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Qualidade da água e estresse no transporte de peixes dulcícolas e estuarinos

Araújo, Felipe Brandalise de January 2017 (has links)
Orientador : Profª. Drª. Carolina Arruda de O. Freire / Dissetação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Fisiologia. Defesa: Curitiba, 31/07/2017 / Inclui referências : f. 52-62 / Resumo: O transporte dos peixes, seja para criação, engorda ou utilização em laboratórios e principalmente para aquariofilia é uma atividade extremamente estressante para os animais. Essa atividade representa um desafio à sua homeostase, podendo gerar danos irreversíveis aos indivíduos, levando até à morte. O presente estudo busca evidenciar a necessidade de conhecimento individual das espécies, avaliando os mecanismos ativados e envolvidos na manutenção da homeostase nesses animais. Espera-se assim auxiliar na padronização de transportes de acordo com as necessidades e peculiaridades de cada grupo, evitando a generalização de um transporte de características únicas para todas as espécies. Quatro espécies de diferentes ambientes foram escolhidas, para análise dos efeitos do transporte sobre a qualidade da água e de sua tolerância ao estresse: Rhamdia quelen (dulcícola); Cyprinus carpio (dulcícola); Bathygobius soporator (de poças de marés) e Sphoeroides greeleyi (marinho/estuarino). A instabilidade ou estabilidade do ambiente foi o parâmetro principal para a formulação da hipótese. Supõe-se que animais de ambientes instáveis (quanto a variáveis físicas e químicas) possuam mais ferramentas regulatórias e compensatórias para suportar ambientes estressantes. A hipótese formulada foi a de que os animais estuarinos e de poças de marés fossem mais resistentes ao transporte do que as espécies dulcícolas, de ambientes estáveis. Foram estipulados três tempos experimentais, além do controle (animais mantidos em aquário contendo água doce ou água do mar): 6, 24 e 72 horas. Alguns parâmetros fisiológicos e bioquímicos foram analisados nos peixes: teor hídrico muscular, glicemia e atividade da enzima anidrase carbônica branquial (AAC). Além disso, parâmetros da qualidade da água de transporte também foram examinados: amônia, pH e oxigênio dissolvido (OD). Houve diferentes padrões de respostas ao estresse nas espécies, e mortalidade apenas em S. greeleyi (33,3%), afetando todos os indivíduos de 72 horas e os de maior comprimento em 24 horas. Pode-se dizer que essa espécie foi a que mais sofreu com os agentes estressores observados na água de transporte, e a queda no pH foi a principal característica limitante. Em B. soporator a condição de queda no pH também foi observada, tendo relação com a baixa disponibilidade de OD e diminuição na AAC, sugerindo a presença do Efeito Raiz e/ou do Efeito Bohr. Essa espécie apresentou a ativação de mecanismos que possibilitaram a sobrevivência e manutenção da homeostase de seus indivíduos, mesmo em condições de baixa qualidade da água. A espécie R. quelen foi a espécie mais tolerante ao protocolo de transporte, mesmo sendo de ambiente estável. Por fim, C. carpio apresentou uma importante manutenção corpórea em face a uma elevada concentração de amônia. De forma geral, conclui-se que de fato é necessário um estudo específico do estresse envolvido no transporte de cada espécie de interesse. A estabilidade ou instabilidade do ambiente de origem não foi, aqui, fator determinante na tolerância dos animais ao estresse de transporte. Não foi possível testar espécie de ambiente marinho estável, sendo em geral animais de maiores profundidades, e de difícil acesso. Palavras chaves: transporte, estresse, tolerância, amônia, pH, anidrase carbônica, piscicultura, ornamental. / Abstract: The transport of fish, whether for breeding, fattening or use in laboratories and especially for aquariums is an extremely stressful activity for animals. This activity represents a challenge to its homeostasis, which can lead to irreversible damage to the individuals, leading to death. The present study aims to evidence the need for individual knowledge of the species, evaluating the mechanisms activated and involved in the maintenance of homeostasis in these animals. It is hoped to help in the standardization of transport according to the needs and peculiarities of each group, avoiding the generalization of a transport of characteristics unique to all species. Four species of different environments were chosen to analyze the effects of transport on water quality and its stress tolerance: Rhamdia quelen (fresh water); Cyprinus carpio (fresh water); Bathygobius soporator (from tidal pools) and Sphoeroides greeleyi (marine / estuarine). The instability or stability of the environment was the main parameter for the formulation of the hypothesis. It is assumed that animals from unstable environments (as to physical and chemical variables) have more regulatory and compensatory tools to support stressful environments. The hypothesis formulated was that estuarine and tidal pools animals were more resistant to transport than the fresh water species, of stable environments. Three experimental times, besides the control (animals kept in aquarium containing fresh water or sea water) were stipulated: 6, 24 and 72 hours. Some physiological and biochemical parameters were analyzed in fish: muscular water content, glycemia and activity of the branchial carbonic anhydrase enzyme (CAA). In addition, transport water quality parameters were also examined: ammonia, pH and dissolved oxygen (DO). There were different patterns of stress responses in the species, and mortality in S. greeleyi (33.3%), affecting all individuals of 72 hours and those of greater length in 24 hours. It can be said that this species suffered the most from the stressors observed in the transport water, and the fall in pH was the main limiting characteristic. In B. soporator the pH fall condition was also observed, having relation with the low availability of DO and decrease in the CAA, suggesting the presence of the Root Effect. This species presented the activation of mechanisms that allowed the survival and maintenance of homeostasis of its individuals, even in conditions of poor water quality. The R. quelen species was the most tolerant species to the transport protocol, even though it was of a stable environment. Finally, C. carpio presented an important bodily maintenance in the face of a high concentration of ammonia. In general, it is concluded that in fact it is necessary a specific study of the stress involved in the transport of each species of interest. The stability or instability of the environment of origin was not, here, a determining factor in the animals' tolerance to the transport stress. It was not possible to test species of stable marine environment, being generally animals of greater depths, and of difficult access. Keywords: transport, stress, tolerance, ammonia, pH, carbonic anhydrase, fish farming, ornamental.
