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A construção da imagem do peão pantaneiro: a inscrição da TV e do rádio na cultura mestiça do Pantanal de MSBigatão, Rosiney Isabel 24 May 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010-05-24 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The survey attempts to grasp how the image of the Pantanal farm worker is built,
meaning he who lives and works in the Pantanal. For such, it analyzes the interactions
between TV and radio and the mestizo culture of the Pantanal: mestizo because of the
relational, connective plot by which the thinking is structured out in the face of a confluence
of mosaic-like materials that do not fit into analyses based on the binary model, or into most
Midwestern theories. The survey is based on the hypothesis that whenever the farm worker
gets dressed and prepares himself for his daily chores, he wears clothing, accessories, items
and objects that create an image reflective of the various incorporations that constitute the
mestizo culture of the place. Said image comprises media interactions between Indians,
Bandeirante colonizers, cowboys, Spaniards, Paraguayans, blacks, and other more recent
cultural assimilations that took place mainly with the advent of TV and radio. Far removed
from the internet and from mobile networks the Pantanal has specific features that limit the
use of such apparatus , he moves closer to the radio, from which he receives messages as
if they were audio e-mails, keeps himself updated, and becomes connected. Given his
restricted access to printed media as well, due to the high rate of illiteracy virtually all of the
farm workers interviewed were illiterate, those who were literate knew little more than how to
read and write their names, and none had the habit of reading , and a culture that is oral par
excellence, TV is as an important communication vehicle to the farm worker, one that is
present in nearly all of the Pantanal farms. This panorama was decisive for the choice of the
research corpus, which comprised the Pantanal soap opera, shot in 1990 and re-run in 2008
by the Manchete TV network, recent news stories by Rede Matogrossense de Televisão, a
TV channel affiliated with the Globo network, and a daily show on Rádio Difusora
Matogrossense, based in the city of Corumbá, as well as interviews recorded with farm
workers over the course of one year of trips (2005) to farms in the Pantanal of the state of
Mato Grosso do Sul. For analysis, we have used the theories of semiotics of culture (Iuri
Lotman), miscegenation (Severo Sarduy, Manuel Delgado, Serge Gruzinski, Amálio
Pinheiro), sociology of knowledge (Boaventura de Sousa Santos), and theories by thinkers
(Edgar Morin) and scholars in communication whose work helped us to understand how the
relations between media and the spectator take place / A pesquisa tenta compreender como se dá a construção da imagem do peão
pantaneiro, aqui entendido como aquele que vive e trabalha no Pantanal. Para tanto, analisa
as interações da TV e do rádio com a cultura mestiça pantaneira: mestiça pela trama
relacional e conectiva dos modos como se estrutura o pensamento perante a confluência de
materiais em mosaico que não se enquadram nas análises feitas a partir do modelo binário
e de grande parte das teorias centro-ocidentais. Parte-se da hipótese de que, quando o
peão se veste e se prepara para a lida diária, ele usa roupas, acessórios, peças e objetos
que criam uma imagem na qual se refletem as várias incorporações que compõem a cultura
mestiça do lugar. Nessa imagem, estão presentes interações midiáticas entre índios,
bandeirantes, vaqueiros, espanhóis, paraguaios, negros e outras assimilações culturais mais
recentes, que acontecem principalmente a partir da TV e do rádio. Longe da internet e das
redes móveis o Pantanal tem especificidades que limitam o uso desses aparatos , ele se
aproxima do rádio, por meio do qual recebe recados como se fosse um e-mail sonoro, se
atualiza e se conecta. Com acesso restrito também à mídia impressa, tendo em vista o alto
índice de analfabetismo praticamente todos os peões entrevistados eram analfabetos, os
que eram alfabetizados sabiam pouco mais que ler e escrever o nome e nenhum deles tinha
o hábito de leitura , e com uma cultura oral por excelência, o peão também faz da TV um
importante veículo de comunicação, presente em praticamente todas as fazendas
pantaneiras. Esse panorama foi decisivo na escolha do corpus da pesquisa, formado pela
novela Pantanal, da Rede Manchete, gravada em 1990 e reprisada em 2008, por matérias
jornalísticas da Rede Matogrossense de Televisão, afiliada da Rede Globo, feitas
recentemente, e por um programa diário da Rádio Difusora Matogrossense, em Corumbá,
além das entrevistas gravadas com peões em um ano de viagens (2005) às fazendas do
Pantanal de Mato Grosso do Sul. Para a análise, foram usadas as teorias da semiótica da
cultura (Iuri Lotman, Paul Zumthor), da mestiçagem (Severo Sarduy, Serge Gruzinski,
Amálio Pinheiro, Viveiros de Castro, Nestor Garcia Canclini), da sociologia do conhecimento
(Boaventura de Sousa Santos), de pensadores (Edgar Morin) e estudiosos da comunicação
como Jesús Martín-Barbero, cujo trabalho ajudou a entender como se dão as relações entre
a mídia e o expectador
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