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Avaliação comportamental e neurobiológica da memória no lagarto Tropidurus hispidus (SPIX, 1825 ; Squamata : Tropiduridae) / Behavioral and neurobiological evaluation of memory in lizard Tropidurus hispidus (Spix, 1825; Squamata: Tropiduridae)

Santos, Luciano de Gois 23 May 2016 (has links)
In the group of reptiles, the ability to form memories is still much discussed and neuroanatomical data have suggested the existence of homologies between the areas of the hippocampus and amygdala of mammals and correlated structures of the telencephalon of reptiles. However, there is little functional evidence of these structures in reptiles to give support to this proposal homology. Faced with this situation, this study aimed to conduct a behavioral and neurobiological evaluation of memory in lizards species Tropidurus hispidus. For this, were used 50 lizards adult males, which after 4 days of accommodation were distributed in two experiments: the Experiment 1, aversive memory (n = 40); and the Experiment 2, spatial memory (n = 10). In Experiment 1, the animals were divided into three groups (Control, n = 8; Neutral Stimulus, n = 16; Aversive Stimulus, n = 16). The Control group did not participate in the behavioral steps, since the Neutral Stimulus group was exposed to an empty metal cage, while the Aversive Stimulus group was exposed to a domestic cat. Then all the animals in the Control group and half of the animals Neutral Stimulus and Stimulus Aversive groups had their brains perfused with paraformaldehyde 4% for subsequent analysis. The remaining animals of Neutral and Aversive Stimulus groups returned to the accommodation terrarium and, after 24 hours, passed by a rechallenge to local display of the stimulus, then also had their brains perfused with paraformaldehyde 4%. After fixation, brains were all collected subjected to a imustotoquímica detection technique the ZIF-268, a protein involved in mediating plasticity which occurs during memory formation. We found that during exposure to cat lizards of Aversive Stimulus group had a higher freezing time (p <0.001) and a smaller number of initiated movements (p <0.001) and visited quadrants (p <0.001) when compared with Neutral Stimulus group. Also found that during the re-exposure to aversive environment, the animals Aversive Stimulus group had a higher freezing time (p <0.001) and a smaller number of initiated movements (p <0.001) and visited quadrants (p <0.001), suggesting so that exposure to cat served adequately as an aversive stimulus. There was also an increase in the number of Zif-268 positive cells in regions of the reptilian hippocampus and amygdala lizards Stimulus Aversive group during exposure to cat (p = 0.005 and p = 0.039, respectively) and on re-exposure to aversive context (p = 0.001 and p = 0.009, respectively). In experiment 2, lizards underwent an adaptation of the Morris water maze, where 3 times a day for 19 days, the animals had performed attempts to find a submerged platform. We found a negative correlation (p = 0.012) the time to reach the platform and over the days, indicating an improvement in the performance of lizards in the task. Thus, the present study provided evidence that males of T. hispidus are capable of forming aversive and spatial memories, and that there is an involvement of the hippocampus and amygdala in aversive memory. / No grupo dos répteis, a capacidade de formar memórias é ainda muito discutida e dados neuroanatômicos têm sugerido a existência de homologias entre as áreas do hipocampo e amígdala de mamíferos e estruturas correlatas no telencéfalo de répteis. Contudo, existem poucas evidências funcionais dessas estruturas reptelianas para que forneçam suporte a essa proposta de homologia. Diante de tal conjuntura, esse trabalho teve como objetivo realizar uma avaliação comportamental e neurobiológica da memória em lagartos da espécie Tropidurus hispidus. Para isso foram utilizados 50 lagartos machos adultos, que após 4 dias de acomodação, foram distribuídos em dois experimentos: o Experimento 1, de memória aversiva (n=40); e o Experimento 2, de memória espacial (n=10). No Experimento 1 os animais foram divididos em três grupos (Controle, n=8; Estímulo Neutro, n=16; Estímulo Aversivo, n=16). O grupo controle não participou das etapas comportamentais, já o grupo Estímulo Neutro foi exposto a uma gaiola metálica vazia, enquanto o grupo Estímulo Aversivo foi exposto a um gato doméstico. Em seguida, todos os animais do grupo Controle e metade dos animais dos grupos Estímulo Neutro e Estímulo Aversivo tiveram seus cérebros perfundidos com paraformaldeido 4% para posterior análise. Os animais restantes dos grupos Estímulo Neutro e Estímulo Aversivo foram colocados de volta no terrário de acomodação e após 24 horas passaram por uma reexposição ao local da exibição dos estímulos, então também tiveram seus cérebros perfundidos com paraformaldeido 4%. Após a fixação, todos os cérebros coletados foram submetidos a uma técnica de detecção imustotoquímica de Zif-268, uma proteína envolvida na mediação da plasticidade que ocorre durante a formação de memórias. Verificamos que, durante a exposição ao gato, os lagartos do grupo Estímulo Aversivo apresentaram um maior tempo de congelamento (p<0,001) e um menor número de deslocamentos iniciados (p<0,001) e de quadrantes visitados (p<0,001), quando comparados com o grupo Estímulo Neutro. Verificamos também que, durante a reexposição ao contexto aversivo, os animais do grupo Estímulo Aversivo apresentaram um maior tempo de congelamento (p<0,001) e um menor número de deslocamentos iniciados (p<0,001) e de quadrantes visitados (p<0,001), sugerindo assim que a exposição ao gato atuou adequadamente como um estímulo aversivo. Observou-se também um aumento do número de células Zif-268 positivas nas regiões do hipocampo reptiliano e na amígdala dos lagartos do grupo Estímulo Aversivo, durante a exposição ao gato (p=0,005 e p=0,039, respectivamente) e na reexposição ao contexto aversivo (p=0,001 e p=0,009, respectivamente). No experimento 2, os lagartos foram submetidos a uma adaptação do labirinto aquático de Morris, onde, 3 vezes por dia, durante 19 dias, os animais realizaram tentativas de encontrar uma plataforma submersa. Constatamos uma correlação negativa (p=0,012) do tempo para chegar à plataforma e o passar dos dias, indicando uma melhoria no desempenho dos lagartos na tarefa. Assim, o presente estudo forneceu indícios que machos de T. hispidus são capazes de formar memórias aversivas e espaciais, e que há um envolvimento do hipocampo e amígdala na memória.

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