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Terra indígena ou parque natural? : conflitos socioambientais e territorialidades em disputa no Morro do Osso, Porto Alegre – RS

Fuhr, Guilherme January 2012 (has links)
A presente pesquisa tem como foco os conflitos socioambientais deflagrados em torno das distintas lógicas de ocupação do Morro do Osso, Porto Alegre - RS. A partir da segunda metade da década de 70, ambientalistas preocupados com a atuação de pedreiras e com o avanço da urbanização no morro se articularam com vistas a garantir sua preservação; processo que culminou, em 1994, na criação de uma Unidade de Conservação (UC): o Parque Natural Morro do Osso (PNMO). Dez anos mais tarde, em 2004, indígenas da etnia Kaingang ocuparam a área e passaram, desde então, a reivindicar a demarcação de uma Terra Indígena (TI) nesse local, criando assim uma sobreposição territorial entre uma UC e a demanda de criação de uma TI. A partir daí duas territorialidades passaram a polarizar a atuação de diferentes agentes sociais: de um lado, os que defendem a manutenção da institucionalização do PNMO e, de outro, aqueles que lutam pela demarcação da Aldeia Kaingang Tupë pën. Em torno deste conflito, este trabalho parte da hipótese de que teria se configurado, em torno da luta pelo domínio do Morro do Osso, uma arena de disputas argumentativas em que diferentes grupos sociais (com distintas lógicas de apropriação do morro) encontram-se competindo por esse território em comum, deflagrando com isso um embate sobre qual lógica deverá prevalecer. Com base nisto, esta dissertação tem como objetivo geral investigar, sob uma perspectiva multidisciplinar, o conflito aparentemente polarizado entre os Kaingang e a Prefeitura Municipal de Porto Alegre pelo domínio deste território. A partir da identificação dos diversos grupos, lideranças e demais agentes sociais imersos nesta disputa pretendeu-se analisar - por meio de uma etnografia multisituada - como os diferentes agentes atuam nesta grande arena, composta por diversos espaços sociais onde são mobilizadas interpretações, discursos, argumentos e ações com o objetivo de fazer valer seus distintos pontos de vista, aqui em jogo. / This research focuses the socio-environmental conflicts around the different logics of occupation at Morro do Osso (Bone‘s Hill), Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. From the second half of the 70s, environmentalists concerned with the performance of quarries, and with the advancement of urbanization on the hill, got together with the purpose/objective of ensuring their preservation, a process that culminated in 1994 in the creation of a Conservation Unit (CU): the Morro do Osso Natural Park(MONP).Ten years later, in 2004, indigenous ethnicity Kaingang occupied the area and since then, they started to demand the demarcation of an Indigenous Land (IL) at this place, creating an overlapping territorial claim between CU and the creation of a IL. From this point two territorialities began to polarize the action of different actors: on one hand, those who advocate maintaining the institutionalization of PNMO and on the other, those who fight for the demarcation of village Kaingang Tupë pën. This work starts from the assumption that it would set around the struggle for dominance in the Morro do Osso, an arena of argumentative disputes in which different social groups (with different logics of appropriation of the hill) are competing for that territory in common, thereby triggering a clash about which logic should prevail. On this basis, this thesis has as main objective to investigate, from a multidisciplinary perspective, the seemingly polarized conflict between Kaingang and the Municipality of Porto Alegre for dominance of the territory. From the identification of various social groups, leaders and other social agents immersed in this dispute, we intend to analyze - from the perspective of a multi-situated ethnography - how different agents operating in this space of conflict, composed of various socialspaces in which interpretations are mobilized, speeches, arguments and actions in order to assert their distinct points of views. / La investigación se centra en los conflictos sociales y ambientales provocados por la distinta lógica de la ocupación del Morro do Osso, Porto Alegre - RS. Desde la segunda mitad de los años 70, los ambientalistas preocupados por el rendimiento de las canteras y el avance de la urbanización sobre la colina se articularon con el fin de garantizar su conservación, un proceso que culminó en 1994 en la creación de una Unidad de Conservación (UC): Parque Natural Morro do Osso (PNMO). Diez años