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Mecanismos subjacentes ao efeito da manipulação neonatal sobre o vínculo mãe/filhoteReis, Adolfo Rodrigues January 2014 (has links)
Ao nascerem, os mamíferos não estão com o sistema nervoso plenamente desenvolvido e os primeiros dias de vida representam uma fase crítica para o desenvolvimento desse sistema. De fato, nesta fase o encéfalo está passando por diversos processos fundamentais como organização funcional das redes neurais, proliferação neuronal, migração, diferenciação, além de gliogênese e mielinização. Em ratos, um procedimento simples, como “manipular” os filhotes por alguns minutos durante a primeira semana de vida, pode marcar decisivamente o desenvolvimento do indivíduo. Assim, a manipulação neonatal tem sido muito utilizada para se examinar os mecanismos pelos quais variações ambientais podem afetar o desenvolvimento do filhote. A manipulação neonatal promove uma série de alterações comportamentais e neuroendócrinas que se caracterizam basicamente por uma diminuição do medo e da resposta ao estresse no adulto. Embora muitos autores até caracterizem a manipulação como uma intervenção positiva ela também pode provocar graves déficits em comportamentos sociais e reprodutivos para a prole aparecendo desde o inicio do desenvolvimento e persistindo até a vida adulta. Além de seu efeito sobre os filhotes, estudos tem demostrado que intervenções na prole no período neonatal também afetam de forma duradoura a resposta ao estresse das genitoras, mas este tema ainda é muito pouco explorado pela literatura Portanto, na primeira parte desta tese, iremos estudar os efeitos da manipulação neonatal sobre a formação do vínculo mãe-filhote, tentando associar mudanças no comportamento da mãe ao longo dos 10 primeiros dias pós-parto com a preferencia pelo odor do ninho em filhotes testados no labirinto em Y. Na segunda parte desta tese iremos abordar os efeitos da manipulação sobre a resposta ao estresse agudo e crônico em ratas que tiveram seus filhotes manipulados no período neonatal, para isso submetemos genitoras dos grupos controle e manipulado após o desmame a um dos dois protocolos descritos a seguir: com estresse (estresse por contenção de movimentos 1h/dia por 7 dias) ou sem estresse (nenhuma intervenção após o desmame) e testamos os animais através do teste de nado forçado para observar mudanças na resposta emocional. Também medimos os níveis de BDNF e corticosterona no plasma após o teste e medimos o peso das adrenais para verificar o efeito da manipulação na resposta ao estresse das genitoras Os resultados dessa tese mostram que a manipulação neonatal afeta a estrutura do comportamento maternal, mudando a sequencia e a sincronia do comportamento da mãe com o filhote, o que poderia ser em parte a causa da alteração no comportamento de preferencia pelo odor do ninho observado em animais manipulados, principalmente nas fêmeas. Além disso, observamos que a manipulação afeta de forma duradoura a resposta ao estresse (agudo e crônico) das genitoras, podendo alterar a resposta emocional desses animais e predispor a sintomas do tipo depressivo em resposta ao estresse agudo Esses resultados reforçam a ideia de que o estudo dos efeitos duradouros da manipulação não só nos filhotes, mas também no organismo materno, podem servir como uma importante ferramenta para elaboração de projetos clínicos, visando a exploração da existência de comportamentos similares em humanos. Isso ajudará na elaboração de politicas de saúde publica que visem minimizar os efeitos de eventos adversos acontecidos no inicio da vida sobre a saúde física e mental tanto da mãe quanto da criança. / Mammals are not born with fully developed nervous system, and the first days of life represent a critical stage in the development of this system. In fact, at this stage, the brain is undergoing many fundamental processes such as functional organization of neural networks, neuronal proliferation, migration, differentiation, gliogenesis and myelination. In rats, a simple procedure such as "handling" the pups for a few minutes during the first week of life can decisively mark the development of the individual. Thus, neonatal handling has been widely used to examine the mechanisms by which environmental adversity can affect the development of the pups. Neonatal handling promotes a series of behavioral and neuroendocrine changes that are characterized primarily by a decrease of fear and stress responses in the adult. Although many authors characterize the handling procedure as a positive intervention, it is also associated with severe deficits in social and reproductive behaviors of the offspring that appear early during development and