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Corpos e culturas invisibilizados na escola: racismo, aulas de educação física e insurgência multicultural / Bodies and cultures made unseeable in school: racism, physical education classes and multicultural insurgencyLins Rodrigues, Antonio Cesar 30 April 2013 (has links)
A presente pesquisa examina a presença do racismo em uma escola pública municipal do estado de São Paulo identificando, em sua recorrência, a geração dos dispositivos de invisibilização de certos corpos e culturas nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Tem no cotidiano escolar o seu lócus de atuação e, nas aulas de Educação Física, o seu foco prioritário de observação e análise. Acolhe também os demais ambientes escolares como espaços onde se perpetuam as relações desiguais de poder, produtoras dessa forma de discriminação racial. Analisa criticamente o fenômeno a partir de duas principais perspectivas: a primeira são os Estudos Culturais fundamentados em Hall (1997, 2000, 2006) e Silva (1996, 2000, 2004, 2008, 2010); e a segunda o multiculturalismo crítico a partir das ideias de McLaren (2000). No que tange ao racismo, os escritos de Munanga (2000, 2005, 2008), Telles (2003) e Carone e Bento (2007) compõem o suporte teórico orientador. O estudo tenciona o entendimento de alguns dos mecanismos de exclusão que desautorizam determinados sujeitos e todas as suas representações sócio-histórico-culturais. Identifica a presença de uma identidade-referência fundada no modelo branco, masculino e euro-estadunidense que há décadas permeia a construção das subjetividades de alunas e alunos, levantando a suspeita do desencadeamento do processo aqui conceituado invisibilização. Por ter no ambiente natural a sua fonte direta e mais importante de dados, sendo o pesquisador o instrumento principal e mantendo contato direto e afinado com a situação na qual os fenômenos ocorrem, levando em conta todas as perspectivas dos envolvidos e a imersão na realidade estudada, elegeu-se o estudo de caso como método. Para a análise de dados foi utilizada a hermenêutica crítica, dada a sua possibilidade de efetuar um aprofundamento na interpretação dos textos apreendidos na conjuntura e contexto pesquisados, entremeando os resultados imediatos de uma observação do legível e também o requisitado na intencionalidade dos seus produtores. Como resultados se destacam: 1) o entendimento por parte das(os) docentes e equipe gestora da falta de necessidade de ações equitativas para as(os) alunas(os) negras(os) por serem iguais enquanto seres humanos; 2) o entendimento de que não se deve levantar discussões que digam respeito ao comportamento racista, por conta dessa atitude estimular ainda mais o fenômeno; 3) a falta de interesse e preparo da escola para lidar com as questões raciais; 4) a existência de um processo coletivo de visibilização para a invisibilização das(os) alunas(os) negras(os) e suas culturas (corporais) nas aulas de Educação Física em específico, e nos demais espaços escolares, de uma maneira geral, regulado culturalmente; 5) a convicção de que a superação do racismo depende unicamente da vontade discente; 6) uma incidência mais sofisticada do fenômeno do racismo, fazendo com que docentes e equipe gestora reconheçam sua existência, sem, no entanto, o perceberem. Finalmente, chama a atenção para o multiculturalismo crítico como possibilidade insurgente tanto na desconstrução das hierarquias discentes vigentes na escola, quanto na contemplação das diferenças e dos diferentes. / This present research investigates the presence of racism in a municipal public school of the state of São Paulo, identifying, in its recurrence, the creation of invisibilization - rendering \"unseen\" - mechanisms for certain bodies and cultures in initial grades of Elementary School. School everyday life is the locus of investigation and the Physical Education classes are the central area of interest for observation and analysis. This research also deals with other school surroundings as environments where unequal power relations perpetuate, promoters of this way of racial discrimination. Critically analyzes the phenomenon as of two main perspectives: the first one are the Cultural Studies based on Hall (1997, 2000, 2006) and Silva (1996, 2000, 2004, 2008, 2010), and the second one is the Critical Multiculturalism, based on ideas of McLaren (2000). As to racism, the works of Munanga (2000, 2005, 2008), Telles (2003) and Carone and Bento (2007) form the guiding technical support. This study aims at understanding some mechanisms of exclusion that disempower certain subjects and all their socio-historic-cultural representations. Identifies the presence of an identity-reference based on the white, male and Euro-American model that for decades has permeated the construction of students\' subjectivity, raising the suspicion that those may be the trigger for the process herein conceived as invisibilization. The researcher, the main instrument, maintaining a direct contact and tuned in to the situation where the phenomena occur - considering the perspectives of all the involved and the immersion in the reality so studied -, and having inside the natural environment its most direct and important source of data, elected the \"case study\" method. Critical hermeneutics was chosen for data analysis given its possibility of deeper interpretation of the texts collected within the situation and context surveyed, interweaving the immediate results of the observation of the readable material and the intentionality of those who provided the material. Results to be highlighted: 1) Comprehension, by teachers and school management team, of unnecessary equitable actions for students because they are equal as human beings; 2) Understanding that racism behavioral discussions should not be raised, since this attitude stimulates the phenomenon even more; 3) Lack of interest and preparation of the school when dealing with racial questions; 4) Existence of a collective process that makes students \"unseeable\", culturally regulated; 5) Conviction that the overcoming of racism depends exclusively on students\' will; 6) A more sophisticated incidence of racism, that causes teachers and school management teams to recognize its existence, without perceiving it nevertheless. Finally, this study attracts the attention to Critical Multiculturalism as an insurgent possibility of deconstruction of teaching hierarchies in force in school, and also of contemplation of the differences and of the \'differents\'.
