nÃo hà / A religiÃo, como forma de conhecer e organizar as coisas do mundo, surgiu na condiÃÃo de questÃo para a Antropologia e tem acompanhado seus desenvolvimento desde seus primÃrdios como ciÃncia. Tomado como fato social total, a anÃlise do campo religioso possibilita vislumbrar as mais variadas esferas da vida social, tais como: economia, polÃtica, estÃtica, relaÃÃes de parentesco... Proponho aqui um estudo de caso de um terreiro de Umbanda localizado no bairro do Pirambu, em Fortaleza. A partir das narrativas - rituais e pessoais - acompanho as geraÃÃes de um grupo que nÃo permanece o mesmo ao longo do tempo. Ritualisticamente, alguns elementos entram; outros (jà sem uso) saem; outros ainda sÃo ressignificados, porÃm sem uma mudanÃa radical da estrutura de culto. Admitindose que toda religiÃo à um rearranjo de crenÃas preexistentes, a Umbanda somente se utiliza destas interritualidades para reafirmar sua condiÃÃo desde o surgimento: uma religiÃo flexÃvel e em constante construÃÃo. / The religion, like a form of. To know about and to organize the things of the world, appeared as question for the Anthropology and it has folloied its development since its beginning as science. Like a fact social total, the analysis of the religious field makes possible to glimpse the most varied spheres of the social life, such as: economy, politics, aesthetic, blood relationsâ I consider here a study of case of a place of fetichism of Umbanda located in the quarter of the Pirambu, Fortaleza. From the narratives - ritual and personal - Iâve folloied the generations of a group that does not remain the same throughout the time. Some elements enter; others (already without use) leave; others still are remeaning, however without a radical change of the cult structure. Admitting itself that all religion is a rearrangement of preexisting beliefs, the Umbanda is only used of these interrituals to reaffirm its condition since the sprouting: a flexible religion and in constant construction.

CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / A presente pesquisa, vinculada à linha Literatura e HistÃria, tem como propÃsito apresentar as remanescÃncias da mentalidade e da cultura medievais no romance CaldeirÃo (1982) do escritor cearense ClÃudio Aguiar. Para focalizarmos as incorporaÃÃes culturais da Idade MÃdia na matÃria social representada nesse romance histÃrico, empregamos o arcabouÃo teÃrico e metodolÃgico da Teoria da Residualidade, desenvolvido pelo Prof. Dr. Roberto Pontes. Esse mÃtodo investigativo està certificado junto à Universidade Federal do Cearà e ao CNPq, sob o tÃtulo Estudos de Residualidade Cultural e LiterÃria. Define-se como residual tudo aquilo que remanesce, que resta ou sobrevive de uma cultura passada para outro momento histÃrico, permanecendo como elemento ativo, pronto a ser resgatado, aprimorado e reutilizado, pois conserva sua forÃa vigorante. Esse aprimoramento ou refinamento, em sua nova forma, Roberto Pontes chama de cristalizaÃÃo. Como o resÃduo permanece em estado latente na mentalidade, em constante possibilidade de uso, infinita à sua potencialidade de cristalizaÃÃes. Roberto Pontes tambÃm assinala que a residualidade abrange as noÃÃes de tempo e de espaÃo, o que proporciona a hibridaÃÃo cultural relativa a crenÃas e costumes. Como manifestaÃÃo estÃtica situada em determinado perÃodo histÃrico, a obra literÃria contribui para a apreensÃo de sua conjuntura sÃcio-cultural. Este trabalho se divide em trÃs momentos, respectivamente, a formaÃÃo da comunidade messiÃnica com enfoque na religiosidade popular; o desenvolvimento socioeconÃmico fundamentado no sistema agrÃrio familiar e no comunismo cristÃo primitivo; e a destruiÃÃo da comunidade, com destaque para o imaginÃrio da violÃncia. Destacam-se, para anÃlise, substratos mentais do modus vivendi, tais como a religiosidade popular manifesta no movimento messiÃnico-social, os usos e costumes da comuni-dade, as crenÃas e superstiÃÃes, os valores e comportamentos tradicionais do sertÃo, recolhidos da oralidade e dos registros jornalÃsticos pelo autor de CaldeirÃo, os quais permanecem vigorantes na memÃria coletiva no Nordeste brasileiro. Depreende-se desse enfoque a residualidade cultural dos valores medievais, notadamente no universo sertanejo cearense, a fim de comprovar a hibridaÃÃo cultural. / Esta investigaciÃn està vinculada a la lÃnea de pesquisa de Literatura e Historia y tiene por propuesta presentar los restos de la mentalidad y la cultura de la Edad Media en la novela CaldeirÃo (1982) del escritor cearense Claudio Aguiar. Para centrarse en las incorporaciones culturales de la Edad Media en la historia social representada en esta novela, se emplean los fundamentos teÃricos y metodolÃgicos de la Teoria de la Residualidad Cultural y Literaria, desarrollada por el Prof. Dr. Roberto Pontes. Este mÃtodo de investigaciÃn està aprobado por la Universidade Federal de Cearà y por CNPq, con el tÃtulo de Estudios de Residualidad Cultural y Literaria. Se define como residual de todo lo que queda, que sobrevive o resta de una cultura pasada en otro momento histÃrico, permaneciendo como un elemento activo, listo para ser