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Saúde e escravidão na ilha de Santa Catarina (1850-1888) / Health and slavery in Ilha de Santa Catarina (1850-1888)Mattos, Débora Michels 04 August 2015 (has links)
A tese tem como objetivo correlacionar à escravidão a problemática da saúde na Ilha de Santa Catarina entre os anos de 1850 e 1888. Visa-se demonstrar a representatividade das populações de origem africana e seus descendentes nas condições de escravos, livres e libertos, em relação ao cômputo geral da população. Descortinam-se as modalidades de trabalho por eles exercidas, bem como as estratégias de sobrevivência criadas num contexto assinalado pela exploração da mão de obra escrava concomitantemente ao crescente movimento em favor da emancipação e da abolição. Sob a perspectiva da saúde, intenta-se mostrar como médicos, cirurgiões e farmacêuticos, saídos das instituições de ensino superior criadas após a Independência, se posicionaram contra as práticas populares de cura desempenhadas por africanos e afrodescendentes. Além disso, aponta-se para a frequência com que esses mesmos profissionais recorriam aos saberes e fazeres de curadores negros, ao lado de uma sociedade que igualmente acolhia tais formas de enfrentamento para as doenças, isto é, as formas gestadas no universo da cultura popular. A problematização dos discursos elaborados acerca da saúde e da escravidão no Brasil e na Ilha de Santa Catarina explicita as contradições neles presentes a partir do posicionamento dos intelectuais e da imprensa da época. Considerando as precárias condições de vida das populações levadas ao cativeiro, bem como aquelas observadas em relação aos africanos e afrodescendentes livres e libertos, submetidos à constante violência, indaga-se sobre o nível de interação da medicina social com a escravidão. Nesse sentido, reflete-se sobre como a problemática da saúde e da doença foi pensada para as pessoas acima mencionadas e, por sua vez, em que nível elas acolhiam essa medicina. / The aim of this thesis is to correlate slavery and health in the Ilha de Santa Catarina, between 1850 and 1888. The intent is to demonstrate the significant presence of Africans and their descendants as slaves, freed or free people of color amongst the whole population of this geographic locality. This research uncovers the modalities of their work, as well as their strategies to survive in a context of exploration of slave labor and increasing movements for emancipation and abolition. From the perspective of health, it intends to show how doctors, surgeons and pharmacists, who graduated in universities created after Brazilian independence, stood against the popular healing practices of Africans and their descendants. Moreover, it points to the frequency wherewith health professionals resorted to the knowledge and practices of black healers, within a society that likewise accepted those kinds of popular health treatments. To debate the discourses about health and slavery in Brazil and in the Ilha de Santa Catarina elucidates the contradictions that mark the discourses of both the intellectuality and the press in the nineteenth century. Considering the precarious living conditions of enslaved people besides the free and emancipated Africans and their descendants, also submitted to frequent violence this research questions the level of interaction between social medicine and slavery. In this sense, this thesis considers how health and disease issues were thought in relation to them, and to which level they embraced the official medicine of the period.
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Saúde e escravidão na ilha de Santa Catarina (1850-1888) / Health and slavery in Ilha de Santa Catarina (1850-1888)Débora Michels Mattos 04 August 2015 (has links)
A tese tem como objetivo correlacionar à escravidão a problemática da saúde na Ilha de Santa Catarina entre os anos de 1850 e 1888. Visa-se demonstrar a representatividade das populações de origem africana e seus descendentes nas condições de escravos, livres e libertos, em relação ao cômputo geral da população. Descortinam-se as modalidades de trabalho por eles exercidas, bem como as estratégias de sobrevivência criadas num contexto assinalado pela exploração da mão de obra escrava concomitantemente ao crescente movimento em favor da emancipação e da abolição. Sob a perspectiva da saúde, intenta-se mostrar como médicos, cirurgiões e farmacêuticos, saídos das instituições de ensino superior criadas após a Independência, se posicionaram contra as práticas populares de cura desempenhadas por africanos e afrodescendentes. Além disso, aponta-se para a frequência com que esses mesmos profissionais recorriam aos saberes e fazeres de curadores negros, ao lado de uma sociedade que igualmente acolhia tais formas de enfrentamento para as doenças, isto é, as formas gestadas no universo da cultura popular. A problematização dos discursos elaborados acerca da saúde e da escravidão no Brasil e na Ilha de Santa Catarina explicita as contradições neles presentes a partir do posicionamento dos intelectuais e da imprensa da época. Considerando as precárias condições de vida das populações levadas ao cativeiro, bem como aquelas observadas em relação aos africanos e afrodescendentes livres e libertos, submetidos à constante violência, indaga-se sobre o nível de interação da medicina social com a escravidão. Nesse sentido, reflete-se sobre como a problemática da saúde e da doença foi pensada para as pessoas acima mencionadas e, por sua vez, em que nível elas acolhiam essa medicina. / The aim of this thesis is to correlate slavery and health in the Ilha de Santa Catarina, between 1850 and 1888. The intent is to demonstrate the significant presence of Africans and their descendants as slaves, freed or free people of color amongst the whole population of this geographic locality. This research uncovers the modalities of their work, as well as their strategies to survive in a context of exploration of slave labor and increasing movements for emancipation and abolition. From the perspective of health, it intends to show how doctors, surgeons and pharmacists, who graduated in universities created after Brazilian independence, stood against the popular healing practices of Africans and their descendants. Moreover, it points to the frequency wherewith health professionals resorted to the knowledge and practices of black healers, within a society that likewise accepted those kinds of popular health treatments. To debate the discourses about health and slavery in Brazil and in the Ilha de Santa Catarina elucidates the contradictions that mark the discourses of both the intellectuality and the press in the nineteenth century. Considering the precarious living conditions of enslaved people besides the free and emancipated Africans and their descendants, also submitted to frequent violence this research questions the level of interaction between social medicine and slavery. In this sense, this thesis considers how health and disease issues were thought in relation to them, and to which level they embraced the official medicine of the period.
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