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Dialética das redes virtuais: periódicos eletrônicos anticapitalistas na formação e reorganização da classe trabalhadora / Dialectic of virtual networks: anticapitalist electronic newspapers in the education and reorganization of the working classDias, Paulo Vergilio Marques 19 May 2015 (has links)
Este trabalho tem como objetivo proceder a uma investigação acerca do papel de periódicos eletrônicos de mídias alternativas e debates de crítica social enquanto possíveis espaços formativos e educativos, e de reorganização da classe trabalhadora. Tendo como base de análise a teoria do valor-trabalho de Marx, analisamos a rede mundial de computadores, inserida dentro do campo maior das tecnologias microeletrônicas da terceira revolução industrial e enquanto base tecnológica e organizacional da reestruturação produtiva, enquanto parte estratégica do aparato que integra as condições gerais de produção do capital. Assim, esta se apresenta enquanto um conjunto tecnológico diretamente ligado ao processo de trabalho, responsável pela organização, controle, comando e fiscalização sobre o complexo de unidades particulares de produção que integram a Fábrica Social. A rede é concebida enquanto instrumento de controle social, que permite ditar o ritmo dos processos de trabalho no âmbito da fábrica social e fundir a vigilância com o próprio processo de trabalho, bem como os consumos organizados enquanto reprodução da força de trabalho. Considerando-se a organização social capitalista enquanto totalidade expandida e organizada como Fábrica Social, o processo dos consumos, lazeres e tempos livres se torna, uma vez sujeito à hetero-organização imposta pelas empresas e tecnocracias, um processo laborativo de consumo produtivo. A própria força de trabalho é produzida no interior deste processo, e assim, os lazeres eletrônicos e usos da rede de computadores pelos trabalhadores são também terreno de conflito social pelos usos dados a esta por capitalistas e trabalhadores. De um lado, configura-se a tentativa capitalista de hetero-organizar o uso destas redes enquanto instrumento de controle social e imposição de trabalho sobre uma classe trabalhadora que se encontra fragmentada pelo processo de divisão do trabalho na atual configuração produtiva. De outro lado, estruturam-se usos e apropriações das mesmas redes e tecnologias pelos trabalhadores, que potencialmente permitem a circulação e articulação dos processos de lutas sociais e a recomposição política da classe trabalhadora fato manifesto no importante papel da internet durante as atuais ondas internacionais e nacionais de protestos e lutas sociais. Ainda e finalmente, a apropriação e uso autônomo destas tecnologias pelos trabalhadores podem constituir fóruns de debate que assumem marcado caráter de potencial formativo e educativo, como o foi a imprensa operária independente no princípio do século XX. Assim, através da análise de quatro periódicos eletrônicos autônomos Centro de Mídia Independente, Desinformémonos, Passa Palavra e Sinal de Menos procuramos determinar o papel destes sites e espaços eletrônicos enquanto potenciais veículos de reorganização da classe trabalhadora, de autoformação, construção de conhecimento e identidade social da classe. Procuramos, através da análise do histórico, composição social, forma de organização e visões sobre o processo autoformativo e auto-organizativo por parte de seus leitores e coletivos produtores, determinar como se dá este processo, quais suas potencialidades e limites dentro das lutas sociais atuais. Para isto, procedemos ao levantamento de documentos editoriais dos periódicos e à análise cruzada de depoimentos de seus produtores e leitores. / This work aims to investigate the matter on the role of electronic journals of alternative media and debates of social critics as possible formative and educational spaces, and in reorganization of the working class. Focused on the basis of Marx\'s theory of labor value, we analyze the worldwide web, inserted within the larger field of microelectronic technologies of the third industrial revolution and as the technological and organizational basis for productive restructuring, as a strategic part of the apparatus that integrates the capitalist general conditions of production. Thus, it is presented as a technological set directly linked to the work process, responsible for the organization, control, command and surveylance over the complex of private production units that make up the Social Factory. The net is designed as instrument of social control, which allows dictate the pace of work processes within the social fabric and fuse monitoring with the work process itself, as well as consumption organized while reproduction of the labor force. Considering the capitalist social organization as whole expanded and organized as Social Factory, the process of consumption, leisure and free time becomes, once subject to hetero-organization imposed by the companies and technocracies a working process of productive consumption. The labor force itself is produced within this process, and thus the electronic and leisure uses of the computer network by workers are also field of social conflict by utilization of this by capitalists and workers. On the one hand, sets up the capitalist attempt to hetero-organize the use of these networks as a social instrument of control and enforcement work on a working class that is fragmented by the division of labor process in the current productive configuration. On the other hand, are structured uses and appropriations of the same networks and technologies by workers, which potentially allow the movement and articulation of social struggles processes and political re-composition of the working class - Manifest fact in the important role of the Internet during the current international national waves of protests and social struggles. Still and finally, appropriation and autonomous use of these technologies by workers may constitute discussion forums that take marked character of formative and educational potential, as was the independent labor press in the early twentieth century. Thus, through the analysis of four independent electronic journals - Independent Media Center, Desinformémonos, Passa Palavra and Sinal de Menos - we want to determine the role of these sites and electronic spaces as potential reorganization means of the working class, self-formative, building knowledge and social identity of the class. Sought through historical analysis, social composition, form of organization and views on the self-formation and self-organization process on the part of its readers and producer\'s collectives, determine how is this process, which its potential and limitations of the current social struggles. For this, we proceed to the survey of electronic journals publishing documents and cross-analysis of testimonials from their producers and readers.
