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Fases iniciais da aprendizagem da leitura e da escrita em português do Brasil: efeitos de fonemas, gestos articulatórios e sílabas na aquisição do mapeamento ortográfico / Early phases of learning to read and write in Brazilian Portuguese: effects of phonemes, articulatory gestures, and syllables on orthographic mapping acquisition

Sargiani, Renan de Almeida 30 May 2016 (has links)
Aprender a ler e a escrever em sistemas alfabéticos de escrita, como em português do Brasil, depende de um processo cognitivo de formar conexões entre as letras nas grafias de palavras escritas e os sons nas pronúncias de palavras faladas, o que se denomina de mapeamento ortográfico. Evidências provenientes de estudos com falantes do inglês demonstram que as crianças nas fases iniciais da aprendizagem da leitura e da escrita realizam o mapeamento ortográfico no nível grafofonêmico, isto é, das letras e fonemas; posteriormente quando elas adquirem mais experiência em leitura elas passam a utilizar o mapeamento ortográfico em um nível maior usando unidades como as sílabas, i.e., unidades grafossilábicas. Como as sílabas são muito proeminentes em português, pesquisadores e professores tem sugerido que crianças falantes do português poderiam se beneficiar mais de instruções iniciais que enfatizam as sílabas do que os fonemas. Os objetivos principais deste estudo foram investigar: 1) se as crianças se beneficiam mais do ensino de mapeamento ortográfico de fonemas ou de sílabas no início da aprendizagem da linguagem escrita em Português do Brasil e 2) se incluir instrução sobre gestos articulatórios no ensino de mapeamento ortográfico de fonemas melhora a habilidade de segmentação fonêmica mais do que o treinamento sem esse componente. Este é um estudo experimental com um design de préteste e pós-testes e atribuição aleatória de participantes para os grupos experimentais e controle. Noventa crianças falantes do Português do Brasil, com média de idade de 4 anos e 5 meses, foram selecionadas em uma escola pública da cidade de São Paulo, SP, Brasil. As crianças receberam instruções em pequenos grupos em uma de 4 condições: 1) mapeamento ortográfico de fonemas com articulação (MOF+A), 2) mapeamento ortográfico de fonemas sem articulação (MOF), 3) mapeamento ortográfico de sílabas sem articulação (MOS), ou 4) desenhos com temas livres (Controle). Em seguida, as crianças foram avaliadas em uma tarefa de aprendizagem de palavras seguida por tarefas de leitura, escrita, segmentação fonêmica e silábica. Os resultados mostraram que as crianças nos grupos MOF+A e MOF superaram as crianças nos grupos MOS e Controle em tarefas de leitura e de escrita. A instrução com gestos articulatórios beneficiou as crianças mais do que a instrução sem esse componente. O grupo MOF+A superou os outros em segmentação fonêmica, leitura e escrita. Em um estudo de acompanhamento (follow-up) realizado um ano e meio mais tarde, 48 crianças, 12 de cada condição experimental, foram avaliadas novamente em várias habilidades de literacia. As crianças que receberam previamente os treinamentos em mapeamento ortográfico de fonemas tiveram melhor desempenho nas tarefas de segmentação fonêmica, de leitura e de escrita, do que as crianças que receberam treinamento em mapeamento ortográfico de sílabas e as crianças do grupo controle. Os resultados em conjunto mostram que, apesar do fato de que as sílabas são unidades muito salientes em Português do Brasil, o ensino de mapeamento ortográfico de fonemas para leitores e escritores iniciantes é mais eficaz do que o ensino do mapeamento ortográfico de sílabas / Learning to read and write in alphabetic writing systems, such as Brazilian Portuguese, depends on a cognitive process of forming connections between the letters in spellings of written words and the sounds in pronunciations of spoken words, known as orthographic mapping. Evidence from studies with English speakers shows that children in the early phases of learning to read and write use orthographic mapping at the graphophonemic level, i.e., letters and phonemes; subsequently when they acquire more reading experience they move on to use orthographic mapping at a higher level using units such as syllables, i.e., graphosyllabic units. Because syllables are so prominent in Portuguese, researchers and teachers