Spelling suggestions: "subject:"minerais dde crânio"" "subject:"minerais dee crânio""
1 |
Mineralogia e geoquímica supergênicas do urânio - Província Uranífera de Lagoa Real, Caetité - BahiaAdriana Mônica Dalla Vechia Chaves 16 August 2005 (has links)
Nenhuma / Análises por Difratometria de Raios-X e Espectroscopia de Infravermelho (FTIR) revelaram que a mineralização secundária de urânio dos albititos da Jazida Cachoeira e Ocorrência das Laranjeiras, situadas na região de Lagoa Real Caetité BA, é predominantemente constituída pelos seguintes hidroxisilicatos de uranila: β-Uranofano - Ca[(UO2)(SiO3OH)]2.5(H2O); Uranofano - Ca[(UO2)(SiO3OH)]2.5(H2O); Sklodowskita - Mg[(UO2)(SiO3OH)]2.6(H2O); Haiweeita - Ca[(UO2)Si5O12(OH)2].3(H2O); Utilizando-se apenas a Difratometria de Raios-X, os seguintes fosfatos de uranila também puderam ser caracterizados: Autunita - Ca[(UO2)(PO4)]2 . 8-12(H2O); Meta-autunita - Ca[(UO2)(PO4)]2 .6-8(H2O); A coloração natural amarelada característica dos minerais acima foi também encontrada pela mesma metodologia em calcitas e albitas levemente intemperizadas, que estiveram presentes no material coletado para análise. Assim, nem todo material de coloração amarela associado aos albititos uraníferos representa, de fato, mineral secundário de urânio. β-Uranofano, Uranofano, Sklodowskita e Haiweeita teriam sido resultantes da interação entre os cátions Ca+2, Mg+2 e UO2+2 e os complexos aniônicos do tipo hidroxisilicato. Esses íons são provenientes do intemperismo que afetou os principais tipos petrográficos (granitos, gnaisses e albititos) existentes na região. O íon Ca+2 foi liberado pelo intemperismo de minerais tais como piroxênio, plagioclásio não albítico e calcita. O íon Mg+2 foi liberado pela alteração dos anfibólios e biotitas e o íon uranila a partir da oxidação do U+4 presente nas uraninitas disseminadas nos albititos. A origem do Ca+2 e do íon uranila da autunita e meta-autunita é a mesma descrita acima. Os íons PO4-3 são provenientes do intemperismo de apatitas e monazitas dos granitos e ortognaisses da região.
Um modelo geoquímico que permite explicar a formação dos hidroxisilicatos de uranila caracterizados neste trabalho segue a seguinte ordem de eventos: Oxidação do U+4 presente nas uraninitas (UO2) a U+6 que se manifesta sob a forma de íon uranila (UO2+2); Hidrólise do íon uranila e respectiva formação dos complexos de hidróxidos de uranila (de baixa estabilidade); Dissociação dos complexos de hidróxidos de uranila e hidrólise dos íons carbonato provenientes da calcita, resultando na elevação do pH das águas subterrâneas, o que favorece a solubilização da sílica dos minerais silicáticos dos albititos e explica o surgimento de hidroxisilicatos de uranila com Ca+2 ou Mg+2; Intensificação da dissociação dos complexos de hidróxidos de uranila, que desloca o equilíbrio da hidrólise dos íons carbonato, favorecendo o aparecimento de complexos carbonatados de uranila, estáveis em solução aquosa, e limita a formação de hidroxisilicatos de uranila. A mineralização secundária de urânio caracterizada neste estudo indica a existência, no perfil de alteração, de um lençol freático duradouro em um passado geológico recente, capaz de manter os albititos uraníferos em constante contato com a água, sem a qual os processos acima descritos não teriam sido desencadeados. Com o rebaixamento do nível do lençol freático conduzido pela erosão em passado geológico ainda mais recente, os minerais secundários de uranila foram expostos, permitindo o entendimento das alterações físico-químicas sofridas pelos albititos uraníferos de Lagoa Real. A não caracterização de sulfatos e carbonatos de uranila confirma a inexistência de um ambiente de forte evaporação. / X Ray Diffraction and Infrared Spectroscopy (FTIR) analysis reveal that the following uranyl hidroxisilicates mainly constitute the uranium secondary mineralogy from albitites of the Cachoeira and Laranjeiras uranium anomalies (Lagoa Real BA Brazil): β-Uranophane-Ca[(UO2)(SiO3OH)]2.5(H2O); Uranophane-Ca[(UO2)(SiO3OH)]2.5(H2O); Sklodowskite-Mg[(UO2)(SiO3OH)]2.6(H2O); Haiweeite-Ca[(UO2)Si5O12(OH)2].3(H2O). Using only the X Ray Diffraction, the uranyl phosphates below were also characterized: Autunite - Ca[(UO2)(PO4)]2 . 