Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro / Ces mémoires à partir dune perspective énonciative basée sur LAnalise du Discours Française a comme objectif analiser le discours anti-communiste produit par lInstitut de Recherches et Etudes Sociales (Ipês) et sa rélation avec la production de consensus en faveur de la déposition du président João Goulart en 1964. On prend comme référence la conception dEtat agrandi proposée par Gramsci, dans laquelle on articule société politique (coercition) et société civile (consensus), en mettant en relief les disputes politiques présentes dans la construction de lhégémonie dune classe. On choisi, de cette façon, enquêter les épisodes qui ont précédé le coup dEtat en 1964 à partir de la construction du consensus. En partant de cette pressupposition, on a privilégié comme source quelques matériels produits par l Ipês, à savoir: des résumés tachygraphiques de lémission Peço a Palavra (Je demande la parole), exibée toutes les semaines et un dépliant politique. En traitant la question de laltérité et en réfléchissant sur les mythes et les peurs dans LHistoire Politique, on cherche enquêter la construction de lennemi communiste comme une construction politique dun certain groupe. On identifie dans linterface de LAnalise du Discours et de LHistoire un partenariat possible et très riche et productif. En travaillant à partir de la croyance que le langage pas simplement reflète la réalité, mais aussi il joue un rôle de production du social, on se sert de concepts de la Lingüistique comme: pratique discoursive, scénographies, et interdiscours avec le but de réfléchir sur la production dun discours créateur de la peur qui a justifié le coup dEtat en avril 1964. / A dissertação, a partir de uma perspectiva enunciativa referenciada na Análise do Discurso Francesa, tem como objetivo analisar o discurso anticomunista produzido pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais(Ipês) e sua relação com a produção de consenso em prol da deposição do presidente João Goulart em 1964. Tomamos como referência a concepção de Estado ampliado proposta por Gramsci, na qual articulam-se sociedade política (coerção) e sociedade civil (consenso), ressaltando as disputas políticas presentes na construção da hegemonia de uma classe. Optamos assim, por investigar os episódios que antecedem o golpe de 1964 sob a ótica da construção de consenso. Partindo deste pressuposto privilegiamos como fontes alguns materiais produzidos pelo Ipês, quais sejam: resumos taquigráficos do programa Peço a Palavra, exibido semanalmente, e um folheto político. Abordando a questão da alteridade, refletindo acerca dos mitos e medos na História Política, procuramos investigar a construção do inimigo comunista como uma construção política de determinado grupamento. Identificamos na interface Análise do Discurso e História uma parceria possível e extremamente rica e produtiva.Trabalhando com uma concepção de que a linguagem não somente reflete a realidade, mas também atua em sua produção, recorremos a noções advindas da lingüística como: prática discursiva, cenografias, interdiscurso visando refletir sobre a produção de um discurso patrocinador de um medo que justificou o golpe em abril de 1964.

Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro / Ces mémoires à partir dune perspective énonciative basée sur LAnalise du Discours Française a comme objectif analiser le discours anti-communiste produit par lInstitut de Recherches et Etudes Sociales (Ipês) et sa rélation avec la production de consensus en faveur de la déposition du président João Goulart en 1964. On prend comme référence la conception dEtat agrandi proposée par Gramsci, dans laquelle on articule société politique (coercition) et société civile (consensus), en mettant en relief les disputes politiques présentes dans la construction de lhégémonie dune classe. On choisi, de cette façon, enquêter les épisodes qui ont précédé le coup dEtat en 1964 à partir de la construction du consensus. En partant de cette pressupposition, on a privilégié comme source quelques matériels produits par l Ipês, à savoir: des résumés tachygraphiques de lémission Peço a Palavra (Je demande la parole), exibée toutes les semaines et un dépliant politique. En traitant la question de laltérité et en réfléchissant sur les mythes et les peurs dans LHistoire Politique, on cherche enquêter la construction de lennemi communiste comme une construction politique dun certain groupe. On identifie dans linterface de LAnalise du Discours et de LHistoire un partenariat possible et très riche et productif. En travaillant à partir de la croyance que le langage pas simplement reflète la réalité, mais aussi il joue un rôle de production du social, on se sert de concepts de la Lingüistique comme: pratique discoursive, scénographies, et interdiscours avec le but de réfléchir sur la production dun discours créateur de la peur qui a justifié le coup dEtat en avril 1964. / A dissertação, a partir de uma perspectiva enunciativa referenciada na Análise do Discurso Francesa, tem como objetivo analisar o discurso anticomunista produzido pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais(Ipês) e sua relação com a produção de consenso em prol da deposição do presidente João Goulart em 1964. Tomamos como referência a concepção de Estado ampliado proposta por Gramsci, na qual articulam-se sociedade política (coerção) e sociedade civil (consenso), ressaltando as disputas políticas presentes na construção da hegemonia de uma classe. Optamos assim, por investigar os episódios que antecedem o golpe de 1964 sob a ótica da construção de consenso. Partindo deste pressuposto privilegiamos como fontes alguns materiais produzidos pelo Ipês, quais sejam: resumos taquigráficos do programa Peço a Palavra, exibido semanalmente, e um folheto político. Abordando a questão da alteridade, refletindo acerca dos mitos e medos na História Política, procuramos investigar a construção do inimigo comunista como uma construção política de determinado grupamento. Identificamos na interface Análise do Discurso e História uma parceria possível e extremamente rica e produtiva.Trabalhando com uma concepção de que a linguagem não somente reflete a realidade, mas também atua em sua produção, recorremos a noções advindas da lingüística como: prática discursiva, cenografias, interdiscurso visando refletir sobre a produção de um discurso patrocinador de um medo que justificou o golpe em abril de 1964.