have suggested that Portuguese-speaking children would benefit more from early reading instruction that emphasizes syllables rather than phonemes. The main objectives of this study were to explore: 1) whether children benefit more from instruction of orthographic mapping of phonemes or syllables at the outset of learning to read in Brazilian Portuguese and 2) whether including articulatory gestures in the training of orthographic mapping of phonemes improves phonemic segmentation more than training without articulation. This was an experimental study with a pretest/posttest and random assignment of participants to treatment and control groups. Ninety Brazilian Portuguese speakers, mean age 4 years, 5 months, were drawn from one public kindergarten in São Paulo, Brazil. Children received instruction within small groups in one of 4 conditions: 1) orthographic mapping of phonemes with articulation (OMP+A), 2) orthographic mapping of phonemes without articulation (OMP), 3) orthographic mapping of syllables without articulation (OMS), or 4) drawing pictures (Control). Then children were assessed in a word-learning task followed by reading, spelling, phonemic, and syllabic segmentation tasks. Results showed that children in the OMP+A and the OMP groups outperformed children in the OMS and control groups in reading and spelling tasks. Instruction with articulatory gestures benefited children more than instruction without this component. The OMP+A group outperformed the others in phonemic segmentation, reading, and spelling. In a follow up study conducted 1.5 years later, 48 children, 12 from each experimental condition, were assessed again in several literacy skills. Children who received orthographic mapping of phonemes performed better in phonemic segmentation, reading, and spelling tasks than children who received orthographic mapping of syllables training or children in the control group. Overall results show that, despite the fact that syllables are very salient units in Brazilian Portuguese, teaching orthographic mapping of phonemes to beginning readers is more effective than teaching orthographic mapping of syllables
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Fases iniciais da aprendizagem da leitura e da escrita em português do Brasil: efeitos de fonemas, gestos articulatórios e sílabas na aquisição do mapeamento ortográfico / Early phases of learning to read and write in Brazilian Portuguese: effects of phonemes, articulatory gestures, and syllables on orthographic mapping acquisition

Renan de Almeida Sargiani 30 May 2016 (has links)
Aprender a ler e a escrever em sistemas alfabéticos de escrita, como em português do Brasil, depende de um processo cognitivo de formar conexões entre as letras nas grafias de palavras escritas e os sons nas pronúncias de palavras faladas, o que se denomina de mapeamento ortográfico. Evidências provenientes de estudos com falantes do inglês demonstram que as crianças nas fases iniciais da aprendizagem da leitura e da escrita realizam o mapeamento ortográfico no nível grafofonêmico, isto é, das letras e fonemas; posteriormente quando elas adquirem mais experiência em leitura elas passam a utilizar o mapeamento ortográfico em um nível maior usando unidades como as sílabas, i.e., unidades grafossilábicas. Como as sílabas são muito proeminentes em português, pesquisadores e professores tem sugerido que crianças falantes do português poderiam se beneficiar mais de instruções iniciais que enfatizam as sílabas do que os fonemas. Os objetivos principais deste estudo foram investigar: 1) se as crianças se beneficiam mais do ensino de mapeamento ortográfico de fonemas ou de sílabas no início da aprendizagem da linguagem escrita em Português do Brasil e 2) se incluir instrução sobre gestos articulatórios no ensino de mapeamento ortográfico de fonemas melhora a habilidade de segmentação fonêmica mais do que o treinamento sem esse componente. Este é um estudo experimental com um design de préteste e pós-testes e atribuição aleatória de participantes para os grupos experimentais e controle. Noventa crianças falantes do Português do Brasil, com média de idade de 4 anos e 5 meses, foram selecionadas em uma escola pública da cidade de São Paulo, SP, Brasil. As crianças receberam instruções em pequenos grupos em uma de 4 condições: 1) mapeamento ortográfico de