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Inclusões fluidas nos minerais associados a mineralização uranífera da jazida do Engenho (anomalia 09), Província Uranífea de Lagoa Real, Bahia / Fluid Inclusions in minerals associated to uranium mineralization in Engenho Deposit (anomaly 09) Lagoa Real Uranium Province BahiaAurélio da Silva de Souza 31 August 2009 (has links)
A Jazida do Engenho (anomalia 09) está situada ao norte da Província Uranífera de Lagoa Real. A mineralização está associada aos albititos, rochas constituídas de plagioclásio, de composição albita a albita-oligoclásio, em porcentagem volumétrica igual ou superior a 70%. Também ocorrem epidositos mineralizados. Os minerais essenciais do albitito são piroxênio, granada, albita, anfibólio, e biotita.
Neste trabalho foi estudada, por inclusões fluidas, boa parte dos minerais (piroxênio, granada, plagioclásio, titanita, epidoto) que constituem a seqüência mineralógica associada à mineralizações uraníferas dos albititos desta jazida.
Os fluidos associados a piroxênio, granada e epidoto, aquo-salinos, primários e sem fases carbônicas apresentam características semelhantes, com leves variações. Todos apresentam média a alta salinidade (de 14 a 18% equivalente em peso de NaCl), onde os maiores valores correspondem ao piroxênio e os menores à granadas e epidotos.
Os fluidos associados ao metassomatismo sódico, que gerou o plagioclásio albítico nos albititos, embora sejam aquo-salinos e sem fases carbônicas, apresentam salinidades muito inferiores às observadas no piroxênio, granada e epidoto, sugerindo processo de diluição bem mais intensos. Desta maneira, os fluidos da anomalia 09 apresentam uma diluição no sentido das fases minerais mais recentes.
Os resultados sugerem que os processos de fomação do piroxênio ocorreram sob condições de pressão equivalente a 3,5 kbar que corresponde a profundidades de aproximadamente 10 km. Entretanto, a dilatação observada nas IF da albita durante o aquecimento, originaram uma dispersão nas medidas de Th, tornando pouco confiáveis os cálculos de pressão para esse mineral.
A microscopia de IF em plagioclásios dos gnaisses (encaixantes dos albititos) sugere que, provavelmente, haveria fluidos carbônicos primários associados a esses minerais. Os fluidos com CO2 que aparecem nos gnaisses talvez também estejam presentes nos albititos, provavelmente como fluidos tardios ou intergranulares. Esta suposição baseia-se no fato de ter sido encontrado (durante os estudos de esmagamento nos albititos) indícios da presença de gases carbônicos.
Estas tendências sugerem a ocorrência de duas etapas de albitização no setor de Lagoa Real: um associado a fluido composto por H2O + CO2 + sais (na encaixante gnáissica) e outro (no albitito) formado por uma fase aquo-salina.
Os dados obtidos neste trabalho sugerem que, provavelmente, o Brasiliano foi um evento térmico sem um fluido predominante associado, pelo menos no setor de Lagoa Real. Do contrário, esse fluido deveria estar presente nos minerais da paragênese mineral.
Finalmente, os dados obtidos na Jazida do Engenho permitiram verificar a ocorrência de um quadro de fluidos que apresentam variações composicionais em, pelo menos, três estágios diferentes: Piroxênio magmático → Px metamórfico associado a urânio → albita (poligonizada) associada a urânio, faltando posicionar o fluido associado à albita precoce. / The Engenho deposit (anomaly 09) is south-eastern from Cachoeira Mine (anomaly 13), in the northern part of the Province. The uranium mineralization is associated to albitites (over 70% of albite/oligoclase). Epidosites with uranium may also occur. The albitite main minerals are pyroxene, garnet, albite/oligoclase feldspar, amphibole and biotite.
Pyroxene, garnet, plagioclase, titanite and epidote are the minerals associated to the uranium mineralization.
The fluids related to pyroxene, garnet and epidote are aqueous-saline, primary and with no carbonic phases and are constant, with small variations. They all present medium to high salinity (14 to 18wt% NaCl eq.), the higher values being related to pyroxene and the lower ones related to garnet and epidote.
The fluids associated to albite/oligoclase, although aquo-saline and with no carbonic phases, show salinities much lower than in pyroxene, garnet and epidote, suggesting a intense dilution process indicating dilution toward the later minerals phases.
The data suggest the pyroxene formation process occurring under a 3,5 kbar pressure condition which corresponds to approximately 10km depth. The dispersion on Th in albites, due probably to the overheating and non elastic increase in volume, precluded a reliable pressure calculation.
The IFs microscopy in plagioclase gneiss (albitites host-rocks) suggests the probability of primary carbonic fluids associated to these minerals. The fluids with CO2 showed in the gneiss maybe also be present in the albitites, probably as late or intergranular fluids. This assumption is based on the fact that signs of carbonic gases were shown during crushing tests.
These tendencies suggest the occurrence of two albitization phases in this Lagoa Real area: one associated to a fluid composed by H2O + CO2 + salts (in the gneiss host) and another (in the albitite) formed by an aqueous-saline phase.
The data indicate the Brasiliano event as a thermal event without a predominant fluid associated, at least in this Lagoa Real area. Otherwise, the presence of this fluid should be present in the mineral paragenesis. Finally, the data from the Engenho deposit indicate the occurrence of fluids showing compositional variations in, at least, three different stages: magmatic pyroxene → metamorphic pyroxene associated to uranium → albite (recristalized) associated to uranium. The place of the aqueous-carbonic fluid associated to previous albite is still unknown.