persist into adulthood. Apart from its effect on the pups, studies have shown that interventions in the offspring during the neonatal period can also induce long lasting effects in the maternal stress response, but this subject is still little explored in the literature Therefore, in the first part of this thesis, we will study the effects of neonatal handling on the mother-pups’ bond formation, trying to associate changes in maternal behavior over the first 10 days postpartum with the preference for the odor of the nest in pups tested the Y maze. The second part of this thesis will address the effects of neonatal handling on the acute and chronic stress response in dams that had their pups handled. For this purpose, we submitted mothers of control and manipulated groups after weaning to: stress (restraint 1h/day for 7 days) or no stress (no intervention after weaning) and tested the animals using the forced swim test to observe changes in emotional response. We also measured plasma BDNF and corticosterone levels after the test and the adrenals’ weight to verify the effect of handling on the dam’s stress response. The results of this thesis show that neonatal handling affects the structure of maternal behavior, changing the behavioral sequence and synchrony of the mother with her pups, which could be in part the cause of the altered social behaviors observed in handled pups, especially in females. Moreover, we observed that handling affects the dam´s response to stress (acute and chronic), and may alter the emotional response of the dams increasing the susceptibility to developing psychiatric disorders such as depression at least in response to acute stress These results reinforce the idea that investigating the long lasting effects of handling not only in the young, but also in the dam’s physiology becomes an important tool for the development of clinical studies, aiming at exploring the existence of similar effects in humans. The final goal will be the elaboration of public health policy to minimize the effects of early life adverse events on physical and mental health of both mothers and their children.
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Provocação social na díade mãe-filhote: efeitos da ontogenia no comportamento social da proleHenriques, Thiago Pereira January 2014 (has links)
As duas primeiras semanas de vida em ratos são críticas para o desenvolvimento, pois os animais são suscetíveis a influências ambientais. Diversos parâmetros neuroendócrinos e comportamentais podem ser influenciados, a curto e a longo prazo, pelas interações com a mãe, assim como por estressores. Entre esses estressores, um ambiente precoce socialmente aversivo pode alterar os comportamentos sociais, a ansiedade e as respostas neuroendócrinas ao estresse em adultos. O foco deste trabalho foi investigar o impacto do paradigma de provocação social na díade mãe-filhote sobre os comportamentos sociais e as respostas hormonais da prole em três idades. A provocação social foi realizada nos dias pós-natais (PP) 2 e 5. O comportamento maternal das lactantes foi registrado em PP3, 4, e 6. Os filhotes foram submetidos ao teste de preferência olfatória em PP7, o comportamento de brincadeira em juvenis foi registrado em PP30 e os ratos adultos (a partir de PP80) foram submetidos aos testes de campo aberto, labirinto em cruz elevado e interação social. Os adultos também foram expostos ao estresse por contenção (PP90). Os resultados mostraram que a intervenção aumentou a presença das mães no ninho. A intervenção reduziu o tempo gasto pelos filhotes no lado da maravalha do ninho, reduziu os níveis plasmáticos de ocitocina e prolactina, porém, aumentou os níveis de arginina-vasopressina. Nos juvenis, a intervenção reduziu a brincadeira de luta e os níveis plasmáticos de arginina-vasopressina. Nos adultos, a intervenção não levou a alterações na ansiedade e nas respostas hormonais ao estresse, porém, reduziu a latência para os comportamentos agressivos e os níveis plasmáticos basais de ocitocina. Conforme observado nas lactantes e nos neonatos, a provocação social levou a uma alteração da relação mãe-filhote, afetando, também, hormônios relacionados ao comportamento afiliativo em neonatos. Da mesma forma, a redução da brincadeira de luta em juvenis expostos à intervenção neonatal pode ter ocorrido devido à alteração da argininavasopressina, hormônio envolvido nesse comportamento. Apesar da intervenção não ter alterado a ansiedade e as respostas hormonais ao estresse em adultos, afetou de maneira específica o comportamento agressivo, reduzindo a sua latência. Este achado pode ser relacionado à ocitocina diminuída, conhecida por ter efeitos antiagressivos. Logo, sugerimos