FundaÃÃo Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e TecnolÃgico / A dissertaÃÃo interpreta o diÃrio "Viagem EtnogrÃfica", escrito pelo paulista MÃrio de Andrade durante sua viagem à regiÃo Nordeste entre 1928 e 1929 e publicado postumamente no livro O Turista Aprendiz, com o objetivo de analisar qual imagem o escritor constrÃi da regiÃo visitada. O diÃrio à lido a partir da teorizaÃÃo do autor em suas "estÃticas da juventude" ("PrefÃcio InteressantÃssimo" e A Escrava que nÃo à Isaura), enfatizando as motivaÃÃes estÃticas envolvidas nas pesquisas etnogrÃficas do modernista. A hipÃtese à a de que a musicalidade da cultura popular nordestina - a exemplo do catimbà e do coco â tem papel central na formulaÃÃo pelo autor de uma arte moderna e nacional. / This dissertation brings a look upon the journal âViagem EtnogrÃficaâ, written by MÃrio de Andrade, during his journey to the Northeast of Brazil between 1928 and 1929 and published after his death in the book O Turista Aprendiz, with the intention of analysing which image the writer make about the area visited.

CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / Esta pesquisa diz respeito à mÃsica brasileira, pensada e instituÃda por musicÃlogos e folcloristas como MÃrio de Andrade, Renato Almeida e Luiz Heitor CorrÃa de Azevedo, dos anos de 1920 à âEra de Ouro do RÃdioâ. A anÃlise està detida, sobretudo, nessa literatura, atravÃs de laÃos e filiaÃÃes empenhadas com a nacionalizaÃÃo da mÃsica erudita. Compreende a quebra que separa e dimensiona o popular, realizada de modo pedagÃgico e doutrinÃrio, uma vez que os intelectuais buscam conformar um entendimento da HistÃria da MÃsica Brasileira e os paradigmas que deveriam orientar o registro da cultura do povo, bem como realizar uma mÃsica artÃstica nacional como fazer moderno. Por fim, a pesquisa se concentra nas crÃticas desferidas as atividades do maestro RadamÃs Gnattali, como forma de encarar o entendimento sobre a cultura brasileira por parte dos musicÃlogos, nÃo conseguindo estar atada aos conceitos de popular ou erudito, concentrando os dilemas sociais e culturais quanto à profissionalizaÃÃo e à musica nacional.

No ensaio Literatura e Cultura de 1900 a 1945, Antonio Candido explica que o âdesrecalque localistaâ seria uma conquista importante do primeiro Modernismo e consistia na superaÃÃo dum sentimento de inferioridade que nosso povo, mestiÃo, de naÃÃo muito jovem, sentia em relaÃÃo ao europeu, mais antigo, depositÃrio de cultura milenar. Atinou cedo para isto MÃrio de Andrade, um dos primeiros a encetar esse novo espÃrito, que inaugurava, no dizer de Candido, âum novo momento na dialÃtica do universal e do particularâ. Escreve centenas de cartas aos intelectuais de seu tempo, a fim de fazÃ-los compreender a importÃncia dessa mudanÃa de atitude, que tinha como objetivo uma expressÃo ao mesmo tempo local e universal. Nosso trabalho se apÃia, inicialmente, nas cartas a Bandeira e a Drummond, na busca de discriminar as componentes recalcadas da nacionalidade que, segundo Antonio Candido, MÃrio tentou valorizar.