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Intoxicação em búfalos (Bubalus bubalis) por Baccharis megapotamica var. weirii / Poisoning in water buffalo (Bubalus bubalis) by Baccharis megapotamica var. weirii

Oliveira Filho, Jose Carlos de 09 March 2012 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / In the first part of the thesis, the spontaneous occurrence of an outbreak of Baccharis megapotamica var. weirii poisoning in buffalo in the Central region of the State of Rio Grande do Sul is reported. Ten out of 50 buffalo died 24 48 hr after being introduced into a pasture containing abundant amounts of the plant. Factors influencing the ingestion of the plant and consequent toxicosis included hunger, stress caused by shipment, and unfamiliarity with the plant. Clinical signs included serous ocular discharge, incoordination, mild bloat, and muscle trembling. One buffalo was necropsied. Gross findings included dehydration, abundant liquid in the rumen, reddening of the mucosa of forestomachs, abomasum, and intestine, and edema of the wall of the rumen. The main histologic lesions were superficial to full thickness degeneration and necrosis of the stratified epithelium lining the forestomachs, necrosis of the intestinal mucosa, and widespread lymphoid necrosis. A calf (Bos taurus) was fed a single dose of 5 g/kg/body weight of B. megapotamica var. weirii harvested from the same site where the buffalo died. Twenty hours after the administration of the plant this calf died with clinical signs and lesions similar to those observed in the naturally poisoned buffalo.sido consumida pelos búfalos. In the second part of the thesis, Five male 6-8 month-old Murrah buffalo calves were orally dosed with the fresh aerial parts of Baccharis megapotamica var. weirii at doses of 1, 3, 4, 5 and 10 g/kg body weight (bw) (~1-10 mg macrocyclic trichothecenes/kg/bw). The B. megapotamica used for the experiment was harvested on a farm where a recent spontaneous outbreak of poisoning caused by such plant had occurred. Clinical signs appeared 4-20 hours and 4 buffalo died 18-49 hours after the ingestion of the plant. Clinical signs were apathy, anorexia, and watery diarrhea, fever, colic, drooling, muscle tremors, restlessness, laborious breathing and ruminal atony, and dehydration. The most consistent gross findings were restricted to the gastrointestinal (GI) tract consisted of varying degrees of edema and reddening of the mucosa of the fore-stomachs. Histopathological findings consisted of varying degrees of necrosis of the epithelial lining of the fore-stomachs and of lymphocytes within lymphoid organs and aggregates. Fibrin thrombi were consistently found in sub-mucosal vessels of the fore stomachs and in the lumen of hepatic sinusoids. It is suggested that dehydration, septicemia and disseminated intravascular coagulation participate in the pathogenesis of the intoxication and play a role as a cause of death. A subsample of the B. megapotamica var. weirii was frozen-dried and ground and analyzed using UHPLC (Ultra High Performance Liquid Chromatography) with high resolution Time of Flight mass spectrometry and tandem mass spectrometry, it was shown that the plant material contained at least 51 different macrocyclic trichothecenes at a total level of 1.1-1.2 mg/g. About 15-20% of the total trichothecenes contents was found to be monosaccharide conjugates, with two thirds of these being glucose conjugates and one third constituted by six aldopentose conjugates (probably xylose), which has never been reported in the literature. / Na primeira parte dessa tese, relatamos a ocorrência natural de um surto de intoxicação por Baccharis megapotamica var. weirii em búfalos na Região Central do Rio Grande do Sul. Os animais haviam sido transportados de uma propriedade onde a planta não ocorria para uma propriedade infestada pela planta. Durante o transporte, os animais foram submetidos a um longo período de jejum e estresse. Como resultado, após o desembarque dos 50 búfalos transportados, dez morreram com doença de evolução aguda (24-48 horas). A maioria dos búfalos foi encontrada morta, mas os sinais clínicos observados em um búfalo incluíam lacrimejamento, incoordenação e fraqueza dos membros posteriores, desorientação, decúbito esternal, lateral e morte. Na necropsia de um animal foi observado acentuada desidratação, avermelhamento e edema da mucosa dos pré-estômagos e intestino. Na microscopia, as áreas vermelhas dos pré-estômagos e intestino correspondiam à necrose acentuada do epitélio. Em visita à propriedade foi observada grande quantidade de B. megapotamica (identificada posteriormente como B. megapotamica var. weirii) com sinais de ter sido consumida pelos búfalos. Na segunda parte da tese, reproduzimos experimentalmente a intoxicação por B. megapotamica var. weirii em búfalos para melhor caracterizar o quadro clínico-patológico da intoxicação na espécie, assim como determinar a dose tóxica e avançar no estudo da patogênese da intoxicação. Para tal, utilizamos cinco búfalos da raça Murrah com 6 a 8 meses de idade e peso variando entre 122 e 143 kg. Esses animais receberam em uma única administração por via oral, 1, 3, 4, 5 e 10 g/Kg das partes aéreas de Baccharis megapotamica var. weirii. A planta usada no experimento foi colhida na fazenda onde ocorreu o surto de intoxicação espontânea descrito acima. Os sinais clínicos apareceram 4-20 horas e quatro búfalos morreram 18-49 horas após a ingestão da planta. Os sinais clínicos consistiram de apatia, anorexia, diarreia aquosa, febre, cólica, salivação, tremores musculares, inquietação, respiração laboriosa, atonia ruminal e desidratação. Os achados macroscópicos mais consistentes estavam restritos ao trato gastrointestinal (GI) e consistiram de graus variados de edema e avermelhamento da mucosa dos pré-estômagos. Os achados histopatológicos consistiam de vários graus de necrose do epitélio de revestimento dos pré-estômagos e de linfócitos em agregados e órgãos linfoides. Trombos de fibrina foram consistentemente encontrados nos vasos da submucosa dos pré-estômagos e na luz dos sinusoides hepáticos. Uma subamostra de B. megapotamica var. weirii foi congelada a seco, moída e analisada usando UHPLC (Cromatografia Líquida de Ultra Alta Performance) com espectrometria de tempo-de-vôo de alta resolução e espectrometria de massa em tandem. Foi demonstrado que o material de planta analisado continha pelo menos 51 tricotecenos macrocíclicos diferentes num nível total de 1,1-1,2 mg/g. Cerca de 15-20% do conteúdo total de tricotecenos eram conjugados de monossacarídeos, sendo dois terços desses, conjugados de glicose e um terço constituídos por seis conjugados de aldopentose (provavelmente xilose). Em conclusão, o presente estudo descreveu pela primeira vez a intoxicação em búfalos por plantas do gênero Baccharis. A reprodução experimental demostrou que búfalos são um pouco mais resistentes a intoxicação por B. megapotamica var. weirii do que bovinos. Quanto à patogênese, foi sugerido que desidratação, septicemia e coagulação intravascular disseminada sejam fatores responsáveis pela morte dos animais afetados. Adicionalmente, foi descrito presença de tricotecenos constituídos por seis conjugados de aldopentose (provavelmente xilose) no B. megapotamica var. weirii, o que nunca tinha sido antes relatado na literatura.

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