que a provocação social altere, tanto de forma precoce quanto duradoura, os comportamentos sociais, assim como os hormônios responsáveis pela modulação desses parâmetros. / The first two weeks of life in rats are critical for development because the animals are susceptible to environmental influences. A variety of neuroendocrine and behavioral parameters may be influenced in a short or long lasting way by the interactions with the mother as well as by stressors. Among these stressors, a socially aversive environment may alter social behaviors, anxiety and neuroendocrine responses to stress in adult subjects. The focus of this work was to investigate the impact of the social instigation paradigm on motherlitter dyad over social behaviors and hormonal responses in rats at 3 ages. Social instigation was carried out at postpartum days (PP) 2 and 5. Maternal behavior from lactating rats was registered at PP3, 4 and 6. Pups were submitted to the nest odor preference test at PP7, play behavior was registered in juveniles at PP30, and adult rats (starting at PP80) were submitted to the open field, elevated plus maze and social interaction tests. Adult rats were also submitted to restraint stress. Results show that the intervention increased presence in nest of lactating rats. The intervention reduced time spent on nest bedding side in pups, decreased oxytocin and prolactin plasma levels, however, increased arginine-vasopressin levels. Juveniles submitted to the neonatal intervention had reduced play-fighting frequencies and arginine-vasopressin levels. In adults, the intervention has not altered anxiety and hormonal responses to stress, however, it decreased the latency for aggressive behaviors, as well as oxytocin basal levels. According to the outcomes observed in lactating rats and pups, social instigation altered mother-infant relationship, as well as levels of hormones involved in affiliative behavior in neonatal rats. Similarly, the reduced play-fighting in juveniles exposed to the intervention may be related to the decreased arginine-vasopressin levels, which is a hormone involved in such behavior. In spite of the intervention having not altered the anxiety and hormonal responses to stress in adult rats, it altered in a specific manner the aggressive behavior, reducing its latency. This finding may be related to the decreased oxytocin levels, which is a hormone known to have antiaggressive effects. Thus, we suggest that social instigation impairs early to late social behaviors, as well as the hormones responsible for the modulation of such parameters.
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Mecanismos subjacentes ao efeito da manipulação neonatal sobre o vínculo mãe/filhoteReis, Adolfo Rodrigues January 2014 (has links)
Ao nascerem, os mamíferos não estão com o sistema nervoso plenamente desenvolvido e os primeiros dias de vida representam uma fase crítica para o desenvolvimento desse sistema. De fato, nesta fase o encéfalo está passando por diversos processos fundamentais como organização funcional das redes neurais, proliferação neuronal, migração, diferenciação, além de gliogênese e mielinização. Em ratos, um procedimento simples, como “manipular” os filhotes por alguns minutos durante a primeira semana de vida, pode marcar decisivamente o desenvolvimento do indivíduo. Assim, a manipulação neonatal tem sido muito utilizada para se examinar os mecanismos pelos quais variações ambientais podem afetar o desenvolvimento do filhote. A manipulação neonatal promove uma série de alterações comportamentais e neuroendócrinas que se caracterizam basicamente por uma diminuição do medo e da resposta ao estresse no adulto. Embora muitos autores até caracterizem a manipulação como uma intervenção positiva ela também pode provocar graves déficits em comportamentos sociais e reprodutivos para a prole aparecendo desde o inicio do desenvolvimento e persistindo até a vida adulta. Além de seu efeito sobre os filhotes, estudos tem demostrado que intervenções na prole no período neonatal também afetam de forma duradoura a resposta ao estresse das genitoras, mas este tema ainda é muito pouco explorado pela literatura Portanto, na primeira parte desta tese, iremos estudar os efeitos da manipulação neonatal sobre a formação do vínculo mãe-filhote, tentando associar mudanças no comportamento da mãe ao longo dos 10 primeiros dias pós-parto com a preferencia pelo odor do ninho em filhotes testados no labirinto em Y. Na segunda parte desta tese iremos abordar os efeitos da manipulação sobre a resposta ao estresse agudo e crônico em ratas que tiveram seus filhotes manipulados no período neonatal, para isso submetemos genitoras dos grupos controle e manipulado após