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Óleo de cravo como agente anestésico no transporte de juvenis de tilápia do Nilo "Oreochromis niloticus" / Clove oil as an anesthetic agent in transport Nile tilapia juveniles (Oreochromis niloticus)

Moreira, Antonio Glaydson Lima January 2012 (has links)
MOREIRA, Antonio Glaydson Lima. Óleo de cravo como agente anestésico no transporte de juvenis de tilápia do Nilo "Oreochromis niloticus". 2012. 65 f. : Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias, Departamento de Engenharia de Pesca, Fortaleza-CE, 2012 / Submitted by Nádja Goes (nmoraissoares@gmail.com) on 2016-07-11T12:54:21Z No. of bitstreams: 1 2012_dis_aglmoreira.pdf: 608127 bytes, checksum: 76bc63c1a18238e12549a51aa967f855 (MD5) / Approved for entry into archive by Nádja Goes (nmoraissoares@gmail.com) on 2016-07-11T12:54:52Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2012_dis_aglmoreira.pdf: 608127 bytes, checksum: 76bc63c1a18238e12549a51aa967f855 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-07-11T12:54:52Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2012_dis_aglmoreira.pdf: 608127 bytes, checksum: 76bc63c1a18238e12549a51aa967f855 (MD5) Previous issue date: 2012 / Transport of live fish is a harmful stimulus to organisms homeostasis. This practice is traumatic for the animals, because it’s involves the capture, handling and storage and the displacement of individuals, until the release. This suggests the need for a procedure to reduce these stressors. The objective of this study was to evaluate the effect of clove oil in ionic and metabolic responses of juvenile Nile tilapia, undergoing transport simulation in plastic bags, in different densities. Two experiments were conducted: the first evaluated four concentrations of clove oil (four replicates each): 5, 10, 15 and 20 mg L-1, to examine fishes behavior during and after the transport simulation, survival and water quality. Twenty fishes were used per carry bag (50 g L-1): In the second experiment, only the best anesthetic concentration observed in the first experiment was used. Fishes were stored in plastic bags at densities of 16, 28 and 40 fish per bag, equivalent to 140, 245 and 350 g L-1, respectively. After a new transport simulation, the levels of blood glucose, lactate, chloride ions, magnesium and calcium were evaluated. In the first experiment, the two lower concentrations were ineffective to anesthetize the animals. The concentration of 20 mg L-1 attenuated the excretion of nitrogenous compounds, but resulted in a high mortality rate, while the concentration of 15 mg L-1 showed the most satisfactory results. In the second experiment, the anesthetic was not able to minimize the increasing levels of glucose, lactate, independent of the density used. About the ionic variables, the use of clove oil was able to maintain levels of Cl-and Ca +2, except for Mg +2. The use of clove oil showed little preventive effect on stress caused by transport simulation, and may even have acted as an additional stressor agent. / O transporte de peixes vivos é um estímulo adverso à homeostase dos peixes. É uma prática traumática para os animais, pois envolve a captura, a manipulação, o armazenamento dos indivíduos e o deslocamento, até a liberação, o que sugere a necessidade de um procedimento para minimizar estes estressores. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do óleo de cravo nas respostas metabólicas e iônicas de juvenis de tilápia do Nilo, submetidos à simulação do transporte em sacos plásticos, em diferentes densidades. Foram realizados dois experimentos: no primeiro foram avaliadas quatro concentrações de óleo de cravo (quatro repetições, cada): 5, 10, 15 e 20 mg L-1, para examinar o comportamento dos peixes durante e após a simulação do transporte, a sobrevivência e a qualidade da água. Foram utilizados vinte peixes por saco de transporte (50 g L-1); No segundo experimento, se utilizou apenas a melhor concentração do anestésico, observado no primeiro experimento. Os peixes foram estocados em sacos plásticos nas densidades de 16, 28 e 40 peixes por saco, equivalente a 140, 245 e 350 g L-1, respectivamente. Após nova simulação de transporte, foram avaliados os níveis de glicose sanguínea, lactato, íons cloreto, magnésio e cálcio. No primeiro experimento, as duas menores concentrações foram ineficientes para anestesiar os animais. A concentração de 20 mg L-1 amenizou a excreção de compostos nitrogenados, porém resultou num elevado índice de mortalidade, enquanto a concentração de 15 mg L-1 apresentou os resultados mais satisfatórios. No segundo experimento, o anestésico não foi capaz de minimizar a elevação dos níveis de glicose e lactato, independente da densidade utilizada. Quanto as variáveis iônicas, com exceção do Mg+2, a utilização do óleo de cravo conseguiu manter os níveis dos íons Cl- e Ca+2. O uso do óleo de cravo apresentou pouco efeito preventivo ao estresse causado pela simulação do transporte, podendo ter atuado inclusive como agente estressor adicional.
