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Mémoire et dystopie : l'utilisation politique de la mémoire dans le roman 1984 de George Orwell

Bélanger-Marchand, Frédéric January 2009 (has links) (PDF)
À partir du roman 1984 de George Orwell, nous entendons montrer la relation entre la mémoire et la dystopie afin d'expliciter le lien qui existe entre les facultés mnésiques et leurs incidences sur une oeuvre de fiction à visée politique. Chez Orwell, les récupérations historiques d'événements avérés, les mises en abîmes tirées de la tradition de l'utopie et l'utilisation du langage sont représentatives d'une tendance à voir dans le passé les possibilités d'un à-venir autre. La manipulation des mémoires individuelle et collective par un régime totalitaire devient la voie privilégiée pour asseoir un pouvoir sur le social. Cependant, c'est également la mémoire qui permet à l'individu de s'échapper du cauchemar sociétal en lui inspirant des rêves compensatoires et en lui insufflant le désir d'oeuvrer concrètement au renversement de l'ordre établi. La mémoire permet ainsi l'émergence d'une altérité en fournissant les références d'un passé différent du présent qui alimenteront une critique du totalitarisme et, ultimement, contribueront à l'avènement d'un monde meilleur. La réappropriation d'une mémoire du passé devient, par conséquent, le moteur d'une écriture visant à définir l'horizon possible de l'avenir. Dans ce contexte, le passé s'avère être à la fois un enjeu primordial pour la domination totale et l'essence d'une résistance pour assurer à l'humanité l'espoir et l'avenir de la liberté. ______________________________________________________________________________ MOTS-CLÉS DE L’AUTEUR : Littérature, Mémoire, Dystopie, Totalitarisme. George Orwell: 1984.
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From allegory into symbol : revisiting George Orwell's Animal Farm and Nineteen Eighty-Four in the light of 21 st century views of totalitarianism

Pelissioli, Marcelo January 2008 (has links)
Os primeiros textos do escritor inglês George Orwell consideram o apelo do ideário comunista, ao passo que seus dois últimos romances, A Revolução dos Bichos (publicado em 1946) e 1984 (publicado em 1949) se contrapõem radicalmente a esse regime. Ao longo da segunda metade do século XX, foi-se estabelecendo a mística de uma forte ligação entre a obra de Orwell e o histórico do regime comunista, de modo que, com a queda do Comunismo, o desinteresse pelo assunto parece haver provocado uma diminuição no conceito dos méritos do escritor. O argumento da presente dissertação é que estamos frente a um momento nevrálgico no desenrolar da fortuna crítica de George Orwell, no qual a leitura alegórica feita até aqui deve ser substituída pela leitura simbólica, para que os textos do autor possam transcender à derrocada do movimento Comunista, sustentando-se na estética de sua literariedade e na atemporalidade de seu apelo ético. Em outras palavras, não é o texto de Orwell que precisa ser mudado, e sim, o ângulo de abordagem daqueles que constroem a fortuna crítica do autor, pois as referências temporais desgastadas diminuem a potencialidade interpretativa das obras. Um ponto comum que permanece, e que transpassa a obra literária de Orwell, é a opressão exercida por quaisquer sistemas políticos que possam ter atitudes consideradas totalitárias. Esta observação não remete apenas ao sistema comunista, mas também ao imperialista, ao autocrático, e até mesmo ao democrático. Orwell demonstra que um sistema não é totalitário por si só, mas através de suas atitudes em relação ao povo. Se, na época de seus lançamentos, a temática totalitária foi relacionada ao comunismo, tomando-se os textos como alegorias irreversíveis do discurso anti-comunista, a queda daquele regime, ou sua gradual abertura a práticas capitalistas, não basta para condenar as obras de Orwell ao anacronismo, descartando maiores possibilidades interpretativas. Ao propor uma releitura de A Revolução dos Bichos e 1984 substituindo as referências ao comunismo por qualquer tipo de prática totalitária — e concentrar o foco das observações no que é simbólico, ao invés de alegórico — acredito estar cumprindo minha parte neste processo de resgate da fortuna crítica de um escritor que considero ser um dos mais honestos e competentes de seu tempo. / The first texts of the English writer George Orwell approach the appeal of Communist views; however, his two last novels, Animal Farm (published in 1946) and Nineteen Eighty-Four (published in 1949) radically oppose this regime. Along the second half of the 20th century , strong bonds were established between Orwell’s works and the history of the Communist regime, however, with the fall of Communism, the lack of interest for the subject seems to have generated a diminution in the merits and recognition of the writer. The argumentation of this thesis is that we have been facing a central moment in the unfolding of George Orwell’s critical heritage, in which the allegorical reading done so far must be replaced by the symbolical reading, so that the texts of the author can transcend the fall of the Communist movement, supported by the esthetic of the literariety and atemporality of their ethic appeal. In other words, it is not the text of Orwell which must be changed, but the angle of the approach of those who build the author’s critical heritage, because outdated temporal references impair the interpretative possibility of the works. A remaining point that seems to cross all Orwell’s literary works is the oppression exerted by any political systems that can have attitudes considered totalitarian ones. This remark does not address only the Communist system, but also the Imperialist, the autocratic and even the Democratic ones. Orwell demonstrates that a system is not totalitarian on its own, but through its manifestations towards people. If, at the age of their launchings, the totalitarian theme was connected to Communism, taking the texts as irreversible allegories of the anti-Communist discourse, the fall of that regime, or its gradual opening to Capitalist practices, is not enough to condemn Orwell’s works to anachronism, discharging more comprehensive interpretative possibilities. I believe that, by proposing a new reading of Animal Farm and Nineteen Eighty-Four, replacing the references to Communism for references to any kind of totalitarian practice--, and concentrating the focus of the observation on what is symbolical – I will be doing my part in this process of rescuing the critical heritage of a writer who I consider one of the most honest and competent authors of his time.
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From allegory into symbol : revisiting George Orwell's Animal Farm and Nineteen Eighty-Four in the light of 21 st century views of totalitarianism