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Mineralogia e geoquímica supergênicas do urânio - Província Uranífera de Lagoa Real, Caetité - BahiaAdriana Mônica Dalla Vechia Chaves 16 August 2005 (has links)
Nenhuma / Análises por Difratometria de Raios-X e Espectroscopia de Infravermelho (FTIR) revelaram que a mineralização secundária de urânio dos albititos da Jazida Cachoeira e Ocorrência das Laranjeiras, situadas na região de Lagoa Real Caetité BA, é predominantemente constituída pelos seguintes hidroxisilicatos de uranila: β-Uranofano - Ca[(UO2)(SiO3OH)]2.5(H2O); Uranofano - Ca[(UO2)(SiO3OH)]2.5(H2O); Sklodowskita - Mg[(UO2)(SiO3OH)]2.6(H2O); Haiweeita - Ca[(UO2)Si5O12(OH)2].3(H2O); Utilizando-se apenas a Difratometria de Raios-X, os seguintes fosfatos de uranila também puderam ser caracterizados: Autunita - Ca[(UO2)(PO4)]2 . 8-12(H2O); Meta-autunita - Ca[(UO2)(PO4)]2 .6-8(H2O); A coloração natural amarelada característica dos minerais acima foi também encontrada pela mesma metodologia em calcitas e albitas levemente intemperizadas, que estiveram presentes no material coletado para análise. Assim, nem todo material de coloração amarela associado aos albititos uraníferos representa, de fato, mineral secundário de urânio. β-Uranofano, Uranofano, Sklodowskita e Haiweeita teriam sido resultantes da interação entre os cátions Ca+2, Mg+2 e UO2+2 e os complexos aniônicos do tipo hidroxisilicato. Esses íons são provenientes do intemperismo que afetou os principais tipos petrográficos (granitos, gnaisses e albititos) existentes na região. O íon Ca+2 foi liberado pelo intemperismo de minerais tais como piroxênio, plagioclásio não albítico e calcita. O íon Mg+2 foi liberado pela alteração dos anfibólios e biotitas e o íon uranila a partir da oxidação do U+4 presente nas uraninitas disseminadas nos albititos. A origem do Ca+2 e do íon uranila da autunita e meta-autunita é a mesma descrita acima. Os íons PO4-3 são provenientes do intemperismo de apatitas e monazitas dos granitos e ortognaisses da região.
Um modelo geoquímico que permite explicar a formação dos hidroxisilicatos de uranila caracterizados neste trabalho segue a seguinte ordem de eventos: Oxidação do U+4 presente nas uraninitas (UO2) a U+6 que se manifesta sob a forma de íon uranila (UO2+2); Hidrólise do íon uranila e respectiva formação dos complexos de hidróxidos de uranila (de baixa estabilidade); Dissociação dos complexos de hidróxidos de uranila e hidrólise dos íons carbonato provenientes da calcita, resultando na elevação do pH das águas subterrâneas, o que favorece a solubilização da sílica dos minerais silicáticos dos albititos e explica o surgimento de hidroxisilicatos de uranila com Ca+2 ou Mg+2; Intensificação da dissociação dos complexos de hidróxidos de uranila, que desloca o equilíbrio da hidrólise dos íons carbonato, favorecendo o aparecimento de complexos carbonatados de uranila, estáveis em solução aquosa, e limita a formação de hidroxisilicatos de uranila. A mineralização secundária de urânio caracterizada neste estudo indica a existência, no perfil de alteração, de um lençol freático duradouro em um passado geológico recente, capaz de manter os albititos uraníferos em constante contato com a água, sem a qual os processos acima descritos não teriam sido desencadeados. Com o rebaixamento do nível do lençol freático conduzido pela erosão em passado geológico ainda mais recente, os minerais secundários de uranila foram expostos, permitindo o entendimento das alterações físico-químicas sofridas pelos albititos uraníferos de Lagoa Real. A não caracterização de sulfatos e carbonatos de uranila confirma a inexistência de um ambiente de forte evaporação. / X Ray Diffraction and Infrared Spectroscopy (FTIR) analysis reveal that the following uranyl hidroxisilicates mainly constitute the uranium secondary mineralogy from albitites of the Cachoeira and Laranjeiras uranium anomalies (Lagoa Real BA Brazil): β-Uranophane-Ca[(UO2)(SiO3OH)]2.5(H2O); Uranophane-Ca[(UO2)(SiO3OH)]2.5(H2O); Sklodowskite-Mg[(UO2)(SiO3OH)]2.6(H2O); Haiweeite-Ca[(UO2)Si5O12(OH)2].3(H2O). Using only the X Ray Diffraction, the uranyl phosphates below were also characterized: Autunite - Ca[(UO2)(PO4)]2 . 8-12(H2O); Meta-autunite - Ca[(UO2)(PO4)]2 .6-8(H2O); The natural yellowish color of the above minerals was also found by the same analytical methodology in slightly weathered calcites and albites of the sampled material. Thus, yellowish materials from uraniferous albitites do not represent only uranyl minerals. β-Uranophane, Uranophane, Sklodowskite and Haiweeite resulted from the interaction between Ca+2, Mg+2 and UO2+2 cationic species and hidroxisilicate anionic complexes. These ions originated from the weathering that affected the mineralogy of the albitites, granites and gneisses found in the Lagoa Real uranium district. The Ca+2 ion came from pyroxenes, calcium plagioclase and calcite. The Mg+2 came from amphiboles and biotites. The mobile ion uranyl (hexavalent U) came from the uraninite (UO2) by the U+4 oxidation. The Ca+2 and uranyl íons of the autunite and meta-autunite originated in the same way as above. The PO4-3 ions came from the weathering that affected the apatites and monazites of the granites and gneisses.
A geochemical model allowing the formation of the aforementioned uranyl hidroxisilicates could beas follows: 1. U+4 oxidation to U+6 which appears as the mobile uranyl ion [UO2]+2. 2. Uranyl hydrolysis and formation of the uranyl hydroxide complexes (low stability). 3. Dissociation of the uranyl hydroxide complexes and hydrolysis of the carbonate ions from calcite, resulting in groundwater pH increasing which improves the silica dissolution from silicatic minerals and consequent precipitation of the uranyl hidroxisilicates with Ca e Mg. 4. Intensification of the dissociation of uranyl hydroxide complexes, which dislocates the equilibrium of the carbonate ion hydrolysis, allowing the formation of the uranyl carbonate complexes (stable in aqueous solution), and limits the formation of uranyl hidroxisilicates. The Lagoa Real uranium secondary mineralogy indicates the existence of a permanent groundwater table in the weathering profile during a recent geological past.The climatic oscilation of it maintains the uraniferous albitites in permanent contact with water, allowing the formation of [UO2]+2 and its gheochemical immobilization by the [XO4]x-ou {[XO4][OH]}y- found in the rockpores as well. The erosion in a more recent geological past lowered the groundwater sheet and exposed this uranium secondary mineralogy at the surface. The inexistence of uranyl sulfates and carbonates corroborates the lack of a strong evaporation setting during the formation of the Lagoa Real uranium secondary mineralogy.
