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"Avaliação de qualidade de vida em candidatos à doação de sangue, portadores do vírus da hepatite C" / Health related quality of life in candidates a blood donation, carriers of hepatitis C virus

Teixeira, Maria Cristina Dias 22 November 2005 (has links)
A hepatite pelo VHC é uma das mais freqüentes causas de doença hepática, sendo a prevalência mundial estimada de 1% a 5%, com aproximadamente 180 milhões de pessoas infectadas. Atualmente, é sabido que problemas emocionais e a própria avaliação da condição de saúde podem estar alterados em pacientes com hepatite pelo VHC assim como ocorre em outras doenças. Objetivos: Este estudo tem como objetivo principal a avaliação da Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) numa população de candidatos a doadores de sangue, portadores do VHC. Métodos: Foram estudados 120 pacientes, recém- diagnosticados quanto a sua condição de portador do VHC, 63% homens, idade média de 38,6 (11,0). Os pacientes foram divididos em três grupos de acordo com a gravidade da doença: Grupo A, n = 37. Pacientes sem indicação de biópsia hepática, Grupo B, n = 83. Pacientes com indicação de biópsia hepática. B.1 sem indicação de tratamento antiviral, ou seja, alteração arquitetural do fígado < 2 e/ou atividade periportal &#8804; 2 n = 40. B.2 com indicação de tratamento antiviral, alteração arquitetural do fígado &#8805; 2 e/ou atividade periportal > 2 n = 43. O grupo controle foi constituído por 120 doadores de sangue, negativos para o antiVHC, pareados por sexo e idade. As seguintes comparações foram realizadas: a) comparação entre os pacientes portadores de VHC e o grupo controle b) comparação entre os três grupos de pacientes com os diferentes estadiamentos da doença c) avaliação de alterações ao longo do tempo e em função do tratamento d) comparações entre gêneros e) estudo das co-morbidades, álcool e drogas. No grupo B.2, no sexto mês de tratamento, foram comparados os pacientes que permaneceram com RNA-VHC positivo versus os com negativação do RNA-VHC. Para avaliação de qualidade de vida utilizamos dois questionários, o SF 36, instrumento genérico, e o LDQOL questionário híbrido, genérico e específico, sendo as questões genéricas compostas pelo SF 36 e mais 75 questões específicas para doenças hepáticas. O SF 36 foi utilizado na comparação dos pacientes com VHC e o grupo controle e o LDQOL em todos os pacientes. Resultados: Nas comparações entre os pacientes com VHC e os controles pareados, foram encontradas diferenças estatisticamente significantes, onde, os pacientes apresentaram pontuações menores que as do grupo controle. Houve aumento do número de domínios alterados com a progressão da doença: cinco, sete e oito domínios, respectivamente, para os grupos A, B.1 e B.2. Na comparação dos pacientes em relação à gravidade da doença, não foi encontrada diferença estatisticamente significante nas questões genéricas. No entanto, em relação às questões específicas, foram encontradas diferenças estatisticamente significantes nas dimensões, Sintomas da Doença Hepática (p = 0,041), Concentração (p = 0,035) e Estigma da Doença Hepática (p = 0,024). Nas comparações longitudinais, os pacientes sem indicação de biópsia e os biopsiados sem indicação de tratamento antiviral apresentaram alterações em relação ao domínio específico do LDQOL, Estigma da Doença Hepática, onde, no sexto mês de acompanhamento, houve diminuição da qualidade de vida nesse aspecto. Em relação ao domínio específico do LDQOL, Preocupações com a Doença, o grupo biopsiado sem indicação de tratamento antiviral mostrou melhora no sexto mês de acompanhamento. O grupo em tratamento antiviral apresentou alterações durante o tratamento, com diminuição da qualidade de vida em relação às questões genéricas e específicas do LDQOL. Nesse mesmo grupo, ao final do sexto mês, os pacientes em tratamento com negativação do RNA-VHC apresentaram melhor qualidade de vida quando comparados aos que permaneceram com o RNA-VHC positivo, tanto nas questões genéricas quanto nas específicas.Em relação à história de uso de drogas, não foi encontrada diferença estatisticamente significante, entre usuários e não usuários de drogas, tanto nas questões genéricas quanto nas específicas. No consumo alcoólico, apenas uma questão do domínio específico do LDQOL, Preocupações com a Doença, mostrou significância estatística, p = 0.024, onde, os pacientes com alcoolismo crônico apresentaram menor qualidade de vida. Em relação ao gênero, houve diferença estatisticamente significante nas questões genéricas e específicas. As mulheres apresentaram pior qualidade de vida quando comparadas aos homens. Conclusões: Há diminuição da qualidade de vida em pacientes