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Imagens discursivas de imigrantes e suas implicações no discurso de receptividade do brasileiro na imprensa nacional: uma perspectiva dialógica

Dugnani, Bruna Lopes Fernandes 23 March 2017 (has links)
Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2017-04-04T13:22:54Z No. of bitstreams: 1 Bruna Lopes Fernandes Dugnani.pdf: 12069471 bytes, checksum: 4be5769711ef28a46679ef166d39deea (MD5) / Made available in DSpace on 2017-04-04T13:22:54Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Bruna Lopes Fernandes Dugnani.pdf: 12069471 bytes, checksum: 4be5769711ef28a46679ef166d39deea (MD5) Previous issue date: 2017-03-23 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / This doctoral dissertation is based on the hypothesis that the forms for reporting speeches of and about immigrants used by the Brazilian press and the relationship between what is stated in these reported speeches and the discourses that have been part of Brazil’s historicization show that the discourse of Brazilian receptivity has been produced by a dialogic tension among the different values attributed to immigrants. Therefore, we aim to comprehend how the images of contemporary immigrants can be perceived in the Brazilian press and how they impact the Brazilian self-description as a receptive people. We adopted the following criteria for the corpus selection, comprised of journalistic texts: they were about contemporary immigration in Brazil; they were published in 2012 by Folha de S. Paulo, O Globo, Época, and Veja; they allowed the identification of discursive images of immigrants; and they presented different forms to represent foreigners. We established those criteria due to the hypothesis put forward in this dissertation, the media companies’ reach and great influence in forming public opinion, and the coincidence there was between the publication date of those texts and the outset of the preparation of a new national policy on immigration by a team of staff members of SAE [Bureau for Strategic Issues of the President of the Republic]. This way we collected 9 journalistic texts. In order to achieve the objective of this research, we draw on the Bakhtinian theoretical and methodological perspective and, more specifically, on the concepts of identity and alterity. We also discussed national identity, otherness in immigration, peculiarities of the journalistic sphere and the news report genre, the concept of object memory and forms of reported speech. For the purpose of guiding the development of this study, we addressed the following questions: 1) How does immigration memory in the press take part in Brazil’s historicization? How does the contemporary press modify this memory by employing different forms to report speeches of and about immigrants? and, 3) What is the impact of this memory and its modification on the discourse of Brazilian receptivity? As a result, we noticed that the journalistic texts published between the years of 1808 and 1939 (period that includes the Brazilian press establishment and the major migratory flows to Brazil) enunciated discourses related to civilization, anti-Portugueseness, nationalism, assimilationism, miscegenation, and racial whitening. Such discourses produced different discursive images of immigrants, which contributed to deconstruct and resonate the national myth of Brazilian receptivity as they praised their receptivity, omitted the violence and prejudice towards foreigners, singularized the negative events and drew on common sense regarding what was considered undesirable by anyone at the time. We also observed that the different forms used by the Brazilian contemporary press to report the discourses about and of contemporary immigrants fostered different ways to integrate the reported speech into the journalistic texts, thus implicating images of immigrants not only as adapted, non-adapted, (un)desirable people, but also as overload social budgets, lawbreakers and commodities. On the one hand, these discursive images echoed the conceptions of the ideal immigrant as someone who is in accordance and integrated to the Brazilian society, a worker and a person who brings benefits to the Brazilian society and economy. On the other hand, they also produced adjustments to the past discourses as they resignified the concept of “adapted,” changing it to globalized, broadening the understanding of what a good worker is in order to include new positions that are needed in the country and recontextualizing the discourses about the expenses that the immigrants can represent by taking into consideration the new Brazilian social assistance programs. These discourse echoes and actualizations showed the dialogic tensions that are inherent to the discourse of Brazilian receptivity. We believe that this study might contribute to demystify the discourse that Brazilian people are receptive and to understand the images attributed to immigrants in Brazil. Thus, it might provide a better understanding of an issue that has been standing out and influencing the outset of new laws and national