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O granito São Timóteo no perfil Monsenhor Bastos, província uranífera de Lagoa Real: mineralogia, geoquímica e fluidos / The São Timóteo granite in Monsenhor Bastos área, Lagoa Real uranium province: mineralogy, geochemistry and fluidsLucas Eustáquio Dias Amorim 29 February 2012 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Foram estudados corpos graníticos localizados no setor Monsenhor Bastos, porção sudoeste da Província Uranífera de Lagoa Real (PULR). A amostragem foi desenvolvida nas pedreiras de Lagoa Linda (LL), Pedreira Nova (PN) e no granitoide Lajedo (GR) este ultimo que aflora imediatamente a leste da anomalia uranífera AN02.
O trabalho focaliza aspectos mineralógicos, geoquímicos, tipológicos e de fluidos desses granitoides, a fim de classificá-los mineralogica, textural e quimicamente. Foram utilizadas as metodologias de petrografia, microssonda eletrônica, geoquímica, termobarometria e estudo de inclusões fluidas (IF).
As amostras de granitos apresentam uma paragênese magmática composta por feldspato potássico, plagioclásio, quartzo, piroxênio, ilmenita 1 e zircão. Também foram identificadas duas fases pós-magmáticas compostas por anfibólio, biotita, granada, allanita, ilmenita 2, kainosita, parisita. A ocorrência desses eventos pós-magmáticos propiciou também a formação de uma segunda geração de plagioclásio, zircão, além da formação de mirmequitas e a recristalização de parte dos feldspatos e quartzo.
O anfibólio estudado foi formado por alteração do piroxênio em contato com o fluido do primeiro evento pós-magmático. A biotita foi gerada a partir da alteração do anfibólio. No mesmo período de formação do anfibólio foi gerada a allanita, sendo que a parisita e kainosita formaram-se pela alteração desta durante um evento pós-magmático. O evento pós-magmático mais antigo está associado a fluidos ricos em F e Cl, com baixo fO2, pressão próxima a 7 Kbar e temperatura inferior a 700 oC. A parte final desse evento esta associado a soluções alcalinas, ricas em CO2, com temperaturas no intervalo entre 480 C e 600 oC.
O estudo de IF permitiu caracterizar fluidos tardios aprisionados no quartzo, que podem estar relacionados com o segundo evento pós-magmático. Esses fluidos, de provável origem hidrotermal, é bastante semelhante ao encontrado por Fuzikawa et al (1988), nas IF dos veios de quartzo que cortam os gnaisses da PULR. A geoquímica permitiu classificar os granitos como sienogranitos / quartzo sienitos, metaluminosos, alcalino-cálcicos (na fronteira dos calci-alcalinos), plotando na série shoshonitica. Também foram classificados como granitos Tipo A, não evoluídos e ferroan. Os dados obtidos não permitem classificar os granitos São Timóteo como rapakivi. Entretanto, a composição desses granitos é equivalente, em termos de elementos maiores e elementos traços, aos granitos rapakivi Cigano e Serra dos Carajás, fases menos especializadas da Suíte Serra dos Carajás.
Finalmente, ressalta-se a clara necessidade do desenvolvimento de estudos metalogenéticos, geoquímicos e isotópicos que permitam conhecer com aprofundamento a composição e evolução da Suíte magmática de Lagoa Real e sua relação com as mineralizações de urânio. / Granitic bodies located in the Monsenhor Bastos sector, southwestern portion of the Lagoa Real Uranium Province (PULR) were studied. The sampling was developed in the quarries of Lagoa Linda, Pedreira Nova and Lajedo granitoids that outcrop immediately east of the uranium anomaly (AN02).
The work focused on the mineralogical, geochemical, and fluid typological aspects of these granitoids in order to classify them mineralogical, textural and chemically. Petrography, electron microprobe, geochemical, thermobarometry and study of fluid inclusions (FI) methods were performed.
The granite shows a magmatic paragenesis with potassium feldspar, plagioclase, quartz, pyroxene, ilmenite and zircon. Two post-magmatic stages composed of amphibole, biotite, garnet, allanite, ilmenite, kainosite, parisite were also identified. The occurrence of post-magmatic events has also led to the formation of a second generation of plagioclase, zircon, besides mirmequites formation and recrystallization of feldspar and quartz.
The amphibole was formed by the alteration of pyroxene in contact with the first post-magmatic fluid event. The biotite was generated from the alteration of the amphibole. Allanite was generated in the same period of the amphibole formation, while parisite and kainosite were formed from allanite alteration during a pós-magmatic event..
The post-magmatic oldest event is associated to low fO2, near 7 Kbar pressure, below 700 oC temperature F and Cl rich fluids. The final part of this event is associated to alkaline solutions, rich in CO2, with temperatures between 480 C and 600 oC.
The FI studies allowed to characterize late fluids trapped in quartz, which may be related to the second post-magmatic event. This fluid, probably of hydrothermal origin, is quite similar to one found by Fuzikawa et al (1988), in FI found in quartz veins cutting the PULR gneisses.
The geochemistry allowed to classify the granites as sienogranites / quartz syenites, metaluminous, alkali-calcic (the border of calc-alkaline) and plotting in shoshonitic field. Granites were also classified as Type A, unevolved and ferroan. The data do not allow the classification of São Timóteo granite as rapakivi type. However, the composition of these granites is equivalent, in terms of major and trace elements, to the Cigano and Serra dos Carajas rapakivi granites, less specialized phases of Serra dos Carajás suite.
Finally, it emphasizes the clear need for further metallogenesis, geochemical and isotopic studies depth as to show the composition and evolution of magmatic suite of Lagoa Real and its relationship to uranium mineralization.
