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Aspectos da história de vida de Guadua tagoara (Nees) Kunth (Poaceae:Bambuseae) na Serra dos Órgãos, RJAlves, Gilberto Terra Ribeiro 30 May 2007 (has links)
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Previous issue date: 2007-05-30 / Financiadora de Estudos e Projetos / Guadua tagoara (Nees) Kunth is a large sized bamboo native of the Brazilian Atlantic Rain Forest, with a semi-scandent habitat, pachymorphic rhizome and thorns for fixation on trees. Nowadays this bamboo is considered an invasive species in secondary forests, where its populations are supposedly in expansion. The general objective of this study, developed in Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO), RJ, was to investigate the life history of G. tagoara from two perspectives: (a) to know the ecological basis of its supposed invasive potential and (b) to discuss it in the context of theoretical ecology and evolution of mast seeding plants. This dissertation was based primarily on three moments of the G. tagoara life cycle, studied in the scales of clump, genet and ramet. The investigated aspects of its life history were: mast seeding followed by parental death (monocarpy), regeneration from seed, synchrony and reproductive interval, development, morphological plasticity and intra and infra-specific diversity. At least at PARNASO, the life cycle of G. tagoara is strictly monocarpic, its regeneration from seeds occurred mainly in the interior of the senescent clumps. The majority of reproductive events were concentrated in 2004, suggesting a pattern known as flowering distribution for this region. The spatial gregarism of G. tagoara seems to be associated to the intra-clump reproductive synchrony, and the selective advantage of monocarpy seems to be the creation of regeneration sites for the following cohort. The same seems to be valid for other monocarpic species of Guadua with a tendency for gregarism. It was not possible to establish a reproductive interval for G. tagoara, but four possible flowering patterns were proposed for its life history. Although the adult genets have long spacers (necks), the rhizomes in the 2004 and 2006 cohorts did not present this character. Culm ramification occurred before rhizome ramification, and the thorns appeared just in the second year of the young genets. These cohorts (2004 and 2005) differed among them in structural characters, except in the number of living culms per genet, and presented characteristics here considered to be adaptations for the regeneration inside the clumps or other kinds of gaps. The morphological plasticity presented by the different patterns of ramification, by the reiterative growth and by the deviance from obstacles during elongation was observed in the culms of adult genets. The reiterative growth was also seen in the 2004 and 2005 cohorts, as well as articulated culms and the presence of invertebrates in their interior, including the internodes filled with water. Climatic seasonality doesn t restrict the growth of G. tagoara, but it is potentialized in the rainy season. Adult genets of this bamboo seem to grow during the whole year in PARNASO. Morphological plasticity observed in their culms can be considered a foraging behavior searching for light and space in the canopy. G. tagoara also has a large opportunistic growing behavior, expressed in ramets and genets, and can be considered a structural parasite of trees. Morphological elasticity, potential for clonal growth and integration of phalanx and guerilla strategies seem to be key aspects of its life history and its expansion and dominance in secondary forests. The results of this study support the hypothesis that the expansion of G. tagoara in secondary forests is facilitated by activities altering the structure of the forest. I suggest that the selfperpetuating disturbance cycle proposed to explain the formation and expansion of forests dominated by Guadua spp. in the Amazon forest must also act in the G. tagoara dominated forests, but in this latter case the anthropogenic activities seem to be very important for the origin and expansion of dominance. Some possible causes of its intra and infraspecific diversity of G. tagoara were discussed, based on the knowledge acquired about its life history, as well as some possible relations between its life cycle and the forest dynamics. The need and viability of the management of its populations were also discussed. / Guadua tagoara (Nees) Kunth é um bambu de grande porte nativo da Floresta Atlântica, de hábito semi escandente, rizoma