o desmame a um dos dois protocolos descritos a seguir: com estresse (estresse por contenção de movimentos 1h/dia por 7 dias) ou sem estresse (nenhuma intervenção após o desmame) e testamos os animais através do teste de nado forçado para observar mudanças na resposta emocional. Também medimos os níveis de BDNF e corticosterona no plasma após o teste e medimos o peso das adrenais para verificar o efeito da manipulação na resposta ao estresse das genitoras Os resultados dessa tese mostram que a manipulação neonatal afeta a estrutura do comportamento maternal, mudando a sequencia e a sincronia do comportamento da mãe com o filhote, o que poderia ser em parte a causa da alteração no comportamento de preferencia pelo odor do ninho observado em animais manipulados, principalmente nas fêmeas. Além disso, observamos que a manipulação afeta de forma duradoura a resposta ao estresse (agudo e crônico) das genitoras, podendo alterar a resposta emocional desses animais e predispor a sintomas do tipo depressivo em resposta ao estresse agudo Esses resultados reforçam a ideia de que o estudo dos efeitos duradouros da manipulação não só nos filhotes, mas também no organismo materno, podem servir como uma importante ferramenta para elaboração de projetos clínicos, visando a exploração da existência de comportamentos similares em humanos. Isso ajudará na elaboração de politicas de saúde publica que visem minimizar os efeitos de eventos adversos acontecidos no inicio da vida sobre a saúde física e mental tanto da mãe quanto da criança. / Mammals are not born with fully developed nervous system, and the first days of life represent a critical stage in the development of this system. In fact, at this stage, the brain is undergoing many fundamental processes such as functional organization of neural networks, neuronal proliferation, migration, differentiation, gliogenesis and myelination. In rats, a simple procedure such as "handling" the pups for a few minutes during the first week of life can decisively mark the development of the individual. Thus, neonatal handling has been widely used to examine the mechanisms by which environmental adversity can affect the development of the pups. Neonatal handling promotes a series of behavioral and neuroendocrine changes that are characterized primarily by a decrease of fear and stress responses in the adult. Although many authors characterize the handling procedure as a positive intervention, it is also associated with severe deficits in social and reproductive behaviors of the offspring that appear early during development and persist into adulthood. Apart from its effect on the pups, studies have shown that interventions in the offspring during the neonatal period can also induce long lasting effects in the maternal stress response, but this subject is still little explored in the literature Therefore, in the first part of this thesis, we will study the effects of neonatal handling on the mother-pups’ bond formation, trying to associate changes in maternal behavior over the first 10 days postpartum with the preference for the odor of the nest in pups tested the Y maze. The second part of this thesis will address the effects of neonatal handling on the acute and chronic stress response in dams that had their pups handled. For this purpose, we submitted mothers of control and manipulated groups after weaning to: stress (restraint 1h/day for 7 days) or no stress (no intervention after weaning) and tested the animals using the forced swim test to observe changes in emotional response. We also measured plasma BDNF and corticosterone levels after the test and the adrenals’ weight to verify the effect of handling on the dam’s stress response. The results of this thesis show that neonatal handling affects the structure of maternal behavior, changing the behavioral sequence and synchrony of the mother with her pups, which could be in part the cause of the altered social behaviors observed in handled pups, especially in females. Moreover, we observed that handling affects the dam´s response to stress (acute and chronic), and may alter the emotional response of the dams increasing the susceptibility to developing psychiatric disorders such as depression at least in response to acute stress These results reinforce the idea that investigating the long lasting effects of handling not only in the young, but also in the dam’s physiology becomes an important tool for the development of clinical studies, aiming at exploring the existence of similar effects in humans. The final goal will be the elaboration of public health policy to minimize the effects of early life adverse events on physical and mental health of both mothers and their children.
