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O incesto e outras históriasNatal, Fernando Ferreira 15 September 2011 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Antropologia, Programa de Pós-Gradução em Antropologia Social, 2011. / Submitted by Albânia Cézar de Melo (albania@bce.unb.br) on 2012-02-08T14:25:06Z
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2011_FernandoFerreiraNatal.pdf: 1309935 bytes, checksum: e2f59302846467b2a52bc91f0a739baa (MD5) / Ao confrontar a teoria antropológica com os saberes da biomedicina, incluindo, a genética, as doenças consanguíneas e as malformações congênitas, foi possível traçar um plano de investigação etnográfica que tentaria entender como premissas tão distintas poderiam estar falando da mesma coisa, a saber, da proibição do incesto, das questões de consanguinidade com ele envolvidas, dos valores biológicos ou morais daí resultantes. Se é verdade que os casamentos consanguíneos, como é entendido pela biomedicina, são potencialmente mais nefastos para os descendentes em proporção maior que a da população não aparentada biologicamente, como se explicaria a existência de inúmeras sociedades em que os indivíduos muito próximos do ponto de vista biológico se relacionam por sucessivas gerações, como é sabido pelos inúmeros relatos antropológicos de populações que vivem em relativo isolamento, sem que disso resultem descendentes malformados? E se os relatos antropológicos são uma fonte extraordinária de exemplos desse tipo de sociedade, por outro lado, não faltam exemplos de sociedades em que determinada característica gênica não manifesta fenotipicamente é passada pelos casais consanguíneos aos seus descendentes resultando em filhos portadores de alteração, como é o caso da anemia falciforme ou da surdez. Esse estudo analisa essa encruzilhada teórica das diferentes premissas da biomedicina e da antropologia através de suas respectivas teorias, e da etnografia de biomédicos e antropólogos no que se refere à proibição do incesto e da consanguinidade. ______________________________________________________________________________ ABSTRACT / By comparing between anthropological and biomedical theories, including, genetics, inbreeding diseases and congenital malformations was possible to draw a plan of ethnographic research in order to understand how such different assumptions could be expressing the same thing, namely, the prohibition of incest, inbreeding questions involved with it, biological or moral values as a result. If it is true that marriages between blood relatives, as understood by biomedicine, are potentially more harmful, in greater proportion, to the offspring than to the biologically unrelated population, how would one explain the existence of numerous societies in which individuals who are very close from the biological point of view get marriage by successive generations, as it is well known by many anthropological reports of people living in isolation, without resulting in congenital malformed offspring? What if the anthropological reports are a source of extraordinary examples of this type of society, on the other hand, there are many examples of societies in which a particular genetic trait is not expressed by phenotypic, affects the offspring‘s blood relatives couples resulting in children suffering congenital malformation, as it is the case of sickle cell disease or deafness. This survey intend to analyze this question from different assumptions, biomedical and anthropological, through their two point of view, and by ethnographic interviews with physicians, nurses and anthropologists about the incest prohibition and also inbreeding.
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