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Estratigrafia de seqüências : uso da icnologia, dos argilominerais e da geoquímica em rochas de idade permiana na Bacia do Paraná, Região de Lauro Müller (SC), Brasil

Teixeira, Antonio Bernardo Rebelo January 1999 (has links)
A Icnologia, os Argilominerais e a Geoquímica foram integradas aos estudos de Associação Faciológica com objetivo de testá-las como ferramentas auxiliares na caracterização de Seqüências Deposicionais, segundo os conceitos da Estratigrafia de Seqüências (sentido Exxon). Para isso, foi selecionado o intervalo estratigráfico, compreendido do Sakmariano ao Kunguriano (Permiano), correspondente às formações Rio do Sul, Rio Bonito e base da Formação Palermo. A área de estudo está situada na borda leste da Bacia do Paraná, nos municípios de Orleans e Lauro Müller, região sul do estado de Santa Catarina. Como metodologia de trabalho, foi selecionado um arcabouço estratigráfico considerando uma hierarquia de eventos de 3a e 4a ordem, inseridos em um evento de 2a ordem, correspondente a uma superseqüência. Para isso, foram selecionados dez afloramentos, e os poços PB-18 e PB-20, com testemunhos, totalizando 500 m. Foram interpretadas seis associações faciológicas, representadas, da base para o topo, por rochas glácio-marinha, plataforma marinha dominada por ondas com estrutura “hummocky”, arenito de “shoreface” médio/superior, bioturbados, pelitos marinho/marinhos marginais, flúvio-estuarino e ilha de barreira/laguna. Admitiu-se ainda a formação de vales incisos para as região de Lauro Müller e para a área do poço RL-6, a partir da deposição das rochas flúvio-estuarinas. O uso da Icnologia limitou-se à interface entre o topo da formação Rio do Sul e a base do Membro Triunfo da Formação Rio Bonito, onde a identificação da Icnofábrica de Glossifungites auxiliou na delimitação de limites de seqüência de alta freqüência. Além disso, foram reconhecidas, o predomínio das Icnofábricas de Thalassinoides e Teichichnus e, secundariamente, Planolites, Ophiomorpha, Arenicolites, Cylindrichnus, Monocraterion, Diplocraterion e Rosselia, permitindo posicionar a interface entre estas formações na Icnofácies Skolithos/Cruziana. Helminthopsis, Condrites e Palaeophycus passam a predominar quando da presença de subambientes mais restritos tipo baías e lagunas. Os argilominerais identificados foram a caolinita, a clorita, a ilita e o interestratificado ilita-esmectita (I-S) do tipo ordenado. O predomínio da clorita e da ilita, na Formação Rio do Sul e o da caolinita no Membro Siderópolis, indicam variações paleoclimáticas, onde, inicialmente, existiram condições mais frias e secas, passando para condições de clima mais quente e úmido. Os pelitos transgressivos do Membro Paraguaçu da Formação Rio Bonito foram caracterizados pelos valores relativos mais elevados do interestratificado I-S, e do SiO2 e Na2O e, os menores valores relativos do Al2O3, K2O, Fe2O3, MgO e TiO2. Interpretou-se uma proveniência detrítica para estes argilominerais sendo associados a minerais micáceos e feldspáticos. As relações V/(V+Ni) e V/Cr indicam condições paleoambientais restritas, de caráter redutor, praticamente para todo o intervalo estudado. A relação Sr/Ba mostrou-se boa indicadora de eventos transgressivos no PB-18 e no poço 1-TV-4-SC, perfurado em posição mais distal na bacia. Embora o uso da Taphonomia não tenha sido contemplada no objetivo inicial, a utilização da razão pólens/esporos foi satisfatória. Pulsos transgressivos de alta freqüência puderam também ser balizados pelas razões mais elevadas desta relação, havendo uma correlação razoável com as indicações advindas da curva da razão Sr/Ba. Integrando-se os resultados destas várias ferramentas foi possível dividir o intervalo estratigráfico no PB-18, em sete seqüências deposicionais de 4a ordem e, em cinco seqüências deposicionais, no PB-20. As variações encontradas nos estilos de estaqueamento estratigráfico entre as áreas perfuradas por estes poços, deve-se às variações locais no estilo tectono-sedimentar, dentro do modelo de bacias tipo “foreland” – parte distal, modelo este adotado para a sedimentação destas seqüências e que tiveram, na subsidência e no controle glácio-eustático, os agentes moduladores deste padrão estratigráfico.
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Paleobotânica e palinologia dos depósitos eopermianos do paleovale Mariana Pimentel, Rio Grande do Sul, Brasil (Formação Rio Bonito, Bacia do Paraná) : análise taxonômica e bioestratigráfica

Boardman, Daiana Rockenbach January 2011 (has links)
Os depósitos de carvão da porção sul-brasileiria da Bacia do Paraná são conhecidos pelo seu abundante e diversificado conteúdo macroflorístico típico da “Flora Glossopteris”, reconhecida em todo o Permiano do Gondwana. Muitos trabalhos sobre esta flora foram realizados nos estratos do Rio Grande do Sul, utilizando-se para isso de diferentes ferramentas e abordagens. Contudo, a carência de informações mais detalhadas a respeito dos espécimes publicados nestas contribuições, tais como, ausência de descrições/ilustrações, listas sinonímicas, informações estratigráficas, tornou-se inviável o uso direto destes dados para as localidades de interesse desta tese. O presente estudo oferece uma análise dos dados paleobotânicos e novos registros palinológicos para o Afloramento Quitéria e a Mina do Faxinal. Além disso, realizou-se uma análise integrativa entre estas localidades e o Afloramento Morro do Papaléo, associando-se dados oriundos da fito e palinoestratigrafia, da estratigrafia de sequências e de datações radiométricas para esta porção da bacia, visando um melhor entendimento e posicionamento cronoestratigráfico dos depósitos associados aos carvões do Paleovale Mariana Pimentel. A revisão do material paleobotânico registrou 15 táxons tanto no Afloramento Quitéria quanto na Mina do Faxinal. Foi registrada a presença de alguns táxons pela primeira vez neste trabalho, como Brasilodendron sp., no nível Quitéria Base, e Glossopteris browniana e Botrychiopsis plantiana, em Quitéria Topo. Gondwanostachys australis, em Quitéria Base, foi re-avaliada em Giridia quiteriensis. A listagem atualizada dos táxons presentes possibilitou confirmar a identificação da Zona Glossopteris/Rhodeopteridium nas duas localidades. Entre os palinomorfos foram documentados 