portadores de hepatopatia pelo VHC mesmo nos estágios iniciais da doença hepática. A aplicação do LDQOL permitiu avaliação mais ampla do assunto em questão.As mulheres apresentam pior qualidade de vida. Os pacientes em tratamento antiviral com a negativação do RNA-VHC apresentaram melhor qualidade de vida, sugerindo a existência de um fator biológico responsável por essas alterações. / HCV hepatitis is one of the most common causes of liver disease. Worldwide prevalence is estimated to be between 1% and 5%, with approximately 180 million infected people. It is now known that, as happens with other diseases, both emotional problems and the actual assessment of the patient’s state of health may be affected in patients with HCV hepatitis. Objectives: The main objective of this study was to assess the Health Related Quality of Life (HRQOL) in candidates a blood donation who are HCV carriers. Methods: We studied 120 patients who were recently aware of their serostatus. Of these patients, 63% were men and the average age was 38.6(11.0). The patients were divided into three groups according to the severity of the disease: Group A (n = 37) - patients without an indication for liver biopsy; Group B (n = 83) – patients with an indication for liver biopsy; B.1 without an indication for antiviral treatment, i.e. architectural changes in the liver < 2 and/or periportal activity &#8804; 2 n=40; B.2 with indication for antiviral treatment, i.e. architectural changes in the liver &#8805; 2 and/or periportal activity >2 n=43. The control group was made up of 120 blood donors matched by gender and age that were anti-HCV negative. The following comparisons were done: a) between the HCV patients and control group b) among the three groups of patients with different staging of the disease c) evaluation of changes over time and by treatment d) between genders e) study of comorbidity, alcohol and drugs. In group B.2, the patients who were still HCV-RNA-positive and those who had become HCV-RNA-negative were compared in the sixth month of treatment. We used two questionnaires to evaluate the quality of life: the generic SF 36 and the LDQOL, constituted by the SF 36 plus 75 specific questions for liver diseases. The SF 36 was used to compare the HCV patients with the controls, and the LDQOL to evaluate all patients. Results: Differences were found in comparisons between patients with HCV and the paired controls, with patients having lower scores than the control group. There was an increase in the number of changed domains according to the stage of the disease. For groups A, B.1 and B.2 these increases were five, seven and eight respectively. When the patients were compared in terms of the severity of the disease, no statistically significant difference was found in the SF 36 domains. Statistically significant differences were found, however, in specific questions “Symptoms of the Liver Disease" (p = 0.041), “Concentration" (p=0.035), and “Stigma of the Liver Disease" (p=0.024). In longitudinal comparisons, patients without an indication for liver biopsy and the group which was biopsied without an indication for antiviral treatment showed changes in the LDQOL specific domain “Stigma of the Liver Disease", where there was a reduction in quality of life in the sixth month of follow up. However, the last group had an improvement in the specific domain “Health distress" in the sixth month of follow up. The group undergoing treatment showed changes over time, with a reduction in quality of life in generic and specific LDQOL questions. In this group, the patients receiving treatment who had become HCV-RNA-negative showed better quality of life at the end of the sixth month both for generic and specific questions compared with those who remained HCV-RNA-positive. No statistically significant difference was found in relation to history of drug use either in generic or specific questions. With regard to alcohol consumption, only one question in the specific domain of the LDQOL showed a statistically significant difference, namely “Health distress" (p=0.024). Patients with chronic alcoholism had a lower quality of life in this domain. There was a statistically significant difference in the generic and the specific questions in relation to gender. Women had a poorer quality of life compared with men. Conclusions: There is a reduction in the quality of life of HCV patients even in the initial stages of liver disease. Women have a poorer quality of life. Patients receiving antiviral treatment who became HCV-RNA-negative showed a better quality of life, suggesting a biological factor may be responsible for these changes. Use of the LDQOL allowed a more comprehensive evaluation of the matter in question.