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Provocação social na díade mãe-filhote: efeitos da ontogenia no comportamento social da proleHenriques, Thiago Pereira January 2014 (has links)
As duas primeiras semanas de vida em ratos são críticas para o desenvolvimento, pois os animais são suscetíveis a influências ambientais. Diversos parâmetros neuroendócrinos e comportamentais podem ser influenciados, a curto e a longo prazo, pelas interações com a mãe, assim como por estressores. Entre esses estressores, um ambiente precoce socialmente aversivo pode alterar os comportamentos sociais, a ansiedade e as respostas neuroendócrinas ao estresse em adultos. O foco deste trabalho foi investigar o impacto do paradigma de provocação social na díade mãe-filhote sobre os comportamentos sociais e as respostas hormonais da prole em três idades. A provocação social foi realizada nos dias pós-natais (PP) 2 e 5. O comportamento maternal das lactantes foi registrado em PP3, 4, e 6. Os filhotes foram submetidos ao teste de preferência olfatória em PP7, o comportamento de brincadeira em juvenis foi registrado em PP30 e os ratos adultos (a partir de PP80) foram submetidos aos testes de campo aberto, labirinto em cruz elevado e interação social. Os adultos também foram expostos ao estresse por contenção (PP90). Os resultados mostraram que a intervenção aumentou a presença das mães no ninho. A intervenção reduziu o tempo gasto pelos filhotes no lado da maravalha do ninho, reduziu os níveis plasmáticos de ocitocina e prolactina, porém, aumentou os níveis de arginina-vasopressina. Nos juvenis, a intervenção reduziu a brincadeira de luta e os níveis plasmáticos de arginina-vasopressina. Nos adultos, a intervenção não levou a alterações na ansiedade e nas respostas hormonais ao estresse, porém, reduziu a latência para os comportamentos agressivos e os níveis plasmáticos basais de ocitocina. Conforme observado nas lactantes e nos neonatos, a provocação social levou a uma alteração da relação mãe-filhote, afetando, também, hormônios relacionados ao comportamento afiliativo em neonatos. Da mesma forma, a redução da brincadeira de luta em juvenis expostos à intervenção neonatal pode ter ocorrido devido à alteração da argininavasopressina, hormônio envolvido nesse comportamento. Apesar da intervenção não ter alterado a ansiedade e as respostas hormonais ao estresse em adultos, afetou de maneira específica o comportamento agressivo, reduzindo a sua latência. Este achado pode ser relacionado à ocitocina diminuída, conhecida por ter efeitos antiagressivos. Logo, sugerimos que a provocação social altere, tanto de forma precoce quanto duradoura, os comportamentos sociais, assim como os hormônios responsáveis pela modulação desses parâmetros. / The first two weeks of life in rats are critical for development because the animals are susceptible to environmental influences. A variety of neuroendocrine and behavioral parameters may be influenced in a short or long lasting way by the interactions with the mother as well as by stressors. Among these stressors, a socially aversive environment may alter social behaviors, anxiety and neuroendocrine responses to stress in adult subjects. The focus of this work was to investigate the impact of the social instigation paradigm on motherlitter dyad over social behaviors and hormonal responses in rats at 3 ages. Social instigation was carried out at postpartum days (PP) 2 and 5. Maternal behavior from lactating rats was registered at PP3, 4 and 6. Pups were submitted to the nest odor preference test at PP7, play behavior was registered in juveniles at PP30, and adult rats (starting at PP80) were submitted to the open field, elevated plus maze and social interaction tests. Adult rats were also submitted to restraint stress. Results show that the intervention increased presence in nest of lactating rats. The intervention reduced time spent on nest bedding side in pups, decreased oxytocin and prolactin plasma levels, however, increased