69 táxons nos níveis do Afloramento Quitéria e 45 nos níveis da Mina do Faxinal. A análise destes conjuntos indicou similaridades para as duas localidades, com o domínio de esporos perante os grãos de pólen. A presença de Protohaploxypinus limpidus e Stellapollenittes talchirensis e a abundância de Granulatisporites austroamericanus e Converrucosisporites confluens no Afloramento Quitéria e a presença de Protohaploxypinus goraiensis e Illinites unicus na Mina do Faxinal possibilitaram assinalar a Subzona Protohaploxypinus goraiensis, Base da Zona Vittatina costabilis (ZVc) para estes depósitos. Nenhum elemento diagnóstico da Subzona Hamiapollenites karroensis foi registrado. Contudo, registraram-se raros espécimes de grãos de pólen marcadores da sobrejacente Zona Lueckisporites virkkiae (ZLv), tanto em Quitéria (Striatopodocarpites pantii e cf. Weylandites sp.) quanto na Mina do Faxinal (Lueckisporites virkkiae), os quais são aqui considerados como primeiros aparecimentos e característicos de um intervalo de transição entre as zonas ZVc e ZLv, corroborando trabalhos recentes. A ausência deste intervalo de transição na seção do Morro do Papaléo pode ser explicada por estar localidade encontrar-se situada na porção mais distal do paleovale, a qual teria sofrido um processo erosivo mais intenso com as mudanças do nível de base. Integrando os resultados aqui obtidos com os registrados para o Afloramento Morro do Papaléo foi possível correlacionar estratigraficamente as localidades junto a uma sequência de poços ao longo do Paleovale Mariana Pimentel. Ainda, os resultados foram comparados com os estudos recentemente realizados na região de Candiota, permitindo inferir que o limite de sequência SB3 atuou de forma diferenciada entre as duas regiões, erodindo de forma mais intensa os sedimentos no Paleovale Mariana Pimentel do que na região de Candiota. Comparando os resultados palinológicos e considerando a posição estratigráfica de cada localidade e as idades radiométricas registradas para a região de Candiota e na Mina do Faxinal, pode-se afirmar que: (I) a seção de Quitéria preservou sedimentos mais antigos em relação áqueles da região de Candiota, (II) a Mina do Faxinal preservou sedimentos levemente mais antigos em relação áqueles de Quitéria e (III) o Afloramento Morro do Papaléo registrou os níveis fossilíferos mais antigos dentre as localidades abordadas. / The coal deposits of the southern-brazilian Paraná Basin are known for their content macroflorístic abundant and diversified typical of the "Flora Glossopteris", recognized throughout the Permian of Gondwana. Many work about this flora were performed in strata of Rio Grande do Sul, using for it tools and approaches different. However, the lack of more detailed information about the published specimens of these contributions, such as lack of descriptions/ illustrations, lists synonyms, stratigraphic information, it became impossible the direct use of these data for the localities of interest in this thesis. The present study provides an analysis of paleobotanical data and new palynological records to the Quitéria Outcrop and the Faxinal Coalfield. In addition, there was an integrative analysis between these locations and the Morro do Papaléo Outcrop, associating data from the phyto and palinostratigraphy, sequences stratigraphy and radiometrical dating for this portion of the basin, aiming a better understanding and chronostratigraphy positioning of the deposits associated with coals of Mariana Pimentel Paleovalley. The review of the material paleobotanist recorded 15 taxa in both in the Quitéria Outcrop and Faxinal Coalfield. It was recorded the presence of some taxa for the first time in this work, as Brasilodendron sp., in Quitéria Base, and Glossopteris browniana and Botrychiopsis plantiana, in Quitéria Top. Gondwanostachys australis, described to Quitéria Base, was re-evaluated in Giridia quiteriensis. The updated list of present taxa enabled to confirm the identification of the Zone Glossopteris/ Rhodeopteridium in these two locations. Among the palynomorph were documented 69 taxa at the Quitéria Outcrop and 45 levels to theFaxinal Coalfield. The analysis of these assemblages showed similarities to the two locations, with the dominance of spores before the pollen grains. The presence of Protohaploxypinus limpidus and Stellapollenittes talchirensis and abundance of Granulatisporites austroamericanus and Converrucosisporites confluens at the Quitéria Outcrop and the presence of Protohaploxypinus goraiensis and Illinites unicus at the Faxinal Coalfield permitted assignment the Protohaploxypinus goraiensis Subzone, base of Vittatina costabilis Zone (VcZ) for these deposits. No element of the diagnostic of the Hamiapollenites karroensis Subzone was recorded. However, rare specimens of pollen grains markers of overlying Lueckisporites virkkiae Zone (LvZ) were recovered both in Quitéria (Striatopodocarpites panties and cf. Weylandites sp.) and the Faxinal Outcrop (Lueckisporites virkkiae), and they are considered here as first appearances, and characteristic of a transition interval between the zones and ZVc ZLV, confirming recent work. The absence of this transition interval in the section of the Morro Papaleo can be explained by locality is situated in the most distal portion of paleovale, which suffered a more intense erosion with changes in base level. Integrating the results obtained here with those recorded for the Morro do Papaléo was possible to correlate stratigraphically these localities on a sequence of wells along the Mariana Pimentel Paleovalley. Still, the results were compared with recent studies in the region of Candiota, allowing to infer the sequence boundary SB3 acted out differently between the two regions, eroding more intense in the sediments of the Mariana Pimentel Paleovalley that in the Candiota region. Comparing the palynological results and considering the stratigraphic position of each location and radiometric ages recorded for the Candiota and Faxinal Coalfield regions, one can affirm that (i) the section of Quitéria preserved older sediments in relation to those of the Candiota region, (II) Faxinal Coalfield preserved slightly older sediments in relation to those of Quitéria and (iii) the Morro Papaléo recorded the fossiliferous levels oldest among localities discussed.