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Avaliação da taxa de mortalidade no transporte industrial de Tilápia, Oreochromis niloticus (LINNAEUS, 1758) / Assessment of mortality in the industrial transport Tilapia, Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758)

Silva, Thales Serrano 25 April 2014 (has links)
Made available in DSpace on 2017-07-10T18:13:17Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Thales Serrano Silva.pdf: 828664 bytes, checksum: e2d48b84a411318cdf1e6bae706172fe (MD5) Previous issue date: 2014-04-25 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / With the growth of the aquaculture even small mortality rates take big losses, so this study was goal to evaluate possible causes of death in fish at industrial scale in transportation. So eight abiotic variables of water quality were examined: water temperature, dissolved oxygen, ammonia, nitrate, nitrite, pH, conductivity and turbidity, as well transportation time and density and gradient difference of the variables from the catch to the end transport. For this ten samplings between setembro/2013 and fevereiro/2014 were performed in western Paraná. The water sampling were performed at three different times during the transport process, because it was necessary to subdivide them for obtain the difference in gradient of environmental variables and identify which is the most critical step of the process. To characterize the quality of water, the abiotic variables were summarized using Principal Component Analysis (PCA). The combined variation of variables was summarized in an index called variation in environmental gradient (ΔG). Further, to verify which variables were associated with mortality, the Probit model was used in the linear regressions. Both analyzes were evaluated at a significance level of five percent. APC in three main axes, which indicated high concentrations of nitrite for time pond, in loading the variables analyzed were satisfactory and unloading time had water with high levels of nitrate, electrical conductivity and ammonia. In linear regressions nitrite was significant for mortality in pond time, water temperature and electrical conductivity for loading and ammonia and dissolved oxygen for unloading time. Abrupt changes in gradient of the variables did not cause fish mortality and nitrogenous waste found in large concentrations at the end of the transport interfered in fish mortality. With that suggest that fish are subjected to stress before the transport process due to bad quality of water pond. / Com o crescimento da aquicultura até mesmo pequenas taxas de mortalidade assumem grandes prejuízos, logo, este estudo teve o objetivo de avaliar possíveis causas de óbitos em peixes no transporte em escala industrial. Assim, foram examinadas oito variáveis abióticas de qualidade de água: temperatura da água, oxigênio dissolvido, amônia, nitrato, nitrito, pH, condutividade elétrica e turbidez, além de tempo e densidade de transporte e diferença de gradiente das variáveis desde a captura até o final do transporte. Para isto foram realizadas dez amostragens entre setembro/2013 e fevereiro/2014, na região oeste do Paraná. As coletas de água foram realizadas em três momentos diferentes durante o processo de transporte, pois foi necessário subdividi-las para obter a diferença de gradiente das variáveis ambientais assim como identificar qual a etapa mais crítica do processo. Para caracterizar a qualidade da água, as variáveis abióticas foram sumarizadas através de Análise de Componentes Principais (ACP). A amplitude conjunta das variáveis foi sumarizada num índice denominado variação no gradiente ambiental (∆G). Na sequência, para verificar quais variáveis estiveram associadas às mortalidades, foi utilizado o modelo Probito nas regressões lineares. Ambas as análises foram avaliadas ao nível de significância de cinco por cento. Na APC foram retidos três eixos principais, os quais indicaram altas concentrações de nitrito para o tempo viveiro, no momento carregamento as variáveis analisadas apresentaram-se satisfatórias e o momento descarregamento apresentou água com elevados índices de nitrato, condutividade elétrica e amônia. Nas regressões lineares o nitrito mostrou-se significante para mortalidade no tempo viveiro, temperatura da água e condutividade elétrica para o carregamento e oxigênio dissolvido e amônia no momento descarregamento. Mudanças abruptas de gradiente das variáveis não ocasionaram mortalidade dos peixes e os resíduos nitrogenados encontrados em grandes concentrações ao final do transporte interferem na mortalidade dos peixes. Com isso pode-se sugerir que os peixes estão submetidos à estresse antes do processo de transporte devido má qualidade da água no momento viveiro.

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