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"Avaliação de qualidade de vida em candidatos à doação de sangue, portadores do vírus da hepatite C" / Health related quality of life in candidates a blood donation, carriers of hepatitis C virus

Maria Cristina Dias Teixeira 22 November 2005 (has links)
A hepatite pelo VHC é uma das mais freqüentes causas de doença hepática, sendo a prevalência mundial estimada de 1% a 5%, com aproximadamente 180 milhões de pessoas infectadas. Atualmente, é sabido que problemas emocionais e a própria avaliação da condição de saúde podem estar alterados em pacientes com hepatite pelo VHC assim como ocorre em outras doenças. Objetivos: Este estudo tem como objetivo principal a avaliação da Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) numa população de candidatos a doadores de sangue, portadores do VHC. Métodos: Foram estudados 120 pacientes, recém- diagnosticados quanto a sua condição de portador do VHC, 63% homens, idade média de 38,6 (11,0). Os pacientes foram divididos em três grupos de acordo com a gravidade da doença: Grupo A, n = 37. Pacientes sem indicação de biópsia hepática, Grupo B, n = 83. Pacientes com indicação de biópsia hepática. B.1 sem indicação de tratamento antiviral, ou seja, alteração arquitetural do fígado < 2 e/ou atividade periportal &#8804; 2 n = 40. B.2 com indicação de tratamento antiviral, alteração arquitetural do fígado &#8805; 2 e/ou atividade periportal > 2 n = 43. O grupo controle foi constituído por 120 doadores de sangue, negativos para o antiVHC, pareados por sexo e idade. As seguintes comparações foram realizadas: a) comparação entre os pacientes portadores de VHC e o grupo controle b) comparação entre os três grupos de pacientes com os diferentes estadiamentos da doença c) avaliação de alterações ao longo do tempo e em função do tratamento d) comparações entre gêneros e) estudo das co-morbidades, álcool e drogas. No grupo B.2, no sexto mês de tratamento, foram comparados os pacientes que permaneceram com RNA-VHC positivo versus os com negativação do RNA-VHC. Para avaliação de qualidade de vida utilizamos dois questionários, o SF 36, instrumento genérico, e o LDQOL questionário híbrido, genérico e específico, sendo as questões genéricas compostas pelo SF 36 e mais 75 questões específicas para doenças hepáticas. O SF 36 foi utilizado na comparação dos pacientes com VHC e o grupo controle e o LDQOL em todos os pacientes. Resultados: Nas comparações entre os pacientes com VHC e os controles pareados, foram encontradas diferenças estatisticamente significantes, onde, os pacientes apresentaram pontuações menores que as do grupo controle. Houve aumento do número de domínios alterados com a progressão da doença: cinco, sete e oito domínios, respectivamente, para os grupos A, B.1 e B.2. Na comparação dos pacientes em relação à gravidade da doença, não foi encontrada diferença estatisticamente significante nas questões genéricas. No entanto, em relação às questões específicas, foram encontradas diferenças estatisticamente significantes nas dimensões, Sintomas da Doença Hepática (p = 0,041), Concentração (p = 0,035) e Estigma da Doença Hepática (p = 0,024). Nas comparações longitudinais, os pacientes sem indicação de biópsia e os biopsiados sem indicação de tratamento antiviral apresentaram alterações em relação ao domínio específico do LDQOL, Estigma da Doença Hepática, onde, no sexto mês de acompanhamento, houve diminuição da qualidade de vida nesse aspecto. Em relação ao domínio específico do LDQOL, Preocupações com a Doença, o grupo biopsiado sem indicação de tratamento antiviral mostrou melhora no sexto mês de acompanhamento. O grupo em tratamento antiviral apresentou alterações durante o tratamento, com diminuição da qualidade de vida em relação às questões genéricas e específicas do LDQOL. Nesse mesmo grupo, ao final do sexto mês, os pacientes em tratamento com negativação do RNA-VHC apresentaram melhor qualidade de vida quando comparados aos que permaneceram com o RNA-VHC positivo, tanto nas questões genéricas quanto nas específicas.Em relação à história de uso de drogas, não foi encontrada diferença estatisticamente significante, entre usuários e não usuários de drogas, tanto nas questões genéricas quanto nas específicas. No consumo alcoólico, apenas uma questão do domínio específico do LDQOL, Preocupações com a Doença, mostrou significância estatística, p = 0.024, onde, os pacientes com alcoolismo crônico apresentaram menor qualidade de vida. Em relação ao gênero, houve diferença estatisticamente significante nas questões genéricas e específicas. As mulheres apresentaram pior qualidade de vida quando comparadas aos homens. Conclusões: Há diminuição da qualidade de vida em pacientes portadores de hepatopatia pelo