Pelissioli, Marcelo January 2008 (has links)
Os primeiros textos do escritor inglês George Orwell consideram o apelo do ideário comunista, ao passo que seus dois últimos romances, A Revolução dos Bichos (publicado em 1946) e 1984 (publicado em 1949) se contrapõem radicalmente a esse regime. Ao longo da segunda metade do século XX, foi-se estabelecendo a mística de uma forte ligação entre a obra de Orwell e o histórico do regime comunista, de modo que, com a queda do Comunismo, o desinteresse pelo assunto parece haver provocado uma diminuição no conceito dos méritos do escritor. O argumento da presente dissertação é que estamos frente a um momento nevrálgico no desenrolar da fortuna crítica de George Orwell, no qual a leitura alegórica feita até aqui deve ser substituída pela leitura simbólica, para que os textos do autor possam transcender à derrocada do movimento Comunista, sustentando-se na estética de sua literariedade e na atemporalidade de seu apelo ético. Em outras palavras, não é o texto de Orwell que precisa ser mudado, e sim, o ângulo de abordagem daqueles que constroem a fortuna crítica do autor, pois as referências temporais desgastadas diminuem a potencialidade interpretativa das obras. Um ponto comum que permanece, e que transpassa a obra literária de Orwell, é a opressão exercida por quaisquer sistemas políticos que possam ter atitudes consideradas totalitárias. Esta observação não remete apenas ao sistema comunista, mas também ao imperialista, ao autocrático, e até mesmo ao democrático. Orwell demonstra que um sistema não é totalitário por si só, mas através de suas atitudes em relação ao povo. Se, na época de seus lançamentos, a temática totalitária foi relacionada ao comunismo, tomando-se os textos como alegorias irreversíveis do discurso anti-comunista, a queda daquele regime, ou sua gradual abertura a práticas capitalistas, não basta para condenar as obras de Orwell ao anacronismo, descartando maiores possibilidades interpretativas. Ao propor uma releitura de A Revolução dos Bichos e 1984 substituindo as referências ao comunismo por qualquer tipo de prática totalitária — e concentrar o foco das observações no que é simbólico, ao invés de alegórico — acredito estar cumprindo minha parte neste processo de resgate da fortuna crítica de um escritor que considero ser um dos mais honestos e competentes de seu tempo. / The first texts of the English writer George Orwell approach the appeal of Communist views; however, his two last novels, Animal Farm (published in 1946) and Nineteen Eighty-Four (published in 1949) radically oppose this regime. Along the second half of the 20th century , strong bonds were established between Orwell’s works and the history of the Communist regime, however, with the fall of Communism, the lack of interest for the subject seems to have generated a diminution in the merits and recognition of the writer. The argumentation of this thesis is that we have been facing a central moment in the unfolding of George Orwell’s critical heritage, in which the allegorical reading done so far must be replaced by the symbolical reading, so that the texts of the author can transcend the fall of the Communist movement, supported by the esthetic of the literariety and atemporality of their ethic appeal. In other words, it is not the text of Orwell which must be changed, but the angle of the approach of those who build the author’s critical heritage, because outdated temporal references impair the interpretative possibility of the works. A remaining point that seems to cross all Orwell’s literary works is the oppression exerted by any political systems that can have attitudes considered totalitarian ones. This remark does not address only the Communist system, but also the Imperialist, the autocratic and even the Democratic ones. Orwell demonstrates that a system is not totalitarian on its own, but through its manifestations towards people. If, at the age of their launchings, the totalitarian theme was connected to Communism, taking the texts as irreversible allegories of the anti-Communist discourse, the fall of that regime, or its gradual opening to Capitalist practices, is not enough to condemn Orwell’s works to anachronism, discharging more comprehensive interpretative possibilities. I believe that, by proposing a new reading of Animal Farm and Nineteen Eighty-Four, replacing the references to Communism for references to any kind of totalitarian practice--, and concentrating the focus of the observation on what is symbolical – I will be doing my part in this process of rescuing the critical heritage of a writer who I consider one of the most honest and competent authors of his time.
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From allegory into symbol : revisiting George Orwell's Animal Farm and Nineteen Eighty-Four in the light of 21 st century views of totalitarianism

