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Mortalidade por mesotelioma na Argentina 1980-2023Trotta, Andrés 26 January 2016 (has links)
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Tese Andres Trotta. 2016.pdf: 2020016 bytes, checksum: 82abd1caf8a8599fb9db422a9d2f75c5 (MD5) / Introdução: O mesotelioma é um tumor raro que afeta principalmente a pleura e a cavidade peritoneal e um dos desfechos da exposição ao asbesto, classificado como cancerígeno tipo I pela International Agency for Research on Cancer. A exposição ao asbesto pode ser ocupacional ou ambiental. A contribuição da
exposição ocupacional ao asbesto para o mesotelioma é estimada em 70 a 80%. As manifestações clínicas começam 35 a 45 anos depois da exposição, evidenciando um longo período de latência. Embora a exposição ao asbesto ocorra entre os trabalhadores que produzem, manipulam ou comercializam este produto, a população geral também pode se expor e desenvolver, como conseqüência, essa neoplasia. A mortalidade por mesotelioma é um dos indicadores mais sensíveis e relevantes para o monitoramento dos efeitos do asbesto sobre a saúde. Esta neoplasia maligna pode
ser evitada e a principal recomendação da Organização Mundial da Saúde é o banimento, já implementado em mais de 50 países. A Argentina é um desses países, medida formalizada com a Resolução n º 845/2001 do Ministério da Saúde. Embora essa normativa esteja vigente, é de se prever que continuem e continuarão a ocorrer casos de mesotelioma. Há poucos estudos sobre o mesotelioma na Argentina, não existem estimativas nacionais atuais da mortalidade, bem como informações sobre as tendências temporais ou previsão de
sua distribuição no futuro. Esse conhecimento é importante para as organizações de trabalhadores ao contribuir para a identificação de respostas às suas necessidades de saúde, para a implementação de estratégias de prevenção e promoção em saúde de parte das instituições de saúde e de proteção social.Objetivos: Esta tese tem como objetivos: 1) estimar o coeficiente de mortalidade por mesotelioma e sua
distribuição sócio-demográfica e temporal na Argentina, para o período 1980-2013; 2) identificar o efeito de idade, período e coorte na taxa de mortalidade por mesotelioma na Argentina, entre 1980 e 2013; 3) estimar o número de óbitos e coeficiente de mortalidade por mesotelioma para o período 2014 até 2023, na Argentina. Métodos: Este é um estudo de mortalidade conduzido com a população de 15 ou mais anos de idade, empregando dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde da Argentina. Dados
populacionais foram obtidos do Instituto Nacional de Estadística y Censos, do Ministério de Economia da Argentina. O mesotelioma corresponde aos códigos da Classificação Internacional de Doenças, CID, 9ª revisão, CID-9, 163.0, 163.1, 163.8, 163.9, para 1980 a 1996; e C45.0, C45.1,
C45.2, C45.7, C45.9 para o período de 1997 a 2013, CID-10, para a causa básica de morte,
respectivamente. Foram realizadas análises descritivas com frequências simples e relativas, estimaram-se os coeficientes de mortalidade por mesotelioma brutos e padronizados por idade pelo método indireto e a taxa de mortalidade empregando-se pessoa-ano. Em seguida, foi empregado o
modelo de Lee Carter e método ARIMA para projetar o número e coeficiente de mortalidade por mesotelioma por idade e sexo para os anos 2014-2023...
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Mortalidade por mesotelioma na Argentina 1980-2023Trotta, Andrés 26 January 2016 (has links)
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O mesotelioma é um tumor raro que afeta principalmente a pleura e a cavidade peritoneal e um dos desfechos da exposição ao asbesto, classificado como cancerígeno tipo I pela International Agency for Research on Cancer. A exposição ao asbesto pode ser ocupacional ou ambiental. A contribuição da exposição ocupacional ao asbesto para o mesotelioma é estimada em 70 a 80%. As manifestações clínicas começam 35 a 45 anos depois da exposição, evidenciando um longo período de latência. Embora a exposição ao asbesto ocorra entre os trabalhadores que produzem, manipulam ou comercializam este produto, a população geral também pode se expor e desenvolver, como conseqüência, essa neoplasia. A mortalidade por mesotelioma é um dos indicadores mais sensíveis e relevantes para o monitoramento dos efeitos do asbesto sobre a saúde. Esta neoplasia maligna pode ser evitada e a principal recomendação da Organização Mundial da Saúde é o banimento, já implementado em mais de 50 países.