VHC mesmo nos estágios iniciais da doença hepática. A aplicação do LDQOL permitiu avaliação mais ampla do assunto em questão.As mulheres apresentam pior qualidade de vida. Os pacientes em tratamento antiviral com a negativação do RNA-VHC apresentaram melhor qualidade de vida, sugerindo a existência de um fator biológico responsável por essas alterações. / HCV hepatitis is one of the most common causes of liver disease. Worldwide prevalence is estimated to be between 1% and 5%, with approximately 180 million infected people. It is now known that, as happens with other diseases, both emotional problems and the actual assessment of the patient’s state of health may be affected in patients with HCV hepatitis. Objectives: The main objective of this study was to assess the Health Related Quality of Life (HRQOL) in candidates a blood donation who are HCV carriers. Methods: We studied 120 patients who were recently aware of their serostatus. Of these patients, 63% were men and the average age was 38.6(11.0). The patients were divided into three groups according to the severity of the disease: Group A (n = 37) - patients without an indication for liver biopsy; Group B (n = 83) – patients with an indication for liver biopsy; B.1 without an indication for antiviral treatment, i.e. architectural changes in the liver < 2 and/or periportal activity &#8804; 2 n=40; B.2 with indication for antiviral treatment, i.e. architectural changes in the liver &#8805; 2 and/or periportal activity >2 n=43. The control group was made up of 120 blood donors matched by gender and age that were anti-HCV negative. The following comparisons were done: a) between the HCV patients and control group b) among the three groups of patients with different staging of the disease c) evaluation of changes over time and by treatment d) between genders e) study of comorbidity, alcohol and drugs. In group B.2, the patients who were still HCV-RNA-positive and those who had become HCV-RNA-negative were compared in the sixth month of treatment. We used two questionnaires to evaluate the quality of life: the generic SF 36 and the LDQOL, constituted by the SF 36 plus 75 specific questions for liver diseases. The SF 36 was used to compare the HCV patients with the controls, and the LDQOL to evaluate all patients. Results: Differences were found in comparisons between patients with HCV and the paired controls, with patients having lower scores than the control group. There was an increase in the number of changed domains according to the stage of the disease. For groups A, B.1 and B.2 these increases were five, seven and eight respectively. When the patients were compared in terms of the severity of the disease, no statistically significant difference was found in the SF 36 domains. Statistically significant differences were found, however, in specific questions “Symptoms of the Liver Disease” (p = 0.041), “Concentration” (p=0.035), and “Stigma of the Liver Disease” (p=0.024). In longitudinal comparisons, patients without an indication for liver biopsy and the group which was biopsied without an indication for antiviral treatment showed changes in the LDQOL specific domain “Stigma of the Liver Disease”, where there was a reduction in quality of life in the sixth month of follow up. However, the last group had an improvement in the specific domain “Health distress” in the sixth month of follow up. The group undergoing treatment showed changes over time, with a reduction in quality of life in generic and specific LDQOL questions. In this group, the patients receiving treatment who had become HCV-RNA-negative showed better quality of life at the end of the sixth month both for generic and specific questions compared with those who remained HCV-RNA-positive. No statistically significant difference was found in relation to history of drug use either in generic or specific questions. With regard to alcohol consumption, only one question in the specific domain of the LDQOL showed a statistically significant difference, namely “Health distress” (p=0.024). Patients with chronic alcoholism had a lower quality of life in this domain. There was a statistically significant difference in the generic and the specific questions in relation to gender. Women had a poorer quality of life compared with men. Conclusions: There is a reduction in the quality of life of HCV patients even in the initial stages of liver disease. Women have a poorer quality of life. Patients receiving antiviral treatment who became HCV-RNA-negative showed a better quality of life, suggesting a biological factor may be responsible for these changes. Use of the LDQOL allowed a more comprehensive evaluation of the matter in question.

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