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Dialética das redes virtuais: periódicos eletrônicos anticapitalistas na formação e reorganização da classe trabalhadora / Dialectic of virtual networks: anticapitalist electronic newspapers in the education and reorganization of the working classPaulo Vergilio Marques Dias 19 May 2015 (has links)
Este trabalho tem como objetivo proceder a uma investigação acerca do papel de periódicos eletrônicos de mídias alternativas e debates de crítica social enquanto possíveis espaços formativos e educativos, e de reorganização da classe trabalhadora. Tendo como base de análise a teoria do valor-trabalho de Marx, analisamos a rede mundial de computadores, inserida dentro do campo maior das tecnologias microeletrônicas da terceira revolução industrial e enquanto base tecnológica e organizacional da reestruturação produtiva, enquanto parte estratégica do aparato que integra as condições gerais de produção do capital. Assim, esta se apresenta enquanto um conjunto tecnológico diretamente ligado ao processo de trabalho, responsável pela organização, controle, comando e fiscalização sobre o complexo de unidades particulares de produção que integram a Fábrica Social. A rede é concebida enquanto instrumento de controle social, que permite ditar o ritmo dos processos de trabalho no âmbito da fábrica social e fundir a vigilância com o próprio processo de trabalho, bem como os consumos organizados enquanto reprodução da força de trabalho. Considerando-se a organização social capitalista enquanto totalidade expandida e organizada como Fábrica Social, o processo dos consumos, lazeres e tempos livres se torna, uma vez sujeito à hetero-organização imposta pelas empresas e tecnocracias, um processo laborativo de consumo produtivo. A própria força de trabalho é produzida no interior deste processo, e assim, os lazeres eletrônicos e usos da rede de computadores pelos trabalhadores são também terreno de conflito social pelos usos dados a esta por capitalistas e trabalhadores. De um lado, configura-se a tentativa capitalista de hetero-organizar o uso destas redes enquanto instrumento de controle social e imposição de trabalho sobre uma classe trabalhadora que se encontra fragmentada pelo processo de divisão do trabalho na atual configuração produtiva. De outro lado, estruturam-se usos e apropriações das mesmas redes e tecnologias pelos trabalhadores, que potencialmente permitem a circulação e articulação dos processos de lutas sociais e a recomposição política da classe trabalhadora fato manifesto no importante papel da internet durante as atuais ondas internacionais e nacionais de protestos e lutas sociais. Ainda e finalmente, a apropriação e uso autônomo destas tecnologias pelos trabalhadores podem constituir fóruns de debate que assumem marcado caráter de potencial formativo e educativo, como o foi a imprensa operária independente no princípio do século XX. Assim, através da análise de quatro periódicos eletrônicos autônomos Centro de Mídia Independente, Desinformémonos, Passa Palavra e Sinal de Menos procuramos determinar o papel destes sites e espaços eletrônicos enquanto potenciais veículos de reorganização da classe trabalhadora, de autoformação, construção de conhecimento e identidade social da classe. Procuramos, através da análise do histórico, composição social, forma de organização e visões sobre o processo autoformativo e auto-organizativo por parte de seus leitores e coletivos produtores, determinar como se dá este processo, quais suas potencialidades e limites dentro das lutas sociais atuais. Para isto, procedemos ao levantamento de documentos editoriais dos periódicos e à análise cruzada de depoimentos de seus produtores e leitores. / This work aims to investigate the matter on the role of electronic journals of alternative media and debates of social critics as possible formative and educational spaces, and in reorganization of the working class. Focused on the basis of Marx\'s theory of labor value, we analyze the worldwide web, inserted within the larger field of microelectronic technologies of the third industrial revolution and as the technological and organizational basis for productive restructuring, as a strategic part of the apparatus that integrates the capitalist general conditions of production. Thus, it is presented as a technological set directly linked to the work process, responsible for the organization, control, command and surveylance over the complex of private production units that make up the Social Factory. The net is designed as instrument of social control, which allows dictate the pace of work processes within the social fabric and fuse monitoring with the work process itself, as well as consumption organized while reproduction of the labor force. Considering the capitalist social organization as whole expanded and organized as Social Factory, the process of consumption, leisure and free time becomes, once subject to hetero-organization imposed by the companies and technocracies a working process of productive consumption. The labor force itself is produced within this process, and thus the electronic and leisure uses of the computer network by workers are also field of social conflict by utilization of this by capitalists and workers. On the one hand, sets up the capitalist attempt to hetero-organize the use of these networks as a social instrument of control and enforcement work on a working class that is fragmented by the division of labor process in the current productive configuration. On the other hand, are structured uses and appropriations of the same networks and technologies by workers, which potentially allow the movement and articulation of social struggles processes and political re-composition of the working class - Manifest fact in the important role of the Internet during the current international national waves of protests and social struggles. Still and finally, appropriation and autonomous use of these technologies by workers may constitute discussion forums that take marked character of formative and educational potential, as was the independent labor press in the early twentieth century. Thus, through the analysis of four independent electronic journals - Independent Media Center, Desinformémonos, Passa Palavra and Sinal de Menos - we want to determine the role of these sites and electronic spaces as potential reorganization means of the working class, self-formative, building knowledge and social identity of the class. Sought through historical analysis, social composition, form of organization and views on the self-formation and self-organization process on the part of its readers and producer\'s collectives, determine how is this process, which its potential and limitations of the current social struggles. For this, we proceed to the survey of electronic journals publishing documents and cross-analysis of testimonials from their producers and readers.
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