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Corpos e culturas invisibilizados na escola: racismo, aulas de educação física e insurgência multicultural / Bodies and cultures made unseeable in school: racism, physical education classes and multicultural insurgencyAntonio Cesar Lins Rodrigues 30 April 2013 (has links)
A presente pesquisa examina a presença do racismo em uma escola pública municipal do estado de São Paulo identificando, em sua recorrência, a geração dos dispositivos de invisibilização de certos corpos e culturas nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Tem no cotidiano escolar o seu lócus de atuação e, nas aulas de Educação Física, o seu foco prioritário de observação e análise. Acolhe também os demais ambientes escolares como espaços onde se perpetuam as relações desiguais de poder, produtoras dessa forma de discriminação racial. Analisa criticamente o fenômeno a partir de duas principais perspectivas: a primeira são os Estudos Culturais fundamentados em Hall (1997, 2000, 2006) e Silva (1996, 2000, 2004, 2008, 2010); e a segunda o multiculturalismo crítico a partir das ideias de McLaren (2000). No que tange ao racismo, os escritos de Munanga (2000, 2005, 2008), Telles (2003) e Carone e Bento (2007) compõem o suporte teórico orientador. O estudo tenciona o entendimento de alguns dos mecanismos de exclusão que desautorizam determinados sujeitos e todas as suas representações sócio-histórico-culturais. Identifica a presença de uma identidade-referência fundada no modelo branco, masculino e euro-estadunidense que há décadas permeia a construção das subjetividades de alunas e alunos, levantando a suspeita do desencadeamento do processo aqui conceituado invisibilização. Por ter no ambiente natural a sua fonte direta e mais importante de dados, sendo o pesquisador o instrumento principal e mantendo contato direto e afinado com a situação na qual os fenômenos ocorrem, levando em conta todas as perspectivas dos envolvidos e a imersão na realidade estudada, elegeu-se o estudo de caso como método. Para a análise de dados foi utilizada a hermenêutica crítica, dada a sua possibilidade de efetuar um aprofundamento na interpretação dos textos apreendidos na conjuntura e contexto pesquisados, entremeando os resultados imediatos de uma observação do legível e também o requisitado na intencionalidade dos seus produtores. Como resultados se destacam: 1) o entendimento por parte das(os) docentes e equipe gestora da falta de necessidade de ações equitativas para as(os) alunas(os) negras(os) por serem iguais enquanto seres humanos; 2) o entendimento de que não se deve levantar discussões que digam respeito ao comportamento racista, por conta dessa atitude estimular ainda mais o fenômeno; 3) a falta de interesse e preparo da escola para lidar com as questões raciais; 4) a existência de um processo coletivo de visibilização para a invisibilização das(os) alunas(os) negras(os) e suas culturas (corporais) nas aulas de Educação Física em específico, e nos demais espaços escolares, de uma maneira geral, regulado culturalmente; 5) a convicção de que a superação do racismo depende unicamente da vontade discente; 6) uma incidência mais sofisticada do fenômeno do racismo, fazendo com que docentes e equipe gestora reconheçam sua existência, sem, no entanto, o perceberem. Finalmente, chama a atenção para o multiculturalismo crítico como possibilidade insurgente tanto na desconstrução das hierarquias discentes vigentes na escola, quanto na contemplação das diferenças e dos diferentes. / This present research investigates the presence of racism in a municipal public school of the state of São Paulo, identifying, in its recurrence, the creation of invisibilization - rendering \"unseen\" - mechanisms for certain bodies and cultures in initial grades of Elementary School. School everyday life is the locus of investigation and the Physical Education classes are the central area of interest for observation and analysis. This research also deals with other school surroundings as environments where unequal power relations perpetuate, promoters of this way of racial discrimination. Critically analyzes the phenomenon as of two main perspectives: the first one are the Cultural Studies based on Hall (1997, 2000, 2006) and Silva (1996, 2000, 2004, 2008, 2010), and the second one is the Critical Multiculturalism, based on ideas of McLaren (2000). As to racism, the works of Munanga (2000, 2005, 2008), Telles (2003) and Carone and Bento (2007) form the guiding technical support. This study aims at understanding some mechanisms of exclusion that disempower certain subjects and all their socio-historic-cultural representations. Identifies the presence of an identity-reference based on the white, male and Euro-American model that for decades has permeated the construction of students\' subjectivity, raising the suspicion that those may be the trigger for the process herein conceived as invisibilization. The researcher, the main instrument, maintaining a direct contact and tuned in to the situation where the phenomena occur - considering the perspectives of all the involved and the immersion in the reality so studied -, and having inside the natural environment its most direct and important source of data, elected the \"case study\" method. Critical hermeneutics was chosen for data analysis given its possibility of deeper interpretation of the texts collected within the situation and context surveyed, interweaving the immediate results of the observation of the readable material and the intentionality of those who provided the material. Results to be highlighted: 1) Comprehension, by teachers and school management team, of unnecessary equitable actions for students because they are equal as human beings; 2) Understanding that racism behavioral discussions should not be raised, since this attitude stimulates the phenomenon even more; 3) Lack of interest and preparation of the school when dealing with racial questions; 4) Existence of a collective process that makes students \"unseeable\", culturally regulated; 5) Conviction that the overcoming of racism depends exclusively on students\' will; 6) A more sophisticated incidence of racism, that causes teachers and school management teams to recognize its existence, without perceiving it nevertheless. Finally, this study attracts the attention to Critical Multiculturalism as an insurgent possibility of deconstruction of teaching hierarchies in force in school, and also of contemplation of the differences and of the \'differents\'.
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