A Argentina é um desses países, medida formalizada com a Resolução n º 845/2001 do Ministério da Saúde. Embora essa normativa esteja vigente, é de se prever que continuem e continuarão a ocorrer casos de mesotelioma. Há poucos estudos sobre o mesotelioma na Argentina, não existem estimativas nacionais atuais da mortalidade, bem como informações sobre as tendências temporais ou previsão de sua distribuição no futuro. Esse conhecimento é importante para as organizações de trabalhadores ao contribuir para a identificação de respostas às suas necessidades de saúde, para a implementação de estratégias de prevenção e promoção em saúde de parte das instituições de saúde e de proteção social.
Objetivos
Esta tese tem como objetivos: 1) estimar o coeficiente de mortalidade por mesotelioma e sua distribuição sócio-demográfica e temporal na Argentina, para o período 1980-2013; 2) identificar o efeito de idade, período e coorte na taxa de mortalidade por mesotelioma na Argentina, entre 1980 e 2013; 3) estimar o número de óbitos e coeficiente de mortalidade por mesotelioma para o período 2014 até 2023, na Argentina.
Métodos
Este é um estudo de mortalidade conduzido com a população de 15 ou mais anos de idade, empregando dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde da Argentina. Dados populacionais foram obtidos do Instituto Nacional de Estadística y Censos, do Ministério de Economia da Argentina. O mesotelioma corresponde aos códigos da Classificação Internacional de Doenças, CID, 9ª revisão, CID-9, 163.0, 163.1, 163.8, 163.9, para 1980 a 1996; e C45.0, C45.1, C45.2, C45.7, C45.9 para o período de 1997 a 2013, CID-10, para a causa básica de morte, respectivamente. Foram realizadas análises descritivas com frequências simples e relativas, estimaram-se os coeficientes de mortalidade por mesotelioma brutos e padronizados por idade pelo método indireto e a taxa de mortalidade empregando-se pessoa-ano. Em seguida, foi empregado o modelo de Lee Carter e método ARIMA para projetar o número e coeficiente de mortalidade por mesotelioma por idade e sexo para os anos 2014-2023. Resultados
Estudo 1 - entre 1980 e 2013 foram encontrados 3.259 óbitos por mesotelioma na população de 15 ou mais anos de idade da Argentina, correspondendo a um coeficiente de mortalidade por mesotelioma padronizado por idade de 3,04/1.000.000 em 1980 e de 5,62/1.000.000 em 2013, aumento de 84,1% em 34 anos. Esse aumento ficou claro a partir de 1997. Em todos os anos, os homens tiveram maiores estimativas de mortalidade que as mulheres. Não houve diferenças expressivas entre estimativas de mortalidade brutas e padronizadas por idade.
Estudo 2 – entre 1980 e 2013, a menor taxa de mortalidade por mesotelioma (0,005/1.000.000 pessoas-ano) foi estimada para pessoas de 15 a 30 anos de idade nascidas a partir dos anos 1981; enquanto a maior (0,229/1.000.000 pessoas-ano) correspondeu ao grupo de 71 a 74 anos de idade que haviam nascido no período de 1931 a 1940. A taxa de mortalidade por mesotelioma se elevou com a idade em todas as coortes de nascimento. Não houve evidência de efeito coorte ou de período.
Estudo 3 - os achados mostram que o coeficiente anual de mortalidade por mesotelioma apresentava uma tendência de elevação entre 1998 e 2013, que deve continuar no futuro, passando de 5,7/1.000.000 em 2014 para 7,02/1.000.000 em 2023. Espera-se um aumento da mortalidade em cada grupo de idade do estudo, com exceção da diminuição observada ao longo do tempo, nos dois grupos de menor idade, 15-30 e 31-40 anos. Homens e mulheres apresentaram uma tendência de aumento da mortalidade por mesotelioma, mais acentuado entre os homens que nas mulheres.
Conclusões-
Os achados destes estudos indicam a existência de exposição passada ao asbesto, cancerígeno reconhecido como responsável pela quase totalidade dos casos de mesotelioma. Essa exposição parece ter sido contínua por um longo tempo causando a elevação da mortalidade. Aparentemente, a exposição predominante foi a ocupacional, mais comum entre os homens, que concentraram os casos. Independentemente do ano em que nasceram, as maiores estimativas de mortalidade foram para o sexo masculino, e em ambos os sexos para as pessoas entre 71-74 anos de idade, sugerindo que a exposição predominante é do tipo ocupacional ao asbesto. Com base na tendência pregressa entre 1980 e 2013, mesmo com o banimento do asbesto em 2001, a mortalidade por mesotelioma deve continuar aumentando entre 2014 e 2023 na Argentina. Estes resultados contribuem para o conhecimento sobre a extensão presente e futura de uma doença grave e evitável. Recomendam-se ações voltadas para a efetivação do banimento já em vigor e da vigilância em saúde, voltada para os trabalhadores previamente expostos e a população em geral.
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