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Estudo de cicloestratigrafia nos depósitos eopermianos do Grupo Itararé, Bacia do Paraná, nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, baseado em dados de testemunho e de perfis de raios gama

Silva, José Guilherme Rodrigues da January 2001 (has links)
O final da Glaciação Neopaleozóica está representado hoje no registro sedimentar da Bacia do Paraná pelas rochas do Grupo Itararé. No Estado do Rio Grande do Sul e no sudeste do Estado de Santa Catarina seus depósitos possuem idade eopermiana, datados desde o Asseliano até o Artinskiano. A partir de dados de testemunhos e de perfis de raios gama de dois poços, um em Santa Catarina (7-RL-04- SC) e outro no Rio Grande do Sul (IB-93-RS), perfurados para pesquisa de carvão pela CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais), foram feitas análises cicloestratigráficas com o intuito de determinar a existência e a natureza da possível ciclicidade induzida por fenômenos astronômicos presente nesses sedimentos glaciais (basicamente folhelhos e ritmitos). A distância entre as locações originais dos poços (cerca de 380 km) possibilitou testar a influência da indução astronômica em localidades distintas da bacia. Dois métodos de amostragem foram utilizados no estudo, de acordo com a escala dos dados e com a possível indução: os perfis de raios gama (191 m para o 7-RL-04-SC e 71 m para o IB-93-RS) foram digitalizados e amostrados em intervalos de 1 cm, com o intuito de testar a presença de indução pelos ciclos orbitais na escala de 20 mil a 400 mil anos, ou outros fenômenos indutores na escala de 3 mil a 10 mil anos, e os testemunhos foram escaneados nos intervalos com ritmitos, (1,2 m para o 7-RL-04-SC e 38 cm para o IB-93-RS) e transformados em dados em escala de cinza equiespaçados (0,2538 mm), objetivando a busca por ciclos anuais a milenares A análise harmônica pela transformada rápida de Fourier demonstrou a presença de ciclicidade em ambas as escalas: ciclos orbitais, com períodos de cerca de 17 mil a 100 mil anos, foram caracterizados em perfil e ciclos solares, com períodos de cerca de 22 a 1000 anos, foram evidenciados nos testemunhos. Os tempos de acumulação calculados para o poço 7-RL-04-SC nas duas escalas mostraram um alto grau de correlação (cerca de 9400 anos para o intervalo escaneado e aproximadamente 12600 para o mesmo intervalo nos dados do perfil), comprovando a eficiência dos métodos de obtenção dos dados e a utilidade da cicloestratigrafia como ferramenta de análise e refinamento cronoestratigráfico. Quanto às espessas seções de ritmitos, características do Grupo Itararé e presentes nos testemunhos, estas têm sido freqüentemente denominadas de varvitos ou referenciadas como semelhantes a varvitos na literatura. Porém os resultados mostraram que cada par de ritmitos foi depositado em períodos de vinte e dois anos, relacionados aos ciclos solares de Hale. A análise permitiu ainda o estudo das relações existentes entre várias variáveis, como a taxa e o tempo de acumulação, e a definição, na seção do poço 7-RL-04-SC, de seqüências deposicionais de terceira e de quarta ordem. Essas últimas são associadas à indução pelos ciclos orbitais de excentricidade e comparáveis aos períodos glaciais do Pleistoceno, sendo que as taxas de acumulação calculadas para os dados do poço, variando entre 5,2 a 9,3 cm/ka, são muito similares às taxas de acumulação do Pleistoceno. A análise também mostrou que a seção completa do Grupo Itararé no poço IB-93-RS corresponde apenas à cerca de meio ciclo de precessão (12342 anos). Como os dois fenômenos de indução astronômica detectados, os ciclos solares e os orbitais, afetam o clima de maneira global, certamente influenciaram a sedimentação em outros pontos da bacia.
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Evolução mineralógica da alteração laterítica em rochas vulcânicas básicas na borda sudeste da Bacia do Paraná (Rio Grande do Sul e Santa Catarina)

Oliveira, Marisa Terezinha Garcia de January 1995 (has links)
Perfis de alteração em basaltos com baixos teores de Ti02 (LTiB) da Parte Sudeste da Bacia do Paraná (SPB) associam-se a superfícies aplainadas, nos planaltos das Araucárias (Ab' Saber, 1973), entre altitudes de 950 m a 750 m (Vacaria) e 1000m a 920m (a Sul de Lages). Em domínios mais dissecados do relevo, que crescem de Este para Oeste, e nas encostas intensamente dissecadas destes planaltos a Sul (calha do rio Antas) e a Norte (calha do rio Pelotas), os perfis de alteração são truncados ou inexistentes. A associação dos perfis de alteração com superfícies geomorfológicamente mais antigas (aplainadas e elevadas) faz supor que o início dos processos de alteração seja correlativo às superfícies aplainadas, antigo e, provável mente, Terciário. As sequências de alteração mais completas localizam-se em morros de topo plano e apresentam as seguintes fácies: Rocha mãe, saprólito, alterito argiloso, alterito esferoidal, "stone line", coberturas móveis e solo atual. Químicamente os produtos de alteração intempérica dos basaltos são "lateritas" segundo definição de Schellmann (1981), com enriquecimento em Fe2D.3 e H20; perdas em Si02, FeO, MgO, CaO, Na20 e K20; prováveis pequenas perdas emA12D.3. No saprólito, os pedaços de rocha fragmentada permitiram a descrição das alterações hidrotermais refletidas nas para gêneses dos sítios intersticiais, constitui dos por materiais cristalinos e criptocristalinos. Os cristais de titanomagnetita aparecem com manchas azuis irregulares que sugerem variações cristaloquímicas contínuas dentro de um mesmo cristal, típicas da maghemitização. O alterito argiloso é sede de pseudomorfoses dos minerais magmáticos e hidrotermais. Esmectitas, ocupam os sítios das camadas mistas hidrotermais; halloysitas 7 e 10 Á são dominantes nos plasmas das pseudomorfoses de plagioclásios e plasmas ricos em ferro e sílica predominam nas pseudomorfoses de piroxênios. Observa-se a transição halloysita -caolinita desordenada rica em ferro estrutural nas partes superiores do conjunto. Os plasmas secundários são silico-aluminosos, nas partes baixas do conjunto, e predominantemente opacos no topo. Estes plasmas constituem-se de halloysita, litioforita (ou plasma rico em Mn), goethita e maghemita. O alterito esferoidal apresenta o núcleo de rocha e um córtex de cor amarelo -alaranjada em que se verifica a presença dominante da goethita aluminosa. Secundáriamente, aparecem cristobalita, maghemita e gibbsita. As coberturas móveis, são constitui das de plasma caolinítico e plasmas ricos em hematita e goethita. Aparecem ainda grânulos, pisólitos e nódulos herdados de antigas couraças desmanteladas. Os minerais, formados em condições lateritizantes, são os filossilicatos halloysita 7Á e lOÁ, caolinita desordenada e os óxidos e hidróxidos, hematita, goethita, gibbsita e litioforita.Observou-se que a mineralogia de alteração está intimamente associada à textura da rocha original. Encontram-se, ainda, nestes horizontes de alteração intempérica, a cristobalita (metaestável) e a titanomaghemita. As titanomaghemitas identificadas nos saprólitos e alteritos apresentam as características de maghemitização: diminuição da taxa 32(Fe+ Ti)/O, aumento de lacunas na malha cristalina e diminuição do parâmetro ~. Mg diminui com o intemperismo, Mn e AI se concentram nas fases magnéticas. A halloysita 7Á predomina sobre a lOÁ, na fração < 2Jlm, do alterito argiloso, alterito esferoidal e no sistema fissural. A caolinita predomina no horizonte "tacheté". No alterito esferoidal, ocorre também caolinita e esmectita. As argilas halloysíticas apresentam quatro morfologias: esferas, tubos, lamelas planares e cones. A halloysita forma-se preferencialmente à caolinita no córtex de alteração do alterito esferoidal e na fácies argilosa, constituindo um primeiro estágio de intemperismo. Os tubos e cones têm os menores teores de Fe2Ü3 enquanto as halloysitas planares têm os mais altos teores de Fe2Ü3. O teor de Fe das partículas esferoidais é variado. Os óxidos e hidróxidos destes perfis caracterizaram variações da atividade a água, de atividade da sílica dissolvida e temperatura, refletindo as paleocondições (climáticas) de formação destas coberturas fósseis.