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Caracterização dos fluidos associados à paragênese mineral dos albititos uraníferos e encaixantes gnáissicas da jazida Lagoa da Rabicha, Província uranífera de Lagoa Real, Bahia / CHARACTERIZATION OF FLUIDS ASSOCIATED TO MINERAL PARAGENESIS OF URANIFEROUS ALBITITES AND THEIR GNEISSIC EMBEDDING ROCKS FROM LAGOA DA RABICHA URANIUM DEPOSIT, LAGOA REAL, BAHIA.Lucilia Aparecida Ramos de Oliveira 12 March 2010 (has links)
O Brasil possui atualmente a sétima maior reserva de urânio do mundo. A Província Uranífera de Lagoa Real (PULR) está localizada na região centro-sul do estado da Bahia. Ao longo de uma estrutura helicoidal, com orientação norte-sul, de aproximadamente 33 km de extensão, estão concentradas mais de 30 anomalias de urânio. A anomalia 03 (AN03), denominada Lagoa da Rabicha, está localizada na região centro-sul dessa estrutura e foi descoberta e mapeada pela NUCLEBRÁS (Empresas Nucleares Brasileiras), na década de 80. A Mina da Cachoeira (AN13), localizada na região norte da PULR, é atualmente a única jazida de urânio em fase de produção no Brasil e na América do Sul.
Tendo em vista o crescimento da demanda energética no Brasil e no mundo, estudos e pesquisas petrogenéticas aplicadas ao estudo de jazidas de urânio são relevantes tanto para que se possa aumentar seu potencial de prospecção quanto para auxiliar na possível descoberta de futuras ocorrências.
Nos últimos anos, análises de inclusões fluidas (IF) vêm sendo amplamente utilizadas no estudo da gênese das jazidas de urânio da PULR e ainda assim existem dúvidas sobre a metalogênese das mineralizações uraníferas.
Nesse contexto este trabalho teve como principal objetivo estudar os minerais e fluidos associados a um setor representativo dos albititos uraníferos (rochas portadoras de mineralização uranífera) e rochas encaixantes gnáissicas da Jazida Lagoa da Rabicha. Dessa forma, procurou-se elaborar um quadro geral dos fluidos encontrados nesse setor, estabelecendo uma comparação com estudos realizados por diversos autores em outros setores de Lagoa Real, tentando-se mostrar a evolução das soluções, ao tempo que ocorria a precipitação de uraninita.
As metodologias de trabalho utilizadas foram petrografia, a microssonda eletrônica (ME), a ablação a laser (LA-ICP-MS) e os estudos de inclusões fluidas (IF).
Foram estudados os fluidos presentes no piroxênio, granada e plagioclásio, constituintes da sequência mineralógica dessa jazida. O fluido mais antigo foi encontrado no piroxênio aegirina-augita, de composição aquo-salina (sem fases carbônicas) contendo Ca, Fe e Mg, salinidades de 9-13 wt% NaCl e temperatura de homogeneização entre 220 e 290 C. Concomitantemente ocorreu uma remobilização e precipitação de uraninita. Essa remobilização e precipitação de urânio também foi registrada nas granadas, originadas a partir de fluidos aquo-salinos com Na, Mg, Sr, Ba e Pb, sob condições de temperatura e salinidade próximas as do piroxênio.
Nas amostras estudadas não foi encontrado o piroxênio diopsídico precoce (magmático), com fluidos aquo-salinos [H2O + Na, Rb, Ba (16%wt NaCl)], estudado por Chaves et al (2007) na Jazida da Cachoeira (Anomalia 13, norte de Lagoa Real).
Isto provavelmente é consequência de que a intensidade do metamorfismo no setor da Rabicha foi maior do que na Cachoeira, preservando assim muito pouco da textura magmática pré-existente.
Salienta-se que é notória a ocorrência de uma diluição dos fluidos, presentes nos minerais piroxênio e granada, quando se observa as jazidas no sentido N→S (AN13→AN09→AN03). Também foi verificado que o volume de anfibólios aumenta no centro e norte de Lagoa Real.
A precipitação do plagioclásio (que forma a estrutura dos albititos) ocorreu posteriormente, a partir de um fluido bem menos salino, provavelmente com pouco ou nenhum CO2 associado. Uma remobilização e precipitação de urânio também esta associada a esta fase.
Nas amostras estudadas não foram encontrados carbonatos. Portanto, não foi possível cruzar dados com dados preliminares obtidos por Fuzikawa (1982) em fluidos primários de carbonatos, que evidenciaram a presença de soluções aquo-carbônicas (H2O + CO2 +CH4), que sugerem condições redutoras para essa fase evolutiva.
O estudo de inclusões fluidas nas encaixantes gnáissicas dos albititos foi focado nos plagioclásios, com o intuito de comparar as soluções associadas ao metassomatismo sódico que teria afetado corpos mineralizados e rochas hospedeiras. Nos gnaisses foi registrada a presença de fluidos aquo-carbônicos precoces de salinidade intermediária, associados aos plagioclásios precoces.
Entretanto, as soluções que precipitaram os plagioclásios tardios eram de composição aquo-salina de baixa salinidade, equivalentes aquelas encontradas nos plagioclásios dos albititos. Fluidos tardios aquo-carbônicos foram encontrados em alguns cristais de quartzo da matriz gnáissica. A presença de CO2 foi verificada sistematicamente no quartzo de veios formados tardiamente, que cortam gnaisses e albititos, revelando condições oxidantes para os últimos estágios de precipitação mineral no setor da Rabicha.
Sobre a presença de fluidos em todas as fases minerais estudadas os dados apresentados demonstram que o Evento Brasiliano não obliterou os fluidos pré-existentes.
Entretanto, com exceção do plagioclásio precoce do gnaisse encaixante dos albititos, os fluidos aquo-carbônicos não são facilmente encontrados nos minerais precoces da paragênese. Isso pode ser explicado pelo fato de esse fluido ser anterior ao evento de deformação Brasiliano. Durante esse evento as inclusões contendo o CO2 dos minerais precoces poderiam ter crepitado devido à diferença de pressão, restando poucas evidências deste fluido nas rochas.
Isto, aliado ao fato de não se ter encontrado um fluido característico associado ao Brasiliano, sugere que este evento deformacional deve ter sido predominantemente térmico, uma vez que fluidos anteriores ao evento foram preservados. / Brazil has now the seventh largest uranium reserve in the world. The Lagoa Real Uranium Province (PULR) is located in central-south region of Bahia State. Along a helical structure, north-south oriented, with approximately 33 km long, there are 34 known uranium mineralized areas. In its central-south portion is located anomaly 03 (AN03), named Lagoa da Rabicha, discovered and mapped by NUCLEBRÁS (Brazilian Nuclear Enterprises), in the 80s. The Cachoeira Mine (AN13), located in northern PULR, is currently the only uranium mine in production in Brazil and even in South America.