fonemas com articulação (MOF+A), 2) mapeamento ortográfico de fonemas sem articulação (MOF), 3) mapeamento ortográfico de sílabas sem articulação (MOS), ou 4) desenhos com temas livres (Controle). Em seguida, as crianças foram avaliadas em uma tarefa de aprendizagem de palavras seguida por tarefas de leitura, escrita, segmentação fonêmica e silábica. Os resultados mostraram que as crianças nos grupos MOF+A e MOF superaram as crianças nos grupos MOS e Controle em tarefas de leitura e de escrita. A instrução com gestos articulatórios beneficiou as crianças mais do que a instrução sem esse componente. O grupo MOF+A superou os outros em segmentação fonêmica, leitura e escrita. Em um estudo de acompanhamento (follow-up) realizado um ano e meio mais tarde, 48 crianças, 12 de cada condição experimental, foram avaliadas novamente em várias habilidades de literacia. As crianças que receberam previamente os treinamentos em mapeamento ortográfico de fonemas tiveram melhor desempenho nas tarefas de segmentação fonêmica, de leitura e de escrita, do que as crianças que receberam treinamento em mapeamento ortográfico de sílabas e as crianças do grupo controle. Os resultados em conjunto mostram que, apesar do fato de que as sílabas são unidades muito salientes em Português do Brasil, o ensino de mapeamento ortográfico de fonemas para leitores e escritores iniciantes é mais eficaz do que o ensino do mapeamento ortográfico de sílabas / Learning to read and write in alphabetic writing systems, such as Brazilian Portuguese, depends on a cognitive process of forming connections between the letters in spellings of written words and the sounds in pronunciations of spoken words, known as orthographic mapping. Evidence from studies with English speakers shows that children in the early phases of learning to read and write use orthographic mapping at the graphophonemic level, i.e., letters and phonemes; subsequently when they acquire more reading experience they move on to use orthographic mapping at a higher level using units such as syllables, i.e., graphosyllabic units. Because syllables are so prominent in Portuguese, researchers and teachers have suggested that Portuguese-speaking children would benefit more from early reading instruction that emphasizes syllables rather than phonemes. The main objectives of this study were to explore: 1) whether children benefit more from instruction of orthographic mapping of phonemes or syllables at the outset of learning to read in Brazilian Portuguese and 2) whether including articulatory gestures in the training of orthographic mapping of phonemes improves phonemic segmentation more than training without articulation. This was an experimental study with a pretest/posttest and random assignment of participants to treatment and control groups. Ninety Brazilian Portuguese speakers, mean age 4 years, 5 months, were drawn from one public kindergarten in São Paulo, Brazil. Children received instruction within small groups in one of 4 conditions: 1) orthographic mapping of phonemes with articulation (OMP+A), 2) orthographic mapping of phonemes without articulation (OMP), 3) orthographic mapping of syllables without articulation (OMS), or 4) drawing pictures (Control). Then children were assessed in a word-learning task followed by reading, spelling, phonemic, and syllabic segmentation tasks. Results showed that children in the OMP+A and the OMP groups outperformed children in the OMS and control groups in reading and spelling tasks. Instruction with articulatory gestures benefited children more than instruction without this component. The OMP+A group outperformed the others in phonemic segmentation, reading, and spelling. In a follow up study conducted 1.5 years later, 48 children, 12 from each experimental condition, were assessed again in several literacy skills. Children who received orthographic mapping of phonemes performed better in phonemic segmentation, reading, and spelling tasks than children who received orthographic mapping of syllables training or children in the control group. Overall results show that, despite the fact that syllables are very salient units in Brazilian Portuguese, teaching orthographic mapping of phonemes to beginning readers is more effective than teaching orthographic mapping of syllables

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