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Mudança social e os impactos na rede de atenção, apoio, cuidado e proteção da mulher

Silvana Maria Frigotto 25 April 2014 (has links)
A transformação social envolve gênero, a importância da mulher nas redes de apoio, atenção, cuidado e proteção, as mudanças na educação de meninos e meninas para a erradicação da violência contra a mulher e a viabilização da intervenção e fortalecimento dos laços no interior da rede pela ação do operador de rede. Desvela-se a importância do empoderamento das mulheres por meio da educação e da geração de renda que impactam a rede social particular e que favorecem no desempenho do papel de cuidadoras, educadoras e articuladoras da vida. Contribuições necessárias para que a realidade possa ser transformada numa sociedade mais humana e justa e que esse futuro almejado seja mais imediato para a mulher e rede que demanda atenção social. O enfoque dado é de rede ou mais precisamente da rede de apoio, atenção, cuidado e proteção que é atendida pela mulher e que envolve condições disposicionais características femininas, as quais se apresentam de forma simultânea ou articuladas, culminando na oferta, pela mulher, de serviços imprescindíveis, sem ônus e de demanda com atendimento espontâneo e imediato. A inclusão educacional e produtiva da mulher impacta a sua rede de apoio, atenção, cuidado e proteção. Há um espraiamento da força, da energia e das conquistas dessa mulher para a rede e desdobramentos para a sociedade. As mulheres em geral, especialmente, aquelas em/com risco social têm direito a políticas públicas específicas, benefícios de ação afirmativa, numa concepção de direitos humanos e de dignidade da pessoa humana. Ao final da investigação conclui-se que: 1) Através de um pedido de ajuda ou de uma queixa a mulher tem o direito de ser contemplada com o suporte da rede secundária; 2) A mulher e os demais indivíduos da rede com a ajuda de um operador de rede podem mobilizar as redes no sentido de deflagrar fatores de proteção e de prevenção por meio de outras redes na reconstrução de vínculos da rede primária; 3) O contexto vulnerável ou de risco se intensifica e é de difícil reversão quando se mantém de forma duradoura ou ininterrupta por longo tempo; 4) A postura de assistencialismo desrespeita, humilha e predispõe à apatia, à inércia, à asfixia da iniciativa, da autonomia e do protagonismo dos assistidos, gerando clientelismo indesejado; 5) As redes esfaceladas podem ser reconstruídas por meio do suporte de rede substitutiva: a rede secundária; 6) Pode-se ajudar as mulheres que se encontram em situação de atenção a recompor, de uma forma ou de outra, seus eus destruídos ou fragilizados através das redes secundárias pela intervenção terapêutica e comunitária do trabalho das redes desenvolvido pelo operador de rede, que envolve o acolhimento, o empoderamento e a autonomia. Assume-se com isso uma postura de ganha-ganha social, num sentido mais imediato em favor da mulher, mas ao final o bônus da mudança social ficará com as gerações futuras. / Social transformation involves gender, the importance of the woman in the networks of support, attention, care and protection, the changes in the education of boys and girls to eradicate the violence against women and making viable the intervention and strengthening of the ties inside the network through the action of the network operator. The paper reveals the importance of the empowerment of the women through education and through income generation, which impact the private social network and which strengthen the fulfillment of the role of caregivers, educators and life articulators. These are necessary contributions so that the reality can be transformed into a more human and just society and that this longed for future can be more immediate for the woman and the network which demands social attention. The focus presented is the network or, more precisely, the support, attention, care and protection network, which is tended by the woman and involves dispositional conditions that are characteristically feminine, which present themselves in a simultaneous or articulated way, culminating in the offering, by the woman, of indispensable services, without charges and in demand, with spontaneous and immediate service. The educational and productive inclusion of the woman impacts her support, attention, care and protection network. There is a spreading of the force, energy and conquests of this woman to the network and ramifications to society. Women in general, especially those at or in social risk, have the right to specific public policies, benefits of affirmative action, in a conception of human rights and of dignity of the human person. At the end of the research the conclusion is that: 1) Through a request for help or of a complaint, the woman has the right to be contemplated with support from the secondary network; 2) The woman and other individuals of the network with the help of a network operator can mobilize the networks in the sense of triggering protection and prevention factors through the other networks in the reconstruction of the ties of the primary network; 3) The vulnerable context or one of risk is intensified and difficult to reverse when it is maintained in a longstanding or uninterrupted way for a long time; 4) The posture of welfarism disrespects, humiliates and predisposes to apathy, inertia, asphyxiation of initiative, of autonomy and protagonism of those assisted, generating an undesired clientilism; 5) The dismantled networks can be reconstructed through the support of a substitute network: the secondary network; 6) The women who are in situations demanding attention can be helped to recompose, in one way or another, their destroyed or weakened egos through the secondary networks through the therapeutic and community intervention of the work of the networks developed by the network operator, which involves welcoming, empowerment and autonomy. Thus, a social win-win posture is assumed, in a more immediate sense in favor of the woman, but at the end the bonus of the social change will remain with the future generations.