más tarde, en 2004, indígenas de la etnia Kaingang ocuparam el área y comezaron a reclamar la demarcación de una Tierra Indígena (TI) en este lugar, creando así una superposición territorial entre la UC y la demanda de una TI . A partir de entonces dos territorialidades pasaron a polarizar la opnión de los diferentes actores: por un lado, los que abogan por el mantenimiento de un PNMO institucionalizado y, por otro, los que luchan por el reconocimiento e la demarcación de la Aldea Kaingang Tupë pën. Alrededor de este conflicto, este trabajo parte del supuesto de que se configura en torno a la lucha por el dominio en el Morro do Osso, una arena de disputas argumentativas en el que diferentes grupos sociales (con diferentes lógicas de apropiación de la colina) están compitiendo ese territorio en común, lo que provocó un enfrentamiento con aquello de lo que la lógica debe prevalecer. Sobre esta base, el presente trabajo tiene como objetivo investigar, desde una perspectiva multidisciplinar, el conflicto entre los Kaingang y la Municipalidad de Porto Alegre por el dominio del territorio. Por otra parte, desde la identificación de los diferentes grupos, líderes y otros agentes sociales inmersos en este conflicto, se pretende analizar con a construcción de una etnografía multisituada, cómo los diferentes agentes actúan en este gran escenario compuesto por diferentes espacios sociales en los que se movilizan interpretaciones, discusiones, discursos y acciones con el fin de hacer valer sus distintos puntos de vista en juego.
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Terra indígena ou parque natural? : conflitos socioambientais e territorialidades em disputa no Morro do Osso, Porto Alegre – RS

Fuhr, Guilherme January 2012 (has links)
A presente pesquisa tem como foco os conflitos socioambientais deflagrados em torno das distintas lógicas de ocupação do Morro do Osso, Porto Alegre - RS. A partir da segunda metade da década de 70, ambientalistas preocupados com a atuação de pedreiras e com o avanço da urbanização no morro se articularam com vistas a garantir sua preservação; processo que culminou, em 1994, na criação de uma Unidade de Conservação (UC): o Parque Natural Morro do Osso (PNMO). Dez anos mais tarde, em 2004, indígenas da etnia Kaingang ocuparam a área e passaram, desde então, a reivindicar a demarcação de uma Terra Indígena (TI) nesse local, criando assim uma sobreposição territorial entre uma UC e a demanda de criação de uma TI. A partir daí duas territorialidades passaram a polarizar a atuação de diferentes agentes sociais: de um lado, os que defendem a manutenção da institucionalização do PNMO e, de outro, aqueles que lutam pela demarcação da Aldeia Kaingang Tupë pën. Em torno deste conflito, este trabalho parte da hipótese de que teria se configurado, em torno da luta pelo domínio do Morro do Osso, uma arena de disputas argumentativas em que diferentes grupos sociais (com distintas lógicas de apropriação do morro) encontram-se competindo por esse território em comum, deflagrando com isso um embate sobre qual lógica deverá prevalecer. Com base nisto, esta dissertação tem como objetivo geral investigar, sob uma perspectiva multidisciplinar, o conflito aparentemente polarizado entre os Kaingang e a Prefeitura Municipal de Porto Alegre pelo domínio deste território. A partir da identificação dos diversos grupos, lideranças e demais agentes sociais imersos nesta disputa pretendeu-se analisar - por meio de uma etnografia multisituada - como os diferentes agentes atuam nesta grande arena, composta por diversos espaços sociais onde são mobilizadas interpretações, discursos, argumentos e ações com o objetivo de fazer valer seus distintos pontos de vista, aqui em jogo. / This research focuses the socio-environmental conflicts around the different logics of occupation at Morro do Osso (Bone‘s Hill), Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. From the second half of the 70s, environmentalists concerned with the performance of quarries, and with the advancement of urbanization on the hill, got together with the purpose/objective of ensuring their preservation, a process that culminated in 1994 in the creation of a Conservation Unit (CU): the Morro do Osso Natural Park(MONP).Ten years later, in 2004, indigenous ethnicity Kaingang occupied the area and since then, they started to demand the demarcation of an Indigenous Land (IL) at this place, creating an overlapping territorial claim between CU and the creation of a IL. From this point two territorialities began to polarize the action of different actors: on one hand, those who advocate maintaining the institutionalization of PNMO