Spelling suggestions: "subject:"mulheres marceneiros"" "subject:"mulheres marceneiro""
1 |
Mulheres marceneiras e autogestão na economia solidária : aspectos transformadores e obstáculos a serem transpostos na incubação em assentamento ruralCherfem, Carolina Orquiza 27 February 2009 (has links)
Made available in DSpace on 2016-06-02T19:39:01Z (GMT). No. of bitstreams: 1
2343.pdf: 2036118 bytes, checksum: 79dc543a6c1eefd5bd58d9161a4db72e (MD5)
Previous issue date: 2009-02-27 / Financiadora de Estudos e Projetos / The Present research aimed to investigate the developing process of a self sustained community carpenter s workshop called Madeirarte, from Pirituba II settlement, located in Itapeva / SP. Madeirarte began from a community housing project done in the settlement, where the carpenter s workshop was built in order to make the housing parts and materials. This workshop was led by a group of four agriculturist women aged over forty-five years-old. These women began the community venture assuming that it could provide jobs and profits. In this context, the general concepts in this paper correlated to gender relations on the perspective of a dialogic feminism and the mutual economy in the self sustainable perspective. The first is due to the specificity of the job of women who work in carpentry, which is historically related to a concept of men s job, in the midst of a society where we observe the uneven relation between men and women and also among women themselves. The second is attributed to the context of a undertaking based on the mutual economy. Such economy corresponds to a quest of alternative ways to develop a productive processes that embraces solidariety, being able to connect the business activity to the real possibility of improving their quality of life, hence opposing the predominant capitalist ideology. Thus, this investigation aimed to reflect and dialog about the settlement process of Madeirarte by focusing on the gender relations and identifying the components of transformation and the components that come as obstacles, in order to find ways to improve the everyday life in their carpenter s workshop routine. For that, this paper established the concept of Dialogical Learning as a theoretical-ethodological basis, according to the guidelines of Habermas (1987), about the communicative action and, in the concept of dialogicity, developed by Paulo Freire (1994, 2005), by conceiving persons as essential subjects of a dialog, besides that they are engaged in the social context hence they are able to change it. The methodology used was the critical communicative approach, based on changing perspectives evidenced by the intersubjectivity and reflection as well as the importance of dialog in the knowledge building, which implies explicitness in the interpretation of the research subjects themselves. Thus, from the spaces of dialog established during the research, followed by the data collection structured by the analysis of the field diaries, interviews, participatory observation and communicative groups, the achieved results allowed us to interpret the reality experienced by the women carpenters in their everyday activities, connecting the work possibilities to the personal changes achieved around the settlement as well. The results also let identify the changing elements present at Madeirarte, by disclosing many acquired abilities and educational process built by women on the self sustained job. The research also identified the elements that appears as
obstacles in this activity and pointing the possibilities to overcome. Finally, we seek to contribute with other settlement process and contribute through the women s best practices involved in community undertakings, such women who became roler models in their own lives, showing that it is necessary to expose the exclusion process that we live in but also to make known the possibilities of historical changes. / A presente pesquisa buscou investigar o processo de incubação da marcenaria coletiva autogestionária, a Madeirate, do assentamento Pirituba II, localizado no município de Itapeva/SP. A Madeirarte iniciou-se a partir de um projeto de habitação social realizado no assentamento, em
que foi implantada uma marcenaria para a construção dos componentes em madeira das habitações. A marcenaria foi assumida por um grupo de quatro mulheres, agricultoras, com mais de 45 anos, as quais iniciaram um empreendimento coletivo, integrando o projeto à possibilidade de trabalho e renda. Seguindo este contexto, os conceitos centrais desta pesquisa corresponderam às relações de gênero, na perspectiva do feminismo dialógico, e à economia solidária, na perspectiva da autogestão. O primeiro se deve à specificidade do trabalho de mulheres que desenvolvem a atividade de marcenaria, historicamente realizada por homens, em meio a uma sociedade na qual observamos desigualdades entre homens e mulheres e também entre mulheres. O segundo, deve-se ao contexto de um empreendimento pautado nas bases da economia solidária. Esta economia corresponde a uma busca de formas alternativas para a construção de um processo produtivo que contemple a solidariedade, capaz de relacionar o trabalho à possibilidade de melhores condições de vida, em meio à ideologia capitalista dominante. Dessa forma, esta investigação teve por objetivo refletir e dialogar sobre o processo de incubação da Madeirarte, com ênfase nas relações de gênero, identificando os elementos transformadores e os que se apresentam como obstáculos, a fim de buscar formas de melhorias na prática cotidiana do trabalho das marceneiras. Para tal, apoiou-se, enquanto base teórico-metodológica, no conceito da aprendizagem dialógica, o qual está pautado fundamentalmente nas elaborações de Habermas (1987), sobre a ação comunicativa e, no conceito de dialogicidade desenvolvido por Paulo Freire (1994, 2005), ao conceberem as pessoas como sujeitos constitutivos do diálogo, além de atuantes no contexto social e por isso capazes de transformá-lo. A metodologia utilizada foi a
comunicativa crítica, pautada nas perspectivas transformadoras evidenciadas pela intersubjetividade e reflexão, bem como na importância do diálogo na elaboração do conhecimento, o que implica clareza na interpretação dos próprios sujeitos da pesquisa. Assim, a partir dos espaços de diálogo estabelecidos durante a pesquisa, seguindo a coleta de dados estruturada pela análise dos diários de campo, entrevistas, observação participante e grupos comunicativos, os resultados alcançados permitiram interpretar a realidade vivenciada pelas mulheres marceneiras em suas práticas cotidianas, relacionando as possibilidades do trabalho às transformações pessoais conquistadas, bem como no entorno do assentamento. Os resultados permitiram identificar os elementos transformadores presentes na Madeirarte, revelando inúmeras aprendizagens adquiridas e processos educativos construídos por mulheres no trabalho autogestionário. A pesquisa também identificou os elementos que se colocam como obstáculos nesta prática, indicando possibilidades para a sua superação. Com isso, buscamos contribuir com outros processos de incubação, bem como contribuir com práticas de mulheres envolvidas em empreendimentos solidários, mulheres que se tornaram protagonistas de suas vidas, mostrando que é preciso denunciar os processos de exclusão em que vivemos, mas também anunciar possibilidades de transformações históricas.
|
Page generated in 0.0775 seconds