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Populações humanas na Mata Atlântica: a longa duração de manejos e cultivos agroflorestais na região do Alto Ribeira - SP / Humans populations in the Atlantic Forest: the long duration of management and agro forestry in the region of Alto Ribeira - SP

Campos, Renata Lacerda 22 November 2018 (has links)
A dissertação trata de interfaces do antigo relacionamento entre os seres humanos e a Mata Atlântica na região do Alto Ribeira (Serra do Paranapiacaba) e Vale do Ribeira, hoje áreas remanescentes no estado de São Paulo. Dentro de princípios teórico-metodológicos que visam uma perspectiva interpretativa multidisciplinar, buscamos dialogar com conhecimentos da história, antropologia, ecologia e ciências afins para se referenciar a longuíssima duração de interações e contribuições dos seres humanos para a manutenção e diversificação da vida vegetal no interior das florestas. Primeiramente, alguns dos trabalhos da arqueologia brasileira realizados nos últimos anos, numa abordagem multidisciplinar, sobre as antigas populações dos sambaquis litorâneos e fluviais (no Vale do Ribeira) e suas atividades de manejo e cultivo de espécies (alimentos, medicinas, etc.) desde ±5000 AP, dentro de uma dimensão de interação com a natureza muito diversa do que concebemos no presente. O estudo destes sítios por pesquisadores de diversas áreas também evidenciam \"trânsitos\", indícios de intercâmbio e o assentamento de povos de origens diversas (do planalto, serra, costa e florestas equatoriais) como as populações de origem Jê (desde ±3500 AP) e de origem Tupi (os Guarani, desde ±2000 AP, e desde ±1500, os Tupinambá), povos que incorporaram nas florestas atlânticas espécies vegetais originárias de outros biomas, sendo muitas destas espécies utilizadas até os dias de hoje. Entretanto, no imaginário nacional se sedimentou camadas de apagamento da presença e do legado ambiental das populações indígenas, quilombolas, ribeirinhas e caiçaras nas áreas florestais brasileiras. Assim, o predomínio da tradição colonial persistiu na \"escrita da história do Brasil\" e nas instituições do estado brasileiro também manifesta na proibição das atividades de roça no interior de áreas florestais que se tornaram Unidades de Conservação integral. Situação que contribuiu em \"quebras\" nos processos envolvidos para a manutenção e diversificação de espécies de roça, da interação com espécies silvestres e consequentes perdas nas variedades alimentares e medicinais tradicionais. As proibições promoveram desenraizamentos no relacionamento com a \"natureza\" e conflitos que repercutem na degradação da floresta atlântica, contribuindo na erradicação da memória nativa local. Podemos afirmar que o discurso colonial que se manteve na sociedade brasileira levou à rejeição do saber das populações da floresta promovendo, inclusive, o apagamento da longevidade dos povos ameríndios resistentes no presente / The dissertation deals with the interfaces of the ancient relationship between humans and the Atlantic Forest in the region of Alto Ribeira (Serra do Paranapiacaba) and Vale do Ribeira, nowadays the remaining areas in the state of São Paulo. Within the theoretical and methodological principles that aim at a multidisciplinary perspective, we look into the knowledge of history, anthropology, ecology and related sciences to refer to the very long interactions and contributions of human beings for the maintenance and diversification of plant life within forests. First, some of the works of Brazilian archeology carried out in recent years, in a multidisciplinary approach, on the ancient populations of the coastal and river sambaquis (from the Ribeira Valley) and their management and cultivation of species (food, medicine, etc.) since ± 5000 BP, within a dimension of interaction with nature very different from what we conceive nowadays. The study of these sites by researchers from different areas also reveals \"transits\", signs of interchange and settlement of peoples of diverse origins (from the plateau, mountains, coast and equatorial forests) and populations of Jê origin (from ± 3500 AP) and of Tupi origin (the Guarani, since ± 2000 BP, and since ± 1500 BP, the Tupinambá), people who incorporated in the Atlantic forests vegetal species originating from other biomes, many of these species being used until the present day. However, in the national imagination, memory have been erased of those born in Brazil about the presence and the environmental legacy of the indigenous, quilombola, ribeirinhas and caiçaras populations in the Brazilian forest. Thus, the predominance of the colonial tradition persisted in the \"writing of the history of Brazil\" and in the institutions of the Brazilian state also manifested in the prohibition of agricultural activities within forest areas that became Integral Conservation Units. This situation contributed to \"breaks\" in the processes involved in the maintenance and diversification of crops species, the interaction with wild species and consequent losses in traditional food and medicinal varieties. The prohibitions caused uprooting in the relationship with \"nature\" and conflicts that have repercussions in the degradation of the Atlantic forest, contributing in the eradication of the local native memory. We can affirm that the colonial discourse that remained in the Brazilian society led to the rejection of the population\'s knowledge of the forest promoting, even, the extinction of the longevity of the resistant Amerindian peoples in the present
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RASTREAMENTO DE INFECÇÃO POR HPV EM MULHERES DO DISTRITO SANITÁRIO ESPECIAL INDÍGENA DO ARAGUAIA (DSEIA)

Silva, Jairo Batista da 28 March 2007 (has links)
Made available in DSpace on 2016-08-10T10:53:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1 JAIRO BATISTA DA SILVA.pdf: 2947689 bytes, checksum: 297054cf4cd76074cc6054daf73919d8 (MD5) Previous issue date: 2007-03-28 / The Human Papiloma Virus (HPV) is associated to cutaneous moles and chondilomas. HPV infection is the most frequent sexually transmitted disease (STD). HPV is also the main risk factor for uterine cervix cancer onset, which represents the second highest prevalence of cancer among women in Brazil. This can be applied also to the native Brazilian women of the DSEI Araguaia, to whom misinformation seams to lead to an increased transmission of the STDs, among them HPV infection. In order to screen HPV infection among those native women, we have collected 332 samples from their uterine cervices and analyzed by the Papanicolaou staining method. Our work shows that the HPV-related infection is directly associated with proximity to the surrounding non-indigenous populations, as well as to the easiness that the far away indigenous tribes have to reach the same non-indigenous populations; beyond, HPV-related infection can also be linked to the way each native race preserves and applies their cultural values. These results indicate the importance of knowing better the overall distribution and prevalence of HPV-related infection among native Brazilian women, which may lead to decreased HPV-related infection and perhaps decreased rates of uterine cervix cancer, and therefore, to a better quality of life. / Na espécie humana, o HPV associa-se a verrugas cutâneas e a vegetações venéreas ou condilomas. É considerada a doença de transmissão sexual mais freqüente. É o principal fator de risco para o câncer de colo uterino que é a segunda neoplasia maligna mais comum entre mulheres. Tal é o caso das mulheres indígenas do DSEI Araguaia, para as quais a falta de informação é um problema grave, visto que a maioria não tem conhecimento da importância de se preservar e, portanto, facilitam a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis, entre elas a causada pelo HPV. Com o objetivo de rastrear a infecção por HPV na população citada, colhemos e analisamos 332 amostras cérvico-vaginais pelo método de Papanicolaou. Este trabalho mostra que a infecção por HPV está relacionada com o grau ou facilidade de contato que as índias estudadas têm com a população envolvente bem como mostra que o fator cultural inerente a cada etnia estudada determina a capacidade de se infectar pelo HPV. Estes resultados indicam a importância de se conhecer melhor a prevalência desta doença de forma global na população indígena brasileira, suscitando medidas de prevenção eficazes urgentes a nível nacional.

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