arginine-vasopressin levels. Juveniles submitted to the neonatal intervention had reduced play-fighting frequencies and arginine-vasopressin levels. In adults, the intervention has not altered anxiety and hormonal responses to stress, however, it decreased the latency for aggressive behaviors, as well as oxytocin basal levels. According to the outcomes observed in lactating rats and pups, social instigation altered mother-infant relationship, as well as levels of hormones involved in affiliative behavior in neonatal rats. Similarly, the reduced play-fighting in juveniles exposed to the intervention may be related to the decreased arginine-vasopressin levels, which is a hormone involved in such behavior. In spite of the intervention having not altered the anxiety and hormonal responses to stress in adult rats, it altered in a specific manner the aggressive behavior, reducing its latency. This finding may be related to the decreased oxytocin levels, which is a hormone known to have antiaggressive effects. Thus, we suggest that social instigation impairs early to late social behaviors, as well as the hormones responsible for the modulation of such parameters.
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Mecanismos subjacentes ao efeito da manipulação neonatal sobre o vínculo mãe/filhoteReis, Adolfo Rodrigues January 2014 (has links)
Ao nascerem, os mamíferos não estão com o sistema nervoso plenamente desenvolvido e os primeiros dias de vida representam uma fase crítica para o desenvolvimento desse sistema. De fato, nesta fase o encéfalo está passando por diversos processos fundamentais como organização funcional das redes neurais, proliferação neuronal, migração, diferenciação, além de gliogênese e mielinização. Em ratos, um procedimento simples, como “manipular” os filhotes por alguns minutos durante a primeira semana de vida, pode marcar decisivamente o desenvolvimento do indivíduo. Assim, a manipulação neonatal tem sido muito utilizada para se examinar os mecanismos pelos quais variações ambientais podem afetar o desenvolvimento do filhote. A manipulação neonatal promove uma série de alterações comportamentais e neuroendócrinas que se caracterizam basicamente por uma diminuição do medo e da resposta ao estresse no adulto. Embora muitos autores até caracterizem a manipulação como uma intervenção positiva ela também pode provocar graves déficits em comportamentos sociais e reprodutivos para a prole aparecendo desde o inicio do desenvolvimento e persistindo até a vida adulta. Além de seu efeito sobre os filhotes, estudos tem demostrado que intervenções na prole no período neonatal também afetam de forma duradoura a resposta ao estresse das genitoras, mas este tema ainda é muito pouco explorado pela literatura Portanto, na primeira parte desta tese, iremos estudar os efeitos da manipulação neonatal sobre a formação do vínculo mãe-filhote, tentando associar mudanças no comportamento da mãe ao longo dos 10 primeiros dias pós-parto com a preferencia pelo odor do ninho em filhotes testados no labirinto em Y. Na segunda parte desta tese iremos abordar os efeitos da manipulação sobre a resposta ao estresse agudo e crônico em ratas que tiveram seus filhotes manipulados no período neonatal, para isso submetemos genitoras dos grupos controle e manipulado após o desmame a um dos dois protocolos descritos a seguir: com estresse (estresse por contenção de movimentos 1h/dia por 7 dias) ou sem estresse (nenhuma intervenção após o desmame) e testamos os animais através do teste de nado forçado para observar mudanças na resposta emocional. Também medimos os níveis de BDNF e corticosterona no plasma após o teste e medimos o peso das adrenais para verificar o efeito da manipulação na resposta ao estresse das genitoras Os resultados dessa tese mostram que a manipulação neonatal afeta a estrutura do comportamento maternal, mudando a sequencia e a sincronia do comportamento da mãe com o filhote, o que poderia ser em parte a causa da alteração no comportamento de preferencia