Nowadays it is observed a growth in energy demand in Brazil and also worldwide and studies and research applied to the petrogenetic uranium deposits are relevant both to be able to increase their potential for exploration and to assist in the possible future occurrences discovery.
In recent years, fluid inclusions analysis (FI) have been widely used to study the genesis of uranium deposits in PULR and even thought there are still doubts about the uranium mineralization metallogenesis at Lagoa Real.
Therefore, this work aimed to study the minerals and fluids associated with Lagoa da Rabicha albitites uraniferous and gneissic host rocks. In this way it was prepared an overview of the fluids found in this sector, establishing a comparison with several authors studies in this and others Lagoa Real anomalies, trying to show the solutions evolution, at the same time that happened the uraninite precipitation.
Petrography, electronic microprobe, laser ablation (LA-ICP-MS) and fluid inclusion studies were the applied methodologies.
The fluids inclusions assemblages present in pyroxene, garnet and plagioclase, the main mineralogical constituents, were studied.
The older fluid was found in aegirine-augite pyroxene and had aquo-saline composition (without carbonic phases) with Ca, Fe and Mg, 9-13 wt% NaCl salinities and homogenization temperatures between 220 and 290 C. Concomitantly, occurred a uraninite remobilization and precipitation. This uranium remobilization and precipitation was also registered in garnets, formed from aquo-salines fluids with Na, Mg, Sr, Ba and Pb, under temperatures and salinities conditions close to those of pyroxene.
In the studied samples it was not found the precocious diopsidic pyroxene (magmatic), with aquo-salines fluids [H2O + Na, Rb, Ba (16%wt NaCl)], studies by Chaves et al (2007) in Cachoeira Mine (Anomaly 13, north of Lagoa Real). This is probably a consequence of a more intense metamorphism in the Rabicha sector when compared to Cachoeira Mine region, preserving very little the pre-existing magmatic texture.
It is worthy to note that occurs a dilution of the fluids present in pyroxene and garnet, when the uranium occurrences are observed in the N→S direction (AN13→AN09→AN03). It was also observed that the amphibole volume increases in the center and north portion of Lagoa Real.
The plagioclase precipitation (which forms the albitite structure) occurred lately from a less saline fluid, probably with little or no associated CO2. One uranium remobilization and precipitation is also associated to this phase.
In the studied samples carbonate was not found. It was not possible to compare data with some preliminary data from Fuzikawa (1982) in primary fluids from carbonate, where the presence of aquo-carbonic solutions (H2O + CO2 +CH4) suggest reducing conditions for this evolutionary phase.
The fluid inclusion studies in albitites host rocks were focused in plagioclase, in order to compare the solutions associated to the sodium metassomatism that would have affected the mineralized bodies and host rocks. In the gneisses it was registered the presence of precocious aquo-carbonic fluids with intermediate salinities, associated do precocious plagioclases. However, the solutions that precipitate the late plagioclase had aquo-saline composition with low salinity, similar to those found in plagioclase from albitites. Late aquo-carbonic fluids were found in some quartz grains in the gneissic matrix. The CO2 occurrence was systematically verified in lately formed quartz veins that cut gneisses and albitites, showing oxidizing conditions for the last mineral precipitation stages in the Rabicha sector.
About the presence of fluids in all the studied mineral phases, the shown data demonstrate that the Brasiliano Event (Pan African Event) had not obliterated the pre-existing fluids. However, with exception to early plagioclase from gneiss albitite host rock, the aquo-carbonic fluids are not easily found in precocious minerals. This might be explained by the fact that this fluid is previous to the Brasiliano deformation event. During this event the inclusions containing the CO2 from the precocious minerals may have crepitated due to the pressure difference, remaining little evidence of this fluid in the rocks.
This observation, associated to the fact that no characteristic fluid was found related to Brasiliano, suggest that this deformation event must have been predominantly thermal, since previous fluids were preserved.
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Significado metalogenético da mineralogia dos albititos da Jazida Cachoeira (Província uranífera de Lagoa Real)Sônia Pinto Prates 25 August 2008 (has links)
Nenhuma / A Província Uranífera de Lagoa Real (PULR) constitui a melhor conhecida e a mais
importante ocorrência de urânio atualmente no Brasil. Abrange uma área de 1200 Km2 e está
localizada na região centro-sul do Estado da Bahia. Na PULR, são conhecidas 34 áreas
mineralizadas em urânio, distribuídas aproximadamente ao longo de uma faixa orientada N-S
com cerca de 30 km de comprimento por 5 km de largura.
No extremo norte da região, situa-se a Jazida Cachoeira, única jazida de urânio em fase
de produção no Brasil e na América Latina, atualmente sendo lavrada a céu aberto. A jazida
apresenta uma extensão de 420 metros na direção noroeste e uma largura de aproximadamente
250 metros. Nessa jazida foram individualizados três corpos principais de minério. As
amostras utilizadas neste estudo foram coletadas no corpo 3 da jazida.
A mineralização uranífera na PULR está associada às rochas ricas em albita
denominadas albititos que são rochas constituídas de plagioclásio, de composição albita a
albita-oligoclásio, em porcentagem volumétrica estimada igual ou superior a 70%. Ocorrem
ainda, como minerais essenciais: piroxênio, granada, anfibólio e biotita. Os minerais
acessórios mais freqüentes são: titanita, apatita, zircão, allanita, magnetita e hematita.
Carbonato e fluorita também podem ser observados.
O objetivo do trabalho é o detalhamento da caracterização mineralógica e
cristaloquímica dos albititos mineralizados e não mineralizados da Jazida Cachoeira,
procurando-se pesquisar possíveis diferenças entre eles.
Os principais minerais constituintes dos albititos desta jazida foram, portanto,
estudados aplicando-se as seguintes técnicas: Difratometria de raios X, Espectroscopia
vibracional de absorção no infravermelho, Análise Térmica, Microssonda Eletrônica, além de
microscopia óptica convencional. Além desses minerais, foram também estudados microclina
(variedade amazonita), natroapofilita, wollastonita e minerais secundários de urânio
observados na mesma Jazida (autunita e tyuyamunita).