restaurado, mejorado y reutilizado, pues conserva su fuerza vigorante. Este mejoramiento o refinamiento, en su nueva forma, Roberto Pontes llama cristalizaciÃn. Como el residuo permanece latente en la mentalidad, en constante capacidad de aplicaciÃn, su potencial es infinito para las cristalizaciones. La residualidad tambiÃn incluye las nociones de tiempo y espacio, que ofrece la hibridaciÃn cultural en las creencias y costumbres. Como una manifestaciÃn estÃtica situada en de-terminado perÃodo de la historia, la obra literaria contribuye a la asimilaciÃn de su situaciÃn socio-cultural. Este trabajo se divide en tres etapas, respectivamente, la formaciÃn de la comunidad mesiÃnica con enfoque sobre la religiÃn popular; el desarrollo socioeconÃmico basado en el sistema agrario de la familia y el comunismo cristiano primitivo; y la destrucciÃn de la comunidad, especialmente el imaginario de la violencia. Se destacan, para el anÃlisis, los substratos mentales del "modus vivendi", como la religiosidad popular que se manifiesta en el movimiento mesiÃnico-social, los hÃbitos y las costumbres sociales de la comunidad, las creencias y supersticiones, los valores y comportamientos tradi-cionales del interior, recogidos de los registros orales y periodÃsticos por el autor de CaldeirÃo, los cuales siguen siendo vigorantes en la memoria colectiva del nordeste de Brasil. Se infÃren de este enfoque los resÃduos culturales de los valores medievales, sobre todo en el universo sertanejo del CearÃ, con el fin de demostrar la hibridaciÃn cultural.

CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / Em nosso trabalho, investigamos as representaÃÃes sociais construÃdas por cinco alunas da educaÃÃo de jovens e adultos do Projeto SESC Ler de Fortaleza acerca de seu processo de aprendizagem formal e inicial da leitura e da escrita, bem como de aspectos que tal processo envolve, como, por exemplo, a vida sem saber ler e escrever. Com o intuito de aproximar campos teÃricos diferentes - a teoria das representaÃÃes sociais de Serge Moscovici (2007), a AnÃlise do Discurso de linha francesa e os pressupostos da intertextualidade de Genette (1982), revistos por PiÃgay-Gros (1996) - tomamos as representaÃÃes sociais como prÃticas discursivas, na medida em que ambas orientam as aÃÃes dos sujeitos, ancorando-se na memÃria discursiva e na memÃria coletiva para se constituÃrem atravÃs de um constante dialogismo entre os diversos textos e discursos jà existentes. Para analisÃ-las, delimitamos os espaÃos discursivos que nos foram relevantes por meio da seleÃÃo de trechos dos relatos das alunas e verificamos as posiÃÃes discursivas assumidas em suas enunciaÃÃes. A partir daÃ, recorremos Ãs relaÃÃes de copresenÃa de alusÃo e de citaÃÃo, para, atravÃs delas, em uma anÃlise qualitativa intertextual e interdiscursiva, identificarmos as representaÃÃes sociais formadas. Ao todo, foram encontrados onze aspectos que caracterizam as representaÃÃes sociais, sendo trÃs representaÃÃes como nÃcleo central e oito caracterÃsticas embasadoras, organizadas conforme as noÃÃes de sistema central e perifÃrico (ABRIC, 1994). As alunas discorrem sobre o que as levaram a voltar para a escola, sobre as motivaÃÃes para aprender a ler e a escrever, sobre o que a aquisiÃÃo da leitura e da escrita promove, sobre como à a vida sem saber ler e escrever, dentre outras representaÃÃes construÃdas. / In our research we investigate the social representations built by five students of a project called SESC Ler, in Fortaleza, about their initial and formal process of learning how to read and write, as well as about some aspects that this process involves, as living without knowing how to read and write. Aiming the approximation of different theoretical fields - Serge Moscoviciâs (2007) theory of Social Representations, the Discourse Analysis of French orientation, and Genetteâs (1982) intertextuality purposes, reviewed by PiÃgay-Gros (1996) - we consider the social representations as discursive practices, because both orientate the action of the persons and both lean on the discursive and collective memories to be built through a constant dialogism among the several texts and discourses which already exist. To analyze them, we delimited the relevant discursive spaces of the studentsâ narratives and we verified the discursive positions they assumed in their enunciations. Then, through a qualitative intertextual and interdiscursive analysis using the copresence relations of allusion and quotation, we identified eleven different aspects which characterize the social representations; from them we identified three social representations and eight characteristics that support them, which were organized according to the notions of central and peripheral systems (ABRIC, 1994), and which verse about the initial and formal process of learning how to read and write as a whole. The students relate about what made them come back to the school, about the motivations of learning how to read and write, about what the acquisition that reading and writing promote, as well as about life without knowing how to read and write and other social representations which were built.