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Níveis séricos de insulin-like growth factor I no período neonatal em recém-nascidos de muito baixo peso

Silva, Regina Paula Guimarães Vieira Cavalcante da January 2006 (has links)
Resumo: Introdução: A Retinopatia da Prematuridade (ROP) é uma doença que ocorre na retina incompletamente vascularizada de recém-nascidos prematuros e que constitui causa importante de cegueira na infância. Recentemente foi demonstrado que os baixos níveis séricos de insulin-like growth factor I (IGF-I) estão associados à ROP ao interferir com o desenvolvimento vascular da retina humana. Objetivos: (a) caracterizar a ROP em recém-nascidos de muito baixo peso quanto à prevalência e fatores de risco; (b) determinar os níveis séricos de IGF-I nestes recém-nascidos e (c) avaliar a influência dos níveis séricos de IGF-I sobre a ocorrência de ROP. Métodos: Estudo longitudinal, observacional e prospectivo, que incluiu recém-nascidos com peso de nascimento < 1500 g e idade gestacional < 34 semanas, admitidos nas primeiras 24 horas de vida. Amostras de sangue foram obtidas a partir do cordão umbilical ao nascimento e do material excedente nas coletas para outros exames laboratoriais durante a internação hospitalar. Resultados: Entre março/2004 e agosto/2005 foram incluídos 60 recém-nascidos, cuja média de idade gestacional foi de 29,15 + 1,87 semanas e de peso de nascimento de 1087,08 + 197,62 g. Treze (21,67%) pacientes receberam o diagnóstico de ROP. Na análise univariada, mostraram-se associados ao risco de ROP: a menor idade gestacional e peso ao nascimento; a menor freqüência de acompanhamento pré-natal; a maior freqüência do diagnóstico de SDR, de asfixia perinatal, de 5 ou mais episódios de infecção e de HPIV; os maiores tempos totais de oxigenioterapia e suporte ventilatório; o uso mais freqüente de surfactante e de dexametasona; a idade mais precoce da primeira e mais tardia da última hemotransfusão; a permanência mais prolongada em NPT e o menor ganho ponderal pós-natal. Destes, apenas a idade gestacional ao nascimento mostrouse significativa para o risco de ROP após análise de regressão logística multivariada (OR = 0,32 IC 95% = 0,10 - 0,92, p = 0,04). Os níveis séricos de IGF-I apresentaram uma diminuição significativa após o nascimento, atingindo valores mínimos na 1ª semana de vida, com elevação progressiva após a 2a semana de vida. As concentrações de IGF-I foram significativamente maiores na 4a semana de vida no grupo sem ROP (16,00 g/L), quando comparado ao grupo com ROP (8,00 g/L, p = 0,01). No grupo com ROP não se observou elevação significativa dos níveis de IGF-I após o nascimento, com medianas de IGF-I de 8,00 g/L, 13,50 g/L, 10,00 g/L, 8,00 g/L e 13,00 g/L, respectivamente na 1ª, 2ª, 3ª e 4ª semanas de vida e após o 28º dia de vida. Já no grupo sem ROP houve elevação significativa dos níveis de IGF-I ( 7,50 g/L, 10,00 g/L, 13,50 g/L, 16,00 g/L e 19,00 g/L, respectivamente, p = 0,001). A concentração sérica de IGF-I na 4ª semana de vida mostrou-se significativa para o risco de ROP na análise de regressão logística multivariada (OR = 0,78 IC 95% = 0,61 a 0,97, p = 0,04). O risco relativo de ROP quando as concentrações séricas de IGF-I na 4a semana de vida eram < 13 g/L foi de 2,70 (IC 95% = 1,11 a 6,59). Conclusões: A prevalência de ROP em recém-nascidos de muito baixo peso foi de 21,67%. A idade gestacional ao nascimento e a concentração sérica de IGF-I na 4a semana de vida foram os fatores de risco mais importantes para ROP. Os níveis séricos de IGF-I aumentaram nas primeiras semanas de vida nos recém-nascidos sem ROP, o que não ocorreu nos recém-nascidos com ROP. Menores concentrações séricas de IGF-I e a ausência de aumento destas após o nascimento parecem estar relacionadas à ROP.

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