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O acompanhamento terapêutico e a intervenção em rede como estratégias que visam o fortalecimento da rede social/significativa do usuário do CAPS / The Therapeutical Accompaniment and the Network Intervention as strategies to improve the personal social network of a CAPS user

Prado, Felipe Kae Martins 05 October 2016 (has links)
Realizamos um estudo num CAPSII da cidade de São Paulo. Tratou-se de uma pesquisa participativa, portanto uma pesquisa qualitativa que teve como referencial metodológico o Comunity-Based Participatory Research (CBPR). Tivemos a Reabilitação Psicossocial (RP) como referencial teórico, e tendo em vista a meta de emancipação e contratualização dos usuários do CAPS, realizamos uma pesquisa ação junto a um usuário e sua rede social. Mapeamos a rede social significativa deste usuário através do Mapa de Rede de Sluzki (2006), e iniciamos um trabalho de Acompanhamento Terapêutico (AT) junto ao usuário. Durante o processo compusemos as reuniões de Intervenção em Rede e ao fim construímos um segundo Mapa de Rede no intuito de avaliar se houve mudanças na composição da rede após as intervenções realizadas através desta pesquisa. A rede deste usuário era formada por pessoas do CAPS e de sua família que ao longo do processo apresentaram muitos recursos, era uma rede que inclusive já utilizara o AT e as reuniões de rede como forma de cuidado ao usuário e a própria rede. Vivenciamos nesse período, muitos momentos significativos e identificamos uma série de situações em que usuário e rede eram capazes de produção de sentido em seu cotidiano. Foi possível perceber a partilha de afeto entre o usuário e a rede, e inclusive entre os próprios membros da rede, e ao mesmo tempo havia troca de violência principalmente na relação entre o usuário e sua família. Era uma rede ciente dos preceitos da RP, mas ainda assim, com o agravamento da violência e se avaliava que o usuário estava pondo em risco a vida dele próprio e de seus familiares. A rede se viu impotente para lidar com essa questão e agiu afastando e internando o usuário. Durante o processo pudemos perceber que não somente o usuário, mas a família passara por um processo recente de perda de contratos sociais, especialmente quanto a trabalho e habitação. Ainda que apresente recursos é uma família que passou por um processo de exclusão do sistema de organização social, e o sentimento de impotência parece antes tratar desse processo do que da violência entre eles em si. Se apresenta tentador responsabilizar a família ou o serviço pelo processo vivido, mas parece se tratar de um processo mais complexo em que não se está claro qual é o papel de cada elemento. Através da convivência no serviço percebemos que a universidade e as pesquisas de pós graduação já compõem com o que se tem produzido nos CAPS, nesse sentido, mais do que eleger culpados, isso nos leva a supor ser necessário que nós, enquanto parte do problema, passemos a entender qual o papel que estamos desempenhando no processo, e talvez aí possamos fazer alguma diferença no ciclo que leva a violência, a impotência e a internação de uma pessoa / We conducted a study in a CAPSII at the city of São Paulo. This study is composed by a participatory research, using as a methodological referential the Community- Based Participatory Research (CBPR). The Psychosocial Rehabilitation (PR) was our theoretical referential, and based on the goal of emancipation of CAPS\'s users, we performed an action research with a user and his social network. We mapped the significant social network of this user with the Network Map of Sluzki (2006) and initiated a Therapeutical Accompaniment (TA) with him. During the process we did Network Interventions meetings and in the end we built a second Network Map, to evaluate if it changed after the interventions we performed during this research. This user\'s network was composed by people from CAPS e from his family, which during the process presented many resources, a network that already had used the TA and the network meetings to provide care for the user and for the network itself. We lived, during the entire period, several significant moments and identified that the user and the network were able to produce meaning in his daily life. We could observe the sharing of affection between user and network and also between the members of the network. At the same time an exchange of violence could also be observed, especially between the user and his family. Although the network was aware of the RP\'s precept, with the escalation of violence it was evaluated that the user was putting his and his family\'s life at risk. The network felt powerless to deal with this problem and acted moving away from the user and interning him. During the process we could notice that not the user alone, but the whole family have passed by a recent period of social contract loss, especially regarding work and habitation. Even though his family presents resources, it is a family that passed by a process of exclusion from the social organization system and the powerless feeling seems to be related to this process rather to the violence between them. It is tempting to charge family or the service by the lived process, but it seems a more complex process and the role of each element is not clear. We could notice that university and post-graduation research compose with what have been produced in the CAPS. Hence, more than electing the guilty ones, this lead us to suppose that is necessary that us, as part of the problem, start to understand what is our role in the process, then we perhaps might make any difference in the cycle that leads to violence, impotence and people\'s internment
