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“Você tem que ficar manobrando as coisas”: lesbianidades, violências cotidianas e possibilidades de resistência / "You have tp handle things": lesbian existences, daily violence and possibilities of resistanceSilva, Tanieli de Moraes Guimarães 23 March 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-03-23 / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás - FAPEG / This work aims to reflect about lesbian existences daily violence and “handlings”, from
life trajectories of women who have affective-sexual relationships with other women in
Goiânia. The main theoretical axis consists of theorizations from Butler (2000; 2010)
about gender and sexuality, Das (1999) about violence, and Ortner (2007) about agency.
The method used is the Life History and the ethnographic, with participant observations
carried out in bars, nightclubs, houses, among other spaces, and semi-structured
interviews with ten women from 24 to 30 years old. Through the life stories presented,
it is possible to see that lesbian women are marked, in a more or less intense and direct
way, by daily violence, which can be embedded in all of their contexts. Two of them are
problematized here: the family and the religious ones. Faced at this reality, lesbian
women have to “handle things”, in other words, they have to develop strategies and
abilities to defend themselves. Therefore, “handling” is a form of agency, a resistance to
a heteronormative society that insists on forcing a coherence among sex, gender, desire
and sexual practice. However, there is a relation of desire-violence-guilt that permeates
most of the trajectories presented here, which makes it evident that resisting is not an
easy task. / Este trabalho objetiva refletir sobre lesbianidades, violências cotidianas e “manobras”, a
partir de trajetórias de vida de mulheres que se relacionam afetivo-sexualmente com
mulheres em Goiânia. O eixo teórico central é constituído por teorizações de Butler
(2000; 2010) acerca de gênero e sexualidade, de Das (1999) sobre violência, e Ortner
(2007) acerca de agência. O método utilizado é o da História de Vida e o etnográfico,
tendo sido realizadas observações participantes em bares, boates, casas, entre outros
espaços, e entrevistas semiestruturadas com dez mulheres de 24 a 30 anos. Por meio das
histórias de vida apresentadas, é possível perceber que mulheres lésbicas estão marcadas
de forma mais ou menos intensa e direta por violências cotidianas, sendo que estas
podem estar inseridas em todos os seus contextos, sendo que dois desses serão
problematizados aqui: o familiar e o religioso. Frente a essa realidade, mulheres lésbicas
têm que “manobrar as coisas”, ou seja, precisam desenvolver estratégias e habilidades
para se defender. Assim, a “manobra” é uma forma de agência, é resistência frente à
sociedade heteronormativa que insiste em forçar uma coerência entre sexo, gênero,
desejo e prática sexual. Porém há uma relação entre desejo-violência-culpa que perpassa
a maioria das trajetórias aqui presentes, o que evidencia que resistir não é tarefa fácil.
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