pelo odor do ninho observado em animais manipulados, principalmente nas fêmeas. Além disso, observamos que a manipulação afeta de forma duradoura a resposta ao estresse (agudo e crônico) das genitoras, podendo alterar a resposta emocional desses animais e predispor a sintomas do tipo depressivo em resposta ao estresse agudo Esses resultados reforçam a ideia de que o estudo dos efeitos duradouros da manipulação não só nos filhotes, mas também no organismo materno, podem servir como uma importante ferramenta para elaboração de projetos clínicos, visando a exploração da existência de comportamentos similares em humanos. Isso ajudará na elaboração de politicas de saúde publica que visem minimizar os efeitos de eventos adversos acontecidos no inicio da vida sobre a saúde física e mental tanto da mãe quanto da criança. / Mammals are not born with fully developed nervous system, and the first days of life represent a critical stage in the development of this system. In fact, at this stage, the brain is undergoing many fundamental processes such as functional organization of neural networks, neuronal proliferation, migration, differentiation, gliogenesis and myelination. In rats, a simple procedure such as "handling" the pups for a few minutes during the first week of life can decisively mark the development of the individual. Thus, neonatal handling has been widely used to examine the mechanisms by which environmental adversity can affect the development of the pups. Neonatal handling promotes a series of behavioral and neuroendocrine changes that are characterized primarily by a decrease of fear and stress responses in the adult. Although many authors characterize the handling procedure as a positive intervention, it is also associated with severe deficits in social and reproductive behaviors of the offspring that appear early during development and persist into adulthood. Apart from its effect on the pups, studies have shown that interventions in the offspring during the neonatal period can also induce long lasting effects in the maternal stress response, but this subject is still little explored in the literature Therefore, in the first part of this thesis, we will study the effects of neonatal handling on the mother-pups’ bond formation, trying to associate changes in maternal behavior over the first 10 days postpartum with the preference for the odor of the nest in pups tested the Y maze. The second part of this thesis will address the effects of neonatal handling on the acute and chronic stress response in dams that had their pups handled. For this purpose, we submitted mothers of control and manipulated groups after weaning to: stress (restraint 1h/day for 7 days) or no stress (no intervention after weaning) and tested the animals using the forced swim test to observe changes in emotional response. We also measured plasma BDNF and corticosterone levels after the test and the adrenals’ weight to verify the effect of handling on the dam’s stress response. The results of this thesis show that neonatal handling affects the structure of maternal behavior, changing the behavioral sequence and synchrony of the mother with her pups, which could be in part the cause of the altered social behaviors observed in handled pups, especially in females. Moreover, we observed that handling affects the dam´s response to stress (acute and chronic), and may alter the emotional response of the dams increasing the susceptibility to developing psychiatric disorders such as depression at least in response to acute stress These results reinforce the idea that investigating the long lasting effects of handling not only in the young, but also in the dam’s physiology becomes an important tool for the development of clinical studies, aiming at exploring the existence of similar effects in humans. The final goal will be the elaboration of public health policy to minimize the effects of early life adverse events on physical and mental health of both mothers and their children.