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Caracterização geoquímica e petrográfica dos produtos da hidropirólise (Rocha Hidropirolisada, betume e óleo expulso) em rochas geradas de petróleo das bacias do Paraná (Fm. Irati), Brasil e Puertollano, Espanha

Rondón, Noelia Del Valle Franco January 2007 (has links)
Experimentos de hidropirólise foram realizados em amostras de folhelho betuminoso da Formação Irati, Bacia do Paraná, Brasil, e em amostras de folhelho betuminoso e carvão da Bacia de Puertollano, Espanha, com o objetivo de estudar o potencial de geração de hidrocarbonetos, e determinar as mudanças na composição química e nos principais parâmetros geoquímicos e petrográficos, com o aumento da evolução térmica da matéria orgânica. O aumento do tempo nos experimentos de hidropirólise, usando a mesma temperatura máxima (350 ºC), promoveu uma maior transformação da matéria orgânica insolúvel em betume e óleo, em todas as amostras em estudo. Esta transformação parcial da matéria orgânica em hidrocarbonetos, foi evidenciada pelas tendências dos rendimentos obtidos dos produtos dos experimentos (betume e óleo), assim como pelas tendências observadas para os parâmetros geoquímicos de conteúdo de carbono orgânico total (COT), potencial de geração de hidrocarbonetos (pico S2), índice de hidrogênio (IH) e razão de tranformação da matéria orgânica em hidrocarbonetos (RT). Diferenças na concentração das frações saturadas e heteroatômicas (NSO) entre os betumes gerados durante a hidropirólise e os betumes originais das amostras de folhelho betuminoso em estudo, mostraram que os betumes gerados durante a hidropirólise com baixos tempos (0-6:30 horas) estavam menos enriquecidos na fração saturada, apróximando-se da composição química do betume original com o aumento do tempo dos experimentos (9-72 horas). Já para as amostras de carvão foram observadas variações na concentração da fração aromática com o aumento do tempo. A composição química dos óleos expulsos, para todas as amostras, mostrou-se mais enriquecida na fração saturada, enquanto que os betumes retidos na rocha estavam mais enriquecidos na fração mais pesada (NSO). Estas diferenças são atribuídas ao processo de expulsão do óleo da rocha ou migração primária, causada pela retenção preferencial da matriz mineral da rocha, das moléculas mais pesadas. O aumento do nível de maturação da matéria orgânica contida nos diferentes tipos de amostras em estudo, com o aumento do tempo nos experimentos, foi demonstrado pela tendência observada para os principais parâmetros geoquímicos e petrográficos usados como indicadores de nível de evolução térmica da matéria orgânica, assim como pelas variações nos perfis cromatográficos da fração saturada, determinados para cada tipo de amostra. Algumas razões de biomarcadores tais como: Pr/n-C17, Ph/n-C18, homohopano C32 22S/22SS+22R, esterano C29 20S/20S+20R e abb/abb+aaa, sugeriram que os produtos (betume e óleo) dos experimentos realizados por 0 horas, são mais imaturos que o betume extraído das amostras originais. Estes resultados são atribuídos na literatura às variações na composição química dos produtos da hidropirólise (betume e óleo) Diferenças significativas foram observadas na abundância relativa dos esteranos C27 e C29, entre os produtos dos experimentos (betumes e óleos) e os betumes extraídos das amostras originais para as amostras em estudo. Para o folhelho betuminoso da Formação Irati, foi observada uma inversão das abundâncias relativas dos esteranos C27 e C29, quando comparada com a amostra original, observada nos experimentos realizados em tempos entre 0 e 18 horas, chegando a mostrar uma abundância relativa destes esteranos semelhante à da amostra original nos experimentos realizados a tempos maiores do que 18 horas. A abundância relativa destes esteranos nas amostras do folhelho betuminoso da Bacia de Puertollano, mostrou um processo de craqueamento do esterano de maior massa molecular (C29), que aumentou, de forma relativa, a abundância do esterano C27. Este mecanismo de craqueamento também foi observado nas amostras de carvão da mesma bacia. / Hydrous pyrolysis experiments were carried out on oil shale samples from the Paraná Basin, Brazil and on oil shale and coal samples from the Puertollano Basin, Spain. The objectives were to study the hydrocarbon generation potential of these rocks, by determinating geochemical and petrographical changes in the organic matter with increasing experiment time using for all experiments the same maximum temperature (350 oC). It was shown that by increasing experiment time the rate of transformation from kerogen into hydrocarbons increased, indicated by increase in hydrocarbon yields (bitumen generated in the source rock and expelled oil), as well as indicated by changes in total organic carbon (TOC) content, hydrocarbon generation potential (S2 peak) and hydrogen index (HI) from Rock Eval analysis and the ratio of transformation of the organic matter (TR) based on Rock Eval parameter. Comparing the saturated and heterocomponents in original oil shale samples and residues from hydrous pyrolysis experiments it was shown that the bitumen of experiments lasting 0 to 6.30 h were depleted in saturated hydocarbons and showed similar concentrations to the original sample in bitumen derived from experiments using 9 to 72 hours experiment time. In the coal sample an increase in the aromatic fraction was observed with increasing experiment time. The chemical composition of all expelled oils indicated enrichment in the saturated fraction, whereas the bitumen retained in the source rocks were characterized by enrichment of the heavier fraction (heterocomponents), an effect of the mineral matrix on primary migration (retaining preferentially molecules of larger size). The increase of the maturity level of the organic matter with increasing experiment time was documented by the principal geochemical and petrographical maturity parameters, as well as by changes observed in the saturated hydrocarbon distribution in the gaschromatograms. Some biomarker ratios such as Pr/n-C17, Ph/n-C18, homohopane C32 22S/22SS+22R, sterane C29 20S/20S+20R and abb/abb+aaa, suggest that the bitumen and oil from experiments carried out at 0 h are actually lower in maturity than the original sample. This contradictionary result has been reported earlier in the literature and has been explained by compositional changes of the hydrocarbons generated during hydrous pyrolysis (bitumen and expelled oil). Significant differenceswere observed in the relative abundancy of C27 and C29 steranes in the bitumen and expelled oils when compared the the bitumen of the original sample. In the oil shale from the Irati Formation the relative occurrence C27 and C29 steranes in experiments 0 – 18 h showed an inverseds trend, whereas in experiments of longer duration the concentration of the C27 and C29 steranes were similar to the original sample. The concentration of C27 and C29 steranes in the oil shale from the Puertollano Basin indicated “cracking” of the C29 sterane, which resulted to a relative enrichment of the C27 sterane. A similar mechanism was observed in the coal sample from the Puertollano Basin