Durante a primeira etapa dos estudos foram realizadas as observações mesoscópicas e
microscópicas das amostras. A seguir, foi efetuada a separação mineralógica dos minerais em
função de suas características magnéticas e densimétricas, visando-se obter minerais limpos e
puros. Esses foram, a seguir, preparados de acordo com a técnica a ser empregada. As técnicas analíticas utilizadas permitiram o entendimento da cristaloquímica dos
minerais, obtendo-se resultados confiáveis a partir de pequenas quantidades de material (cerca
de 10 mg). Além da identificação dos minerais e da determinação da sua composição, foram
também obtidas informações sobre a presença de água nos minerais.
A presença de wollastonita (CaSiO3) indica condições de formação sob elevadas
pressões litostáticas, sem as quais haveria a liberação de CO2 para a atmosfera.
A transformação do U6+ presente na uranila em U4+ incorporado na uraninita implica na
oxidação do Fe2+ para Fe3+ que se incorpora na estrutura cristalina de vários minerais da
paragênese da uraninita (granada, magnetita, aegirina-augita). Se estas transformações
estiverem associadas a zonas de cisalhamento, essas poderão ser reativadas ao longo do tempo
geológico.
Isto revela que as rochas encaixantes das faixas mineralizadas da PULR são mais
antigas que a mineralização e que as futuras prospecções de urânio devem se localizar nas
faixas de cisalhamento.
O trabalho permitiu a descrição de tyuyamunita pela primeira vez no âmbito da PULR. / The Lagoa Real uranium province is presently by far the most important and best
known uranium occurrence in Brazil. With an area of 1,200 Km2 it is located in centralsouthern
part of Bahia State. The 34 deposits or prospects are distributed within a N-S 30 x 5
Km area.
The Cachoeira open pit mine is in the northern part of the province and is the sole
uranium mine in production in Brazil and South America as well. The mine has an area of 420
x 250 m stretching in northwestern direction. Three main mineralized orebodies have been
identified. The samples studied were all collected in the orebody #3.
The uranium mineralization is hosted by albitites, a rock with over 70% of albite
and/or oligoclase. Pyroxene, garnet, amphibole, and biotite are the other essential minerals.
Titanite, apatite, zircon, allanite, magnetite, and hematite are the accessory minerals besides
carbonate and fluorite.
The mineralogical and crystallochemical features of the main albitites minerals were
investigated, looking for possible differences and characteristics between uraniferous and
barren rocks.
The following analytical techniques were applied during the work: X ray diffraction,
Infrared spectroscopy, thermal analysis, microprobe and also optical microscopy.
Besides albitites minerals, microcline (amazonite), natroapophyllite, wollastonite and
oxidized uranium mineral (autunite and tyuyamunite) were also studied. This is also the first
description of tyuyamunite in the Lagoa Real uranium province. All these minerals are from
the Cachoeira open pit mine.
The studying process started with mesoscopic and microscopic (thin sections)
observations. Next, clean and pure fractions of each mineral were obtained using magnetic
and/or bromoform separation .
Using tiny amounts of each mineral (~10mg) the analytical methods used permitted the
determination not only of their composition, including the water content, but the
comprehension of crystallochemical characteristics as well.
The presence of wollastonite indicates high hydrostatic pressure conditions which
prevents the CO2 liberation to the atmosphere.
The reduction process of U6+ to U4+ leading to the uraninite deposition occurs
simultaneously with the oxidation of Fe2+ to Fe3+ which is incorporated in the crystalline
structure of garnet, hematite, and aegirine-augite. As these transformations seem to be related
to shear zones, it may indicate an epigenetic model for the U mineralization.
The mineral tyuyamunite was described for the first time in the PULR.
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Datação química U-Th-Pb de minerais dos albitidos uraniferos da região de Lagoa Real (BA) por microssonda eletrônicaSimone Cristina Pires Avelar 15 July 2008 (has links)
Nenhuma / Diversos trabalhos na literatura têm utilizado análises de U-Th-Pb obtidas por microssonda
eletrônica para a datação química de episódios de fechamento do sistema U-Th-Pb em minerais.
Tais episódios podem ser de natureza metamórfica, termal, intempérica ou ainda estar ligados a
processos de fissão natural. Diferentes minerais de urânio e/ou tório contendo chumbo
radiogênico têm sido analisados com esse propósito.
Na região de Lagoa Real (BA) situa-se a única mina de urânio em atividade na América Latina,
controlada pela INB (Indústrias Nucleares do Brasil). Os albititos, rochas portadoras de urânio
exploradas nessa mina, guardam diversos minerais portadores de urânio e/ou tório tais como
uraninita, titanita, zircão, epidoto, allanita-Ce, uranofana e autunita.
Ao longo do tempo, diferentes episódios geológicos afetaram heterogeneamente esses minerais.
Nesta dissertação foram investigados titanita e zircão com teores variáveis de urânio e chumbo,
através da datação química U-Th-Pb em microssonda eletrônica. Os dados obtidos para a titanita
indicaram várias idades: 2052 80 Ma, idade aparente interpretada como a idade da cristalização
magmática, bem como 1701 57 Ma, 1488 64 Ma, 1298 69 Ma, 1108 78 Ma e 978 58
Ma, idades aparentes interpretadas como resposta aos eventos hidrotermais sofridos pelo mineral.
Os dados obtidos para o zircão não foram conclusivos.
Além desses minerais, foram datadas uranofanas ricas em ferro e chumbo radiogênico que
revelaram também cinco idades aparentes diferentes, muito próximas às mencionadas para a
titanita. Essas uranofanas confirmam as múltiplas mobilizações de urânio e chumbo ao longo
do Proterozóico, ocorridas durante os referidos eventos hidrotermais.
Datações em allanita-Ce mostraram cinco idades aparentes. Por essas idades estarem acima da
idade da Terra, elas permitem sugerir que o Pb mobilizado durante os eventos hidrotermais (em
número de cinco, indicados pela titanita) estaria sendo sucessivamente incorporado na allanita-Ce
e que esse mineral já existiria, pelo menos em parte, concomitantemente com a titanita. Os dados
obtidos em epidoto mostraram uma única idade aparente, também acima da idade da Terra, que parece indicar incorporação de chumbo em um único evento, provavelmente o Brasiliano,
apontando para sua formação mais tardia na rocha. Essa idade anômala, apesar de não indicar um
momento geológico real, aponta para um episódio de incorporação de chumbo pelo epidoto.
