paired according to carapace and cheliped length. Ten pairs of P. brasiliensis and thirteen of P. pilimanus, were formed, being acclimated individually. The pairs were allowed to interact for 20min, during which they were filmed. Quantifications of aggressiveness, relative aggressiveness, first bout duration, mean bout duration, number of bouts, latency period, representativity of aggressive behaviors, number of approaches, number of antennal whips and number of chela punches were made. The species were compared regarding the formation of dominance hierarchies. P. brasiliensis exhibited significantly higher values for all parameters, except latency, number of bouts and antenal whips (only winners), while P. pilimanus executed chela punch more frequently. Formation of dominance hieararchies was more frequent in P. pilimanus than in P. brasiliensis. These results point the fossorial species as less aggressive. The behavioral repertory differed from the expected for crayfish. Another difference was a non-escalated aggression. In the second phase, two campaigns were performed, one in the spring of 2010 and another in the spring of 2011. In each, five P. pilimanus were monitored for seven days through radio-telemetry. Verifications of position of crayfishes were made at 13, 19, 22, 1, 4 and 7h. Air temperature, water temperature, flow speed, dissolved oxygen, pH and conductivity were measured daily. Daily displacements were compared. The crayfish were tested for preferably diurnal/nocturnal activity, preferably upstream/downstream movements and permanence within burrows. The influence of abiotic parameters in the animal s displacement and the circadian activity were also checked. Only one crayfish presented significantly higher activity than two other crayfish. There were no significant differences between for movements. The permanence of the animals was higher within burrows than in the streambed, and none of the abiotic parameters affected movement. These results were the same for both campaigns. Between the campaigns, no differences were found for any parameters. The circadian activity analysis revealed that only three crayfish (one in 2010 and two in 2011) showed activity concentrated between 19h49min and 02h11min. The results point that P. pilimanus makes short, but frequent displacements. The high permanence within burrows characterizes this species as a primary burrower. The low dispersal potential of the studied population highlights its vulnerability towards a possible disturbs. This weak dispersion ability might also be related to the occurrence of intersexuality in the group. Both these studies relate to unknown subjects, when concerning the behavior of Neotropical crayfishes, which stand out for their differentiation, in relation to the general patterns within the Astacida, especially regarding the Northern Hemisphere species, better studied so far. / Este trabalho abordou o comportamento dos lagostins do gênero Parastacus. Foram realizados dois experimentos: um descrevendo e comparando o comportamento agonístico de Parastacus brasiliensis e P. pilimanus, em laboratório; e outro, em campo, objetivando o acompanhamento do deslocamento e da atividade de P. pilimanus através de da técnica de radiotelemetria. Para o primeiro, os indivíduos de ambas as espécies foram capturados, e levados ao laboratório, aonde foram pareados de acordo com o comprimento cefalotorácico e dos própodos quelares. Dez duplas de P. brasiliensis e 13 de P. pilimanus foram formadas, sendo aclimatados individualmente. As duplas foram filmadas por 20min, durante os quais puderam interagir. Foram quantificadas a agressividade, a agressividade relativa, a duração do primeiro embate, a duração média dos embates, o número de embates, o período de latência, a representatividade de comportamentos agressivos, o número de aproximações, o número de chicotes com antena e o número de batidas com quelípodo. As espécies foram comparadas quanto à formação de hierarquias de dominância. Parastacus brasiliensis apresentou valores significativamente maiores do que P. pilimanus em todos os parâmetros, exceto latência, número de embates e chicote com antenas (apenas vencedores), enquanto P. pilimanus executou mais o ato bater com quelípodo . Formação de hierarquias foi mais frequente em P. pilimanus do que em P. brasiliensis. Estes resultados apontam a espécie fossorial, P. pilimanus, como menos agressiva. O repertório comportamental diferiu do esperado para lagostins. Outra diferença foi a agressão não-escalada. Na segunda etapa, foram realizadas duas campanhas, uma na primavera de 2010 e outra na primavera de 2011. Em cada, cinco indivíduos de P. pilimanus foram monitorados por sete dias através de radiotelemetria. Verificações de posição foram realizadas às 13, 19, 22, 1, 4 e 7h. Temperatura do ar, temperatura da água, velocidade da correnteza, oxigênio dissolvido, pH e condutividade foram medidos diariamente. Os deslocamentos dos indivíduos foram comparados. Os lagostins foram testados quanto à atividade, deslocamento preferencial à montante ou à jusante permanência nas galerias. A influência dos parâmetros abióticos no deslocamento e a atividade circadiana também foram verificadas. Apenas um lagostim, apresentou atividade significativamente maior que dois outros lagostins. Não houve diferença significativa entre os deslocamentos. A permanência dos animais foi maior dentro das tocas do que no riacho, e nenhum dos parâmetros abióticos influenciou o deslocamento. Estes resultados foram os mesmos para as duas campanhas. Entre as campanhas, não houve diferença em nenhum parâmetro. A análise de atividade circadiana revelou que apenas três lagostins apresentaram atividade concentrada entre 19h49min e 02h11min. Os resultados apontam que P. pilimanus move-se pouco, embora constantemente. A alta permanência nas tocas caracteriza essa espécie como escavadora primária. O baixo potencial de dispersão dos indivíduos da população investigada ressalta sua vulnerabilidade frente a distúrbios ambientais. Este baixo potencial de dispersão também pode estar relacionado com a ocorrência de intersexualidade no grupo?. Ambos os trabalhos abordam aspectos não documentados do comportamento de lagostins neotropicais, que chamam atenção por se diferenciarem dos padrões gerais dentro dos Astacida, principalmente em relação às espécies do hemisfério norte, as melhores estudadas até o momento.

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