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Descrição osteológica de materiais cranianos e pós-cranianos de Prestosuchus Chiniquensis (Archosauria, Rauisuchia) do mesotriássico do RS (biozona Dinodontosaurus, formação Santa Maria) e considerações filogenéticas sobre os Rauissúquios

Mastrantonio, Bianca Martins January 2010 (has links)
A presente Tese apresenta uma descrição osteológica craniana e pós-craniana detalhada de um novo espécime (UFRGS-PV0629T) de rauissúquio (ARCHOSAURIA, CRUROTARSI), proveniente da Biozona de Dinodontosaurus (Mesotriássico) da Formação Santa Maria, Bacia do Paraná, Rio grande do Sul. Nesta descrição, utilizou-se a metodologia clássica de observação e descrição das feições anatômicas, ilustração e comparação com os materiais descritos para P. chiniquensis e outros táxons atribuídos a Rauisuchia. Para analisar as relações entre UFRGSPV0629T e os demais rauissúquios foi utilizada, como ponto de partida, a matriz elaborada por Brusatte et al. (2010), por ser a mais abrangente e incluir o maior número de táxons para rauissúquios. Antes da inclusão do espécime UFRGS-PV0629T na matriz, os caracteres utilizados foram analisados um a um e, eventualmente, modificados ou suprimidos. A nova matriz resultante, com 56 táxons e 185 caracteres, foi então analisada, utilizando-se os parâmetros-padrão (10mil replicações, hold = 100) utilizados pelo Programa PAUP∗v.4.0b10, o mesmo utilizado por Brusatte et al. (2010). O resultado da análise confirmou a relação entre UFRGS-PV0629T e Prestosuchus chiniquensis como grupos-irmãos, com 100 % de ocorrência nas árvores obtidas, corroborando o que foi observado durante a descrição comparada. A partir disto, concluiu-se que UFRGS-PV0629T representa o mais completo representante do táxon Prestosuchus chiniquensis existente até o momento (e um dos mais completos entre todos os rauissúquios), o que aumenta significativamente o conhecimento sobre a anatomia do mesmo, além de fornecer subsídios para futuras análises filogenéticas (envolvendo este táxon e outros rauissúquios) e ainda para estudos relacionados à possibilidade de existência de dimorfismo sexual e/ou variação ontogenética para esta espécie. As modificações introduzidas na matriz original de Brusatte et al. (2010) resultaram no colapso da maioria dos agrupamentos ali formados para os rauissúquios, sugerindo que será necessário ainda um maior aporte de dados – principalmente oriundos de descrições osteológicas detalhadas - referentes aos táxons desse grupo, para que seja possível estabelecer uma filogenia consistente para o mesmo. / This thesis presents a detailed osteological description of the cranium and post-cranium of a new specimen (UFRGS-PV0629T) of a rauisuchian (ARCHOSAURIA, CRUROTARSI) from the Dinodontosaurus Assemblage Zone (Middle Triassic) of the Santa Maria Formation, Paraná Basin, Rio Grande do Sul. In the osteological description, the classic methodology of observation, description, illustration and comparison with the published materials of P. chiniquensis (Huene, 1942 and UFRGS-PV0629T) and other taxa attribute to Rauisuchia was applied. To test the phylogenetic position of the specimen UFRGS-PV0629T inside the Rauisuchia Clade and its possible attribution to Prestosuchus chiniquensis, it was used the matrix of Brusatte et al. (2010), which includes the greater number of characters and rauisuchian taxa among all analyses ever made for this group. Before the insertion of the specimen UFRGSPV0629T in the matrix, the characters were analysed one-by-one and, eventually, modified or suppressed. The new resulting matrix, with 56 taxa and 185 characters, was analysed using the software PAUP ∗v.4.0b10 and the same parameters (10.000 replications, hold = 100) used by Brusatte et al. (2010). The result of the analysis have confirmed the relationship between UFRGS-PV0629T and Prestosuchus chiniquensis as sister-taxa, with 100 % of occurrence in the obtained cladograms, thus corroborating that was observed during the compared description. In this way, UFRGS-PV0629T represents the most complete known specimen of Prestosuchus chiniquensis, being one of the most complete among all rauisuchian, what significantly increases the knowledge about its anatomy, besides to furnish support for future phylogenetic studies involving Rauisuchia. Additionally, the anatomical information obtained from P. chiniquensis can be used in morphological studies related to sexual dimorphism and ontogenetic variation of this species. The changes introduced in the matrix of Brusatte et al. (2010) resulted in the collapse of most clades within Rauisuchia presented in that strict consensus tree, which suggests that additional data regarding to this group – especially coming from detailed osteological descriptions – is required to support a robust phylogeny to this group.
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Estratigrafia de seqüências : uso da icnologia, dos argilominerais e da geoquímica em rochas de idade permiana na Bacia do Paraná, Região de Lauro Müller (SC), Brasil

Teixeira, Antonio Bernardo Rebelo January 1999 (has links)
A Icnologia, os Argilominerais e a Geoquímica foram integradas aos estudos de Associação Faciológica com objetivo de testá-las como ferramentas auxiliares na caracterização de Seqüências Deposicionais, segundo os conceitos da Estratigrafia de Seqüências (sentido Exxon). Para isso, foi selecionado o intervalo estratigráfico, compreendido do Sakmariano ao Kunguriano (Permiano), correspondente às formações Rio do Sul, Rio Bonito e base da Formação Palermo. A área de estudo está situada na borda leste da Bacia do Paraná, nos municípios de Orleans e Lauro Müller, região sul do estado de Santa Catarina. Como metodologia de trabalho, foi selecionado um arcabouço estratigráfico considerando uma hierarquia de eventos de 3a e 4a ordem, inseridos em um evento de 2a ordem, correspondente a uma superseqüência. Para isso, foram selecionados dez afloramentos, e os poços PB-18 e PB-20, com testemunhos, totalizando 500 m. Foram interpretadas seis associações faciológicas, representadas, da base para o topo, por rochas glácio-marinha, plataforma marinha dominada por ondas com estrutura “hummocky”, arenito de “shoreface” médio/superior, bioturbados, pelitos marinho/marinhos marginais, flúvio-estuarino e ilha de barreira/laguna. Admitiu-se ainda a formação de vales incisos para as região de Lauro Müller e para a área do poço RL-6, a partir da deposição das rochas flúvio-estuarinas. O uso da Icnologia limitou-se à interface entre o topo da formação Rio do Sul e a base do Membro Triunfo da Formação Rio Bonito, onde a identificação da Icnofábrica de Glossifungites auxiliou na delimitação de limites de seqüência de alta freqüência. Além disso, foram reconhecidas, o predomínio das Icnofábricas de Thalassinoides e Teichichnus e, secundariamente, Planolites, Ophiomorpha, Arenicolites, Cylindrichnus, Monocraterion, Diplocraterion e Rosselia, permitindo posicionar a interface entre estas formações na Icnofácies Skolithos/Cruziana. Helminthopsis, Condrites e Palaeophycus passam a predominar quando da presença de subambientes mais restritos tipo baías e lagunas. Os argilominerais identificados foram a caolinita, a clorita, a ilita e o interestratificado ilita-esmectita (I-S) do tipo ordenado. O predomínio da clorita e da ilita, na Formação Rio do Sul e o da caolinita no Membro