policies and the social and international affairs involving Brazil / Nesta tese, tecemos a hipótese de que as formas como as falas dos e sobre os imigrantes são citadas pela mídia impressa brasileira e a relação das afirmações contidas nessas formas de citação com os discursos que participaram e participam da historicização do Brasil revelam que o discurso da receptividade do povo brasileiro engendra e é engendrado pela tensão dialógica entre os variados valores atribuídos aos imigrantes. Dessa forma, objetivamos compreender como as imagens de imigrantes contemporâneos podem ser percebidas na mídia impressa brasileira e como estas impactam a autodescrição do brasileiro enquanto receptivo. Definimos como critérios de seleção do corpus que as matérias jornalísticas: tratassem da imigração contemporânea no Brasil; tivessem sido publicadas pela Folha de S. Paulo, O Globo, Época e Veja no ano de 2012; permitissem a identificação de imagens discursivas de imigrantes; e, apresentassem distintas formas de construir as representações de estrangeiros. Tais critérios foram estabelecidos devido à hipótese desta pesquisa, à abrangência e à influência na formação da opinião pública desses veículos e à coincidência do período de publicação com o início da elaboração de uma política nacional imigratória por uma equipe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE). Dessa forma, chegamos a 9 matérias jornalísticas. Para atingir o objetivo traçado, apresentamos a perspectiva teórico-metodológica bakhtiniana, considerando os conceitos de identidade e alteridade, e discorremos sobre a concepção de identidade nacional, sobre as relações alteritárias em imigração, as características da esfera jornalística e do gênero reportagem, o conceito de memória do objeto e as variantes do discurso citado. Para nortear o desenvolvimento da pesquisa, formulamos as seguintes questões: 1) como a memória da imigração na imprensa participa da historicização do Brasil?; 2) como a imprensa hoje altera essa memória nas formas empregadas para citar o discurso dos e sobre os imigrantes? e 3) qual o impacto dessa memória e sua alteração para o discurso de receptividade do povo brasileiro? Assim, notamos que as publicações jornalísticas de 1808 a 1939, período de estabelecimento da imprensa brasileira e de maior intensidade de fluxos imigratórios para o Brasil, ao enunciar discursos civilizatórios, antilusitanos, nacionalistas, assimilacionistas, de caldeamento racial e branqueamento populacional, materializaram distintas imagens discursivas de imigrantes, contribuindo tanto para desconstrução do mito de receptividade dos brasileiros quanto para ressoá-lo, mediante o enaltecimento e o ocultamento das violências e preconceitos sofridos pelos estrangeiros, sua particularização enquanto eventos específicos e caracterizações concebidas amplamente pela sociedade da época como negativas para quaisquer pessoas. Observamos ainda que as diferentes formas de citar o discurso sobre e dos imigrantes contemporâneos empregadas pela mídia impressa nacional contemporânea, ao propiciar distintas maneiras de integração do discurso citante no discurso citado, implicaram imagens de imigrantes enquanto adaptado, não adaptado, (in)desejável, sobrecarga ao Estado, contraventor e mercadoria. Essas imagens tanto retransmitiram as concepções do bom migrante internacional, como aquele que é adequado e integrado à sociedade brasileira, mão-de-obra, benéfico à sociedade e à economia, quanto promoveram atualizações, ressignificando a concepção de “adaptado” para globalizado, expandindo a compreensão do bom trabalhador para novas funções necessárias para o país e, diante de novos programas sociais implementados no Brasil, recontextualizando os discursos sobre os custos que os imigrantes podem representar. Essas retransmissões e atualizações demonstraram tensões dialógicas inerentes ao discurso de receptividade do povo brasileiro. Acreditamos que este estudo pode contribuir para a desmitificação do discurso de que o brasileiro é receptivo e para a compreensão das imagens de imigrante no Brasil. Dessa forma, poderá auxiliar no entendimento de uma temática que vem se destacando e exercendo influência na formulação de leis, políticas públicas e nas relações sociais e internacionais brasileiras
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A constituição e a materialização do discurso ecológico em reportagens da mídia impressa brasileira

SILVA, Severino Rodrigues da 16 February 2016 (has links)