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Provocação social na díade mãe-filhote: efeitos da ontogenia no comportamento social da proleHenriques, Thiago Pereira January 2014 (has links)
As duas primeiras semanas de vida em ratos são críticas para o desenvolvimento, pois os animais são suscetíveis a influências ambientais. Diversos parâmetros neuroendócrinos e comportamentais podem ser influenciados, a curto e a longo prazo, pelas interações com a mãe, assim como por estressores. Entre esses estressores, um ambiente precoce socialmente aversivo pode alterar os comportamentos sociais, a ansiedade e as respostas neuroendócrinas ao estresse em adultos. O foco deste trabalho foi investigar o impacto do paradigma de provocação social na díade mãe-filhote sobre os comportamentos sociais e as respostas hormonais da prole em três idades. A provocação social foi realizada nos dias pós-natais (PP) 2 e 5. O comportamento maternal das lactantes foi registrado em PP3, 4, e 6. Os filhotes foram submetidos ao teste de preferência olfatória em PP7, o comportamento de brincadeira em juvenis foi registrado em PP30 e os ratos adultos (a partir de PP80) foram submetidos aos testes de campo aberto, labirinto em cruz elevado e interação social. Os adultos também foram expostos ao estresse por contenção (PP90). Os resultados mostraram que a intervenção aumentou a presença das mães no ninho. A intervenção reduziu o tempo gasto pelos filhotes no lado da maravalha do ninho, reduziu os níveis plasmáticos de ocitocina e prolactina, porém, aumentou os níveis de arginina-vasopressina. Nos juvenis, a intervenção reduziu a brincadeira de luta e os níveis plasmáticos de arginina-vasopressina. Nos adultos, a intervenção não levou a alterações na ansiedade e nas respostas hormonais ao estresse, porém, reduziu a latência para os comportamentos agressivos e os níveis plasmáticos basais de ocitocina. Conforme observado nas lactantes e nos neonatos, a provocação social levou a uma alteração da relação mãe-filhote, afetando, também, hormônios relacionados ao comportamento afiliativo em neonatos. Da mesma forma, a redução da brincadeira de luta em juvenis expostos à intervenção neonatal pode ter ocorrido devido à alteração da argininavasopressina, hormônio envolvido nesse comportamento. Apesar da intervenção não ter alterado a ansiedade e as respostas hormonais ao estresse em adultos, afetou de maneira específica o comportamento agressivo, reduzindo a sua latência. Este achado pode ser relacionado à ocitocina diminuída, conhecida por ter efeitos antiagressivos. Logo, sugerimos que a provocação social altere, tanto de forma precoce quanto duradoura, os comportamentos sociais, assim como os hormônios responsáveis pela modulação desses parâmetros. / The first two weeks of life in rats are critical for development because the animals are susceptible to environmental influences. A variety of neuroendocrine and behavioral parameters may be influenced in a short or long lasting way by the interactions with the mother as well as by stressors. Among these stressors, a socially aversive environment may alter social behaviors, anxiety and neuroendocrine responses to stress in adult subjects. The focus of this work was to investigate the impact of the social instigation paradigm on motherlitter dyad over social behaviors and hormonal responses in rats at 3 ages. Social instigation was carried out at postpartum days (PP) 2 and 5. Maternal behavior from lactating rats was registered at PP3, 4 and 6. Pups were submitted to the nest odor preference test at PP7, play behavior was registered in juveniles at PP30, and adult rats (starting at PP80) were submitted to the open field, elevated plus maze and social interaction tests. Adult rats were also submitted to restraint stress. Results show that the intervention increased presence in nest of lactating rats. The intervention reduced time spent on nest bedding side in pups, decreased oxytocin and prolactin plasma levels, however, increased arginine-vasopressin levels. Juveniles submitted to the neonatal intervention had reduced play-fighting frequencies and arginine-vasopressin levels. In adults, the intervention has not altered anxiety and hormonal responses to stress, however, it decreased the latency for aggressive behaviors, as well as oxytocin basal levels. According to the outcomes observed in lactating rats and pups, social instigation altered mother-infant relationship, as well as levels of hormones involved in affiliative behavior in neonatal rats. Similarly, the reduced play-fighting in juveniles exposed to the intervention may be related to the decreased arginine-vasopressin levels, which is a hormone involved in such behavior. In spite of the intervention having not altered the anxiety and hormonal responses to stress in adult rats, it altered in a specific manner the aggressive behavior, reducing its latency. This finding may be related to the decreased oxytocin levels, which is a hormone known to have antiaggressive effects. Thus, we suggest that social instigation impairs early to late social behaviors, as well as the hormones responsible for the modulation of such parameters.
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