Siderópolis, indicam variações paleoclimáticas, onde, inicialmente, existiram condições mais frias e secas, passando para condições de clima mais quente e úmido. Os pelitos transgressivos do Membro Paraguaçu da Formação Rio Bonito foram caracterizados pelos valores relativos mais elevados do interestratificado I-S, e do SiO2 e Na2O e, os menores valores relativos do Al2O3, K2O, Fe2O3, MgO e TiO2. Interpretou-se uma proveniência detrítica para estes argilominerais sendo associados a minerais micáceos e feldspáticos. As relações V/(V+Ni) e V/Cr indicam condições paleoambientais restritas, de caráter redutor, praticamente para todo o intervalo estudado. A relação Sr/Ba mostrou-se boa indicadora de eventos transgressivos no PB-18 e no poço 1-TV-4-SC, perfurado em posição mais distal na bacia. Embora o uso da Taphonomia não tenha sido contemplada no objetivo inicial, a utilização da razão pólens/esporos foi satisfatória. Pulsos transgressivos de alta freqüência puderam também ser balizados pelas razões mais elevadas desta relação, havendo uma correlação razoável com as indicações advindas da curva da razão Sr/Ba. Integrando-se os resultados destas várias ferramentas foi possível dividir o intervalo estratigráfico no PB-18, em sete seqüências deposicionais de 4a ordem e, em cinco seqüências deposicionais, no PB-20. As variações encontradas nos estilos de estaqueamento estratigráfico entre as áreas perfuradas por estes poços, deve-se às variações locais no estilo tectono-sedimentar, dentro do modelo de bacias tipo “foreland” – parte distal, modelo este adotado para a sedimentação destas seqüências e que tiveram, na subsidência e no controle glácio-eustático, os agentes moduladores deste padrão estratigráfico.
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Paleobotânica e palinologia dos depósitos eopermianos do paleovale Mariana Pimentel, Rio Grande do Sul, Brasil (Formação Rio Bonito, Bacia do Paraná) : análise taxonômica e bioestratigráfica

Boardman, Daiana Rockenbach January 2011 (has links)
Os depósitos de carvão da porção sul-brasileiria da Bacia do Paraná são conhecidos pelo seu abundante e diversificado conteúdo macroflorístico típico da “Flora Glossopteris”, reconhecida em todo o Permiano do Gondwana. Muitos trabalhos sobre esta flora foram realizados nos estratos do Rio Grande do Sul, utilizando-se para isso de diferentes ferramentas e abordagens. Contudo, a carência de informações mais detalhadas a respeito dos espécimes publicados nestas contribuições, tais como, ausência de descrições/ilustrações, listas sinonímicas, informações estratigráficas, tornou-se inviável o uso direto destes dados para as localidades de interesse desta tese. O presente estudo oferece uma análise dos dados paleobotânicos e novos registros palinológicos para o Afloramento Quitéria e a Mina do Faxinal. Além disso, realizou-se uma análise integrativa entre estas localidades e o Afloramento Morro do Papaléo, associando-se dados oriundos da fito e palinoestratigrafia, da estratigrafia de sequências e de datações radiométricas para esta porção da bacia, visando um melhor entendimento e posicionamento cronoestratigráfico dos depósitos associados aos carvões do Paleovale Mariana Pimentel. A revisão do material paleobotânico registrou 15 táxons tanto no Afloramento Quitéria quanto na Mina do Faxinal. Foi registrada a presença de alguns táxons pela primeira vez neste trabalho, como Brasilodendron sp., no nível Quitéria Base, e Glossopteris browniana e Botrychiopsis plantiana, em Quitéria Topo. Gondwanostachys australis, em Quitéria Base, foi re-avaliada em Giridia quiteriensis. A listagem atualizada dos táxons presentes possibilitou confirmar a identificação da Zona Glossopteris/Rhodeopteridium nas duas localidades. Entre os palinomorfos foram documentados 69 táxons nos níveis do Afloramento Quitéria e 45 nos níveis da Mina do Faxinal. A análise destes conjuntos indicou similaridades para as duas localidades, com o domínio de esporos perante os grãos de pólen. A presença de Protohaploxypinus limpidus e Stellapollenittes talchirensis e a abundância de Granulatisporites austroamericanus e Converrucosisporites confluens no Afloramento Quitéria e a presença de Protohaploxypinus goraiensis e Illinites unicus na Mina do Faxinal possibilitaram assinalar a Subzona Protohaploxypinus goraiensis, Base da Zona Vittatina costabilis (ZVc) para estes depósitos. Nenhum elemento diagnóstico da Subzona Hamiapollenites karroensis foi registrado. Contudo, registraram-se raros espécimes de grãos de pólen marcadores da sobrejacente Zona Lueckisporites virkkiae (ZLv), tanto em Quitéria (Striatopodocarpites pantii e cf. Weylandites sp.) quanto na Mina do Faxinal (Lueckisporites virkkiae), os quais são aqui considerados como primeiros aparecimentos e característicos de um intervalo de transição entre as zonas ZVc e ZLv, corroborando trabalhos recentes. A ausência deste intervalo de transição na seção do Morro do Papaléo pode ser explicada por estar localidade encontrar-se situada na porção mais distal do paleovale, a qual teria sofrido um processo erosivo mais intenso com as mudanças do nível de base. Integrando os resultados aqui obtidos com os registrados para o Afloramento Morro do Papaléo foi possível correlacionar estratigraficamente as localidades junto a uma sequência de poços ao longo do Paleovale Mariana Pimentel. Ainda, os resultados foram comparados com os estudos recentemente realizados na região de Candiota, permitindo inferir que o limite de sequência SB3 atuou de forma diferenciada entre as duas regiões, erodindo de forma mais intensa os sedimentos no Paleovale Mariana Pimentel do que na região de Candiota. Comparando os resultados palinológicos e considerando a posição estratigráfica de cada localidade e as idades radiométricas registradas para a região de Candiota e na Mina do Faxinal, pode-se afirmar que: (I) a seção de Quitéria preservou sedimentos mais antigos em relação áqueles da região de Candiota, (II) a Mina do Faxinal preservou sedimentos levemente mais antigos em relação áqueles de Quitéria e (III) o Afloramento Morro do Papaléo registrou os níveis fossilíferos mais antigos dentre as localidades abordadas. / The coal deposits of the southern-brazilian Paraná Basin are known for their content macroflorístic abundant and diversified typical of the "Flora Glossopteris", recognized throughout the Permian of Gondwana. Many work about this flora were performed in strata of Rio Grande do Sul, using for it tools and approaches different. However, the lack of more detailed information about the published specimens of these contributions, such as lack of descriptions/ illustrations, lists synonyms, stratigraphic information, it became impossible the direct use of these data for the localities of interest in this thesis. The present study provides an analysis of paleobotanical data and new palynological records to the Quitéria Outcrop and the Faxinal Coalfield. In addition, there was an integrative analysis between these locations and the Morro do Papaléo Outcrop, associating data from the phyto and palinostratigraphy, sequences stratigraphy and radiometrical dating for this portion of the basin, aiming a better understanding and chronostratigraphy positioning of the deposits associated with coals of Mariana Pimentel Paleovalley. The