As uraninitas, principalmente aquelas associadas ao epidoto, apontaram uma idade aparente de
489,3 7,0 Ma, indicativa da influência do evento Brasiliano na região de Lagoa Real.
O panorama geocronológico apresentado questiona modelos metassomáticos precedentes para os
albititos de Lagoa Real e a mineralização de urânio. Juntamente com recentes dados U-Pb por
LA-ICP-MS da literatura, as idades aparentes dos minerais dos albititos sugerem a cristalização
do protólito, um sienito sódico uranífero, há aproximadamente 2,0 Ga. Subseqüente
metamorfismo há 1,9 Ga parece ter ocorrido durante os estados finais da orogênese orosiriana,
quando uma primeira geração de uraninitas foi formada. Múltiplas mobilizações de urânio e
chumbo promovidas por cinco eventos hidrotermais (em torno 1,7 Ga, 1,5 Ga, 1,3 Ga, 1,1 Ga e
1,0 Ga) foram detectadas em tais rochas. Como já dito, uma provável geração de um segundo
grupo de uraninitas e/ou reinício da contagem do tempo pelo relógio U-Pb de uraninitas mais
antigas durante um segundo evento orogênico, por volta de 0,5 Ga (Brasiliano), também
ocorreram.
A uranofana e a autunita apresentaram idades aparentes de 26,7 Ma e 10,9 Ma, respectivamente,
indicativas do intemperismo recente. / Different works in literature have used U-Th-Pb electron microprobe analyses for the chemical
dating of U-Th-Pb system closing episodes in minerals. These episodes could have either
metamorphic, thermal, and weathering nature or could be related to natural fission processes.
Different thorium and uranium-bearing minerals which contain radiogenic lead have been
analyzed for this purpose.
At the region of Lagoa Real (BA) is located the only active uranium mine in Latin America,
controlled by INB (Nuclear Industries of Brazil).
The albitites, uraniferous rocks explored in this mine, preserve a lot of thorium and/or uraniumbearing
minerals like uraninite, titanite, zircon, epidote, allanite-Ce, uranophane, and autunite.
Different geologic episodes should have affected these minerals along time.
At this dissertation, zircon and titanite with different uranium and lead contents have been
examined by U-Th-Pb electron microprobe dating. The data acquired for zircon had not been
conclusive. The data obtained for titanite indicated some ages: 2052 80 Ma, interpreted as the
magmatic crystallization apparent age as well as 1701 57 Ma, 1488 64 Ma, 1298 69 Ma,
1108 78 Ma and the 978 58 Ma, interpreted as response to hydrothermal events.
In addition to these minerals, Fe and Pb rich uranophanes had been dated, which shown five
different ages, close to the ones mentioned for titanite. These uranophanes are the record of
multiple lead and uranium mobilizations during Proterozoic, which took place throughout
hydrothermal events.
Allanite-Ce presented five ages which are older than earths age. They suggest that the Pb
mobilized during the hydrothermal events (in number of five, indicated by the titanite) was
successively incorporated in the allanite-Ce structure and that this mineral already would exist, at
least in part, concomitantly with titanite. The epidote data had shown only one very old
anomalous age, which may indicate lead incorporation in only one event, probably the Brasiliano.
Uraninites, mainly those related to epidotes, indicated na apparent age of 489.3 7.0 Ma, which
shows the Brasiliano event action over Lagoa Real region.
The geochronological scenario presented questions previous metasomatic models for Lagoa Real
albitites and uranium mineralization. Along with recent LA-ICP-MS U-Pb data from literature,
the apparent mineral ages suggest an uraniferous sodic syenitic protolith cristallization 2.0 Ga
ago. A 1.9 Ga subsequent metamorphism took place during final moments of the orosirian
orogenesis, when a first uraninite group was generated. Uranium and lead multiple mobilizations
yielded by five hydrothermal events (ca 1.7 Ga, 1.5 Ga, 1.3 Ga, 1.1 Ga, and 1.0 Ga) were
detected in albitites. As metioned, another uraninite group and/or reset of older uraninite U-Pb
system during Brasiliano event also took place.
Ordinary uranophane and autunite had presented 26,7 Ma and 10,9 Ma ages respectively,
indicative of recent weathering.
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Análise dos aspectos socioambientais a partir da explotação de urânio no município de Caetité (BA) / Analysis of social and environmental aspects from the exploitation of uranium in the city of Caetité (BA)Oliveira, Polliana Bezerra de 05 March 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-03-05 / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás - FAPEG / Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq / Existing uranium reserves in Brazil and the growing energy needs of the country set the stage for an increase in this mineral use. Therefore, this research is a study of social and environmental aspects of the uranium exploitation in Caetité county, located at the South Central region of Bahia state, through the current environmental situation and the impact caused by the mining company from the point of view of both company and community of environmental performance, a discussion involving local actors (NGOs and environmental organizations, trade union and municipal govern). The results aim to contribute to the establishment of policies and actions to improve the relationship between the mining company and the surrounding community. The text was divided into six sections. The introduction shows the theme, the questioning, the goals and basic assumptions. The second section presents a conceptual theoretical debate on the society / nature and the changes in the landscapes dynamics with the exploitation of natural resources, contextualizing the exploitation of uranium ore and its use as a mineral resource. The third section discusses the legal and regulatory instruments governing environmental aspects of mining, following the fourth section presents the main occurrences of uranium in Brazil and highlights three areas: Caldas (MG), the first uranium mine in Brazil, Santa Quitéria (CE) as the largest reserve and Caetité (BA) as the current mining area. The fifth section contains the historical and empirical elements that explain the inclusion of mining in the dynamic landscape of Caetité county, presents and analyzes from the perspective of local actors, how the Lagoa Real / Caetité mining project has taken into the interests of the local community. The last section, includes the final considerations, a reflection on the realization of mineral process and how it interferes with the construction and reconstruction of a variety of social and environmental aspects and, therefore, a set of new situations that prevent the establishment of any linear relationship. Considering this aspect, proposals were presented, from the data collected in the field, as well as suggestions for future work in this area, whose central focus is the relationship of mining projects and the surrounding community in the