Submitted by Fabio Sobreira Campos da Costa (fabio.sobreira@ufpe.br) on 2017-05-10T15:40:27Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) Dissert_Severino-BC.pdf: 4981775 bytes, checksum: 26fa4998291dbb0482641a4d3b79f6fc (MD5) / Made available in DSpace on 2017-05-10T15:40:27Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) Dissert_Severino-BC.pdf: 4981775 bytes, checksum: 26fa4998291dbb0482641a4d3b79f6fc (MD5) Previous issue date: 2016-02-16 / CNPQ / O presente trabalho analisa a constituição e a materialização do discurso ecológico em reportagens da mídia impressa brasileira. Bastante atual, esse discurso, que se volta para a preservação dos recursos naturais e para a relação entre homem e natureza, parece ser ainda pouco explorado no campo dos estudos discursivos, disso decorre, então, a relevância desta pesquisa. Ao longo, portanto, desta nossa pesquisa de linha discursiva, buscamos respostas para o seguinte questionamento: Como se constitui e se materializa o discurso ecológico em reportagens da mídia impressa brasileira? Para tanto, partimos da análise das capas e reportagens das revistas Veja e Carta Capital acerca dos dois grandes eventos promovidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) e sediados no Rio de Janeiro: as Conferências das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, mais conhecidas como Eco-92 e Rio+20. Para analisar de modo pertinente o nosso corpus, temos como objetivos específicos: 1) averiguar como o discurso ecológico se constitui na mídia impressa brasileira, mais especificamente no dizer de Veja e Carta Capital; 2) refletir como o gênero reportagem inscreve o discurso ecológico dentro da esfera midiática; 3) discutir como condições sociais e histórias de produção diferentes materializam o mesmo discurso de formas distintas; 4) refletir sobre as atualizações e/ou reconfigurações que o discurso ecológico apresente após vinte anos da Eco-92. Nosso embasamento teórico, ancorou-se na Análise do Discurso de Linha Francesa desenvolvida por Maingueneau (1997, 2006, 2008a, 2008b, 2010, 2011) e nas pesquisas sobre o discurso das mídias do semiolinguista Charaudeau (2006). A partir disso, nossos estudos se pautaram, principalmente, na investigação de como o primado do interdiscurso, a semântica global e a prática intersemiótica possibilitariam o entendimento dos efeitos de sentido encontrados nas materialidades linguísticas analisadas. A fim de compreendermos a historicidade do discurso ecológico, ainda recorremos ao trabalho de Carvalho (2011). A investigação mostrou que o discurso ecológico, ao longo do tempo, passou por atualizações e modificações. Se, no começo das primeiras manifestações a favor do verde, o ser humano era colocado como principal agressor e à margem das preocupações ambientais, passados vinte anos, o tom radical desse discurso se atenuou e o ser humano juntamente com sua condição social de vida passou a ser também cerne dessas preocupações. Antes, preservar a natureza das ações do homem; hoje, preservar a natureza e o próprio homem. / El presente trabajo analiza la constitución y la materialización del discurso ecológico en reportajes de la prensa brasileña. Muy actual, ese discurso, que se vuelta hacía la preservación de los recursos naturales y la relación entre hombres y naturaleza, parece aún ser poco explorado en el campo de los estudios discursivos, por eso la pertinencia de esta pesquisa de línea discursiva que tiene la siguiente pregunta: ¿Cómo se constituye y se materializa el discurso ecológico en reportajes de la prensa brasileña? Por lo tanto, partimos del análisis de reportajes de las revistas Veja y Carta Capital acerca de los dos grandes eventos promovidos por la Organización de las Naciones Unidas (ONU) e ocurridos en la ciudad del Rio de Janeiro: las Conferencias de las Naciones Unidas sobre Medio Ambiente y Desenvolvimiento, conocidas como Eco-92 e Rio+20. Para analizar de modo pertinente nuestro objeto, tuvimos como objetivos específicos: 1) averiguar como el discurso ecológico se constituye en la prensa brasileña, específicamente en el decir de Veja y Carta Capital; 2) reflejar como el género reportaje presenta el discurso ecológico dentro de la esfera periodística; 3) discutir como las condiciones sociales e históricas de producción materializan el mismo discurso de modos distintos; 4) reflejar acerca de las actualizaciones y/o reconfiguraciones que el discurso ecológico presenta después de veinte años de la Eco-92. Nuestro embasamiento teórico se ancoró en la Análisis del Discurso Francesa hecha por Maingueneau (1997, 2006, 2008a, 2008b, 2010, 2011) y en las pesquisas acerca del discurso de los medios de comunicación del semiolingüista Charaudeau (2006). En seguida, nuestros estudios se pautaran, sobretodo, en la investigación de como el primado del interdiscurso, la semántica global y la práctica intersemiótica posibilitarían la comprensión de los efectos de sentido encontrados en las materialidades lingüísticas investigadas. A fin de comprender la historicidad del discurso ecológico aún recorrimos al trabajo de Carvalho (2011). La investigación mostró que el discurso ecológico a lo largo del tiempo pasó por actualizaciones y modificaciones. Si en el principio con las primeras manifestaciones en favor del verde el ser humano era colocado como principal agresor y se quedaba de lado en las preocupaciones ambientales, después de veinte años, el tono radical de ese discurso se atenuó y el ser humano juntamente con su condición social de vida pasó a ser también cerne de esas preocupaciones. Anteriormente, preservar la naturaleza de las agresiones humanas; ahora, preservar la naturaleza y también el propio hombre.

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