paquimórfico e dotado de espinhos para fixação nas árvores. Atualmente este bambu é considerado uma espécie invasiva em áreas de florestas secundárias, onde suas populações supostamente estariam em expansão. O objetivo geral deste estudo, desenvolvido no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO), RJ, foi investigar a história de vida de Guadua tagoara sob duas perspectivas: (a) conhecer a base ecológica do seu suposto potencial invasiso e (b) discuti-la no contexto teórico da ecologia e evolução das plantas mast seeding. Esta dissertação baseou-se principalmente em três momentos do ciclo vital de G. tagoara, abordados nas escalas de taquaral, geneta e rameta: frutificação maciça seguida de morte parental (monocarpia), regeneração por sementes e desenvolvimento dos genetas adultos. Os aspectos estudados em sua história de vida foram: frutificação maciça, monocarpia, regeneração por sementes, sincronia e intervalo reprodutivos, desenvolvimento, plasticidade morfológica e diversidade intra e infra - específica. Pelo menos no PARNASO, o ciclo de vida de G. tagoara é estritamente monocárpico, e sua regeneração por sementes ocorreu principalmente no interior dos taquarais senescentes. O florescimento foi assincrônico em escala populacional, mas marcadamente sincrônico dentro dos taquarais. O ano de 2004 concentrou a maior parte dos taquarais reprodutivos, sugerindo para esta região um padrão conhecido como distribuição do florescimento. O gregarismo espacial de G. tagoara parece associado à sincronia reprodutiva intra taquaral, e a vantagem seletiva da monocarpia parece ser a criação de sítios de regeneração para a coorte seguinte. O mesmo parece valer para outras espécies monocárpicas de Guadua com tendência ao gregarismo. Não foi possível estabelecer um intervalo reprodutivo para G. tagoara, mas quatro possíveis padrões de florescimento foram propostos para sua história de vida. Embora os genetas adultos possuam espaçadores (pescoços) longos, nas coortes de 2004 e 2005 o rizoma não apresentou esta característica. A ramificação dos colmos ocorreu antes da ramificação do rizoma, e o surgimento dos espinhos ocorreu a partir do segundo ano de vida destes genetas. Estas coortes diferiram entre si em termos estruturais, com exceção do número de colmos vivos por geneta, e apresentaram características interpretadas aqui como adaptações à regeneração no interior dos taquarais ou em outras clareiras. A plasticidade morfológica representada por distintos padrões de ramificação, pelo crescimento reiterativo e pelo desvio de obstáculos durante o elongamento foi observada nos colmos de genetas adultos. O crescimento reiterativo também foi observado nos colmos das coortes de 2004 e 2005, nas quais também foram observados colmos articulados e a presença de raízes nos nós aéreos. Tanto nas coortes jovens quanto nos genetas adultos foram observadas perfurações nos colmos e a presença de invertebrados em seu interior, inclusive nos entrenós preenchidos com água. A sazonalidade climática não restringe o desenvolvimento de G. tagoara, mas o potencializa na época mais chuvosa do ano. Os genetas adultos deste bambu parecem crescer durante todo o ano no PARNASO. A plasticidade morfológica observada nos seus colmos pode ser considerada como um comportamento forrageador por espaço e luz no dossel da floresta. G. tagoara possui grande potencial de crescimento oportunista, o qual pode se expressar nas escalas de rametas e genetas, e pode ser considerado um parasita estrutural de árvores. A plasticidade morfológica, o potencial de crescimento clonal e a integração das estratégias falangeal e guerrilheira parecem ser aspectos-chave da sua história de vida e da sua expansão e dominância em florestas secundárias. Os resultados deste estudo dão suporte à hipótese de que a expansão de G. tagoara em florestas secundárias seja facilitada por atividades antrópicas que alterem a estrutura da floresta. Eu sugiro que o ciclo de distúrbios auto-perpetuante proposto para explicar a formação e expansão das florestas dominadas por Guadua spp. na Amazônia também deve atuar nas florestas dominadas por G. tagoara, mas nesse caso as ações antrópicas parecem ter grande relevância na origem e expansão da dominância. A partir dos conhecimentos obtidos sobre a história de vida de G. tagoara, foram discutidas algumas possíveis causas da sua diversidade intra e infraespecífica, e algumas possíveis relações entre o seu ciclo de vida e a dinâmica florestal. A necessidade e a viabilidade do manejo de suas populações também foram discutidas.
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