and on the other, those who fight for the demarcation of village Kaingang Tupë pën. This work starts from the assumption that it would set around the struggle for dominance in the Morro do Osso, an arena of argumentative disputes in which different social groups (with different logics of appropriation of the hill) are competing for that territory in common, thereby triggering a clash about which logic should prevail. On this basis, this thesis has as main objective to investigate, from a multidisciplinary perspective, the seemingly polarized conflict between Kaingang and the Municipality of Porto Alegre for dominance of the territory. From the identification of various social groups, leaders and other social agents immersed in this dispute, we intend to analyze - from the perspective of a multi-situated ethnography - how different agents operating in this space of conflict, composed of various socialspaces in which interpretations are mobilized, speeches, arguments and actions in order to assert their distinct points of views. / La investigación se centra en los conflictos sociales y ambientales provocados por la distinta lógica de la ocupación del Morro do Osso, Porto Alegre - RS. Desde la segunda mitad de los años 70, los ambientalistas preocupados por el rendimiento de las canteras y el avance de la urbanización sobre la colina se articularon con el fin de garantizar su conservación, un proceso que culminó en 1994 en la creación de una Unidad de Conservación (UC): Parque Natural Morro do Osso (PNMO). Diez años más tarde, en 2004, indígenas de la etnia Kaingang ocuparam el área y comezaron a reclamar la demarcación de una Tierra Indígena (TI) en este lugar, creando así una superposición territorial entre la UC y la demanda de una TI . A partir de entonces dos territorialidades pasaron a polarizar la opnión de los diferentes actores: por un lado, los que abogan por el mantenimiento de un PNMO institucionalizado y, por otro, los que luchan por el reconocimiento e la demarcación de la Aldea Kaingang Tupë pën. Alrededor de este conflicto, este trabajo parte del supuesto de que se configura en torno a la lucha por el dominio en el Morro do Osso, una arena de disputas argumentativas en el que diferentes grupos sociales (con diferentes lógicas de apropiación de la colina) están compitiendo ese territorio en común, lo que provocó un enfrentamiento con aquello de lo que la lógica debe prevalecer. Sobre esta base, el presente trabajo tiene como objetivo investigar, desde una perspectiva multidisciplinar, el conflicto entre los Kaingang y la Municipalidad de Porto Alegre por el dominio del territorio. Por otra parte, desde la identificación de los diferentes grupos, líderes y otros agentes sociales inmersos en este conflicto, se pretende analizar con a construcción de una etnografía multisituada, cómo los diferentes agentes actúan en este gran escenario compuesto por diferentes espacios sociales en los que se movilizan interpretaciones, discusiones, discursos y acciones con el fin de hacer valer sus distintos puntos de vista en juego.
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Terra indígena ou parque natural? : conflitos socioambientais e territorialidades em disputa no Morro do Osso, Porto Alegre – RS

Fuhr, Guilherme January 2012 (has links)
A presente pesquisa tem como foco os conflitos socioambientais deflagrados em torno das distintas lógicas de ocupação do Morro do Osso, Porto Alegre - RS. A partir da segunda metade da década de 70, ambientalistas preocupados com a atuação de pedreiras e com o avanço da urbanização no morro se articularam com vistas a garantir sua preservação; processo que culminou, em 1994, na criação de uma Unidade de Conservação (UC): o Parque Natural Morro do Osso (PNMO). Dez anos mais tarde, em 2004, indígenas da etnia Kaingang ocuparam a área e passaram, desde então, a reivindicar a demarcação de uma Terra Indígena (TI) nesse local, criando assim uma sobreposição territorial entre uma UC e a demanda de criação de uma TI. A partir daí duas territorialidades passaram a polarizar a atuação de diferentes agentes sociais: de um lado, os que defendem a manutenção da institucionalização do PNMO e, de outro, aqueles que lutam pela demarcação da Aldeia Kaingang Tupë pën. Em torno deste conflito, este trabalho parte da hipótese de que teria se configurado, em torno da luta pelo domínio do Morro do Osso, uma arena de disputas argumentativas em que diferentes grupos sociais (com distintas lógicas de apropriação do morro) encontram-se competindo por esse território em comum, deflagrando com isso um embate sobre qual lógica deverá prevalecer. Com base nisto, esta dissertação