review of the material paleobotanist recorded 15 taxa in both in the Quitéria Outcrop and Faxinal Coalfield. It was recorded the presence of some taxa for the first time in this work, as Brasilodendron sp., in Quitéria Base, and Glossopteris browniana and Botrychiopsis plantiana, in Quitéria Top. Gondwanostachys australis, described to Quitéria Base, was re-evaluated in Giridia quiteriensis. The updated list of present taxa enabled to confirm the identification of the Zone Glossopteris/ Rhodeopteridium in these two locations. Among the palynomorph were documented 69 taxa at the Quitéria Outcrop and 45 levels to theFaxinal Coalfield. The analysis of these assemblages showed similarities to the two locations, with the dominance of spores before the pollen grains. The presence of Protohaploxypinus limpidus and Stellapollenittes talchirensis and abundance of Granulatisporites austroamericanus and Converrucosisporites confluens at the Quitéria Outcrop and the presence of Protohaploxypinus goraiensis and Illinites unicus at the Faxinal Coalfield permitted assignment the Protohaploxypinus goraiensis Subzone, base of Vittatina costabilis Zone (VcZ) for these deposits. No element of the diagnostic of the Hamiapollenites karroensis Subzone was recorded. However, rare specimens of pollen grains markers of overlying Lueckisporites virkkiae Zone (LvZ) were recovered both in Quitéria (Striatopodocarpites panties and cf. Weylandites sp.) and the Faxinal Outcrop (Lueckisporites virkkiae), and they are considered here as first appearances, and characteristic of a transition interval between the zones and ZVc ZLV, confirming recent work. The absence of this transition interval in the section of the Morro Papaleo can be explained by locality is situated in the most distal portion of paleovale, which suffered a more intense erosion with changes in base level. Integrating the results obtained here with those recorded for the Morro do Papaléo was possible to correlate stratigraphically these localities on a sequence of wells along the Mariana Pimentel Paleovalley. Still, the results were compared with recent studies in the region of Candiota, allowing to infer the sequence boundary SB3 acted out differently between the two regions, eroding more intense in the sediments of the Mariana Pimentel Paleovalley that in the Candiota region. Comparing the palynological results and considering the stratigraphic position of each location and radiometric ages recorded for the Candiota and Faxinal Coalfield regions, one can affirm that (i) the section of Quitéria preserved older sediments in relation to those of the Candiota region, (II) Faxinal Coalfield preserved slightly older sediments in relation to those of Quitéria and (iii) the Morro Papaléo recorded the fossiliferous levels oldest among localities discussed.
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Análise dendrológicas no cretáceo inferior das Bacias do Araripe e Paraná : determinação de paleoclimas regionais e relação com biomas globais do mesozóico

Pires, Etiene Fabbrin January 2008 (has links)
A análise de anéis de crescimento de associação de lenhos silicificados, de idade Cretáceo Inferior, provenientes de seqüência pré-rifte da Depressão Afro-Brasileira (Formação Missão Velha, Bacia do Araripe) e da parte norte da Formação Botucatu (Bacia do Paraná) produziu importantes resultados com relação à periodicidade de crescimento arbóreo durante o Berriasiano no Cinturão Equatorial. A análise de diferentes tipos de lenhos da Formação Missão velha (8°S) indicou que, mesmo em altas temperaturas, o clima foi caracterizado por alternância cíclica entre períodos secos e chuvosos. O fator controlador do crescimento foi o suprimento aqüífero originado principalmente por precipitações cíclicas. A alta freqüência de falsos anéis de crescimento foi atribuída a secas ocasionais durante a fase de crescimento e também a danos causados por artrópodes. Os dados dendrológicos indicam um típico clima de savana, contrariando modelos paleoclimáticos que estabelecem condições de deserto subtropical, áridas a semi-áridas para o Cretáceo Inferior na porção sul do Cinturão Equatorial. Esse clima é definido por regimes pluviométricos e de temperatura, com uma longa estação de seca (inverno) e uma estação úmida chuvosa (verão). Conseqüentemente, a associação de lenhos é relacionada ao bioma Verão Úmido, em baixa latitude, caracterizado em modelo paleoclimático previamente estabelecido para a transição Jurássico-Cretáceo. Estas inferências concordam com estudos geológicos estabelecidos para a Depressão Afro-Brasileira que indicam condições úmidas vigentes na parte norte em relação a condições semi-áridas vigorantes na parte sul da bacia. A interação planta-artrópode constitui-se em registro inédito de evidências de fitofagia em associação de lenhos silicificados da Bacia do Araripe. A presença de um complexo sistema de canais, frequentemente preenchidos com coprólitos de formato oval a hexagonal, permitiu inferir atividades de oribatídeos (Isoptera). Peculiaridades da preservação dos lenhos demonstram que o dano foi causado provavelmente por formas herbívoras. Dados dendrológicos associados a resultados obtidos na análise da interação planta-artrópode restringem o intervalo de deposição dos níveis contendo lenhos fósseis na Formação Missão Velha ao intervalo basal do Cretáceo Inferior. Uma associação monotípica de coníferas com afinidade a Pinaceae atuais, preservada na porção norte da Formação Botucatu (18°S) na Bacia do Paraná, constitui evidência de alguma umidade presente nas vi condições áridas vigorantes no bioma Deserto. Análises dendrológicas nessa associação monotípica indicam que as condições de crescimento eram periódicas, mas altamente estressantes durante o ciclo de vida das plantas. Os parâmetros quantitativos, que controlaram o desenvolvimento dos anéis de crescimento, mais do que uma conseqüência do clima, foram relacionados a caracteres ambientais. Características taxonômicas e fisiológicas foram também decisivas como resposta a restrições ambientais. A associação de coníferas desenvolveu-se durante o clímax de uma fase “greenhouse” com aumento na disponibilidade de CO2 atmosférico. A presença de anéis de crescimento como característica comum indica variações cíclicas nas condições de crescimento da planta; todavia zonas típicas de lenho tardio caracterizadas pelo espessamento da parede e redução do lúmen do traqueídeo não foram encontradas. Simulações de paleoclimas do Cretáceo Inferior para esta latitude indicam biomas áridos desérticos associados a condições hiperáridas durante a fase pré-rifte do Pangéia. A integração dos diferentes dados obtidos na análise das diferentes bacias indica que parâmetros quantitativos utilizados em dendrologia podem estar relacionados com características ambientais, bem como a características intrínsecas da planta. Portanto, anéis de crescimento não são determinados exclusivamente por fatores extrínsecos; características taxonômicas e fisiológicas foram decisivas como resposta a restrições ambientais, especialmente em condições estressantes de crescimento. Considerando-se as análises dendrológicas associadas a dados paleogeográficos e sedimentológicos, detectou-se que condições climáticas áridas e semi-áridas vigentes em