social and environmental principles. / As reservas de Urânio existentes no Brasil e as crescentes necessidades energéticas do país estabelecem o cenário para um incremento no aproveitamento desse bem mineral. Diante disso, a presente pesquisa trata de um estudo que aborda os aspectos socioambientais da explotação de Urânio no município de Caetité, região Centro Sul do estado da Bahia, por meio do levantamento da atual situação ambiental e dos efeitos causados pelo empreendimento a partir das percepções que a empresa e a comunidade têm do desempenho ambiental da mineração, uma discussão que envolve atores locais (ONGs e entidades ambientais, sindicato, bem como, gestores municipais). Os resultados visam contribuir para o estabelecimento de políticas e ações no sentido de melhorar o relacionamento entre a mineração e a comunidade do entorno em que está inserida. O texto se estrutura em seis seções. A introdução expõe o tema, a problematização, os objetivos e os pressupostos; a segunda seção apresenta um debate teórico conceitual sobre a relação sociedade/natureza e as transformações na dinâmica das paisagens a partir da exploração dos recursos naturais, contextualizando a explotação do minério de Urânio e seu uso enquanto recurso mineral; a terceira seção aborda os instrumentos legais e normativos que regem aspectos ambientais da mineração, na sequência a quarta seção apresenta as principais ocorrências de Urânio no território brasileiro e destaca três áreas: Caldas (MG), primeira mineração de Urânio no Brasil, Santa Quitéria (CE) maior reserva e Caetité (BA) atual área em prospecção; a quinta seção contém os elementos históricos e empíricos que explicam a inserção da mineração na dinâmica da paisagem do município de Caetité (BA), expõe e analisa, sob a perspectiva dos atores locais, em que medida o projeto Lagoa Real/Caetité tem levado em conta os interesses da comunidade local, a última sexta seção, contempla as considerações finais, uma reflexão sobre a materialização do processo mineral e como o mesmo interfere na construção e reconstrução de uma diversidade de aspectos socioambientais e, portanto, de um conjunto de novas situações, impedindo que se estabeleça, assim, qualquer relação de linearidade. Considerando esse aspecto, são apresentadas propostas, a partir dos dados levantados em campo, bem como sugestões para futuros trabalhos nesta área, cujo enfoque central seja a relação de empreendimentos mineradores e comunidade do entorno sob os preceitos socioambientais.
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Caracterização de piroxênios associados à mineralização uranífera da Jazida Cachoeira, Província Uranífera de Lagoa Real, BahiaRhaine Matos Gonçalves 31 May 2006 (has links)
Este trabalho teve como objetivo contribuir para o conhecimento sobre a gênese da Jazida de Urânio Cachoeira (Lagoa Real, BA), caracterizando piroxênios (com ênfase nos
associados à mineralização uranífera e que hospedam inclusões fluidas) e suas inclusões associadas. Em função das análises realizadas, foram descritos, de maneira geral, os passos que devem ser seguidos para obtenção e nterpretação de dados, em inclusões fluidas (IF), na linha D09B XRF Fluorescência de Raios-X do Laboratório Nacional de Luz síncrotron (LNLS), Campinas, SP.
As análises dos piroxênios revelaram augita, diopsídio e aegirina-augita, havendo também termos intermediários, por exemplo entre augita e diopsídio. Os piroxênios apresentaram inclusões fluidas bifásicas e trifásicas (que podiam apresentar fase sólida birrefringente), sendo algumas possivelmente primárias. Os piroxênios apresentaram, também, inclusões sólidas. A análise de algumas inclusões sólidas revelou tratarem-se de albita, que provavelmente é anterior ao piroxênio hospedeiro. Os resultados obtidos indicaram que os piroxênios estudados estão associados a uma importante fase de metassomatismo cálcico. Tais piroxênios não estariam totalmente associados à precipitação do minério uranífero. No estudo petrográfico das amostras chamou a atenção, a identificação de duas gerações de plagioclásios, uma fortemente alterada e outra menos alterada.
A luz síncrotron, utilizada para estudo de IF, é uma poderosa ferramenta de análise.
Foi constatado que cuidados na preparação da amostra, como a seleção de IF superficiais, são muito importantes para se obter um bom dado. Devido principalmente a fatores experimentais, somente o vanádio foi detectado em
maior quantidade na área que continha as IF (no piroxênio), em relação à área branca, nos estudos com luz síncrotron. A ocorrência de tal elemento é de difícil interpretação.
Estudos futuros, envolvendo as inclusões fluidas e sólidas do piroxênio, e de outros minerais, serão importantes para compreender a Jazida Cachoeira. A pesquisa de U em IF,
mediante uso da luz síncrotron, será também de grande importância. / This work had as objective to contribute for the knowledge about the genesis of the Cachoeira uranium deposit (Lagoa Real Uranium Province, Bahia State, Brazil), characterizing pyroxenes (with emphasis in those associated with the uranium mineralization and those hosting inclusions) of the deposit and their associated inclusions. In function of the
accomplished analyses, steps that should be followed to obtain and interpret data from fluid inclusions (FI), in the D09B XRF X-Ray Fluorescence Beam Line of the National
Synchrotron Light Laboratory, Campinas, Brazil, have been described.
The analyzed pyroxenes are augites, diopsides and aegirine-augites, and intermediate terms, for example between augite and diopside, were detected. They presented two and three
phases fluid inclusions being some, possible, primary ones. The three phases FI could present a birefringent solid phase. The pyroxenes presented, also, solid inclusions. The analysis of some solid inclusions revealed that they were albites. These albites are, probably, previous to the pyroxene host mineral.
The obtained results indicated that the studied pyroxenes are associated to an important phase of calcic metasomatism. These pyroxenes are not totally associated to the
precipitation of the uranium. In the petrographic study of the samples, two types of plagioclase were identified, one very altered and other less altered.
Synchrotron light is a powerful tool for analyze FI. It was verified that care in the preparation of the sample, such as the selection of near-surface FI, are very important to
obtain reliable data.
In the studies with synchrotron light only the vanadium was detected in larger amount in the area that contained FI (in pyroxene), in relation to the control area, due, mainly,
to experimental factors. The presence of this element its not easy to interpret.
Additional studies, on solid and fluid inclusion in pyroxene, and in other minerals, will be important to understand the Cachoeira uranium deposit. The research of U in FI, using
synchrotron light, will be of great importance as well.
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