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O acompanhamento terapêutico e a intervenção em rede como estratégias que visam o fortalecimento da rede social/significativa do usuário do CAPS / The Therapeutical Accompaniment and the Network Intervention as strategies to improve the personal social network of a CAPS user

Felipe Kae Martins Prado 05 October 2016 (has links)
Realizamos um estudo num CAPSII da cidade de São Paulo. Tratou-se de uma pesquisa participativa, portanto uma pesquisa qualitativa que teve como referencial metodológico o Comunity-Based Participatory Research (CBPR). Tivemos a Reabilitação Psicossocial (RP) como referencial teórico, e tendo em vista a meta de emancipação e contratualização dos usuários do CAPS, realizamos uma pesquisa ação junto a um usuário e sua rede social. Mapeamos a rede social significativa deste usuário através do Mapa de Rede de Sluzki (2006), e iniciamos um trabalho de Acompanhamento Terapêutico (AT) junto ao usuário. Durante o processo compusemos as reuniões de Intervenção em Rede e ao fim construímos um segundo Mapa de Rede no intuito de avaliar se houve mudanças na composição da rede após as intervenções realizadas através desta pesquisa. A rede deste usuário era formada por pessoas do CAPS e de sua família que ao longo do processo apresentaram muitos recursos, era uma rede que inclusive já utilizara o AT e as reuniões de rede como forma de cuidado ao usuário e a própria rede. Vivenciamos nesse período, muitos momentos significativos e identificamos uma série de situações em que usuário e rede eram capazes de produção de sentido em seu cotidiano. Foi possível perceber a partilha de afeto entre o usuário e a rede, e inclusive entre os próprios membros da rede, e ao mesmo tempo havia troca de violência principalmente na relação entre o usuário e sua família. Era uma rede ciente dos preceitos da RP, mas ainda assim, com o agravamento da violência e se avaliava que o usuário estava pondo em risco a vida dele próprio e de seus familiares. A rede se viu impotente para lidar com essa questão e agiu afastando e internando o usuário. Durante o processo pudemos perceber que não somente o usuário, mas a família passara por um processo recente de perda de contratos sociais, especialmente quanto a trabalho e habitação. Ainda que apresente recursos é uma família que passou por um processo de exclusão do sistema de organização social, e o sentimento de impotência parece antes tratar desse processo do que da violência entre eles em si. Se apresenta tentador responsabilizar a família ou o serviço pelo processo vivido, mas parece se tratar de um processo mais complexo em que não se está claro qual é o papel de cada elemento. Através da convivência no serviço percebemos que a universidade e as pesquisas de pós graduação já compõem com o que se tem produzido nos CAPS, nesse sentido, mais do que eleger culpados, isso nos leva a supor ser necessário que nós, enquanto parte do problema, passemos a entender qual o papel que estamos desempenhando no processo, e talvez aí possamos fazer alguma diferença no ciclo que leva a violência, a impotência e a internação de uma pessoa / We conducted a study in a CAPSII at the city of São Paulo. This study is composed by a participatory research, using as a methodological referential the Community- Based Participatory Research (CBPR). The Psychosocial Rehabilitation (PR) was our theoretical referential, and based on the goal of emancipation of CAPS\'s users, we performed an action research with a user and his social network. We mapped the significant social network of this user with the Network Map of Sluzki (2006) and initiated a Therapeutical Accompaniment (TA) with him. During the process we did Network Interventions meetings and in the end we built a second Network Map, to evaluate if it changed after the interventions we performed during this research. This user\'s network was composed by people from CAPS e from his family, which during the process presented many resources, a network that already had used the TA and the network meetings to provide care for the user and for the network itself. We lived, during the entire period, several significant moments and identified that the user and the network were able to produce meaning in his daily life. We could observe the sharing of affection between user and network and also between the members of the network. At the same time an exchange of violence could also be observed, especially between the user and his family. Although the network was aware of the RP\'s precept, with the escalation of violence it was evaluated that the user was putting his and his family\'s life at risk. The network felt powerless to deal with this problem and acted moving away from the user and interning him. During the process we could notice that not the user alone, but the whole family have passed by a recent period of social contract loss, especially regarding work and habitation. Even though his family presents resources, it is a family that passed by a process of exclusion from the social organization system and the powerless feeling seems to be related to this process rather to the violence between them. It is tempting to charge family or the service by the lived process, but it seems a more complex process and the role of each element is not clear. We could notice that university and post-graduation research compose with what have been produced in the CAPS. Hence, more than electing the guilty ones, this lead us to suppose that is necessary that us, as part of the problem, start to understand what is our role in the process, then we perhaps might make any difference in the cycle that leads to violence, impotence and people\'s internment

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