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Paroikos como metáfora sobre a provisoriedade da vida

Sonia Sirtoli Färber 01 July 2011 (has links)
Este trabalho é resultado de pesquisa exegética e bibliográfica, feita na área bíblica, que investiga o termo pa,roikoj como metáfora sobre a provisoriedade da vida. Pa,roikoj (paroikos) é uma palavra grega que corresponde ao termo rG (gēr) hebraico. O termo tem espectro amplo e variável, podendo receber traduções diversas. A mais importante, porém, e que, está presente na maioria dos conceitos, é a de peregrino, migrante e estrangeiro. Na primeira parte, a partir da análise dos textos gregos e hebraicos, é feito um levantamento sobre os sujeitos a quem o termo é relacionado, sua condição de vida e status social. Verificou-se que as ondas migratórias são fenômenos importantes na história de Israel e na vida dos povos bíblicos que lutaram por espaço e pela terra, e que a condição de estrangeiro residente limitava os direitos do indivíduo, colocando-o em situação de inferioridade. Na sociologia do cristianismo primitivo, a provisoriedade das realidades cotidianas e a exclusão social, vivida pelos cristãos, deu-lhes o título de paroikoi. A autoconsciência dos cristãos de serem cidadãos do céu deu origem à expectativa escatológica de uma cidade celeste e reforçou a identidade de paroikos. São destacadas as variantes e a evolução do termo no Antigo Testamento, no Novo Testamento e na literatura extrabíblica. O conceito de pa,roikoj é analisado em sua atribuição simbólica e, são pesquisadas as ocorrências em que recebe ele conotação escatológica de provisoriedade da vida e expectativa de imortalidade. Na segunda parte, é analisada a noção de provisoriedade da vida presente nas fases do desenvolvimento humano, do nascimento à morte, passando pelas perdas e mudanças ocorridas ao longo da vida. O ser humano vive em estado provisório e migra de uma condição a outra, por meio de um êxodo contínuo, cada nova fase significando a morte da precedente. Com este postulado, apresentamos as várias mortes simbólicas que acontecem na vida da mesma pessoa e os pontos de contato com o conceito de paroikos, como aquele que está em trânsito. Para finalizar, são apresentados os ritos de passagem como mecanismos importantes para elaboração dos lutos simbólicos oriundos da condição de itinerância que marca a vida humana. / This work is a result of an exegetical and bibliographical research, made in the biblical area, which investigates the term paroikoj as a metaphor about the temporality of life. Paroikoj (paroikos) is a Greek word that corresponds to the term rG (gēr), in Hebrew. The application of the term has a broad and variable spectrum, but the most important, and that is present in most of the concepts, is the one which refers to pilgrim, migrant and foreigner. In the first part, from the analysis of Greek and Hebrew texts, It is made a survey on the subject to whom the term is assigned to, their living conditions and social status. It was found that the migratory waves are an important phenomena in the history of Israel, and in the lives of biblical peoples who fought for space and land, and that being a resident foreigner used to limit the rights of individuals, placing them at an inferiority condition. In the Sociology of early Christianity, the frailty of the everyday realities and social exclusion, experienced by the Christians, gave them the title of paroikos. The self-consciousness of the Christians to be citizens of heaven led to the eschatological expectation of a heavenly city and strengthened the identity of paroikos. The variants and the evolution of the term in the Old Testament, in the New Testament and in the extra-biblical literature are highlighted. The concept of paroikoj is analyzed in its symbolic allocation and it is researched the occurrences of where it receives the eschatological connotation of temporality of life and expectation of immortality. The second part analyzes the notion of temporality of life in the stages of human development, from birth to death, through the losses and changes throughout life. The human being lives in a frailty state, and migrates from one condition to another, by a continuous exodus, each new phase meaning the death of the old one. With this postulate we present the several symbolic deaths that happen in the life of the same person and the points of contact with the concept of paroikos, meaning the one who is in transit. To conclude we present the rites of passage as important mechanisms for the elaboration of the symbolic mourning from the roaming conditions that mark human life.

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