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Crenças verdadeiras e justificação: a aporia platônica e suas novas versões

Fanticelli, Lutecildo 22 May 2013 (has links)
Submitted by Nara Lays Domingues Viana Oliveira (naradv) on 2015-07-08T18:04:39Z No. of bitstreams: 1 lutecildo.pdf: 1805156 bytes, checksum: 24fdf0c633a6b7124a32bfd0e929e18e (MD5) / Made available in DSpace on 2015-07-08T18:04:39Z (GMT). No. of bitstreams: 1 lutecildo.pdf: 1805156 bytes, checksum: 24fdf0c633a6b7124a32bfd0e929e18e (MD5) Previous issue date: 2013-05-22 / Nenhuma / No Teeteto de Platão a aporia é como uma espécie de vazio filosófico, pois aniquila a mais bela definição de conhecimento, isto é, a definição como crença verdadeira justificada. Um Diálogo aporético é um Diálogo sem a resposta pretendida e esse é exatamente o caso do Teeteto. Sócrates alega algumas necessidades prementes para não suster a definição. Todavia, uma investigação cautelosa revela alguma insuficiência nos contra-argumentos. Alguns, além de insuficientes são também expostos de modo sumário. Fez-se necessário então perscrutar a fim de sanar a validade dessas refutações que desembocaram na aporia do Diálogo. Mas independente disso, o problema do Teeteto é, de fato, difícil. Existe, por exemplo, uma enorme propensão à amalgamação dos conceitos de crença verdadeira e de logos. A mera definição de um logos já por si consiste numa tarefa extenuante. No século XX o conciso texto de Gettier reavivou a mesma discussão do Teeteto. Em poucas palavras ele reiterou a refutação platônica e chamou muita atenção sobre si. Esta tese versa mais propriamente sobre o Teeteto de Platão, pois esse Diálogo é o texto base e delimitado para a investigação. O que se questiona é primeiramente a validade dos contra-argumentos platônicos e em menor escala o de Gettier. Se eles não se sustêm, então ainda estamos autorizados a continuar definindo o conhecimento como crença verdadeira justificada. Após a publicação do Teeteto, com efeito, muita epistemologia foi produzida e muito do que se responde a Gettier também responde, de algum modo, ao Teeteto. A justificação epistêmica de que tanto hoje se fala, parece tratar-se do mesmo logos justificacional tratado no Teeteto. Os contemporâneos parecem perseverantes à procura do logos que os dialogantes, supostamente não encontraram. Esta tese mostra como nem Platão nem Gettier conseguiram refutar a definição tripartite. A sugestão de Costa sobre a necessidade de pressupor uma condição perspectivista e uma atualista é deveras plausível quanto à resolução do contraexemplo de Gettier. O fundacionalismo neoclássico de Bonjour é, de igual modo, uma alternativa muito plausível. É que a sua pressuposição de crenças não carentes de justificação nos livra da antiga preocupação do regresso infinito. Esse autor pressupõe uma noção de consciência não aperceptiva, através da qual se dá a relação entre a experiência sensorial e a crença básica. Em parte, pode-se dizer que o próprio Teeteto, se esquadrinhado apropriadamente, acaba por responder algumas questões, pois revela a insuficiência dos contra-argumentos. Por outra, a doxastologia contemporânea arrefece o problema com novas propostas. Em síntese, uma análise cuidadosa do próprio Teeteto aliada a um fundacionalismo claro e elucidativo responde de modo plausível ao problema aqui proposto. Todavia, sendo o Teeteto o texto base para a investigação, esta tese foca-o mais abundantemente. / In the Plato’s Theaetetus the aporia is one specie of empty philosophical, because it postpones the most admirable definition of knowledge, i. e, the definition as justified true belief. An aporetic Dialogue is a Dialogue without the answer that’s been searched and this is the case of the Theaetetus. Socrates claims some urgent necessities to does not maintain the definition. However, a careful investigation reveals some insufficiency in those counterarguments. Some of them, besides insufficient, are exposed of one summarized way. In this way, it had become necessary an investigation to attain the validity about those refutations, which ended in the Dialogue’s aporia. But despite that, the problem of Theaetetus is, in fact, very difficult. There is, for example, an enormous tendency of amalgamation among the concept of true belief and the concept of logos. The simple definition of logos is an extenuated work. In the 20th century, the concise text of Gettier gave rise to the same discussion that Theaetetus. In a few words, it corroborated with the platonic refutation and attracted much attention to itself. This thesis discusses more specifically about Plato’s Theaetetus, which is the Dialogue delimited and fundamental text to investigation. What is inquired is primarily the legitimacy of the platonic counterarguments, which one of Gettier comes in less proportion. If they are not consistent, then we are yet warranted to carry on defining knowledge as justified true belief. After Theaetetus’ publishment a large amount of epistemologies have been produced and many answers to the problem of Gettier are also, in a certain way, answers to Theaetetus. The epistemic justification that is so discussed nowadays is seems to be the same justificational logos debated in the Theaetetus. The contemporary philosophers search for the logos that the dialoguers probably did not attain. This thesis displays how neither Plato nor Gettier made to refute the tripartite definition. Costa’s suggestion about the necessity of assuming a perspectivist condition and a current condition is, indeed, plausible as the resolution of Gettier’s counterexample. Neoclassic foundationalism of Bonjour is also one alternative too plausible. Indeed, his presupposition of beliefs without necessity of justification let us free of the ancient worry of infinite regress. According to the author, is necessary to presuppose one notion of non apperceptive consciousness, whereby occur the relation between the sensorial experience and the fundamental belief. In part, if the Theaetetus, is adequately investigated, it answers some questions, because, at the end, we can see the insufficiency of the counterarguments. In other, the contemporary doxastology relieves the problem with new proposals. In short, one careful investigation of own Theaetetus allied to one clear and elucidative foundationalism answer, of plausible way, the problem here exposed. However, since that the Theaetetus is the main text to investigation, this thesis stress it more abundantly.

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