Pelissioli, Marcelo January 2008 (has links)
Os primeiros textos do escritor inglês George Orwell consideram o apelo do ideário comunista, ao passo que seus dois últimos romances, A Revolução dos Bichos (publicado em 1946) e 1984 (publicado em 1949) se contrapõem radicalmente a esse regime. Ao longo da segunda metade do século XX, foi-se estabelecendo a mística de uma forte ligação entre a obra de Orwell e o histórico do regime comunista, de modo que, com a queda do Comunismo, o desinteresse pelo assunto parece haver provocado uma diminuição no conceito dos méritos do escritor. O argumento da presente dissertação é que estamos frente a um momento nevrálgico no desenrolar da fortuna crítica de George Orwell, no qual a leitura alegórica feita até aqui deve ser substituída pela leitura simbólica, para que os textos do autor possam transcender à derrocada do movimento Comunista, sustentando-se na estética de sua literariedade e na atemporalidade de seu apelo ético. Em outras palavras, não é o texto de Orwell que precisa ser mudado, e sim, o ângulo de abordagem daqueles que constroem a fortuna crítica do autor, pois as referências temporais desgastadas diminuem a potencialidade interpretativa das obras. Um ponto comum que permanece, e que transpassa a obra literária de Orwell, é a opressão exercida por quaisquer sistemas políticos que possam ter atitudes consideradas totalitárias. Esta observação não remete apenas ao sistema comunista, mas também ao imperialista, ao autocrático, e até mesmo ao democrático. Orwell demonstra que um sistema não é totalitário por si só, mas através de suas atitudes em relação ao povo. Se, na época de seus lançamentos, a temática totalitária foi relacionada ao comunismo, tomando-se os textos como alegorias irreversíveis do discurso anti-comunista, a queda daquele regime, ou sua gradual abertura a práticas capitalistas, não basta para condenar as obras de Orwell ao anacronismo, descartando maiores possibilidades interpretativas. Ao propor uma releitura de A Revolução dos Bichos e 1984 substituindo as referências ao comunismo por qualquer tipo de prática totalitária — e concentrar o foco das observações no que é simbólico, ao invés de alegórico — acredito estar cumprindo minha parte neste processo de resgate da fortuna crítica de um escritor que considero ser um dos mais honestos e competentes de seu tempo. / The first texts of the English writer George Orwell approach the appeal of Communist views; however, his two last novels, Animal Farm (published in 1946) and Nineteen Eighty-Four (published in 1949) radically oppose this regime. Along the second half of the 20th century , strong bonds were established between Orwell’s works and the history of the Communist regime, however, with the fall of Communism, the lack of interest for the subject seems to have generated a diminution in the merits and recognition of the writer. The argumentation of this thesis is that we have been facing a central moment in the unfolding of George Orwell’s critical heritage, in which the allegorical reading done so far must be replaced by the symbolical reading, so that the texts of the author can transcend the fall of the Communist movement, supported by the esthetic of the literariety and atemporality of their ethic appeal. In other words, it is not the text of Orwell which must be changed, but the angle of the approach of those who build the author’s critical heritage, because outdated temporal references impair the interpretative possibility of the works. A remaining point that seems to cross all Orwell’s literary works is the oppression exerted by any political systems that can have attitudes considered totalitarian ones. This remark does not address only the Communist system, but also the Imperialist, the autocratic and even the Democratic ones. Orwell demonstrates that a system is not totalitarian on its own, but through its manifestations towards people. If, at the age of their launchings, the totalitarian theme was connected to Communism, taking the texts as irreversible allegories of the anti-Communist discourse, the fall of that regime, or its gradual opening to Capitalist practices, is not enough to condemn Orwell’s works to anachronism, discharging more comprehensive interpretative possibilities. I believe that, by proposing a new reading of Animal Farm and Nineteen Eighty-Four, replacing the references to Communism for references to any kind of totalitarian practice--, and concentrating the focus of the observation on what is symbolical – I will be doing my part in this process of rescuing the critical heritage of a writer who I consider one of the most honest and competent authors of his time.

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