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Deleuze e a instauração das sensações / Deleuze and the establishment of sensationsLuame Cerqueira 19 November 2010 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Deleuze presents a totally new way of thinking about art, considering it as a mode of thought in itself. Along with science and philosophy, art is also an expression of thought, though each one of these is irreducible and produces itself necessarily by its own means. Above all, art is the establishment of sensations, i. e., as long as this last term has nothing to do with the cognitive correspondence between subject and object. Now, because of arts excessive nature, no perception, personal memory, subjective state or feeling are able to produce it or achieve it, either as cause or effect. It is required to art to be able to sustain itself regardless of any creator, spectator or model. Thus, as a block of percepts and affects, art has not the function of representing the world or actualizing some preexistent thing, rather it creates possibles. The aesthetic plan of composition is autonomous; involves a vibrating or excitation condition without its motor, organic extension. Indeed, opening up to the Outside (an immanent field of forces) determines the artistic individuation, and exposes the essentially inhuman character of art and its development in nature, which starts precisely with the urgent qualitative and non-functional territorial cutting that the animal can perform. Therefore, free from all organicity, motricity and personal affairs, the artist ultimately creates singularities that dont fit in the field of understanding and recognition, always funding a new way of thinking. When one gets rid of representations, the will to truth is abandoned to let another will become the master of the spirit the will to power. This is the actual meaning of the establishment of sensation: to raise false to its highest degree of power. / Deleuze apresenta-nos uma maneira inédita de pensar a arte, tomando-a ela própria como um modo de pensamento. Ao lado da ciência e da filosofia, a arte também consiste em uma expressão do pensamento, ainda que cada qual seja irredutível e se produza necessariamente com seus próprios meios. Sobretudo, a arte é instauração de sensações, isto é, na medida em que este último termo nada tem a ver com a correspondência cognitiva entre sujeito e objeto. Ora, pela natureza excessiva da arte, nenhuma percepção, memória pessoal e nenhum estado subjetivo ou sentimento são capazes de produzi-la ou alcançá-la, quer como causa, quer como efeito. Exige-se que a arte seja capaz de se sustentar sozinha, independentemente de todo criador, espectador ou modelo. Dessa maneira, enquanto bloco de perceptos e afectos, a arte não tem por função representar o mundo ou atualizar algo preexistente, antes, cria possíveis. O plano de composição estético é autônomo e implica uma condição de vibração ou excitação da sensação, sem seu prolongamento motor, orgânico. Abrir-se ao Fora, campo imanente de forças, é condição da individuação artística, explicitando o caráter essencialmente inumano da arte e seu desenvolvimento presente na natureza, começando mais precisamente com a urgência qualitativa e não-funcional do recorte territorial que o animal pode fazer. Assim, livre de toda organicidade, motricidade e pessoalidade, o artista acaba por criar singularidades que não cabem no campo do entendimento e do reconhecimento, fundando sempre uma nova maneira de pensar. Vendo-se livre da representação, abandona-se a vontade de verdade e uma outra vontade se torna soberana no espírito a vontade de potência. Eis o sentido mesmo da instauração das sensações: elevar o falso à enésima potência.
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Deleuze e a instauração das sensações / Deleuze and the establishment of sensationsLuame Cerqueira 19 November 2010 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Deleuze presents a totally new way of thinking about art, considering it as a mode of thought in itself. Along with science and philosophy, art is also an expression of thought, though each one of these is irreducible and produces itself necessarily by its own means. Above all, art is the establishment of sensations, i. e., as long as this last term has nothing to do with the cognitive correspondence between subject and object. Now, because of arts excessive nature, no perception, personal memory, subjective state or feeling are able to produce it or achieve it, either as cause or effect. It is required to art to be able to sustain itself regardless of any creator, spectator or model. Thus, as a block of percepts and affects, art has not the function of representing the world or actualizing some preexistent thing, rather it creates possibles. The aesthetic plan of composition is autonomous; involves a vibrating or excitation condition without its motor, organic extension. Indeed, opening up to the Outside (an immanent field of forces) determines the artistic individuation, and exposes the essentially inhuman character of art and its development in nature, which starts precisely with the urgent qualitative and non-functional territorial cutting that the animal can perform. Therefore, free from all organicity, motricity and personal affairs, the artist ultimately creates singularities that dont fit in the field of understanding and recognition, always funding a new way of thinking. When one gets rid of representations, the will to truth is abandoned to let another will become the master of the spirit the will to power. This is the actual meaning of the establishment of sensation: to raise false to its highest degree of power. / Deleuze apresenta-nos uma maneira inédita de pensar a arte, tomando-a ela própria como um modo de pensamento. Ao lado da ciência e da filosofia, a arte também consiste em uma expressão do pensamento, ainda que cada qual seja irredutível e se produza necessariamente com seus próprios meios. Sobretudo, a arte é instauração de sensações, isto é, na medida em que este último termo nada tem a ver com a correspondência cognitiva entre sujeito e objeto. Ora, pela natureza excessiva da arte, nenhuma percepção, memória pessoal e nenhum estado subjetivo ou sentimento são capazes de produzi-la ou alcançá-la, quer como causa, quer como efeito. Exige-se que a arte seja capaz de se sustentar sozinha, independentemente de todo criador, espectador ou modelo. Dessa maneira, enquanto bloco de perceptos e afectos, a arte não tem por função representar o mundo ou atualizar algo preexistente, antes, cria possíveis. O plano de composição estético é autônomo e implica uma condição de vibração ou excitação da sensação, sem seu prolongamento motor, orgânico. Abrir-se ao Fora, campo imanente de forças, é condição da individuação artística, explicitando o caráter essencialmente inumano da arte e seu desenvolvimento presente na natureza, começando mais precisamente com a urgência qualitativa e não-funcional do recorte territorial que o animal pode fazer. Assim, livre de toda organicidade, motricidade e pessoalidade, o artista acaba por criar singularidades que não cabem no campo do entendimento e do reconhecimento, fundando sempre uma nova maneira de pensar. Vendo-se livre da representação, abandona-se a vontade de verdade e uma outra vontade se torna soberana no espírito a vontade de potência. Eis o sentido mesmo da instauração das sensações: elevar o falso à enésima potência.
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