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Ilê Oju Odé: políticas de resistência e territorialidades no candomblé de Goiás / Ilê Oju Odé: policies of resistance and territorialities in the candomblé of GoiásNunes, Victor Hugo Basílio 16 March 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-03-16 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / This work is carried out by the candomblé Ilê Oju Odé terreiro (cult-house), located at Machado
de Assis Street, 37th, neighborhood Cidade Satélite São Luís, Aparecida de Goiânia-GO, and in the
spaces where this terreiro (cult-house) operates through Afoxé Omo Odé and the organization of
the Goian Forum of Religions of African Matrix. Our main objective is to think of how the work of
Ilê Oju Odé, through Afoxé and the Forum, enables the valorization of the Afrodescendant cultural
contribution, creates a space for political discussion in which the terreiro becomes a space of
signification of life. The daily coexistence with this community has shown us the complexity of
this social reality, marked by a relationship of sociability that is close to that observed by Catherine
Walsh (2013) when she says that decolonial pedagogies produce "intersubjectivity, mutual
recognition, subaltern solidarity." In this way religion and political organization are mixed in the
quest to find solutions to the problems created by a racist society, which gives rise to the need to
organize the terreiros (cult-houses). The reflections of Carlos Rodrigues Brandão (1999) guided us
to define participatory research as one of the methodologies of our work. At first we seek to
understand the inner perspective, the point of view of the individuals about the situations that they
live. We understand, as Brandão (1999), that it is the social reality with which we face that must
determine the methodological strategies, and that the method is not something ready and finished
and can be constructed together with the investigation of social reality. The other methodological
resource to which we have recourse, oral history, served as our research since, in order to resort to
the speech of our interviewees, we aim to achieve with maximum clarity the experience of
organization against the colonial matrix of power, which articulates the social and epistemic
marginalization, subordinating knowledge and populations, as in the example of candomblé. We
believe that our objective was achieved through the semi-structured interview, taking into account
that the interview allows a study on the reporting of the facts, filtered by the subjectivity of the
interviewees. The theoretical perspective that we use to dialogue with our sources consisted in the
debate conducted by the modernity/coloniality/decoloniality group. The research showed us that if
we want we can think a relationship between the candomblé and the reflections raised by this
group. We can affirm, from the experience in the terreiro (cult-house) surveyed, that candomblé
constitutes as alternative knowledge to the matrix of colonial thought, or using the concept of
Walsh (2013) as an example of a "decolonial pedagogy". Finally, the conclusion of this master's
thesis confirmed the hypotheses we raised at the beginning of our research: the performance of Ilê
Oju Odé is characterized as a decolonization practice, since, through the Forum and Afoxé, it
organizes the community of the terreiros (cult-houses) de candomblé de Goiânia and metropolitan
region in the fight against racism, religious intolerance and the invisibility imposed on the
practitioners of this religion in the society of Goiás. Our research has shown us that there is a
significant level of individual awareness, a political project. A study like this can contribute to
perceive decoloniality as an alternative proposition to the hegemonic epistemologies that support
Eurocentred social models and relations, presenting to the academic community and to society as a
whole knowledge that has been historically subordinated, as in the case of candomblé. Perhaps we
can say that the Forum and the Afoxé allow the members of the terreiros (cult-houses) to read the
world from themselves, their values and propose something. Through the interviews and
coexistence we could conclude that the Forum is an organization of the terreiros to defend their
interests, solving their problems through political and social articulations. The Forum and Afoxé
