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Entre a política e a literatura: José Américo e a construção de representações de masculinidade em A Bagaceira (1928).

LOPES, Carlos André Martins. 20 July 2018 (has links)
Submitted by Emanuel Varela Cardoso (emanuel.varela@ufcg.edu.br) on 2018-07-20T00:16:02Z No. of bitstreams: 1 CARLOS ANDRÉ MARTINS LOPES – DISSERTAÇÃO (PPGH) 2016.pdf: 700583 bytes, checksum: a9520b8f16ff49e889d5706f5b9acaad (MD5) / Made available in DSpace on 2018-07-20T00:16:02Z (GMT). No. of bitstreams: 1 CARLOS ANDRÉ MARTINS LOPES – DISSERTAÇÃO (PPGH) 2016.pdf: 700583 bytes, checksum: a9520b8f16ff49e889d5706f5b9acaad (MD5) Previous issue date: 2016-06-06 / Apesar de existir um volume considerável de pesquisas em torno do romance “A Bagaceira” de José Américo de Almeida,estudos mais extensos sobre a problemática de gênero na obra ainda são escassos. Assim, nos propusemos nessa dissertação a realizar uma análise das representações de masculinidades no romance assinalado. Apesar de “A Bagaceira” ser nossa fonte privilegiada de pesquisa, afim de nos acercarmos com mais acuidade do tema proposto, utilizamos como fontes complementares outros escritos do autor que não necessariamente coincidem com o ano de produção da referida ficção. Por isso situamos a temporalidade da análise na década de 1920, principalmente. Nessa década foram escritos pelo autor tanto seu famoso ensaio intitulado “A Paraíba e seus problemas” (1923), quanto seu romance que o projetou na cena nacional, “A Bagaceira” (1928). Essa década foi ainda marcada pela chegada em Pernambuco dos ideais modernistas de São Paulo ao mesmo tempo em que se processava um revigoramento do pensamento Regionalista e tradicionalista difundido a partir de Recife (Azevedo, 1984). Isso provocou um caloroso debate entre os que defendiam uma arte/literatura alinhada ao Modernismo e os que preconizavam um pensamento voltado para uma sensibilidade Regional. Argumentamos, com base em seus escritos, que José Américo de Almeida, apesar das ambigüidades, parece ter se alinhado mais às propostas modernistas, conforme evidenciam as escolhas que fez em suas representações de masculinidades que povoam a obra. Podemos então ler em “A Bagaceira” as representações que edificou José Américo sobre quais seriam as masculinidades Modernas, desejadas,autênticas. Em nossa investigação abordamos questões como: Quais valores viris estariam envolvidos de conotação positiva através da lógica narrativa do romance? Quais modelos de masculinidade estariam sendo desencorajados no discurso Almeidiano? Nosso referencial teórico principal está ancorado na obra de Roger Chartier (1990), sobretudo na mobilização que fizemos de seu conceito de representação cultural. Procuramos relacionar as representações construídas em seu romance com sua posição política, econômica e intelectual, ao mesmo tempo em que o inserimos nos debates estético-políticos de seu tempo. Procuramos ainda destacar a forma como o autor procurou construir para si uma representação que ressalta determinados valores viris e como a representação que para si procurou ele e deixou marcas de gênero em seu trabalho. / Despite the existence of a considerable amount of research about the novel "A Bagaceira", by José Américo de Almeida, more extensive studies on the challenges of the genre are still scarce. Therefore, we propose in this dissertation to analyze the representation of masculinity found in this novel. Although "A Bagaceira" is our main source of information about the proposed subject, other complementary sources from the same author that are not from the same year of the our main book will be used. For that reason the analysis temporality is going be situated mainly around the 1920's. In this decade the author wrote his famous essay “A Paraíba e seus problemas” (1923) and his novel nationally famous novel, “A Bagaceira” (1928). This decade is also known for the arrival of the modernist ideals from São Paulo to the state of Pernambuco and, atthe same time, there was an invigoration of the Regionalist and traditionalist way of thinking that was being spread from Recife (Azevedo, 1984). This resulted in a strong debate between who defended a kind of art/literature aligned with the Modernism and the people who followed an ideal more focused in the Regional sentiment. We argue, based on his work, that José Américo de Almeida, despite the ambiguities, seems to have aligned towards the modernist proposal, according to evidences based on his choices when representing aspects of masculinity in his work. We can then read in "A Bagaceira" the representations created by José Américo in relation to the Modern masculinity: what manly values are involved in positive connotation through the logic narrative of the novel? What models of masculinity are being discouraged by the author's discourse? Our central theoretical framework is linked to Roder Chartier's (1990) work, following his ideas on cultural representation. We tried to relate the representations in his novels with his political, economical and intellectual views, at the same time we incorporate his views in the political esthetics debates from his time. We also tried to highlight how the author built from himself a representation that features specific manly values and how this representation characterized the genre in his work.

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