8-12(H2O); Meta-autunite - Ca[(UO2)(PO4)]2 .6-8(H2O); The natural yellowish color of the above minerals was also found by the same analytical methodology in slightly weathered calcites and albites of the sampled material. Thus, yellowish materials from uraniferous albitites do not represent only uranyl minerals. β-Uranophane, Uranophane, Sklodowskite and Haiweeite resulted from the interaction between Ca+2, Mg+2 and UO2+2 cationic species and hidroxisilicate anionic complexes. These ions originated from the weathering that affected the mineralogy of the albitites, granites and gneisses found in the Lagoa Real uranium district. The Ca+2 ion came from pyroxenes, calcium plagioclase and calcite. The Mg+2 came from amphiboles and biotites. The mobile ion uranyl (hexavalent U) came from the uraninite (UO2) by the U+4 oxidation. The Ca+2 and uranyl íons of the autunite and meta-autunite originated in the same way as above. The PO4-3 ions came from the weathering that affected the apatites and monazites of the granites and gneisses.
A geochemical model allowing the formation of the aforementioned uranyl hidroxisilicates could beas follows: 1. U+4 oxidation to U+6 which appears as the mobile uranyl ion [UO2]+2. 2. Uranyl hydrolysis and formation of the uranyl hydroxide complexes (low stability). 3. Dissociation of the uranyl hydroxide complexes and hydrolysis of the carbonate ions from calcite, resulting in groundwater pH increasing which improves the silica dissolution from silicatic minerals and consequent precipitation of the uranyl hidroxisilicates with Ca e Mg. 4. Intensification of the dissociation of uranyl hydroxide complexes, which dislocates the equilibrium of the carbonate ion hydrolysis, allowing the formation of the uranyl carbonate complexes (stable in aqueous solution), and limits the formation of uranyl hidroxisilicates. The Lagoa Real uranium secondary mineralogy indicates the existence of a permanent groundwater table in the weathering profile during a recent geological past.The climatic oscilation of it maintains the uraniferous albitites in permanent contact with water, allowing the formation of [UO2]+2 and its gheochemical immobilization by the [XO4]x-ou {[XO4][OH]}y- found in the rockpores as well. The erosion in a more recent geological past lowered the groundwater sheet and exposed this uranium secondary mineralogy at the surface. The inexistence of uranyl sulfates and carbonates corroborates the lack of a strong evaporation setting during the formation of the Lagoa Real uranium secondary mineralogy.
|
2 |
Significado metalogenético da mineralogia dos albititos da Jazida Cachoeira (Província uranífera de Lagoa Real)Sônia Pinto Prates 25 August 2008 (has links)
Nenhuma / A Província Uranífera de Lagoa Real (PULR) constitui a melhor conhecida e a mais
importante ocorrência de urânio atualmente no Brasil. Abrange uma área de 1200 Km2 e está
localizada na região centro-sul do Estado da Bahia. Na PULR, são conhecidas 34 áreas
mineralizadas em urânio, distribuídas aproximadamente ao longo de uma faixa orientada N-S
com cerca de 30 km de comprimento por 5 km de largura.
No extremo norte da região, situa-se a Jazida Cachoeira, única jazida de urânio em fase
de produção no Brasil e na América Latina, atualmente sendo lavrada a céu aberto. A jazida
apresenta uma extensão de 420 metros na direção noroeste e uma largura de aproximadamente
250 metros. Nessa jazida foram individualizados três corpos principais de minério. As
amostras utilizadas neste estudo foram coletadas no corpo 3 da jazida.
A mineralização uranífera na PULR está associada às rochas ricas em albita
denominadas albititos que são rochas constituídas de plagioclásio, de composição albita a
albita-oligoclásio, em porcentagem volumétrica estimada igual ou superior a 70%. Ocorrem
ainda, como minerais essenciais: piroxênio, granada, anfibólio e biotita. Os minerais
acessórios mais freqüentes são: titanita, apatita, zircão, allanita, magnetita e hematita.
Carbonato e fluorita também podem ser observados.