tem como objetivo geral investigar, sob uma perspectiva multidisciplinar, o conflito aparentemente polarizado entre os Kaingang e a Prefeitura Municipal de Porto Alegre pelo domínio deste território. A partir da identificação dos diversos grupos, lideranças e demais agentes sociais imersos nesta disputa pretendeu-se analisar - por meio de uma etnografia multisituada - como os diferentes agentes atuam nesta grande arena, composta por diversos espaços sociais onde são mobilizadas interpretações, discursos, argumentos e ações com o objetivo de fazer valer seus distintos pontos de vista, aqui em jogo. / This research focuses the socio-environmental conflicts around the different logics of occupation at Morro do Osso (Bone‘s Hill), Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. From the second half of the 70s, environmentalists concerned with the performance of quarries, and with the advancement of urbanization on the hill, got together with the purpose/objective of ensuring their preservation, a process that culminated in 1994 in the creation of a Conservation Unit (CU): the Morro do Osso Natural Park(MONP).Ten years later, in 2004, indigenous ethnicity Kaingang occupied the area and since then, they started to demand the demarcation of an Indigenous Land (IL) at this place, creating an overlapping territorial claim between CU and the creation of a IL. From this point two territorialities began to polarize the action of different actors: on one hand, those who advocate maintaining the institutionalization of PNMO and on the other, those who fight for the demarcation of village Kaingang Tupë pën. This work starts from the assumption that it would set around the struggle for dominance in the Morro do Osso, an arena of argumentative disputes in which different social groups (with different logics of appropriation of the hill) are competing for that territory in common, thereby triggering a clash about which logic should prevail. On this basis, this thesis has as main objective to investigate, from a multidisciplinary perspective, the seemingly polarized conflict between Kaingang and the Municipality of Porto Alegre for dominance of the territory. From the identification of various social groups, leaders and other social agents immersed in this dispute, we intend to analyze - from the perspective of a multi-situated ethnography - how different agents operating in this space of conflict, composed of various socialspaces in which interpretations are mobilized, speeches, arguments and actions in order to assert their distinct points of views. / La investigación se centra en los conflictos sociales y ambientales provocados por la distinta lógica de la ocupación del Morro do Osso, Porto Alegre - RS. Desde la segunda mitad de los años 70, los ambientalistas preocupados por el rendimiento de las canteras y el avance de la urbanización sobre la colina se articularon con el fin de garantizar su conservación, un proceso que culminó en 1994 en la creación de una Unidad de Conservación (UC): Parque Natural Morro do Osso (PNMO). Diez años más tarde, en 2004, indígenas de la etnia Kaingang ocuparam el área y comezaron a reclamar la demarcación de una Tierra Indígena (TI) en este lugar, creando así una superposición territorial entre la UC y la demanda de una TI . A partir de entonces dos territorialidades pasaron a polarizar la opnión de los diferentes actores: por un lado, los que abogan por el mantenimiento de un PNMO institucionalizado y, por otro, los que luchan por el reconocimiento e la demarcación de la Aldea Kaingang Tupë pën. Alrededor de este conflicto, este trabajo parte del supuesto de que se configura en torno a la lucha por el dominio en el Morro do Osso, una arena de disputas argumentativas en el que diferentes grupos sociales (con diferentes lógicas de apropiación de la colina) están compitiendo ese territorio en común, lo que provocó un enfrentamiento con aquello de lo que la lógica debe prevalecer. Sobre esta base, el presente trabajo tiene como objetivo investigar, desde una perspectiva multidisciplinar, el conflicto entre los Kaingang y la Municipalidad de Porto Alegre por el dominio del territorio. Por otra parte, desde la identificación de los diferentes grupos, líderes y otros agentes sociales inmersos en este conflicto, se pretende analizar con a construcción de una etnografía multisituada, cómo los diferentes agentes actúan en este gran escenario compuesto por diferentes espacios sociales en los que se movilizan interpretaciones, discusiones, discursos y acciones con el fin de hacer valer sus distintos puntos de vista en juego.

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