Nas Ãltimas dÃcadas do sÃculo XIX, Fortaleza passou por grandes transformaÃÃes urbanas, sociais e polÃticas. Nesse contexto, as manifestaÃÃes culturais festivas negras que ocorriam na cidade sofreram perseguiÃÃes, preconceitos e tentativas de cerceamento. Para resistir, essa cultura negra revelou constantes reelaboraÃÃes e ressignificaÃÃes a partir das vivÃncias dos sujeitos que atuavam nessas festas. Esta pesquisa trata mais especificamente de algumas dessas prÃticas culturais negras, como as coroaÃÃes de reis negros na Irmandade de Nossa Senhora do RosÃrio dos Homens Pretos de Fortaleza, os autos de rei congo que eram encenados nas praÃas e terrenos murados, os sambas e os maracatus que existiam em vÃrios pontos na capital da ProvÃncia/Estado do CearÃ. AlÃm disso, a proposta à tentar perceber as diversas dimensÃes presentes nessas festas de negros, ampliando, portanto, a visÃo de que eram apenas diversÃes e buscando percebÃ-las tambÃm como espaÃos de sociabilidades e de reelaboraÃÃes culturais, bem como poderosos instrumentos dos negros para a conquista de territÃrios fÃsicos e simbÃlicos na cidade.