O objetivo do trabalho é o detalhamento da caracterização mineralógica e
cristaloquímica dos albititos mineralizados e não mineralizados da Jazida Cachoeira,
procurando-se pesquisar possíveis diferenças entre eles.
Os principais minerais constituintes dos albititos desta jazida foram, portanto,
estudados aplicando-se as seguintes técnicas: Difratometria de raios X, Espectroscopia
vibracional de absorção no infravermelho, Análise Térmica, Microssonda Eletrônica, além de
microscopia óptica convencional. Além desses minerais, foram também estudados microclina
(variedade amazonita), natroapofilita, wollastonita e minerais secundários de urânio
observados na mesma Jazida (autunita e tyuyamunita).
Durante a primeira etapa dos estudos foram realizadas as observações mesoscópicas e
microscópicas das amostras. A seguir, foi efetuada a separação mineralógica dos minerais em
função de suas características magnéticas e densimétricas, visando-se obter minerais limpos e
puros. Esses foram, a seguir, preparados de acordo com a técnica a ser empregada. As técnicas analíticas utilizadas permitiram o entendimento da cristaloquímica dos
minerais, obtendo-se resultados confiáveis a partir de pequenas quantidades de material (cerca
de 10 mg). Além da identificação dos minerais e da determinação da sua composição, foram
também obtidas informações sobre a presença de água nos minerais.
A presença de wollastonita (CaSiO3) indica condições de formação sob elevadas
pressões litostáticas, sem as quais haveria a liberação de CO2 para a atmosfera.
A transformação do U6+ presente na uranila em U4+ incorporado na uraninita implica na
oxidação do Fe2+ para Fe3+ que se incorpora na estrutura cristalina de vários minerais da
paragênese da uraninita (granada, magnetita, aegirina-augita). Se estas transformações
estiverem associadas a zonas de cisalhamento, essas poderão ser reativadas ao longo do tempo
geológico.
Isto revela que as rochas encaixantes das faixas mineralizadas da PULR são mais
antigas que a mineralização e que as futuras prospecções de urânio devem se localizar nas
faixas de cisalhamento.
O trabalho permitiu a descrição de tyuyamunita pela primeira vez no âmbito da PULR. / The Lagoa Real uranium province is presently by far the most important and best
known uranium occurrence in Brazil. With an area of 1,200 Km2 it is located in centralsouthern
part of Bahia State. The 34 deposits or prospects are distributed within a N-S 30 x 5
Km area.
The Cachoeira open pit mine is in the northern part of the province and is the sole
uranium mine in production in Brazil and South America as well. The mine has an area of 420
x 250 m stretching in northwestern direction. Three main mineralized orebodies have been
identified. The samples studied were all collected in the orebody #3.
The uranium mineralization is hosted by albitites, a rock with over 70% of albite
and/or oligoclase. Pyroxene, garnet, amphibole, and biotite are the other essential minerals.
Titanite, apatite, zircon, allanite, magnetite, and hematite are the accessory minerals besides
carbonate and fluorite.
The mineralogical and crystallochemical features of the main albitites minerals were
investigated, looking for possible differences and characteristics between uraniferous and
barren rocks.
The following analytical techniques were applied during the work: X ray diffraction,
Infrared spectroscopy, thermal analysis, microprobe and also optical microscopy.
Besides albitites minerals, microcline (amazonite), natroapophyllite, wollastonite and
oxidized uranium mineral (autunite and tyuyamunite) were also studied. This is also the first
description of tyuyamunite in the Lagoa Real uranium province. All these minerals are from
the Cachoeira open pit mine.
The studying process started with mesoscopic and microscopic (thin sections)
observations. Next, clean and pure fractions of each mineral were obtained using magnetic
and/or bromoform separation .
Using tiny amounts of each mineral (~10mg) the analytical methods used permitted the
determination not only of their composition, including the water content, but the
comprehension of crystallochemical characteristics as well.
The presence of wollastonite indicates high hydrostatic pressure conditions which
prevents the CO2 liberation to the atmosphere.
The reduction process of U6+ to U4+ leading to the uraninite deposition occurs
simultaneously with the oxidation of Fe2+ to Fe3+ which is incorporated in the crystalline
structure of garnet, hematite, and aegirine-augite. As these transformations seem to be related
to shear zones, it may indicate an epigenetic model for the U mineralization.
The mineral tyuyamunite was described for the first time in the PULR.
|
Page generated in 0.0551 seconds