regiões peri-equatoriais em ecossistemas desenvolvidos em fase “greenhouse” no Cretáceo Inferior não possuem análogos na atualidade, na vigência de estágio “icehouse”. / Growth rings analyses on Early Cretaceous silicified coniferous wood assemblage from the pre-rift sequence of Afro-Brazilian Depression (Missão Velha Formation, Araripe Basin - Brazil) and from northern portion of the Botucatu Formation (Paraná Basin - Brazil) have yielded important information about periodicity of arboreal growth during the Berriasian in the Equatorial Belt. Despite warm temperatures, dendrological data from different wood types from Missão Velha Formation (8º S) indicate that the climate was characterized by cyclical alternation of dry and rainy periods. The controlling factor was water supply, originated mainly by cyclical precipitations. The great frequency of false growth rings can be attributed to occasional droughts during the growing period and also to another external factor represented by wood boring arthropod infestation. Dendrological data indicate a typical savanna climate and contrast with palaeoclimatic models that inferred subtropical desert conditions and arid to semi-arid conditions for the Early Cretaceous in the southern equatorial belt. The year-round warm tropical climate is defined by pluviometric and temperature regimes, with a very long dry season (winter) and a wetter, rainy season (summer). Consequently the wood assemblage is linked to a low latitude Summer-Wet biome, well characterized in previous palaeoclimatic model from the Jurassic-Cretaceous transition. The present inferences are in agreement with geological studies for the Afro- Brazilian Depression that indicates humid climatic conditions in the northern part in relation to those semi-arid conditions invigorating at its southern part. The arthropod-plant interaction provides the first relevant data for addressing evidences of phytophagy in an assemblage of coniferous silicified woods in Araripe Basin. A complex boring system, filled sometimes with small, oval to hexagonal coprolites, allowed to infer activities of oribatid termites (Isoptera). Peculiarities from wood preservation show that the damage was probably caused by herbivores, not detritivores. Dendrological data associated to results obtained in arthropod-plant interaction constrains the stratigraphic level of fossil wood occurrence in Missão Velha Formation to the interval Early Cretaceous. Otherwise, a monotypic coniferous wood association, showing affinities with extant Pinaceae, from northern portion of the Botucatu Formation (18°S) in Paraná Basin, is an evidence of some viii humidity under arid conditions prevailing in a Desert biome. Dendrological analysis for the monotypic wood assemblage indicated that growing conditions were periodic, but most stressed during the life cycle. Quantitative parameters controlling growth ring development should be highly related to environmental characters and not only a single consequence of climate. Taxonomic and physiologic parameters were also decisive as a response to environmental constrains. The conifer assemblage was developed during the climax of a greenhouse phase with increasing atmospheric CO2. The presence of growth rings as a common character indicates cyclical variation in tree growing conditions; nevertheless, typical latewood zone characterized by wall thickening and reduction of lumen size was not found. Simulations of Early Cretaceous climate indicate that arid desert biomes associated to hyper arid conditions may indeed have prevailed at southern lower latitudes during the pre-rift phase of Pangea. Integration of data obtained from different basins indicates that quantitative parameters utilized in dendrology can be highly related to environmental characters and not only a single consequence of climate. Thus growth rings were not determined by extrinsically factors alone; taxonomic and physiologic characters were decisive as a response to environmental constrains, especially in stress growing conditions. Taking into account dendrological analysis associated to palaeogeographic and sedimentological data it can be detected that arid to semi-arid peri-equatorial climatic conditions in Early Cretaceous greenhouse ecosystems have no modern analogs in present icehouse world.
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Caracterização geoquímica orgânica das rochas geradoras de petróleo das formações Irati e Ponta Grossa da Bacia do Paraná

Silva, Carla Grazieli Azevedo da January 2007 (has links)
A Bacia do Paraná contempla duas principais seqüências de rochas potencialmente geradoras, Formação Irati e Ponta Grossa. O presente trabalho teve como objetivo caracterizar rochas potencialmente geradoras das Formações Irati e Ponta Grossa em função dos parâmetros geoquímicos orgânicos. Um total de 87 amostras coletadas em afloramentos, cavas de mineração e testemunhos de sondagem foram submetidas a análises de teor de carbono orgânico (COT), pirólise Rock-Eval e determinação de biomarcadores. Para a Formação Irati, os dados de COT e pirólise, revelaram altos teores orgânicos e bons potenciais geradores. Nos pontos de coleta onde há influência térmica de intrusões ígneas, as amostras mostram baixos valores de COT e baixo potencial gerador. Já a Formação Ponta Grossa apresentou mais baixa riqueza orgânica e baixo potencial gerador. A análise de biomarcadores, para investigação do paleoambiente deposicional, realizada para 13 amostras, sugere que, ambas as Formações apresentam características de ambientes oxidantes, com matéria orgânica, predominantemente transicional. Os parâmetros moleculares de maturação revelaram baixo grau de evolução térmica para a maioria das amostras analisadas para a Formação Irati e mais alto grau de evolução térmica para as amostras da Formação Ponta Grossa. A fração asfaltênica foi caracterizada empregando-se RMN de 1H e 13C, IV e MALDI-TOF-MS. / Irati e Ponta Grossa Formations are considered the most important potential hydrocarbons source rock of the Paraná Basin. The aim of this study is to characterize the potential source rocks of the Irati and Ponta Grossa Formation based on organic geochemical parameters. A set of 87 samples of oil shale were collected from different outcrops, pits and boreholes. The samples were submitted to total organic carbon (COT), Rock-Eval pyrolysis, and biomarkers characterization. The COT and Rock Eval results revealed high organic contents and generation potential to immature rocks from Irati Formation and low organic content and generation potential for mature rocks from Ponta Grossa Formation. The lowest values of COT and generation potential due to the thermal influence from igneous intrusions. The results of biomarker analysis of 13 samples suggested that both Irati and Ponta Grossa Formation were deposited under oxide depositional environment with organic matter derived by transitional sources. Maturation parameters compounds confirm the low degree of thermal evolution for the Irati Formation and high thermal evolution for the Ponta Grossa Formation especially in the intervals affected by igneous intrusions. The asphaltenic fraction was characterized by NMR of 1H and 13C, IV and MALDI-TOF-MS.

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