have been establishing themselves as a political organization and have stood out in order to present
candomblé for the society of Goiás and to claim its space in it. / Este trabalho se desenvolve junto ao terreiro de candomblé Ilê Oju Odé, situado na Rua Machado
de Assis, chácara 37, Cidade Satélite São Luís, em Aparecida de Goiânia-GO, e nos espaços de
atuação deste terreiro através do Afoxé Omo Odé e da organização do Fórum Goiano de Religiões
de Matriz Africana. Nosso objetivo principal é pensar de que forma a atuação do Ilê Oju Odé, por
meio do Afoxé e do Fórum, possibilita a valorização do aporte cultural afrodescendente, cria um
espaço de discussão política no qual o terreiro se torna um espaço de ressignificação da vida. A
convivência diária com esta comunidade nos mostrou a complexidade desta realidade social,
marcada por uma relação de sociabilidade que se aproxima da observada por Catherine Walsh
(2013) ao afirmar que as pedagogias decoloniais produzem uma “intersubjetividade,
reconhecimento mútuo, solidariedade subalterna”. Desta forma religião e organização política se
misturam na busca de encontrar saídas para os problemas criados por uma sociedade racista, o que
faz surgir à necessidade de organização dos terreiros. As reflexões de Carlos Rodrigues Brandão
(1999) nos orientaram no sentido de definir a pesquisa participante como uma das metodologias do
nosso trabalho. Num primeiro momento buscamos compreender a perspectiva interna, o ponto de
vista dos indivíduos acerca das situações que vivem. Compreendemos assim como Brandão (1999)
que é a realidade social com a qual nos deparamos que deve determinar as estratégias
metodológicas, e que o método não é algo pronto e acabado podendo ser construído junto com a
investigação da realidade social. O outro recurso metodológico ao qual recorremos, a história oral,
serviu à nossa pesquisa uma vez que, objetivamos, ao recorrer à fala de nossos entrevistados,
atingir com o máximo de clareza a experiência de organização contra a matriz colonial do poder,
que articula a marginalização social e epistêmica, subalternizando saberes e populações, como no
exemplo do candomblé. Acreditamos que nosso objetivo foi alcançado por meio da entrevista
semiestruturada, levando em consideração que a entrevista possibilita um estudo sobre o relato dos
fatos, filtrados pela subjetividade dos entrevistados. A perspectiva teórica que utilizamos para
dialogar com nossas fontes consistiu no debate conduzido pelo grupo
modernidade/colonialidade/decolonialidade. A pesquisa nos mostrou que se quisermos podemos
pensar uma relação entre o candomblé e as reflexões levantadas por este grupo. Podemos afirmar, a
partir da experiência no terreiro pesquisado, que o candomblé se constitui como conhecimento
alternativo à matriz do pensamento colonial, ou utilizando o conceito de Walsh (2013) como
exemplo de uma “pedagogia decolonial”. Por fim, a conclusão dessa dissertação de mestrado
confirmou as hipóteses que levantamos no início de nossa pesquisa: a atuação do Ilê Oju Odé se
caracteriza como prática de descolonização, uma vez que através do Fórum e do Afoxé, organiza a
comunidade dos terreiros de candomblé de Goiânia e região metropolitana no combate ao racismo,
à intolerância religiosa e a invisibilização imposta aos praticantes dessa religião na sociedade
goiana. Nossa pesquisa nos mostrou que há um nível significativo de conscientização dos
indivíduos, um projeto político. Um estudo como esse pode contribuir para se perceber a
decolonialidade como proposição alternativa às epistemologias hegemônicas que sustentam
modelos e relações sociais eurocentrados, apresentando para a comunidade acadêmica e para a
sociedade como um todo saberes que foram historicamente subalternizados, como no caso do
candomblé. Talvez possamos dizer que o Fórum e o Afoxé possibilitam aos membros dos terreiros
lerem o mundo a partir de si, dos seus valores e proporem algo. Por meio das entrevistas e da
convivência pudemos concluir que o Fórum é uma organização dos terreiros para defender seus
interesses, resolvendo seus problemas por intermédio de articulações políticas e sociais. O Fórum e
o Afoxé vêm se constituindo como organização política e se destacando no sentido de apresentar o
candomblé para a sociedade goiana e reivindicar seu espaço nela.
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