Em junho de 1955, o periódico inglês The Architectural Review publicou uma edição especial chamada Outrage escrita pelo jovem crítico Ian Douglas Nairn (1930-1983) que teve um profundo impacto no debate sobre a reconstrução do pós-guerra. Essa dissertação analisa a trajetória intelectual e profissional de Ian Nairn e seu envolvimento com um modelo de intervenção ambiental e metodologia de projeto urbano articulada pela The Architectural Review a partir de 1947 e conhecida com o nome de Townscape. Ao explorar o contexto histórico e cultural na Grã-Bretanha do pós-guerra e o clima intelectual específico na Review essa pesquisa pretende avaliar a esquecida contribuição de Nairn em promover o ideário Townscape na Grã-Bretanha e no exterior. Também pretende demonstrar como esse ideário determinou sua visão e esteve presentes não apenas em seu trabalho para a Review mas também em uma diversa gama de mídia. Não só sua visão era profundamente influenciada pelo ideário Townscape mas podemos afirmar que ele acrescentou ao Townscape algo muito pessoal e essa marca foi importante para a visibilidade dos princípios Townscape e portanto para uma ampla penetração dos mesmos. / In June 1955, the English periodical The Architectural Review published a special edition called Outrage by young critic Ian Douglas Nairn (1930-1983), which had a profound impact on the post-war reconstruction debate. This dissertation analyzes Ian Nairn\'s professional and intellectual trajectory, and his involvement with a model of environmental intervention and urban design methodology articulated by the Architectural Review beginning in 1947 and known under the rubric of Townscape. By exploring the historical and cultural context of post-war Great Britain, as well as the specific cultural climate within the Review, this study aims to assess Nairn\'s largely forgotten contribution in promoting Townscape ideals both in Great Britain and abroad. It also aims to demonstrate how these ideals determined his vision and were present not only in his work at the Review but also across a wide range of media. In addition, we also assert that Nairn added his own unique signature, which was key to the increasing visibility of Townscape ideals and therefore to their dissemination.

Made available in DSpace on 2016-12-08T16:19:01Z (GMT). No. of bitstreams: 1 GIO-1.pdf: 21583998 bytes, checksum: d1c5c42e86215d6426b9d48609f648ae (MD5) Previous issue date: 2007-08-28 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This research investigates the picturesque in contemporaneity of works produced by me, especifically photographs, where such aesthetic category can be highlighted. From Richard Payne Knight, Uvedale Price and William Gilpin, three main XVIII theoreticians, the picturesque was conceptualized as a model for arranging and as landscape itself. Together with these authors, the artist Claude Lorrain was studied, on account of the magnificence nature of his landscapes, and Robert Smithson, author of Monuments of Passaic. Both problematize the picturesque and time, which are issues that were later investigated in tandem with George Didi-Huberman´s concept of survival and Rosalind Krauss´s concept of originality. Such approaches highlight a picturesque that is not only aesthetic, closed typology inside objective and formal qualities, but also reverberations that invite other ways of looking at contemporary landscape. The works that I present in this study used these theoretical and historical issues to understand the allure of determined conditions of nature elements found both in and out of the city space. Grasses, weeds and other plants appear in wastelands, lagoons and beaches, sidewalks and walls, equivalent to the longed English garden nature for showing how splendid the natural growth is / Esta pesquisa investiga o pitoresco na contemporaneidade a partir de trabalhos que produzo, especificamente fotografias, onde tal categoria estética poderá estar sendo evidenciada. A partir de Richard Payne Knight, Uvedale Price e William Gilpin, seus principais teóricos do século XVIII, o pitoresco foi compreendido como sendo o próprio modelo de arranjo e conceito de paisagem. Junto a esses autores, foram pesquisados os artistas Claude Lorrain, devido à natureza magnificente de suas paisagens, e Robert Smithson, a partir do trabalho Monumentos de Passaic. Ambos problematizam o pitoresco e o tempo, que são questões posteriormente investigadas juntamente ao conceito de sobrevivência de George Didi-Huberman e de originalidade de Rosalind Krauss. Tais abordagens apontam para um pitoresco que não é somente tipologia estética, fechada dentro de qualidades objetivas e formais, mas reverberações que disseminam outras maneiras de olhar para paisagem contemporânea. Os trabalhos que apresento valem-se dessas investigações teóricas e históricas para compreender o fascínio diante de determinadas condições dos elementos da natureza, encontrados tanto no espaço das cidades quanto fora dele. Mato, capins e plantas daninhas aparecem em terrenos baldios, lagoa e praia, calçadas e paredes equivalendo-se à natureza almejada pelos jardins ingleses, àquela que se mostra esplendorosa por invocar um crescimento natural

Em junho de 1955, o periódico inglês The Architectural Review publicou uma edição especial chamada Outrage escrita pelo jovem crítico Ian Douglas Nairn (1930-1983) que teve um profundo impacto no debate sobre a reconstrução do pós-guerra. Essa dissertação analisa a trajetória intelectual e profissional de Ian Nairn e seu envolvimento com um modelo de intervenção ambiental e metodologia de projeto urbano articulada pela The Architectural Review a partir de 1947 e conhecida com o nome de Townscape. Ao explorar o contexto histórico e cultural na Grã-Bretanha do pós-guerra e o clima intelectual específico na Review essa pesquisa pretende avaliar a esquecida contribuição de Nairn em promover o ideário Townscape na Grã-Bretanha e no exterior. Também pretende demonstrar como esse ideário determinou sua visão e esteve presentes não apenas em seu trabalho para a Review mas também em uma diversa gama de mídia. Não só sua visão era profundamente influenciada pelo ideário Townscape mas podemos afirmar que ele acrescentou ao Townscape algo muito pessoal e essa marca foi importante para a visibilidade dos princípios Townscape e portanto para uma ampla penetração dos mesmos. / In June 1955, the English periodical The Architectural Review published a special edition called Outrage by young critic Ian Douglas Nairn (1930-1983), which had a profound impact on the post-war reconstruction debate. This dissertation analyzes Ian Nairn\'s professional and intellectual trajectory, and his involvement with a model of environmental intervention and urban design methodology articulated by the Architectural Review beginning in 1947 and known under the rubric of Townscape. By exploring the historical and cultural context of post-war Great Britain, as well as the specific cultural climate within the Review, this study aims to assess Nairn\'s largely forgotten contribution in promoting Townscape ideals both in Great Britain and abroad. It also aims to demonstrate how these ideals determined his vision and were present not only in his work at the Review but also across a wide range of media. In addition, we also assert that Nairn added his own unique signature, which was key to the increasing visibility of Townscape ideals and therefore to their dissemination.